ÉTICA LUSÓFONA E SENTIDO DE ESTADO – 1
1. ÉTICA, O QUE É?
Moral é a questão dos princípios; Ética, a dos factos.
Para Aristóteles era a virtude implícita nos costumes; para Espinosa, a conformidade com as leis eternas, as da Natureza, com a determinação divina; para Kant era o dever e para Hegel a obediência. Hegel foi mesmo ao ponto de afirmar que a ética não resulta de um contrato social mas sim de um crescimento natural que surge na família e culmina, no plano histórico e político, no Estado. A história do mundo – escreveu ele – consiste em disciplinar a vontade natural incontrolada, conduzi-la à obediência de um princípio universal e, nesse enquadramento, facilitar a liberdade individual.
Ou seja, estamos perante um conceito do comportamento social conforme aos costumes virtuosos, às leis naturais, à Fé, ao voluntarismo e à disciplina.
Mas há uma outra fonte que actualmente não podemos ignorar: a razão. Nesta circunstância é de esperar que a ética assente no pensamento racional. E como este varia consoante a sociedade de que emana e da época em que é gerado, temos que reconhecer a ética como um valor relativo, não absoluto nem definitivo.
Eis como podemos e devemos conceber uma Ética Lusófona para o séc. XXI.
Podemos pelas razões referidas; devemos porque a isso nos obriga a História.
(continua)
Bragança, 2 de Outubro de 2008 – VII Encontro da Lusofonia