À MINHA MÃE
Em prosa, em poesia também,
Procuro encontrar palavras belas
Que vos falem da minha velha Mãe.
Vejo-a rodeada das panelas,
Postas em cima do velho fogão
A lenha e muito, muito antigo.
A minha irmã sentada no chão,
Brincava com um vizinho Amigo.
E os olhos da minha Mãe, marotos,
Sorridentes, num rosto de carmim,
Como nós, pareciam dois garotos,
Brincando efusivos num jardim.
Morreu, já muito velha e cansada.
Não no seu lar; mas sim, atropelada.
Luís Santiago,
Sintra, 13/06/2010
A minha Mãe fazia este mês 82 anos. Vivia na aldeia em que nasceu. Um dia numa visita a uma Amiga, foi brutalmente atropelada por dois carros. Um condutor com a pressa, passou pela sua frente e bateu-lhe, atirando-a para o meio da estrada. A condutora que a atropelou tinha à sua frente uma visibilidade de mais de 300 m e não parou, arrastando-a debaixo do carro. Isto tudo, dentro da passadeira de peões...