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A bem da Nação

A CULTURA NO FUTURO DAS CIDADES – 4

 

 
 
 
 
Finalmente a cidadania e a conclusão
 
Surge assim a importância essencial das organizações de cidadania em geral, de âmbito local ou internacional que equilibram e complementam as organizações políticas, partidárias e corporativas que a experiência tem demonstrado serem insuficientes para a defesa dos interesses do País e por isso terem que ser complementadas com a participação operacional de todos aqueles que querem ter voz activa, sem os compromissos de luta pelo poder e por interesses próprios que sendo ambos necessários e fatais introduzem sempre distorções características da natureza humana.
 
Na verdade a evolução dum povo depende exteriormente da sua interacção com os seus vizinhos, com uma noção de vizinhança muita larga, e internamente da interacção das suas elites com a restante população e das características de ambas.
 
Mas se as elites não se mostrarem à altura necessária e suficiente para a resolução dos problemas existentes, o que fazer? E como?
 
E assim fica a capacidade de actuação da cidadania com parte do peso da responsabilidade de realizar as mudanças indispensáveis. Muito aproximado do que aconteceu na crise de 1383-1386.
 
E para terminar, afinal o que poderei sugerir para a previsão do futuro próximo?
 
Estas previsões sempre houve tendência para serem aproveitadas para impressionar as populações e já que se torna difícil convencê-las com razões, sempre é mais fácil meter-lhes medo e assim com frequência são apocalípticas. E de facto podem sê-lo.
 
Mas julgo preferível ir pelo caminho da previsão condicionada: grande desenvolvimento em tecnologias no campo da genética, das nanotecnias, dos materiais…e doutras inovações ainda desconhecidas.
 
Política nacional: as previsões a nível nacional não são famosas, a nossa riqueza continua a cair como tem acontecido desde há cerca de 40 anos mas estão surgindo jovens promissores e deveremos corrigir a actual Constituição que tem a particularidade de ser bi-presidencialista e pouco operacional.
 
Política internacional: parece certo não haver tão cedo nenhuma potência dominante como aconteceu com a Inglaterra no século XIX e os EU no século XX pois agora temos a China, a Índia, a Rússia, o Japão, o Brasil e a Europa mais no comercial que no político porque para isso acontecer seria preciso haver uns Estados Unidos da Europa e os europeus não são capazes de tal proeza.
 
Energia: vai custar mais cara quer por razões ecológicas quer pelos custos de produção pelo que teremos que nos adaptar a transportes mais caros e a mudanças nos sistemas de produção e distribuição e a dar mais importância à mão-de-obra. A falácia do hidrogénio não passa disso porque ele só serve para transportar energia e não como matéria-prima.
 
Matérias-prima/manutenção e reciclagem: a carência de matérias-prima e o aumento do custo da sua extracção vai reforçar o que se disse no item anterior com ênfase nestas actividades.
 
Mão-de-obra: a gestão dos recursos humanos vai ter que mudar pois há que se adaptar aos enormes volumes de mão-de-obra e à necessidade de resolver as questões de produtividade simultaneamente com o combate à precariedade e ao desemprego que estão na origem de grandes convulsões sociais.
 
Pobreza/Riqueza: o facto de haver cerca de metade da população mundial com nível de extrema pobreza obriga a encarar esta questão de forma imediata e eficaz pois não se trata de acabar com os ricos mas sim de acabar com os pobres o que só será possível com um sistema de gestão mundial que equilibre os principais interesses de toda a população.
 
Alimentação/fome: está na mesma linha de pensamento e acção que o anterior com a agravante de que a fome tem efeitos muito rápidos e a alimentação está ligada à gastronomia e aos excessos alimentares que dificulta a adopção de sistemas inteligentes de gestão da produção que é naturalmente limitada, além do espectro da especulação.
 
Segurança /liberdade: a facilidade de comunicação veio aumentar as necessidades de combater a insegurança daí resultante o que obrigará a meios mais apertados de vigilância o que significará mais restrições e até eventualmente menos liberdade. Trata-se de um equilíbrio difícil de atingir onde a cidadania terá, e já tem, enorme importância.
 
Educação: para que seja possível a mudança de quantidade para qualidade é indispensável alterar o actual equívoco prestando a devida atenção aos sistemas de enquadramento e aos exemplos dados pelos mais velhos e mais importantes, o que na prática inclui quase toda a gente menos as crianças (e mesmo nestas só as mais novas).
 
Organização do trabalho e das reformas: como corolário do que atrás foi dito é essencial rever tudo o que existe pois é forçoso ter um conceito de trabalho que permita prolongar a vida produtiva de cada um, porque se não for assim não haverá dinheiro para pagar as reformas, não será possível aproximarmo-nos do pleno emprego nem dar possibilidades de mínima realização pessoal à maioria da população.
 
No caso da nossa cidade,Tavira, a previsão optimista é finalmente termos desenvolvimento náutico que atrairia muitos interessados todo o ano e não apenas mês e meio como tem sido a ideia do Sol e praia e tornar esta cidade um pólo de excelência da náutica de recreio dando-lhe a vida que todos ambicionamos com a criação de numerosos postos de trabalho bem valorizados e o fim dos muitos fogos devolutos.
 
 
Tudo problemas de gestão, difíceis de resolver com certeza, mas possíveis e na minha opinião a única solução para pôr de lado as visões apocalípticas. Gestão que não seja apenas para dar lucro pelo lucro mas que contribua de facto para melhorar as condições de vida de todos e assente nos três pilares essenciais: a sabedoria, o poder e a caridade.
 
Para já temos um tempo magnífico e como já passámos por fases bem mais complicadas, havemos de descobrir como continuar a viver e tenho esperança que seja com a maior participação das organizações de cidadania.
 
Muito obrigado pela vossa atenção.
 
FIM
 
Tavira, 8 de Agosto de 2009
 José Carlos Gonçalves Viana

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