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A bem da Nação

DA CONDIÇÃO PAISANA - 4

«Honestidade é uma faceta de caracter moral que conota atributos positivos e virtuosos como integridade, veracidade, franqueza de conduta, juntamente com a ausência de mentiras, trapaça, roubo, etc. Honestidade também envolve ser confiávellealjusto e sincero. A honestidade é valorizada em muitas culturas étnicas e religiosas. A honestidade é uma característica amplamente divulgada pela maioria das pessoas, honestas ou não.

Em 30 de abril, nos Estados Unidos, é o Dia da Honestidade para incentivar a honestidade e a comunicação direta sobre política.»

(Wikipédia)

* * *

A honestidade é claramente a virtude superlativa sem a qual todas as outras claudicam.

Convém acompanharmos a leitura da transcrição acima de um visionamento «même à vol d’oiseau» do nosso hemiciclo maior e respectivas adjacências perguntando-nos se não é mais do que tempo para revermos os métodos de formação do caracter da nossa juventude.

A minha resposta a esta questão é claramente favorável à mudança valorizando um Serviço Cívico Obrigatório (de cariz militar ou civil conforme a apetência individual e inerentes critérios de admissão) e relativizando a formação dada pelas «jotas» partidárias cujos resultados enchem os telejornais.

Mas…

…qualquer alteração deste cariz passa pela decisão partidária e é altamente duvidoso que os Partidos queiram ver as suas «jotas» secundarizadas por um  «qualquer» Serviço Cívico Obrigatório. E, para além do mais, seria o reconhecimento público de que as «jotas» não são eficazes, o que, para os decisores oriundos dessas fontes, seria o naufrágio.

E então?

Então, há que lançar um debate nacional, público, que «empurre» os náufragos até um porto seguro.

HONESTIDADE, PRECISA-SE!

FIM

Maio de 2023

Henrique Salles da Fonseca

DA CONDIÇÃO PAISANA - 3

A dignidade da pessoa implica o respeito mútuo na prossecução do bem comum periodicamente sufragado em regime directo e universal iniciado em liberdade de expressão e concluído com o voto secreto.

A dignidade implica o livre arbítio entre o bem e o mal, entre o exercício de direitos e cumpromento de obrigações ou pelo incumprimento destes e abuso daqueles. A liberdade implica responsabilidade. A irresponsabilidade é indigna.

E basta de axiomas!

 * *

Num ambiente pós-moderno de insaciável hedonismo, já são pelo menos duas as gerações de portugueses educadas no princípio de que tudo lhes é devido e de que nada devem a ninguém: direitos superlativos e obrigações a roçar o nihilismo. Para pessoas assim educadas, não faz qualquer sentido o princípio eminentemente democrático que afirma que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade do próximo.

E agora?

Agora urge…

  • …pugnar pela solidariedade combatendo o egoísmo que se instalou por deturpação da liberdade individual;
  • …incutir na juventude algum espírito de missão com vista a grandes propósitos comuns aos diversos modelos de bem comum perfilados em democracia,
  • …introduzir na temática cívica conceitos como respeitabilidade, disciplina, aprumo e honorabilidade do serviço ao bem comum.

A chamada destes valores à ribalta tem a ver com a necessidade sentida de parametrização da sociologia quântica em que o Ocidente está a mergulhar.

(continua)

Maio de 2023

Henrique Salles da Fonseca

DA CONDIÇÃO PAISANA - 2

A Ética paisana é intelectual; a Ética militar é regulamentar.

* * *

A Ética tem a ver com os factos e deriva da Moral que tem a ver com os princípios; historicamente, cada Moral tem origem na respectiva religião e esta, por sua vez, invoca a(s) respectiva(s) Divindade(s) para distinguir o Bem e o Mal. O pragmatismo militar reduziu toda a exegese dos Livros Sagrados a um único texto dogmático a que por cá chamamos «Regulamento de Disciplina Militar».

* * *

Da condição militar fazem essencial e nomeadamente parte três elementos, a saber: a disciplina, o aprumo e a honra. Da condição paisana não é essencial a pertença de qualquer um destes elementos pois andam por aí muitos indisciplinados, despenteados e snobs (sine nobilitatis).

E a questão era a de saber que enquadramento dar aos paisanos  «despenteados que se queriam militarizar. Assim se inventou essa classe dos mercenários, os combatentes «sine nobilitatis».

CONCLUSÃO: Nem todos merecem a honra militar.

(continua)

Maio de 2023

Henrique alles da Fonseca

DA CONDIÇÃO PAISANA - 1

Dos dicionários se extrai que paisano é aquele que se desloca desgarradamente  pelo país em contraste com o militar que se desloca organizadamente.

* * *

É durante a guerra que mais salta à vista a condição paisana por contraste com a condição militar sendo que estes morrem por dever e os outros morrem sem querer.  Melhor dizendo, ao militar cumpre servir a Pátria (a sua comunidade nacional, ou seja, a sua Nação, o seu Estado) com risco da própria vida, ao paisano não é suposto que morra e, pelo contrário, é suposto que sobreviva à guerra. Felizmente, há muitos militares que sobrevivem à guerra e infelizmente há paisanos que morrem pois, desgarradamente, estavam no local errado à hora errada. O militar morre como herói; o paisano morre como vítima.

* * *

Na guerra ora em curso na Ucrânia, há dois elementos principais a tomar em consideração: o invasor russo composto por militares e por mercenários; a Nação Ucraniana em armas composta por todos, militares, paisanoshos homens e mulheres, velhos e novos. O invasor está mais ou menos motivado; o invadido está a defender a vida da própria família. A invasão foi feita com muito equipamento bélico; o invadido começou por só ter cajados e pedras mas a partir de certa altura passou a usar a vodka que trocava pelo combustível dos carros de combate russos que assim se imobilizavam com os depósitos vazios e com as tripulações embriagadas, adormecidas e à mercê dos tais cajados e pedras.

E assim começou o flagelo em curso a que a Nação Russa está a ser submetida pela demência do tirano.

CONCLUSÃO: a motivação paisana pode ser mais poderosa que a tecnologia militar (sobretudo quando acompanhada pela vodka).

(continua)

Maio de 2023

Henrique Salles da Fonseca

DAS MINHAS MÁXIMAS

As pessoas que sabem muitas «coisas» são como as enciclopédias mas a pessoa culta é a que procura o significado das «coisas»; o historiador conta a História mas o culto interpreta-a para lhe encontrar o significado; a interpretação histórica é a génese da Cultura.

DAS MINHAS MÁXIMAS

A música serve para esvaziar cabeças cheias e para encher cabeças vazias – pobres, os que não apreciam música pois ficam sem o descanso necessário às cabeças cheias e sem a conveniente motivação para as cabeças vazias.

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