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A bem da Nação

DOS PREÇOS LIMPOS

 

 

Em época de subida generalizada dos preços, colhe averiguar das causas dessa subida,

* * *

  • São três as causas da subida anormal dos preços:
  • A manipulação dos mercados (não confundir com especulação bolsista);
  • A determinação de Christine Lagarde;
  • A guerra na Ucrânia,

* * *

  1. São várias as causas «limpas» da variação dos preços das quais destaco o valor das moedas, os ciclos económicos (Kondratiev, p.ex.), as sazonalidades naturais. É dentro destes parâmetros «limpos» que funciona a especulação bolsista, mas a vil manipulação dos mercados não hesita em recorrer às «fake news», açambarcamento, etc. para precipitar e ampliar a variações tanto para cima como para baixo.
  2. «Tudo farei para salvar o Euro», disse Mário Draghi; «Os juros sobem para controlar a inflação», diz Lagarde. E há quem acredite. Obviamente, não são mentiras, mas tanto num caso como no outro, a relação causa-efeito não é directa nem inequívoca e muito menos biunívoca. Draghi poderia ter dito que queria apenas aliviar o serviço das dívidas dos países perdulários (v.g. a sua Itália) e Lagarde poderia ter dito que chegara a hora de voltar a defender os interesses dos credores dos mercados de capitais com taxas de juro acima da inflação. Mas ela não devia conhecer o pensamento de Putin e o que ele faria.

 . A guerra na Ucrânia veio somar   tensões inflacionistas às que Lagarde já lançara. Foi a vez dos combustíveis, dos cereais e dos oportunistas nos mercados distorcidos como o nosso, o português.

Tenho dito – e não me canso de repetir – que urge «endireitar» os mercados distorcidos pelo oligopsónio constituído no comércio de retalho e isso consegue-se pela constituição da Bolsa de Mercadorias.

Mas nas minhas confabulações sobre o funcionamento destas Bolsas, faltava-me saber como se conclui uma operação a prazo. Ou seja, quando o prazo termina, a quem se entrega a mercadoria titulada. Decidi colocar a pergunta a quem sabe, o meu colega e Amigo Dr. Palhinha Machado, que tanto sabe (também) desta matéria me respondeu:

«Meu Caro Amigo:

Quanto aos Futuros de Mercadorias negociáveis em Bolsa de Futuros há contratos para todos os gostos.

Chegada a Data de Vencimento, uns contratos determinam a liquidação física (entrega, settlement) e a liquidação financeira (clearing), outros resumem tudo à liquidação financeira (clearing).

Neste último caso, as posições que terminam "in-the-money", ou seja, aquelas a que corresponde um ganho na diferença entre o Preço Futuro e o Preço "à vista" (spot), recebem; a posição contrária ("out-of-the-money") paga. Os movimentos financeiros ocorrem na Contraparte Central (que caracteriza as Bolsas de Futuros) e consistem no levantamento do saldo da conta-margem (para as posições que terminam "in-the-money") e na perda total do saldo da conta-margem (para as posições que terminam "out-of-the-money").

 Quando o contrato de Futuros prevê também a liquidação física (settlement, entrega) a coisa complica-se muito. Por isso, este tipo de contratos é cada vez mais raro.

A primeira complicação está associada ao objecto subjacente (o pernil de porco, o bushel de trigo, o barril de crude, a oz ouro, a oz prata, a quantidade de outro qualquer metal, o Valor Mobiliário, etc.). É que, no contrato, o objecto subjacente está totalmente descrito e tipificado por características ideais; na prática, porém, é aquilo que o vendedor tiver para entregar. Por isso, é que este tipo de contratos de Futuros está acompanhado de Tabelas de Conversão mais ou menos complexas.

Por exemplo, nos Futuros Financeiros sobre taxas de juro de longo prazo está definido o conceito de "Obrigação mais barata para entregar" ("the-cheapest to deliver"). 

É só para especialistas.

Seja como for, as entregas de mercadorias são sempre colocadas à disposição da Bolsa de Futuros em armazéns previamente indicados para o efeito. Nos Futuros Financeiro as entregas movimentam as carteiras registadas numa Central de Valores.

Se precisar de mais "dicas" é só dizer.

APM»

 

Esclarecida a dúvida que persistia, aguardemos por uma decisão ministerial (da Agricultura e das Finanças) que constitua a Bolsa de Mercadorias de Portugal.

 

 

Agosto de 2023

 

Henrique Salles da Fonseca

«UN HOMME ET UNE FEMME»

 

 

  1. DA GENEROSIDADE E DA ESCOLHA

No reino vegetal, é da condição masculina espalhar o pólen ao vento para que alcance uma ou mais congéneres femininas e assim se faça a propagação da espécie. O mesmo se diga do que acontece no meio aquático em que o macho expele as sementes para que as correntes as conduzam às fêmeas.

Em linguagem vulgar, digamos que, nos exemplos anteriores, a reprodução se faz «ao calhas», sem uma vontade consciente pois que, na maior parte daquelas espécies nem sequer há o órgão da consciência, o cérebro. Trata-se, pois, de um acto irracional sobre cuja génese, creio eu, assenta grande polémica entre Darwin e os sacerdotes. Hoje, não vou por aí. Limito-me ao cérebro, como sede da consciência da racionalidade e dos sentimentos.

Passando directamente para os mamíferos sei que todos comunicam entre si e que, uma vez domesticados, comunicam connosco, os humanos.    Esta comunicação pode ser gestual, corporal e até sonora – o miar do gato, o ladrar do cão, o relincho do cavalo… transmitindo vontades, afectos e desafectos. O exemplo que melhor conheço é o da reprodução “en nature” das éguas em manada em que cada semental só é aceite por certas éguas e rejeitado (ao coice e à dentada) pelas outras. Ou seja, a evidente generosidade fecundante do cavalo é condicionada pela escolha que a égua faz do semental por que quer ser fecundada.

Exactamente como na espécie humana: o homem só vai até onde a mulher permite e tudo quanto ultrapasse essa fronteira é violação. Sim, a generosidade é masculina, mas a decisão é feminina.

E, agora, venham cá dizer qual

é o sexo forte… O masculino? Sim, para acarretar com caixotes.

* * *

  1. DA ESTRADA E DAS SUAS BERMAS

Posto o homem perante um conjunto de factos, logo recorre ao seu típico raciocínio selectivo, elegendo um facto como principal e relegando todos os demais para um plano subalterno; posta numa situação equivalente, a mulher

tende a distribuir equitativamente a sua atenção por todos os factos, sem relevância especial para qualquer deles.

Ou seja, o homem define um objectivo mas corre o risco de perder a noção do conjunto enquanto a mulher tende a ter um conhecimento holístico mas corre o risco de perder o rumo. Ele olha para a estrada e ela para as bermas. Eis por que a sociedade perfeita é constituída por homem e mulher.

  1. DA CORRENTE DO PENSAMENTO

Como as cerejas, as palavras pegam-se umas às outras mas isso acontece por causa das ideias que lhes subjazem. As ideias, sim, são como as cerejas desde que ligadas pela lógica. A corrente do pensamento ou é lógica ou não é pensamento. O encadeamento do processo mental exije ponderação e a sua verbalização é mais rápida ou mais lenta conforme a dita ponderação, E esta, afinal, é a tomada de consciências sobre as envolvências, as bermas de há pouco. O homem fala pausadamente porque precisa de olhar para as bermas da via lógica; a mulher fala ininterruptamente porque conhece todas as bermas do caminho e, se perde o rumo, repete tudo até se reencontrar. Resta um enigma: o que leva os madrilenos a falar ao ritmo de uma metralhadora?

   * * *

  1. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O conhecimento empírico é o dos factos;  o conhecimento científico é o das causas.

Nestas matérias, o meu conhecimento é quase todo empírico. Venha a Ciência!

Agosto de 2023

Henrique Salles da Fonseca

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