DO MEU «LOROSAE» - 8
Gorbatchov morreu com morte anunciada hoje, 31 de Agosto de 2022. Grande sobrevivente os seus contemporâneos na guerra fria, Margareth Thatcher e Ronald Reagan.
Recordo hoje duas frases que marcaram o mundo:
- «Podemos confiar neste homem!» - ouvi eu Margareth Thatcher dizer num telejornal referindo-se a Gorbatchov;
- «Senhor Gorbatchov, deite abaixo este muro!» - disse Reagan frente ao muro de Berlim.
Eis três protagonistas do fim da Guerra Fria, eis três personalidades que marcaram o seu tempo: Thatcher e Reagan revigorando os seus então dormentes ou mesmo declinantes países; «Gorby» tentando pôr um ponto final no anacronismo da ditadura do Comité Central do PICUS (abreviatura fónica de PartIdo Comunista da União Soviética).
Uns mais «réussis» que outros, anoto aqui que os revigoramentos britânico e americano não exigiram mudanças estruturais nos respectivos modelos políticos nem económicos enquanto a tarefa a que Gorbatchov meteu ombros exigia uma profundíssima mudança política, uma radical alteração do modelo económico «et pour cause», um grande incómodo para uma enorme teia de interesses estabelecidos. Thatcher ganhou a guerra contra a Argentina, Reagan ganhou a guerra das estrelas e Gorbatchov foi demitido. Reagan retirou-se para o seu rancho na Califórnia; Thatcher retirou-se para discreta vida familiar; Gorbatchov transformou-se no «ex político palestrante» mais caro do mundo.
Claramente, estes não são tempos de criação de heróis da poliíica mas estranhei que a Rainha Isabel II tivesse apenas enobrecido Thatcher com o título de Baronesa. Caramba, até o nosso Conde-Barão foi mais do que ela!
Algo me diz que o actual Czar, saudoso da «grande mãe russa», não vai patrocinar funerais de Estado a Gorbatchov que fica na História como um homem de bem enquanto o actual Czar…
RIP Senhor Gorbatchov
31 de Agosto de 2022
Henrique Salles da Fonseca