A QUEM DAREI O MEU VOTO – 1
Aproximam-se as eleições europeias, as autárquicas e as legislativas. 2009 é um ano em cheio para quem tenha o hábito de votar. Vou, portanto, ter um ano politicamente muito activo.
Dentre tantas eleições, não hesito em atribuir a maior importância às legislativas. Reconheço que as autárquicas são muito importantes na perspectiva que lhes compete, a local, mas às europeias continuo a não levar muito a sério. Porquê? Porque o Parlamento Europeu não manda nada que se veja e quem produz a legislação europeia são aqueles conjuntos anónimos de funcionários apátridas que pululam em Bruxelas acolitados por funcionários nacionais que por ali passam a dar o corpo como presente e a dizer coisas que os Governos se comprazem em ignorar com base no pressuposto de que aos funcionários competem assuntos técnicos e os governantes só se metem na política. E é deste modo que aparecem cá fora Directivas e Regulamentos elaborados por anónimos de cujos detalhes e consequências os eleitos se alheiam. Nós, os contribuintes comuns, só temos que pagar, cumprir e calar.
É para mim claro que esta realidade vai ter que ser radicalmente alterada e por isso mesmo sou favorável à urgente entrada da Turquia na UE. Porquê? Porque quando a Turquia entrar – e Obama já deu as suas ordens aos que por cá lhe obedecem – os desequilíbrios e a confusão vão ser tão grandes que a metodologia vai ter que ser completamente alterada sob pena de haver uma implosão que acabe com toda esta alucinada encenação unitária – unicitária, diria mesmo.

Tendo, portanto, a União Europeia como uma utopia sem nexo, não lhe vejo qualquer solidariedade nem lhe atribuo a menor importância como inspiração estrutural para os interesses estratégicos de Portugal nem de qualquer outro país europeu não dominante. Muito menos lhe vejo qualquer acção que a faça relevante para o resto do Mundo. Portanto, et sans blague, nas eleições europeias vou votar no Partido – democrático ocidental – que preconizar a mais urgente adesão turca.
Lisboa, Abril de 2009