O TURISMO NO DESENVOLVIMENTO DO SOTAVENTO ALGARVIO - I
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Não parece haver quem duvide que o turismo é a principal fonte de riqueza desta sub região mas também parece não estar a ser bem entendida a forma de a aproveitar a cem por cento.
Com efeito convém começar por recordar a definição de turismo: conjunto, sistémico e global, de actividades económicas que em vez de levar o produto ao cliente, trazem este àquele. E se a maioria dos clientes for estrangeira é um excelente meio de exportação e portanto de angariação de divisas.
Assim, numerosas actividades cujo transporte é impossível e outras que não é viável a sua exportação, pela sua natureza e/ou dimensão, passam a ser valorizadas e vendidas se forem devidamente trabalhadas e divulgadas.
Se isto não for feito correcta e plenamente, grande parte do valor acrescentado da actividade turística é perdido por desaproveitamento de potencialidades existentes ou por substituição de produtos nacionais por outros importados.
Ora Portugal atravessa não só uma crise mundial mas também uma crise estrutural e cultural, cujo início se deu há cerca de 25 anos, que tem vindo a deteriorar ainda mais a sua competitividade que desde há bastantes anos já era suficientemente baixa para precisar que fossem tomadas medidas profundas de recuperação, o que não aconteceu. Além de se ter atingido um valor da dívida pública de tal dimensão que se não se mudar radicalmente a maneira de viver e de gerir o País, as Autarquias, as Empresas e as Famílias não conseguiremos vencer em tempo útil estas crises.
O Governo Central tem dado alguns sinais positivos desta alteração de rumo, particularmente reduzindo a excessiva despesa pública que cresceu neste período mais de 600%, mas não basta que ele o faça, pois todos os outros intervenientes têm também que dar passos idênticos nas suas esferas de influência.
Quando se analisa o Turismo do Sotavento verifica-se existir uma elevada taxa de sazonalidade porque o produto turístico ainda está excessivamente baseado no sol e mar que foi um erro, assaz grosseiro diga-se de passagem, cometido até agora pelos principais responsáveis por este sector e por esta sub-região.
Na verdade, o golfe já veio contribuir muito para colmatar esta falha, mas faltam outras actividades essenciais para inverter esta situação, como seja a náutica de recreio e retomar actividades produtivas na agricultura, na agropecuária, na construção naval, na pesca, e noutras que mais adiante se tratará.
Ao se fazer um trabalho deste tipo e desta envergadura há que ter a noção precisa da dificuldade do Estado se endividar mais, pelo que todos os planos de desenvolvimento deverão ser realizados de forma a minimizar o investimento estatal e motivar o privado, sem perder a eficiência do papel fundamental de regulador do estado e a capacidade de concorrência eficaz do privado.
Assim pretende-se desenvolver no Postal um movimento de captação de interessados nesta campanha a realizar da forma seguinte: vão ser publicados nas próximas edições do jornal artigos, de minha responsabilidade, sobre as várias actividades que constituem o potencial económico do Sotavento e espera-se que os leitores que têm opiniões e sugestões sobre estas iniciativas as escrevam e enviem para o Postal à atenção do programa –O FUTURO DO SOTAVENTO.
Os textos recebidos serão aproveitados de forma correcta no decorrer deste programa de forma a incluir a maior quantidade de interessados que normalmente têm dificuldade em exprimir as suas opiniões.
Na próxima edição apresentaremos uma lista quase exaustiva com o intuito de facilitar e até motivar os leitores para esta iniciativa.
Na edição seguinte trataremos a náutica de recreio por ser das mais importantes e das que mais atrasadas estão aqui, seguindo-se as outras e incluindo as sugestões recebidas entretanto.
José Carlos Gonçalves Viana