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A bem da Nação

POSTAIS ILUSTRADOS XXXV

 

FROM VATICAN WITH LOVE
II
The Illumination*

“As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão” William Shakespeare

 

Pasmei de ouvir um raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave terá tido pousada nos seus umbrais
Com o nome “nunca mais”,
(Estrofe do Poema “O Corvo” de Edgar Allan Poe, traduzido por Fernando Pessoa)

 
 
Há por este país muitos pássaros que não nos falam claro, cujas palavras “iluminadas” fazem muito pouco ou nenhum sentido. Este pássaros “iluminados” têm tido pousada nos beirais das nossas casas e guarida dentro destas… Espero que partam e não voltem nunca mais, iluminados pelo sentido de honra, ética e moral.
Os Corvos [1] poderiam ser todos os políticos que não honraram ou não honram as funções de Estado para que foram eleitos, muito embora, entre os políticos e as políticas haja muitos pássaros honrados que não andam à sorrelfa pelos nossos beirais. Felizmente, para nós, são a maioria.
Se bem se lembram comecei esta série de textos após ter sido anunciada a visita ao nosso país de Bento XVI, no ano de 2010. Um ano imperativo no nosso país. E imperativo porquê? Já o disse, neste blogue. É o ano da viragem, ou para navegarmos, ou para nos afundarmos. É o ano de todas as decisões. É o ano da demonstração da nossa capacidade para pormos o país no rumo certo.
Eu sei que para mim o que é o rumo certo pode não ser para outros. O meu ponto de vista é discutível. Mas resumiria este rumo certo ao conjunto de opções políticas, obtidas em consenso, para que o nosso Povo vivesse melhor, com os sacrifícios limitados ao essencial, muito embora se reconheça que tem de haver sacrifícios por culpa dos erros após erros cometidos por todos nós.
Não percamos tempo a chorar sobre leite derramado. E também se diga, aqui, convicta e claramente, que os sacrifícios que se pedem não sejam suportados só por alguns, mas por todos, como Comunidade. Que não sejam sempre os mesmos a levar com o chicote nas costas, já demasiado cansadas e ensanguentadas das vergastadas da Vida…
O ano de 2010 é o ano da iluminação do espírito político, para que nos salve da escuridão em que estão a mergulhar o país. Que a visita do Santo Padre seja a luz que nos falta, para iluminar o Senhor Presidente da República a não cair na armadilha das eleições antecipadas, para que a legislatura chegue ao fim, provavelmente, coxa, mas a andar… Ao contrário de William Shakespeare não me repugna usar as palavras para, até à exaustão, provar que estou certo. Para alertar aqueles de cujas decisões depende o futuro de nós todos que serão, responsáveis e responsabilizados pelas suas acções.
Têm o ano limite de 2010 para consertar o mal que tem sido feito a Portugal, com estratégias pessoais e político-partidárias em prejuízo do colectivo. Aproveitem a vinda do Santo Padre, mesmo aqueles que não são católicos, nem cristãos, nem crentes em qualquer religião, para iluminarem as consciências próprias e alheias e tomarem as atitudes certas em prol da Nação e do Povo Português, assumindo a coragem de mudar o rumo da política em geral.
Os Corvos [1] que emigrem para qualquer paraíso fiscal e libertem-nos dos seus bicos.
Em prol de um ano de 2010, próspero de decisões acertadas…
 
 Luís Santiago
(*) A Iluminação
[1] Claro que me refiro e realço o comportamento necrófago da parte alimentar e de serem classificados pelos biólogos como animais inteligentes.

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