Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

A bem da Nação

DOMÍNIO INGLÊS NO BRASIL – 6

 

              
OS TRATADOS DE 1810
 
 
Final da 5ª parte: As relações tradicionais e os compromissos recentes entre a Metrópole e a Inglaterra indicavam que tudo poderia ser obtido por negociações, cujas bases estavam lançadas e eram ajudadas pelas circunstâncias, inclusive a de estar a Metrópole sob ocupação francesa. Com o Brasil era preciso estabelecer as relações de soberano e subalterno e exigir obediência a ser paga como preço da protecção a que o Ministro Strangford se referira em sua correspondência a Conning, ainda em Lisboa. Conquistada essa posição no Brasil, a Inglaterra faria base aqui e lançar-se-ia à conquista do mercado platino nas melhores condições e conforme as circunstâncias, utilizar Portugal e o Brasil para alcançar os seus objectivos. A ideia do porto em Santa Catarina obedecia a essa finalidade.
 
 
Parte 6: A abertura dos portos
 
A abertura dos portos efectivada na Bahia a 28 de Janeiro de 1808, só pode ser compreendida no contexto dos acontecimentos que constituem o processo de expansão mercantil britânica e, em particular, o da conquista do mercado brasileiro. A decisão foi tomada pelo príncipe em Salvador. A abertura dos portos consentida em carácter provisório e apenas em relação a alguns ancoradouros, surgia como imposição natural. Evitá-la ou protelá-la seria concordar no bloqueio da colónia.
 
 
 
O governo português recusou ratificar a disposição relativa ao porto na ilha de santa Catarina, que os ingleses pleiteavam. A protelação aconteceu em decorrência de sucessivos acontecimentos que exigiu as atenções e providências mais urgentes.
 
A abertura dos portos não se identificou com a intenção de beneficiar o Brasil, mas com a necessidade de dar continuidade às relações comerciais com o exterior, dele recebendo as mercadorias indispensáveis e destinando-lhes aquelas da produção local, além de proporcionar ao erário os tributos sem os quais não se poderia manter. O acto foi benéfico à Colónia, não resultou da intenção de beneficiá-la mas, sem dúvida, beneficiar a Inglaterra, que ficava com o monopólio comercial externo brasileiro. Quando esse comércio deixou de beneficiar aquele país, devido a alteração nas circunstâncias, impôs o tratado de 1810, que lhe deu as condições que as novas circunstâncias haviam retirado.
 
A Colónia negociava directamente com o exterior pela primeira vez, mas não com os seus capitais, que não os tinha, nem com os seus navios que também lhe faltavam. O comércio crescia desde a abertura dos portos e em consequência da estrutura colonial de sua economia, o Brasil precisava vender para poder comprar. O Rio de Janeiro tornou-se o grande entreposto colonial. Ao seu porto afluíam mercadorias que de lá eram distribuídas pela costa da Bahia a Montevideu e para o norte. Recebia variedade de mercadorias da Europa, da Índia, da China, de Angola e Moçambique, apesar de na época o mercado consumidor ser limitado.
 
Continua
Belo Horizonte, 28 de Maio de 2008
Therezinha B. de Figueiredo

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2006
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2005
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2004
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D