Os vitrais e o homem
Lendo num jornal da cidade um artigo sobre vitrais do ex-diretor do Colégio Diocesano de Uberaba, professor Antonio C. Gomes, retirei os seguintes pensamentos e notas que julguei serem de sensibilidade e interesse:
“Os vitrais, como os homens, devem ser olhados à distância, sem se reparar nos pequenos detalhes das emendas de chumbo, usadas para colar os pedaços de vidro, pois assim percebemos melhor o conjunto.”
“Os vitrais devem ser vistos como um todo, de dentro para fora, à luz do dia, para se ter idéia da sua beleza e daquilo que representam”.
“Como nos vitrais, nós temos a tendência de observar os homens pelo exterior, de fora para dentro. Por isso devemos ter a paciência de procurar vê-los pelo avesso, à luz da caridade, para conhecê-los.”
“Quando olhamos as pessoas de longe evitamos reprimendas e conflitos. Vemos somente o que nelas é relevante, esquecendo os pequenos detalhes que não mudam julgamentos.”
A família é como um rico vitral constituído de várias peças, unidas umas às outras pela compreensão, paciência, e perdão. E, como um vitral, parece feia visto de fora para dentro, ou quando está desfalcada de algumas peças”.
“As pessoas que nos rodeiam são como peças de vitrais. Sem elas a vida talvez não fosse tão rica, colorida e bonita. Pense nisso”.
Curiosidades
O vidro é conhecido dos egípcios há mais de cinco mil anos e foram os romanos que o introduziram na Europa. Mas só em 1100 da nossa era a Igreja adotou o estilo gótico para a construção das igrejas com o emprego de vidros coloridos nas janelas que contavam passagens da Bíblia, da vida dos santos e do cotidiano. Na Idade Média quando a maioria das pessoas era analfabeta, os vitrais eram verdadeiros livros ilustrativos, ricos em significados, representados em símbolos e alegorias.
O vitral da Rosácea de Notre Dame, em Paris, mede 13 metros de diâmetro. É uma verdadeira obra de arte. Mas os mais belos vitrais do mundo estão na Catedral de Chartres, também na França. Nas suas 160 janelas foram usados 2.800m2 de vidro. Nas épocas das duas grandes guerras mundiais eles foram retirados um a um e guardados em lugar seguro. Após os conflitos foram recolocados em seus antigos lugares.
A atitude diante de uma dessas obras de arte deverá ser de contemplação e meditação.
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 11/05/08