O presente texto deve ser lido na sequência do anterior cuja última frase é «Soluções à vista em próximo texto sem que o Estado abra falência».
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Deportados os estrangeiros a cumprir pena em Portugal e repatriados os portugueses presos no estrangeiro, devem…:
…todos os detidos que possuam habilitações literárias superiores recolher à Ala Escolar do respectivo estabelecimento a fim de aí prestarem serviço como monitores; o mesmo se diga de presos com habilitações técnico-profissionais; devem ser encaminhados para a Ala Escolar os penitentes que não possuam o 6º ano de escolaridade. Assim «com a prata da casa» se consegue aumentar (significativamente?) a capacidade da Escola Prisional sem aumento da Despesa Pública.
Na Ala Demencial devem ser colocados os penitentes com formação na área da saúde, nomeadamente nas áreas da psicologia e da psiquiatria a fim de ajudarem o Pessoal do Quadro (médicos enfermeiros e auxiliares de enfermagem); devem ser domiciliados nesta Ala os penitentes toxicodependentes e sofredores de outros transtornos mentais;
Mentes perversas e rudes (os verdadeiros bandidos) devem baixar à Ala Gímnica a fim de, pelo exercício físico e pela Ordem Unida lhes serem incutidos princípios de disciplina sob o comando de militares voluntariados. Talvez seja possível, a partir daqui constituir as Milícias de Acções de Paz (Sudão, RCA, Katanga, …).
Hoje, pela manhã criança, as gaivotas estavam encolhidas na areia e só eu me aventurei a molhar os pés. Sábias gaivotas! Fiquei transido e com os artelhos a doer. Recolhi à duna e lembrei-me do Professor Marcelo que escolheu os banhos de mar ao longo de todo o ano para dar nas vistas. Transido, resguardei-me numa ravessa da duna e esperei que o Sol aparecesse por cima dos pinheiros no topo da arriba. E, ali, parado, bem longe de qualquer prazer, sem nada que fazer, para além de tentar recuperar algum calor, dei por mim a pensar no ócio.
O ócio é o «pai» de todos os vícios nas mentes boçais, mas os pensadores anacoretas provam o seu contrário. E cá estamos novamente na conclusão de que as coisas não são boas ou más por si próprias, mas são no conforme o uso que delas fazemos.
Passo serenamente pelo ócio benigno e pelo falso ócio, o contemplativo, mas detenho-me frente ao outro, o funesto. Este, o ímã dos ignaros e boçais, das mentes viciosas e doentes, das perversas e das rudes.
Eis por que os estabelecimentos prisionais deveriam ser divididos hermeticamente em Ala Escolar, Ala Demencial e Ala Ginasial, em todas com terapias ocupacionais concebidas adrede e visando a reintegração social do «Paciente»; em todas reduzindo sistematicamente o ócio. Assim seria a diálise social a substituir as actuais «escolas de refinamento da malandragem».
NOTA FINAL – Dito há uns tempos por um Técnico de Reinserção Social numa TV que «se as escolas prisionais tivessem o dobro da capacidade, as filas de espera não acabariam».
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Soluções à vista em próximo texto sem que o Estado abra falência.
Vasco Maria Eugénio de Almeida, Engenheiro Agrónomo, Socialmente reconhecido como «Conde de Vil’Alva», casado com Maria Teresa Belo Eugénio de Almeida socialmente reconhecida como «Condessa de Vil’Alva», eram proprietários de vasto património rural e urbano e não tinham herdeiros em 1º grau;
Decidiram constituir a «Fundação Eugénio de Almeida» com o objectivo principal de reinstalar os estudos superiores em Évora – e assim feito com o ISESE – Instituto Superior Económico e Social de Évora, assim ressurgiu a Universidade.
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Sem demérito para os demais objectivos da Fundação, o regresso dos «Altos Estudos» `a cidade constituía o principal instrumento para o desenvolvimento intrínseco daquela região de Portugal. O verdadeiro desenvolvimento endógeno é humano; ocupação de mão-de-obra é «política esmoler».
«Se um pobre te pedir um peixe, ensina-o a pescar».
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Como dizia o poeta, «falta cumprir Portugal»: onde persiste o analfabetismo, onde a maior parte da população em idade activa não cumpre com o ensino obrigatório, onde continuam a ser poucos os que têm alguma formação pós-secundária.
Os Condes de Vil’Alva, foram compassivos, voluntariosos e generosos mas nós, os seus beneficiários, aguardamos egoisticamente a consumir oxigénio à espera que «a da foice» nos venha buscar.
Assim, para não bulir muito com a passividade instalada, sugiro criação (mesmo que apenas informalmente) do círculo cultural Condes de Vil’alva não apenas para honrarmos a sua memória mas sobretudo para tentarmos dar algum seguimento à sua obra de valorização humana.
Hoje, pouco depois da alvorada, no topo da duna, recordei a ideia de que filósofo é pensador erudito e que pensador popular é sábio. A diferença está em que filósofo explica e sábio é axiomático. Na edição que conheço, a «Crítica da Razão Pura» de Kant tem cerca de 1ooo páginas e o António Aleixo é conclusivo logo no início da primeira página d’ «Este livro que vos deixo».
E mais me lembrei do Imperativo Categórico pelo qual Kant definiu a lei moral segundo a qual todos nós devemos nos comportar de modo que as nossas atitudes possam constituir regra universal em prol do bem da Humanidade.
Concluo que o Imperativo Categórico é a Laicização e globalização da fé luterana segundo a qual a salvação se consegue pelo trabalho em prol do bem-comum da sociedade a que cada um pertença.
Já o Imperativo Hipotético determina que, perante um determinado objectivo, a pessoa tudo deve fazer para alcançar esse desiderato. Stalin, Hitler, Putin devem ter gostado/gosta deste «mandamento». É que os fins não justificam todos os meios.
As taxações sobre as importações têm como efeito imediato a subida dos preços no mercado doméstico do país importador. Este é, pois, «um verdadeiro tiro no pé». O outro efeito imediato é o do aumento das receitas públicas. Resta saber durante quanto tempo este aumento perdurará. Tudo depende da imprescindibilidade do bem importado e do efeito redutor da procura em resultado do aumento do respectivo preço. A elasticidade da relação entre imprescindibilidade e efeito redutor da procura é questão de caso-a-caso e, muito provavelmente, incompatível com a taxação «cega» de toda a Pauta Aduaneira. E anda avisada a UE não retaliando Trump com tarifas mas sim com barreiras não tarifárias de cariz tecnológico ou quiçá político.
. Estas barreiras, sendo específicas para determinados produtos, poderão ser bem mais radicais inviabilizando certas importações.
E não haverá por cá «Patriotas» da nossa própria raiz?