O QUE É DEMAIS ENJOA

“Há que evitar que a imagem do Irão se apresente torcida”, é verdade, uma vez que concordo inteiramente com tal citação e me encontro obrigado a contribuir na qualidade de cidadão iraniano.
Ninguém poderia pôr em questão a evolução e a posição do Irão na região, a questão crucial que se levanta é: Porque é que o povo iraniano participou nas contestadas eleições presidenciais à grande? O que teria motivado um número assinalável dos iranianos a aparecerem como eleitores e não rejeitores?
Para responder a estas perguntas convém dar uma vista de olhos na demografia da sociedade iraniana, todavia não é preciso complicar e estudar um rol sem fim de dígitos e cifras, basta apontar para dois factos imprescindíveis:
1. A maioria da população iraniana é de idade inferior a trinta anos;
2. A vaga gigantesca de emigração que aumentou bruscamente nos últimos anos, fenómeno interpretado como “liberdade” e não fuga de cérebros pelo ex-presidente Mahmud Ahmadinejad.
Já agora tratemos da questão de “motivação”. Será o amor ardente que se sente por uma teocracia onde a liberdade de expressão se realiza só após exames prévios minuciosos à lupa? Será o apoio a uma ditadura provida de forças policiais extraordinárias entre as quais forças para medirem a decência das pessoas na rua (forças estas que foram organizadas e reactivadas de um modo mais intensificado graças à presidência de Ahmadinejad)? O povo terá gritado “Viva a República Islâmica” numa tirania na qual não se vislumbra nenhum futuro profissional para os universitários?
O povo iraniano acorreu às urnas pura e simplesmente para se livrar de Ahmadinejad que denegriu a imagem do Irão e manchou a reputação dos seus cidadãos internacionalmente e infernizou a vida deles nacionalmente.
A fraude eleitoral que por sua vez é uma ofensa imperdoável à inteligência de uma Nação, foi a última gota que caiu acabando por transbordar a paciência da nossa sociedade jovem, que exige a liberdade e a felicidade que merece. O mundo está a testemunhar que o Estado iraniano responde com tiros, detenções e torturas às reivindicações normalíssimas em qualquer democracia.
VIVA A LIBERDADE
VIVA O IRÃO
As) Autor identificado mas cujo nome não revelo para sua segurança pessoal