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A bem da Nação

SALVEMOS A LIBERDADE

A PROPÓSITO DO REENCAMINHAMENTO DE MENSAGENS

 

 

Recebi este anexo [i] e, depois de reflectir sobre o seu conteúdo, resolvi tecer algumas considerações, como forma de mostrar a minha concordância com o que apreendi e de complementar a sugestão nele implícito.

 

Eu e, certamente, os destinatários dum modo geral,  já estamos saturados de receber anexos que nada ou pouca coisa dizem, muitos deles a repetirem-se ou simplesmente a travestirem-se, isto é, mantendo um conteúdo já muito difundido,  apenas mudando a roupagem. Sucede que muita gente vê a caixa encher-se até ao limite da sua capacidade, muitas vezes tendo de eliminar mensagens por falta de tempo para as ler, o que acaba anular a intenção subjacente à comunicação.

 

Se bem repararmos, pouco ou nada essas mensagens acrescentam à nossa informação, cultura, inteligência  ou mesmo recreação. Não raro, concluímos que o acto de aceder aos seus conteúdos é em si uma ruinosa utilização do nosso tempo, quando podíamos empregar a mesma disponibilidade mental  a conversar uns com os outros, a trocar ideias sobre questões da actualidade nacional ou internacional ou mesmo sobre problemas pessoais  ou familiares que, mesmo triviais,  revestem mais proveito mútuo do que  essa torrente de anexos quase sempre deficitários de interesse ou significado.  Mas há casos mais graves. Por exemplo, já estou farto de receber anedotas rasteiras sobre políticos ou mails carreando denúncias não provadas sobre figuras públicas, anedotas ou denúncias quase sempre convenientemente urdidas e canalizadas por quem delas espera obter a prazo um determinado proveito, uma vez que elas acabam por corroer deleteriamente a imagem dos visados, destruindo-os ou desalojando-os dos cargos que ocupam sem ser pelo escrutínio público ou por ponderada e acertada decisão de quem de direito. Acho que o cidadão civicamente bem formado deve apagar imediatamente esse tipo de  mensagem, não pactuando com o seu reencaminhando, pois é a melhor maneira de matarmos a serpente que alguns, traiçoeiramente,  sem mostrarem o rosto, inoculam dentro do ovo que espalham por esse ciberespaço fora, para consecução dos seus próprios objectivos pessoais. Sempre apaguei, sem ler,  os venenosos mails que recebi a maltratar a imagem do Santana Lopes e agora do José Sócrates, tencionando não vacilar neste procedimento no futuro, sejam quais forem os visados, por entender que quem dá a cara publicamente ao serviço de um  estado de direito e democrático deve merecer um mínimo de respeito cívico. Até mesmo os mails que recebi a visar anedoticamente o Bush passei a tratá-los do mesmo modo, eu que alinho com a crítica acérrima à política internacional do presidente norte-americano.  É que se assim não procedermos, estaremos  a fazer  figura de títere ou a servir de pau mandado de alguns mentecaptos ou gente de má índole que por aí anda e merece ser desmascarada ou, no mínimo, neutralizada.  Mal iremos nós se, com o nosso inadvertido procedimento, difundirmos no novel espaço media, a acção de gente sem princípios ou gente simplesmente despeitada com o êxito de outrem,  gente que, enfim,  não tem qualquer solução para os problemas da colectividade,  mas que se regala com o prazer sádico de perturbar a vida nacional e não deixar governar.  Como só a longo prazo poderá resultar o psicotratamento dessa gente, ao menos que não lhe estendamos hoje, incautamente,  o megafone. Saibamos, sim, é utilizar o sentido do nosso voto nos momentos próprios e não engrossar cada vez mais o efectivo dos abstencionistas.

 

É claro que de vez em quando chegam às nossas caixas alguns anexos que primam pela diferença, mas são raros como rara é a excelência do produto estético e espiritual.  Por outro lado, os anexos com mensagens de índole religiosa ou moralista têm vindo também a abusar da nossa paciência, pela sua exagerada frequência e pela  receptividade do seu conteúdo, isto para não referir a filosofia maniqueísta em que incorrem regra geral. Devemos recusar esse tipo de imiscuição na esfera da nossa espiritualidade, vindo sabe-se lá de onde.

 

Quero com isto tudo dizer que doravante passarei a privilegiar, na minha comunicação com os amigos e familiares, as mensagens de cunho pessoal que nos aproximem mais uns dos outros e nos façam reflectir mais profundamente sobre os problemas reais.  O que não quer dizer que, seleccionando,   deixe de reencaminhar conteúdos recebidos que me pareçam  ter real valor informativo ou cultural, pese embora o subjectivismo da minha escolha.

 

E isto tudo sem qualquer intenção de proselitismo, pois, pelo contrário,  o meu desejo é aprender continuamente com o vosso contributo.

 

Adriano Miranda Lima



[i] - Mensagem em power point referindo que o reencaminhamento de mensagens sem qualquer cunho pessoal acrescentado é uma manifestação de amizade por parte de quem está muito ocupado ou que não sabe o que dizer mas que se quer manifestar de algum modo.

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