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A bem da Nação

O NOVO “FUNDO” DA UE E O MUNDO DA FICÇÃO

 

 

O Orçamento Nacional deve ser equilibrado.

As dividas públicas devem ser reduzidas,a

arrogancia das autoridades deve ser moderada

e controlada.Os paga- mentos a governos

devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir

 à falencia. As pessoas devem novamente

aprender a trabalhar,em vez de viver por

conta pública.

Marcus Tullius, Roma,55 a.C.

 

 

 

A mata-cavalos, os responsáveis dos países membros da União Europeia (UE), aprovaram no pretérito 9 de Maio, um Fundo de Estabilização do Euro, a que pretendem atribuir a bonita soma de 750 mil milhões de unidades daquela moeda. Este fundo destina-se, segundo as notícias, a poder ajudar paises da zona euro em dificuldades económico/financeiras e deste modo acalmar os mercados internacionais (será que julgaram que a moeda estaria a salvo dos especuladores?). As bolsas – vá-se lá saber quem as controla e como – abriram logo a subir no dia imediato.

 

Dizem que este fundo será constituído por 250 mil milhões do FMI, 60 mil dos cofres comunitários e 440 mil dos estados membro.

 

Ou seja, como está tudo em dificuldades, vai-se pedir dinheiro emprestado ao inimigo, perdão ao FMI – o que parece ser já um sintoma de incapacidade – e depois aos mesmos de sempre, isto é, aos estados membro, ou seja aos contribuintes desses estados. Os muito ricos estão sempre a salvo num qualquer paraíso fiscal – que todos os governos toleram – e quem provoca as crises, passa sempre incógnito no intervalo da chuva.

 

Como irão os estados membro e o fundo privativo da UE, obter o dinheiro?

 

Pois parece-me que só há três vias: pedem emprestado no estrangeiro; aumentam os impostos, ou põem as rotativas a funcionar, criando mais dinheiro fictício (que já deve ser a maioria), que não tem qualquer cobertura real em riqueza criada. Ou um conjunto dos três. Ou seja, mais do mesmo, em situação agravada…

 

No meio disto tudo nem uma palavra de condenação para os especuladores profissionais - oportunistas à espera de vitimas; nem uma ideia para combater as suas práticas, ou das instituições financeiras cujas más práticas são ainda mais gravosas. Ou quem está por detrás delas.

 

Antigamente havia agiotas individuais e pelo século XIX irromperam em força os bancos. E sempre se falsificou moeda. De quando em vez apareciam donas Brancas…

 

Dá ideia que estas últimas tomaram conta dos bancos, dos mercados financeiros e até dos governos, sujeitando a vida das comunidades a um monturo gigantesco de agiotagem e de chantagem. Criou-se um “monstro” que ficou fora de controle…

 

Agora irá assistir-se à desvalorização do euro face ao dolar – o que aparenta ser positivo – e a perda de autonomia e independencia dos estados e governos no estabelecimento das suas politicas orçamentais, com as consequências que se adivinham.

 

Comparado com isto a “má moeda” que há poucos anos preocupava o Prof. Cavaco Silva era apenas uma provincianice. Por cá, aliás, ninguém se entende, o que não é de estranhar dados os erros de análise mais básicos; a falta de meios (casa onde não há pão…); e as desavenças partidárias/ideológicas e de humores. Também não há autoridade (a mãe de todas as coisas…) para fazer seja o que for. Por isso o primeiro-ministro oscila entre a teimosia do que gostaria de fazer e os recuos, sem perder a face (um símbolo de impossibilidade). O país vai ficar cacafónico e a fome é má conselheira.

 

O PR à falta de poder/querer interferir, mostra-se preocupado e ouve notáveis. Por isso apreciou a visita de nove ex-ministros que lhe foram levar as suas preocupações – nomeadamente com as obras públicas. Curioso isto, parece que eles nos anos que passaram – e foram muitos – não viveram cá e nem sequer tiveram quaisquer responsabilidades no lindo estado a que “isto” chegou. Dá ideia, que é muito mais real que fictícia, de que os políticos em Portugal criam os factos e as situações e depois quando a coisa dá para o torto – o que acontece quase sempre – vêm, prestes, a terreiro pregar o seu contrário. Alguns exibem até, alguma indignação. A crise, porém, nunca passa por eles e não há notícia de nenhum restaurante de luxo a fechar as suas portas.

 

Nós não podemos passar a vida em fuga para a frente nem na mentira permanente.

 

O Robin dos Bosques está de volta aos écrans de cinema. Não tarde que o Zé do Telhado ande novamente a monte.

 

10/5/2010

 

   

João José Brandão Ferreira

       TCor/Pilav(Ref)

 

 

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