Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

A bem da Nação

PALHINHA...

... uma família açoriana que fez diferença.

 

          

As ilhas dos Açores ficaram por longos anos esquecidas nas brumas do oceano e do tempo.   Isoladas, passaram por muitas carências, e entre elas a falta de assistência médica permanente. Apesar de tudo, consta nos Anais do Município da Horta (Marcelino Lima)  que a vila  recebeu, por ordem do rei D. Manuel,  o Venturoso, um médico em 1517. Depois deste, muito esparsamente, outros chegaram para dar assistência à nossa gente.

 

Mas,  marcada na história da ilha ficou a presença de um médico que trouxe alivio para as doenças que acometiam a cidade da Horta naquele tempo. Gonçalo Rodrigues Palhinha chegou ao Faial em 1799, recém-formado pela Universidade de Coimbra,  para prestar serviços médicos. Era natural de Elvas, Portugal Continental, onde nasceu a 22/8/1770.   Casou na Horta, na igreja da Praia do Almoxarife, berço da minha família por séculos, em 4/8/1806, com a faialense D. Ana Isabel Teles, da romanesca família Valadão.

 

Nesse mesmo ano do seu casamento, recebeu junto com outras autoridades do Faial, uma comissão enviada pelo Príncipe Regente D. João, encabeçada pelo cirurgião Estanislau José Coelho (Actas da Câmara da Horta, liv. XIV, fl.192) que vinha para implementar a vacinação contra a varíola, doença que assolava a ilha e que quando não matava deixava marcas para sempre. A vacina do médico e pesquisador inglês, Edward Jenner, que ainda encontrava desconfiança por parte de alguns países, no Faial, foi introduzida com sucesso,  sem maior resistência.

 

Anos mais tarde, com o falecimento de Gonçalves Maurício, encabeçou o partido médico então existente.   Em 1823, representando a Câmara, junto ao governo, pediu a criação de um segundo partido para assistir a população da ilha.

           

Em 1842 a Câmara nomeou e pagou para os dois partidos médicos,  então já presentes  na Horta, os doutores António Maria de Oliveira e João de Almeida Lima  a manutenção dos serviços profissionais que constavam de visitas semanais às freguesias do campo.

 

Nos tempos antigos, epidemias e pestes grassaram nesta ilha do Faial por falta de serviços profiláticos de higiene e de sanidade pública. À Horta, porto de apoio marítimo no oceano Atlântico Norte, chegavam navios de todos os lados do mundo, trazendo consigo ares de novidades e  também de doenças. Isso provocou uma preocupação e  atenção especial  do serviço de Sanidade Publica, que passou a ter mais controle na entrada de embarcações vindas de fora e cuidados com as normas de higiene da cidade.

 

Depois de anos de serviços à comunidade faialense, o estimado profissional passou com alguns familiares à cidade de Angra, na Terceira,  onde faleceu a 22/11/1824.

           

No Faial, Gonçalo Rodrigues Palhinha teve com sua mulher dois filhos:

            D. Mariana Palhinha, nascida na Horta e falecida em Angra, e João Teles Peixoto da Silveira Guterres, nascido na Horta e falecido também  em Angra. Fora do casamento foi pai de D. Luísa Teles, freira do Convento de São João na Horta e D. Jesuína Teles Peixoto Palhinha, nascida no Rio de Janeiro.

 

Muitos dos descendentes dessa família açoriana, nas ilhas,  e no Continente, foram homens e mulheres importantes, pesquisadores, advogados, jornalistas, botânicos, políticos, altos funcionários do governo, que prestaram serviços relevantes à terra onde nasceram. Como por  exemplo, o neto do estimado médico, que teve o mesmo nome, Gonçalo Rodrigues Palhinha, que foi entre outras coisas, escrivão da Fazenda em Angra, delegado do Tesouro em Ponta Delgada. Inspector da Fazenda em Guarda, Portalegre, Santarém e Porto, no Continente.    Em Lisboa ainda existem muitos descendentes desse prestigioso médico, marcantes presenças nas áreas da Cultura e Ciência da capital portuguesa.

 

             

Nos Anais do Município da Horta, o nome de Gonçalo Rodrigues Palhinha  está registado para sempre como um homem que ajudou, com seu trabalho e competência, a tornar melhor a vida dos faialenses.

 

              

                 Maria Eduarda Fagundes

                       Uberaba, 22/08/09

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2006
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2005
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2004
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D