A DEMOCRACIA DE POPPER – 1
COM QUEM E POR QUEM?
Extracto de Conferência de Lisboa proferida em
Outubro de 1987 por Karl Popper
In EM BUSCA DE UM MUNDO MELHOR, Editorial Fragmentos, 3ª edição (Novembro de 1992), págs. 226 e seg.
1. NOTA PRÉVIA
Quem foi Karl Popper?

Nascido numa família de classe rica de origem judaica secularizada, foi educado na Universidade de Viena. Concluiu o doutoramento em filosofia em 1928 e ensinou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Em 1937, a ascensão do Nazismo levou-o a emigrar para a Nova Zelândia onde foi professor de filosofia no Canterbury University College, Christchurch; em 1946 foi para Inglaterra tornando-se assistente de lógica e de método científico na London School of Economics, onde foi nomeado professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro (Sir) da Rainha Isabel II em 1965 e eleito para a Royal Society em 1976. Reformou-se da vida académica em 1969 apesar de ter permanecido activo intelectualmente até à sua morte, em 1994. Recebeu a insígnia de Companheiro de Honra (Companion of Honour) em 1982.
Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos aproximar-nos dela por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório. Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas observações, devemos perguntar-nos: será que é mesmo assim? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa? Einstein é o melhor exemplo de um cientista que rompeu com as teorias estabelecidas na física.
Popper debruçou-se sobre a teoria Marxista e sobre a filosofia que lhe é subjacente, a de Hegel, retirando-lhes qualquer estatuto científico. O mesmo em relação à psicanálise cujas teorias subjacentes não são falseáveis (refutáveis).
O seu trabalho científico foi influenciado pelo estudo que fez da teoria da relatividade de Albert Einstein.
Para saber mais, consultar http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Popper
Março de 2010
Henrique Salles da Fonseca
[1] - Falseabilidade (ou refutabilidade) é um conceito importante na filosofia da ciência (epistemologia). Para uma asserção ser refutável ou falseável, em princípio será possível fazer uma observação ou fazer uma experiência física que tente mostrar que essa asserção é falsa. Por exemplo, a asserção "todos os corvos são pretos" poderia ser falsificada pela observação de um corvo vermelho. A escola de pensamento que coloca a ênfase na importância da Falseabilidade como um princípio filosófico é conhecida como a Falsicificacionismo.