Os “finalmentes”
Mesmo com toda a tecnologia, descoberta de medicamentos e atividades para a terceira idade que prolongam e melhoram a qualidade de vida, a velhice continua sendo a fase final do ciclo existencial, onde o idoso, ao fim e ao cabo, está condenado, na maioria das vezes, ao desconforto das dores funcionais e ao ostracismo que o estilo de vida moderno trás. Que diferença para a sociedade oriental que encara o senescente como fonte de conhecimento e sabedoria!
Ter apoio familiar, independência financeira, atividades salutares adequadas à idade, lúdicas e culturais, médicos e medicamentos, fazer viagens, são benefícios que trazem conforto para a velhice, acessíveis, no Brasil, só para uma minoria.
A senelidade pode ter assistência, mas ainda não tem uma medicina com dados e pesos específicos para os mais velhos, que são avaliados e tratados geriatricamente de maneira empírica, tendo como referência o adulto hígido. Embora a velhice não seja uma patologia, assim como não é a infância, adolescência e a menopausa feminina, é a fase da vida onde o individuo é mais vulnerável às doenças. Como a criança, mas sem a sua capacidade de reação, o velho tem o equilíbrio orgânico lábil, fronteiriço à anormalidade, pré-disposto à patologia. Ser senescente é ter menor capacidade de adequação às mudanças físicas e psíquicas. É ser mais suscetível ao estresse emocional e às alterações bruscas de clima e ambiente. Potencialmente, é ser um depressivo, desidratado, hipotônico, lento e hipoventilado. Para combater essa fragilidade natural da idade temos os recursos antigos como o amor familiar e a assistência social, os modernos, como terapêuticas fisioterápicas (exercício respiratórios e posturais, hidroginástica, massagens,...) e a medicina alternativa ( homeopatia , macrobiótica, acupuntura, cromoterapia, aromatoterapia, climatoterapia, fitoterapia, hidroterapia,...) usada em todos os tempos. O idoso merece cuidados maiores com a lida e com as doses de medicamentos. Ao se observar sempre o estado físico, evita-se problemas iatrogênicos, intoxicações e dependências.
Estar na terceira idade, com mais de 60 e bem, é estar, hipoteticamente, com a vida já ganha, no lucro, aproveitando os” finalmentes”.
Uberaba, 20/09/08.