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A bem da Nação

PORTUGAL E O GÁS NATURAL

Diz-se que temos importantes recursos de gás natural ao largo do Algarve.

Mesmo que seja verdade, o lobby russófilo-ambientalista encarregar-se-á de impedir a sua exploração.

Continuemos, pois, energo-dependentes…

Contudo, até prova em contrário, a Rússia nada ganha connosco pois o nosso fornecedor é a Argélia. Ou seja, na actual circunstância de redução da dependência energética europeia em relação à Rússia, os nossos consumos não pesam nessa balança. Não faz, pois, qualquer sentido que tenhamos que reduzir o nosso consumo de gás natural.

Pelo contrário, a nossa solidariedade europeia dever-se-ia traduzir num reforço do nosso aprovisionamento de modo a que nos pudéssemos constituir como fornecedor de gás aos nossos parceiros europeus.

Todavia, França não autoriza que um nosso gasoduto atravesse os Pirinéus para manter a sua electricidade nuclear como produto estratégico para os demais países europeus.

Mas parece que não é tecnicamente possível substituir parte substancial dos actuais consumos de gás por electricidade. Esta, uma questão que merece confirmação ou infirmação. Confirmada a inviabilidade, cai por terra a pretensão francesa.

Bloqueados por russófilos e por franceses, resta a possibilidade da organização de comboios de navios entre Sines e Roterdão ou Hamburgo que transportem o gás que possamos intermediar.

Julho de 2022

Henrique Salles da Fonseca

DA MENTE E DA PALAVRA

"l´pnguaA criança chora para expressar uma necessidade; grita para afirmar algo que não sabe expressar de outro modo; faz birra quando lhe recusam ou tardam na satisfação de um desejo. À medida que vai crescendo, por imitação e compreensão progressiva, vai juntando novas formas de expressão, as suas capacidades cognitivas vão crescendo do nível imitativo, do raciocínio empírico até que… se aposenta como cientista de renome. A menos que – por vontade própria ou alheia – tenha ficado pelo caminho.

Deixemos por momentos o grande cientista no seu recato de estudo e desçamos à rua.

E que ouvimos nós? 

Por contraste com as subtilezas linguísticas do cientista que se refere ao passado por «foi, terá sido, poderia ter sido…», ao presente por «é, poderá ser…» e ao futuro «será, poderá vir a ser, talvez seja» e do iletrado ouviremos formas simplistas: de passado (foste), presente (és)  e futuro (vais ser). E quanto mais elementar o nível de instrução, mais simplista a expressão até ao estágio da pronúncia deturpada e quase incompreensível.

Do cientista, ouviremos raciocínios especulativo-dedutivo-conclusivos; do iletrado, ouviremos observações empíricas e pouco mais.

* * *

Primeira conclusão: - A subtileza linguística resulta da necessidade de expressão relativa a raciocínios elaborados; as formas simples da linguagem resultam da inexistência de raciocínios elaborados a expressar.

Segunda conclusão: - A mente determina a formulação da linguagem no sentido de que a palavra serve a mente; não existe aqui uma relação biunívoca.

* * *

Mais ou menos elaboradamente, não nos exprimimos por geração espontânea, fazemo-lo segundo uma tradição etimológica a qual, em boa verdade, serve de poita a obstar a derivas e extravagâncias fónicas.

Quando, oficialmente, se corta a relação etimológica, a língua corre o grave risco da tal deriva errática e das influências fónicas. Se a esta deriva se juntar a moda telegráfica da simplificação sintática, teremos não a democratização da língua mas, sim, a sua boçalização.

Terceira conclusão: - É fundamental manter uma língua (a portuguesa, claro!) que sirva as necessidades da expressão erudita.

Julho de 2022

Henrique Salles da Fonseca

NA PRAIA DOS CÃES - 6

 

NA PRAIA DOS CÃES – 6

Aqui, na aldeia desta praia, tudo começou nas primeiras décadas do séc. XX com a construção dumas cabanas de caniço e telhados feitos com ervas das dunas entrelaçadas com mais canas. Os homens andavam ao mar que aqui é benigno e as mulheres iam a pé pelos 14 quilómetros da praia vender o peixe na Costa de Caparica. Na volta, traziam o que por aqui faltava. Houve quem nascesse algures no caminho  mas todas faziam por dar à luz na Costa onde sempre havia algum apoio familiar. Hospital? Faltaria quase um século para que aparecesse o primeiro na região. Escola? Faltaria uma geração para que a aldeia visse uma professora.

Analfabetismo absoluto nesse grupo de fundadores. A primeira grande melhoria nas condições de vida foi a substituição do caniço nas cabanas pelo pau a pique com a madeira que «sobrava» da “Mata dos Medos”, lá por cima da arriba, a fóssil. E foi nesta escarpa que mãos e pés de gentes e mulas talharam a rampa que hoje está um primor de asfalto. E as mulheres deixaram de ir a voltar a pé à Costa porque passaram a usar carroças. E lá iam fazendo o seu comércio pela Charneca, pelos Capuchos e outros lugares que hoje parecem cidades…

Esses pioneiros «consumiram» duas  gerações mas a dos que nasceram das mulheres que corriam pela praia já deixaram os filhos «ir à escola» da professora que alguém para cá mandou. Quem? Hoje já ninguém sabe mas eu adivinho que deve ter sido o Almirante Tenreiro que era quem mandava nas pescas e suas gentes. A escola era uma cabana de pau a pique e a professora tinha como missão principal ensinar a ler, a escrever e a contar todos aqueles que quisessem aprender, crianças ou adultos. Só se apresentaram crianças pelo que ainda foi possível ensinar a tabuada e a fazer algumas contas – as de dividir… não mereceram a simpatia generalizada.  A conjugação dos verbos também não foi possível ensinar.   Mas, convenhamos, a escola foi um grande progresso e a nova geração ficou alfabetizada. Já não há memória de quando a professora deixou de aparecer e a escola acabou na aldeia.

Já os cravos da revolução tinham murchado quando a aldeia viu a luz eléctrica da rede geral e então, sim, iluminaram-se os espíritos com acesso regular à rádio, à televisão e, enfim, ao mundo. Desta geração iluminada, a maioria frequentou o ensino secundário com mais ou menos sucesso e há dois ou três casos de licenciaturas universitárias.

Mas, de um modo geral, o vocabulário é limitado, os verbos pouco mais têm do que o Presente do Indicativo, os centros de interesse são, de um modo geral, a pesca, o futebol e a vida local. Sintaxe? Sim, a de ouvido. Linguagem simples, rarefação de raciocínios especulativo-conclusivos.

E a pergunta é: - Sobreviverá a aldeia se a sua população se promover cultural e profissionalmente?

A minha resposta é: - A aldeia sobreviverá, certamente, mas com um modelo económico e social completamente diferente do actual: a pesca passará a ser folclore para entreter turistas à semelhança do que, tendencialmente, acontecerá em todo o litoral português. O peixe virá das aquaculturas instaladas pelas grandes redes comerciais. Tudo, porque o método de formação dos preços na primeira venda é um primor de absurdo com o risco todo concentrado na oferta e o lucro todo do lado da procura. RIP pescas portuguesas.

NA PRAIA DOS CÃES - 5

DA DEMOCRACIA INDIANA

Sobre os Deputados que mudam de Partido no decorrer de uma Legislatura

* * *

Shri Beltrano

Shri  Cicrano

Shri Fulano

(por ordem alfabética do primeiro nome)

Cavalheiros,

Para além de ter um grande fascínio pela Índia – que conheço por estrada em muito maior extensão do que a maioria dos cidadãos indianos – sou um observador estrangeiro da tradicionalmente respeitada democracia do vosso país.

A democracia ou é pluripartidária ou não é democracia. Cada Partido assenta em princípios doutrinários próprios donde resulta um conceito de bem comum: a cada Partido corresponde um (e só um) conceito de bem comum. Nos sufrágios periódicos universais e necessariamente livres, o que verdadeiramente se escrutina são os diversos conceitos de bem comum.

E o que não for assim, não é democracia.

E, de um modo geral, assim funcionou a democracia indiana em torno de dois ou três grandes conceitos de bem comum para a maior parte do território da União e com outros dois ou três conceitos alternativos entre si para os Estados do Sul da mesma União. Mas o que verdadeiramente importa em democracia é que o eleitorado possa optar por uma dentre as várias alternativas que lhe são oferecidas. A partir do momento (eleitoral) em que um conceito de bem comum é democraticamente considerado vencedor, o eleitorado adquire o direito inalienável de se ver governado ao abrigo desse conceito – e não de qualquer outro conceito.

E o que não for assim, não é democracia.

Em democracia, o Poder é ascendente, ou seja, emana do eleitorado e aos seus representantes, os eleitos, cumpre seguir os ditames que os conduziram ao cargo, ou seja, os mandatos para que foram eleitos e só para esses mesmos mandatos. Esses ditames e não outros, são imutáveis durante toda Legislatura sob pena, mudando-os, de deturpação da vontade do eleitorado no que deve ser considerada uma fraude democrática.

Qualquer eleitor tem o direito de mudar de opção em qualquer momento; os eleitos têm a obrigação da fidelidade aos conceitos com que foram eleitos, fidelidade exigida durante toda a Legislatura.

A democracia exige honra, seriedade e espírito de serviço.

Mudança de Partido durante o decorrer de uma Legislatura é acto anti democrático e impõe-se que haja uma Instância Superior que obste a esse absurdo e casse os mandatos irregulares.

E o que não for assim, não é democracia.

Julho de 2022

Henrique Salles da Fonseca

NA PRAIA DOS CÃES - 4

A noite foi de grande conversata entre os cães e por isso entendi deixá-los dormir agora de manhã.

 Ficando a alvorada por conta de galos e galarós. Temo que na liderança da capoeira esteja apenas um galaró. Para que se afirme, deixei os cães a ressonar.

E eu fui para a varanda meditar na queda de Boris Johnson… e pedi ajuda por breve mensagem no WhatsApp:

«Só me pergunto sobre qual terá sido a doença que atacou o Partido Conservador para ter posto aquele azougado como Primeiro Ministro. A Nação Britânica passou/está a passar por uma crise muito grande com grave prejuízo da sensatez. Os Valores Nacionais podem tremer. Espero que não mais do que isso».

«azougado».

Nesta minha confabulação – sem qualquer pretensão académica – falta explicar o verdadeiro significado de «azougado» e de «sensatez» mas creio que quem me lê, e dispensa dessa tarefa e, tendo dúvidas, recorre a um dicionário. Já quanto aos «Valores Nacionais», parte significativa das respostas que me enviaram referiram a Rainha Isabel II-

Deixando para outra ocasião a identificação da «doença» que possa ter afectado os conservadores e quais serão os «Valores Nacionais» britânicos, parece-me bem mais importante identificarmos os «Valores Nacionais Portugueses».

Eis a minha síntese:

  • Território
  • Pessoas, Nação, Estado
  • Língua
  • História
  • Cultura
  • Chefe do Estado

* * *

Serei propositadamente lacónico como forma de convite-desafio aos Comentadores que tanto valorizam este nosso blog.

* * *

  • Chefe do Estado – é o topo de todos os Valores Nacionais e, portanto, o corolário das verdades que o antecedem;
  • Território – refiro-me ao Continente e às Regiões Autónomas na sequência da descolonização;
  • Pessoas – refiro-me a todos que se consideram lusófilos, à Nação que congrega quem possui a Nacionalidade Portuguesa e ao Estado é a organização política da Nação;
  • Língua – refiro-me ao português padrão que, incluindo regionalismos, é o que se fala no território português conforme definição anterior e que se escreve conforme o Acordo Ortográfico de 1945 (o AO90 é um atentado à língua portuguesa e merece o meu repúdio)
  • História – refiro-me à História Pátria em toda sua extensão temporal e geográfica em conformidade com os padrões definidos pela «Academia Portuguesa da História»;
  • Cultura – imanente da História, a Cultura Portuguesa assume a maior relevância, nomeadamente no património imaterial da Nação.

Meditemos…

Praia dos Cães, Julho de 2022

NA PRAIA DOS CÃES - 2

 

Choveu durante a madrugada e os cães ainda se espreguiçavam quando me cumprimentaram. Parece que o velho pescador mandou embora o galo-chefe que já estava um bocado depenado e o novo líder ainda está a afinar a goela. Hoje não houve cantorias. Galos e galarós parece estarem a medir distâncias…

Subimos todos `à duna e eles, os cães, claro, espantaram duas gaivotas que estavam por ali alapadas. Só podia ser uma relação secreta pois os ninhos regulamentares delas são lá em cima na arriba fóssil ou suas cercanias. Na duna é que não pode ser nada pois não tem a segurança que elas querem para ovos e pintos. Nada de aberturas, vale o recato e o ocultismo. Mas também porque os barcos da arte da xávega zarpam às sete da tarde (horas a que as gaivotas começam a pensar na deita) e arribam pela uma da manhã não dando sossego à praia, à Lota «et pour cause» à duna e os barcos das redes fixas zarpam pelas sete da manhã e regressam antes do meio dia. Apesar de haver menos um barco na faina (diz-se que está na doca seca a remendar um forte rombo provocado por marinheiro novato), esta é uma praia buliçosa, não é para fazer ninho nem para ocultar ilícitos. E as gaivotas fugiram. Não deu para lhes ver o rubor da vergonha nas faces. Ou seria no bico? Não sei, não vi. Também já não vi o pessoal que passara pelas tascas onde se vai matabichar à base de ginjinhas, bagaços e outros «combustíveis de aquecimento central» para quem vai manhã cedo ao mar.

Foi, pois, em serenidade que me deixei ficar no topo da duna a olhar para nenhures… e a pensar.

Voltei-me para o mar e pensei no Portugal sólido que se estendia para lá das minhas costas, pensei no Portugal líquido que se estendia à minha frente e pensei no Portugal imaterial que enche os sonhos de tantos lusófilos espalhados por todo o mundo… Sonhos de saudades, sonhos de um eventual regresso, sonhos de Pátria longínqua no tempo depois duma separação ditada pelas vicissitudes da História. Para todos, um Portugal representando uma terra prometida, uma Nação acolhedora de milhões de sonhos urdidos em todas as longitudes e em todas as latitudes. Sonhos tão sonhados que nem os telejornais conseguem apagar.

E o telemóvel tocou a dizer que o pequeno almoço de café com leite e torradas, estava à minha espera na varanda da casa sobranceira à praia dos cães.

3 de Julho de 2022

Henrique Salles da Fonseca

NA PRAIA DOS CÃES - 1

Hoje cheguei à duna antes do Sol e os cães já «falavam» entre eles sem que os galos do velho pescador ousassem cantar. Discretamente, chamei um dos da algazarra para junto de mim e foi o suficiente para todos se calarem e me virem cumprimentar. E foi então que um dos galos cantou.

Pese embora a analogia lafontainiana, também na nossa «praia política» há muito quem faça barulho e poucos que digam do que se aproveite; muitos, os que se comportam como pugilistas e poucos os que se revelam estadistas.

E que bom seria se a maioria se comportasse com elevação, desprezando lobbies mais ou menos ocultos, seguisse uma linha doutrinária inequívoca e propusesse soluções conformes ao seu revelado conceito de bem-comum.

E foi nestas divagações meditativas que duas gaivotas poisaram no topo da duna e me fizeram regressar à realidade.

Bonjour, Maitre La Fon Faine!

Praia dos cães, 2 de Julho de 2022

Henrique Salles da Fonseca

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