- A essência da função humana é a edificação de uma sociedade harmónica e benigna pela via da compaixão individual e pela solidariedade global.
Propositadamente, afastei a Teologia para que agnósticos e ateus não arranjassem o pretexto de que o conceito não se lhes aplicaria.
Propositadamente, utilizei a Ágora como símbolo do local em que as pessoas se encontram para conversarem e deliberarem deste modo abarcando todas as Civilizações ao longo dos séculos.
Propositadamente, coloco a pessoa como construtora da sociedade e não como serva desta.
Propositadamente, refiro a compaixão e a solidariedade como conceitos lexicais despojados de qualquer sentido religioso ou político.
Propositadamente, aponto por omissão a anormalidade humana como o egoísmo e a conflitualidade.
Propositadamente, fui lacónico porque escrevo para quem sabe do tema mais do que eu não carecendo de explicações e, pelo contrário, dando-as nos comentários já recebidos aos textos anteriores e nos segiontes que desejo receber.
Voto final: - Vivamos, deixemos viver e continuemos…
O conhecimento empírico é aquele que se obtém pela mera observação. Despojado de qualquer intenção, é inocente.
E aqui vou eu pelo empirismo além munido de toda a inocência para constatar que há 77 anos tanto a Torre de Belém como o Cais das Colunas, a praia do Ginjal e, de um modo geral, todas zonas ribeirinhas deste final do Tejo se encontram com as águas sensivelmente ao mesmo nível
médio entre as marés.
E se aparecer algum sábio a afirmar que nos últimos y anos o nível das águas subiu ou desceu meio centímetro, eu acho que esse medidor terá que ser aferido e o cientista que vá pentear macacos sãos, sem varíola.
Aqui, na minha «aldeia» - que é a mesma do Fernando Pessoa – o conhecimento empírico diz-nos que a elevação do nível médio dos mares é tanga e que o rei de Vanuatu apenas grita porque quer ir viver para Londres ou… se eu vivesse num arquipélago de atóis afundantes pelo peso dos corais e de materiais importados, também quereria emigrar mas não argumentaria com a elevação dos mares quando se sabe que são essas ilhas curiosas e paradisíacas que estão a afundar.
Mas o negócio das emissões de gases poluentes e de efeito estufa, sim, exige que se instale o pânico.
Também sabemos que não é o Adriático que sobe mas sim Veneza que se afunda.
«O bem-estar das pessoas e o número de baixas humanas nesta guerra são a última preocupação dos políticis russos.»
«As sucessivas e antagónicas interpretações da Hpstória pelos políticos russos levaram à construção da piada que diz que “a História russa é… imprevisível”.»
José Milhazes em entrevista ao «OBSERVADOR» algures em Março de 2022 (as transcrições podem não estar “ipsis verbis”).
* * *
Entendamos por Estado o conjunto formado pelas estruturas políticas de um país, pela respectiva Administração Pública (incluindo o Poder Judicial bem como Empresas e Serviços Autónomos) e pelas Forças Armadas.
No Mundo Livre, o Estado serve os interesses das pessoas; nos países eufemisticamente chamados socialistas, as pessoas servem os interesses do Estado.
No Mundo Livre, a pessoa é o elemento central da sociedade e destinatária dos conceitos de bem- comum periodicamente submetidos a referendo universal; nos países “socialistas” (comunistas) e dessa tradição (Rússia e China), o Estado é a figura central da vida nacional e é chefiado por um autocrata que se faz rodear das maiores cautelas no que respeite à sua segurança pessoal – esta, sim, é a única pessoa que interessa, todas as outras são instrumentos.
No Mundo Livre, a vida humana é o Valor supremo; nas autocracias “socialistas” ou de sua origem, a vida humana é descart´<vel.
* * *
Na Rúsia destes meados de 2022, Putin é a única pessoa, tudo o mais é instrumentália e ele pode mexer na História a seu bel-prazer.
Pontos de vista?
Não! Prevalência ou ausência de Valores.
Dá para perguntar o que anda a Igreja Ortodoxa Russa a fazer. Temo que ande a «bater a bola baixinho» e o Metropolita de Moscovo a ver se escapa ileso. Valores? Sim, mas…
Tempos houve por cá em que ao actual «Primeiro Ministro» se lhe chamava o «Escrivã0 da Puridade» assim demonstrando a preocupação régia de que ficasse sempre registada a verdade dos negócios do Estado.
Contudo, esta preocupação não tem sido universal. Assim, desde que os pressupostos e conclusões económicas, sociais e históricas de Marx foram ruindo, subiu para níveis de grande pujança a capacidade russa de convivência com a falácia.
Acresce longo rol de intervenções militares russas contra os povos circundantes e isso apenas nestes últimos três séculos. Nítida vocação imperialista czaro-soviético-putínica.
E a questão que se pode colocar é a de saber como se justifica uma política de «Busca de Perímetro de Segurança» quando são eles, russos, os atacantes históricos e como se explica a política de busca de «Espaço Vital» por parte daquele que já é o maior país do mundo. Daqui resulta como admissível que para o poder político no eixo S.Petersburgo-Moscovo, a Rússia que conta é a europeia e que para lá dos Urais tudo é apenas paisagem, «quarto de arrumos», naturalidade de cidadãos menores, enfim, colónias. Talvez fosse justo promover um processo de descolonização. Talvez a China estivesse interessada em «meter a colher nessa sopa».
Não quero obviamente imaginar que a política europeia da Rússia se paute pela mania da perseguição pois isso é patologia do foro psiquiátrico mas, na verdade, as aulas práticas ministradas nas catacumbas da «Escola da Lubyanka» produzem por certo efeitos nos campos eléctricos das sinapses dos alunos e não apenas no «material pedagógico sobrevivente». Putin foi aluno desta «Escola» alcançando o posto de Tenente Coronel.
Eis como o mundo está hoje dependente dos impulsos eléctricos de um «sinapsoítico». Para o que hav+uamos de estar reservados…
Pergunta: - Até quando?
Outra pergunta: - E se o Parlamento turco votar contra a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO?
Pergunta final, por hoje: - Onde está a puridade de tudo isto?
Por definição, a Moral é a questão dos princípios enquanto a Ética é a questão dos factos.
Assim, a propósito da guerra em curso na Ucrânia, o tema de agora é o da sua fundamentação moral e da ética dos seus procedimentos.
O resumo dos textos anteriores e respectivos comentários aponta no sentido de que os fundamentos morais (históricos) que a Rússia pudesse invocar antes da invasão da Ucrânia, ruíram fragorosamente perante os procedimentos adoptados no ataque. E eis como, ao contrário da sequência lógica, aqui temos as consequências a condicionar as causas. Até nesta perspectiva, esta guerra é absurda.
Portanto, relegada a moralidade para entretenimento dos historiadores, resta a ética como preocupação dos juízes, nós.
Os banhos de sangue que vimos testemunhando quase em directo diferem radicalmente de todos os outros – praticamente iguais – de que soubemos à distância de séculos ou de uma longa fila de intérpretes precisamente devido ao distanciamento ou da nossa proximidade. E é esta proximidade que, quase em causa própria, nos leva a «afinar» os critérios éticos da guerra.
Por estas razões e muitas outras que me escapam, creio que será oportuno pedir à ONU que elabore um (novo?) «Código da Ética da Guerra».
E, para não avançar por matérias que não domino, fico-me por aqui com a esperança de que surjam ideias complementares ou alternativas às vulgaridades e redu ndâncias que eu pudesse aduzir tais como:
Num cenário global de paz, consideram-se fixadas as fronteiras políticas internacionalmente reconhecidas no primeiro dia do século XXI, 1 de Janeiro de 2000;
A destabilização do cenário anterior penalizará o país agressor;
A vitimização de populações civis constitui crime;
(…)
Tudo isto se - e só se - o autocrata (eufemismo de ditador) russo não decidir comemorar esta data carregando no botão vermelho.
Desta vez, refiro-me a um quase-continente cheio de caipiras e de jagunços.
Desse país era oriundo o motorista que há dias nos conduziu em breve percurso em Lisboa e que afirmo que, «por lá, o ensino privado não chega nem à sombra do ensino público em Portugal». Fiquei contente por saber que aquele imigrante se sente bem por cá e fiquei triste por ter a confirmação de que ainda não foi desta vez que aquele quase-continente conseguiu democratizar a educação de qualidade. E digo «educação» pois à Escola actual não competia apenas a «instrução». Porquê? Por duas razões que me parecem fundamentais: 1. A destruição (mais ou menos intencional) da família; 2. O imediatismo consumista, exibicionista e hedonista que tomou conta dos objectivos dos actuais cidadãos do mundo.
E é este ser - que vagueia pelas selvas urbanas e que as televisões exibem doentiamente que só aceita direitos rejeitando as obrigações - que vem pondo filhos no mundo. Estes, pois, os que têm que ser educados e não apenas instruídos. Por muito que nos cuate, temos que admitir que a missão é a de transformar «bichos» mais ou menos bárbaros em cidadãos responsáveis. Por isto, os Ministérios passaram a ser da Educação e não mais da Instrução. Eis por que ao pessoal docente e não docente se tem de pedir que sejam domadores de feras e, em paralelo, que sejam exemplos de civismo, de ética e de moral. Oxalá que sobre tempo para ministrar os programas curriculares.
Assim respondo à pergunta de Schiller por que é que ainda somos uns bárbaros.
Sem pretensões de esgotar o tema, avanço com mais um mote para reflexão: - Bárbaro é todo aquele que ignora o Decálogo.
Sugiro aos Leitores deste blog que leiam também os comentários aos textos-base pois, como poderão observar, constituem peças eruditas e de grande sabedoria fundamentais na perspectiva holística das matérias abordadas e na sua síntese conclusiva.