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A bem da Nação

INVESTIGAÇÃO AGRONÓMICA

Intervenção de Miguel Mota no

 

Fórum TSF sobre Inovação

 

em 23 de Novembro de 2009

 

 

Moderadora – Vamos já ao encontro do primeiro ouvinte, Miguel Mota, é Professor Catedrático jubilado, liga-nos de Oeiras. Bom dia.

 

Miguel Mota – Muito bom dia e muito obrigado por esta oportunidade para falar aos portugueses, especialmente dum problema tão importante como é este da inovação que, como já foi dito, depende da investigação científica.

 

Eu não sei o que vai fazer o Ministro da Agricultura que tomou posse há pouco, mas se não inverter rapidamente e drasticamente o que tem sido feito nos últimos tempos de destruição da agricultura, com especial ferocidade pelo ministro que, felizmente, já não está em funções, Portugal continuará, cada vez mais, na cauda da Europa.

 

E é exactamente pela investigação agronómica que deve começar, travando a destruição em curso e recuperando e ampliando aquilo que em tempos já tanto deu ao país e agora está uma amostra pequeníssima do que já foi. E deve começar pela Estação Agronómica Nacional, recentemente destruída, extinta, quero dizer, pela segunda vez! A primeira tinha sido com outro ministro e restaurada tempo depois.

 

Para além da grande contribuição que deu para a ciência, foram numerosos os casos em que, inovando, deu resultados económicos importantes à agricultura portuguesa. E, já agora, falo dum outro caso a ser destruído, que é a Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, cuja contribuição também foi enorme.

 

O grande público não se terá apercebido destes factos, mas eu posso mostrar um caso que toda a gente conhece, embora, provavelmente, ignorem a origem. Toda a gente conhece a uva D. Maria, que existe nos mercados, uma uva de bagos grandes, branca, muito doce e que já deu ao país muito dinheiro desde que foi introduzida. O que as pessoas não sabem é que ela resultou da investigação agronómica feita aqui em Oeiras, na Estação Agronómica, num trabalho brilhante de Genética, do meu infelizmente já falecido colega José Leão Ferreira de Almeida. Cruzou diferentes variedades, fez selecção e, entre as várias que conseguiu, uma delas foi essa que ele baptizou com o nome de sua mãe, D. Maria. O que a uva D. Maria dá ao país todos os anos, em relação àquelas que ela substituiu – é um caso de inovação dos mais típicos – é com certeza muito superior a tudo quanto a Estação Agronómica gasta. E quantos mais casos como a uva D. Maria deixaram de ser produzidos? Eu sei bem o que é essa destruição, pois conseguiu destruir grande parte do trabalho que eu ali fiz durante os muitos anos em que fui Chefe do Departamento de Genética.

 

O actual ministro deverá inverter esta destruição que, aliás, está patente em qualquer supermercado. Quando vamos a um supermercado e compramos batatas, cebolas, alhos e cenouras vindas de fora, isso quer dizer que a nossa agricultura está num estado miserável. E o responsável número um é, naturalmente, quem estiver à frente da pasta do Ministério da Agricultura.

 

Era isto que seria preciso fazer para Portugal sair da cauda da Europa.

 

Muito obrigado.

 

 Miguel Mota

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