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A bem da Nação

JANELAS DE LISBOA

 

http://www.ednaschonblum.com/serie_janelas__Lisboa.jpg

 

Tenho quarenta janelas

Nas paredes do meu quarto.

Sem vidros nem bambinelas

Posso ver através delas

O mundo em que me reparto.

 

Por uma entra a luz do sol,

Por outra a luz do luar,

Por outra a luz das estrelas,

Que andam no céu a rolar.

 

Pela maior entra o espanto,

Pele menor a certeza,

Pela da frente a beleza,

Que inunda de canto a canto.

 

Pela redonda entra o sonho,

Que as vigias são redondas,

E o sonho afaga e embala

À semelhança das ondas.

 

Todos os risos e choros,

Todas as fomes e sedes,

Tudo alonga a sua sombra

Nas minhas quatro paredes.

 

Oh janelas do meu quarto,

Quem vos pudesse rasgar!

Com tanta janela aberta

Falta-me a luz e o ar.

 

  António Gedeão

 

(Lisboa 1906 - Lisboa 1997) Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa. António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979).

  

Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção.

 
Em 1963 publicou a peça de teatro RTX 78/24 (1963) e dez anos depois a sua primeira obra de ficção, A Poltrona e Outras Novelas (1973). Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago de Espada.

  

in  http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=Ant%c3%b3nio%20Gede%c3%a3o

 

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