(Lisboa, 30 de Maio de 1601 (07?) – Lisboa, 28 de Janeiro de 1693)
Um de seus poemas já conhecidos (outros haverá por descobrir…) intitula-se abreviadamente «Vozes de uma dama defunta» mas por extenso é…
Vozes de uma dama desvanecida de dentro de uma sepultura que fala a outra dama que, presumida, entrou numa igreja com os cuidados de ser vista e louvada de todos; e se sentou junto a um túmulo que tinha esse epitáfio que leu curiosamente:
Sim, reconheço que «cá fora»[1] também há casos lastimáveis de quem trabalha sem condições de dignidade, remuneração, higiene e segurança. Dizer o contrário seria mentir e ocultá-lo seria escandaloso.
No comentário de «Anónimo» no «CHAO-MIN – 3» a que ora me refiro, a crítica incide sobretudo na minha frase relativa aos produtos resultantes do trabalho prisional na China que concorrem com os "homólogos produzidos por quem tem direitos humanos".
Com diplomática ironia, o Comentador calcula que eu me esteja a referir à «civilizadíssima mercadoria com etiqueta "ocidental" (que concorre com a chinesa nos mercados mundiais), produzida em condições laborais fabulosas, com um não menos fabuloso respeito pelos direitos humanos, em países como o Vietname, Bangladesh, Paquistão, Tunísia, Marrocos e mais alguns felizardos, denodada e alegremente enquadrados e defendidos por organizações, sindicais e outras, que lhes conseguem gordíssimas remunerações e condições de vida absolutamente invejáveis».
A este cenário – lastimavelmente real - eu acrescentaria ainda a questão do trabalho infantil que a essa condição, a da infantilidade, soma todas as descritas acima.
Contra factos, os únicos argumentos que poderão vingar serão os que conduzam à correcção das ditas condições de miséria.
A diferença que existe entre a China e os outros países «cá de fora» nessas práticas vergonhosas é a de que na China se trata duma política de Estado enquanto, nos outros, se trata de desleixo de Estado.
Conheço uma parte da China onde não me foi possível verificar o que afirmo porque não é suposto os turistas sequer saberem dessas realidades e muito menos vê-las e conheço outros países «cá de fora», nomeadamente a Índia em grandíssimas extensões. Dos países citados acima, posso mesmo dizer que conheço a Índia, Marrocos e o Vietname melhor do que, respectivamente, a maior parte dos indianos, dos marroquinos e dos vietnamitas. Quanto à Indonésia, não me arrogo um conhecimento tão extenso mas, mesmo assim, pude conhecer a ilha de Java (assim como Bali) numa extensão apreciável, tanto urbana como rural e respectivos matizes intermédios.
Vamos por partes:
Na Indonésia não vi miséria e mais não me ocorre dizer nesta circunstância;
Em Marrocos vi uma sociedade medieval que como tal deve ser considerada, mas onde o investimento estrangeiro (nomeadamente português) vem criando condições de vida bastante mais favoráveis do que as que se imagina existissem anteriormente;
No Vietname, vi instalações industriais que me informaram serem o resultado da deslocalização da China mas como constatei um nível médio de vida muito superior ao chinês, presumo que a deslocalização não tenha ocorrido em busca de condições laborais mais abjectas do que no local de onde foram deslocalizadas.
O problema «cá fora do Império do Meio» chama-se Índia onde, aí sim, tudo raia o abjecto. O cúmulo do desprezo dos políticos para com os respectivos «eleitores» verifica-se, dentre as amplas regiões que conheço, em Estados tão populosos como o Rajastão, o Uttar Pradesh e, sobretudo e no seu maior “esplendor”, no Tamil Nadu. Duvido que haja no resto do mundo locais onde o desprezo pela dignidade humana toque mais baixo na escala dos Valores concebidos por uma qualquer Civilização. Talvez só em Auschwitz ou em Treblinka tenham chegado a maior rigor.
E onde quero eu chegar com estes últimos considerandos? Muito simplesmente à constatação de que tudo o que o investimento – especialmente o estrangeiro - faça nessas zonas seja da maior importância para a sobrevivência imediata de alguns (sempre poucos) desgraçados que estavam encaminhados para a morte ao abandono nas lixeiras que são as ruas das cidades e aldeias indianas. Então, apesar de muito abaixo do que se exige nas sociedades ocidentais, os novos padrões de sobrevivência de que os funcionários dessas empresas estrangeiras na Índia passam a usufruir são tão melhores do que os que tinham antes, que tudo lhes parece um «el dorado» apesar de, para nós, tudo continuar a ser horrível.
Há quem diga que essas condições abjectas de sobrevivência resultam de conceitos civilizacionais, que não podemos fazer comparações com aquilo que a nós, ocidentais, nos parece correcto, desejável ou apenas razoável.
Não, eu creio que esse entendimento não corresponde à essência da questão pois, na mesma Índia, vamos por exemplo ao Estado do Kerala e não vemos um papel no chão, não vemos hordas de desamparados nem sequer de mendigos famintos, vemos as obras públicas em andamento e não paradas por falta de financiamento atempado como no Tamil Nadu, vemos uma classe média tranquila e firme.
Creio, pois, que a diferença não é civilizacional; à diferença chama-se corrupção dos políticos que desprezam os respectivos «eleitores» e não se cansam de enriquecer enquanto lhes dura o mandato. E, no final, não olham a meios para se eternizarem no Poder como acontece um pouco por toda a parte nessa a que há quem chame a maior democracia do planeta.
Exactamente: na Índia, o bem comum não é um conceito tão comum como o bem individual dos políticos e essa é uma questão que nada tem a ver com a Civilização mas sim com a qualidade da democracia que por lá dizem existir.
Finalmente, creio que o investimento, nomeadamente esse que por lá faz produtos de «etiquetas ocidentais», deve ser aplaudido por estar a minorar as condições degradantes daqueles desgraçados que, em alternativa, morreriam ao abandono no sítio onde deveria haver uma sargeta se, ao menos, houvesse saneamento básico.
Quanto ao trabalho infantil, por muito horrível que nos pareça, sempre são menos essas crianças destinadas à morte abjecta na selva humana.
Eu vi, sei do que falo.
E é para continuar assim? Sim, será, sobretudo se nós nada fizermos para mudar a condição que criticamos. Anjezë Gonxhe Bojaxhiu[2] não se ficou pela crítica, agiu.
Dezembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca
(Tamil Nadu, em Trichy, nas margens do rio Cauvery, local de peregrinação e purificação dos hindus na que é chamada de «a Varanasi do sul»)
Sim, reconheço que desde a queda do padrão ouro, todas as moedas são intrinsecamente falsas e a única verdade que as sustenta é a confiança que as pessoas nelas depositam – fiducia, como diziam os antigos.
Thank you again, Mr. Nixon!
Portanto, todas são falsas mas… há umas mais falsas que outras.
E se a confiança é o mais palpável que se encontra à volta duma moeda, reconheçamos que, para volatilidade, basta. Venha algo mais substancial que fundamente tanta espiritualidade.
O quê?
Várias coisas, de que destaco:
Política orçamental inclusiva, não parcial
Emissão monetária controlada, sem laxismos para cobertura de défices excessivos e descontrolados
Política cambial sem golpes baixos tais como as desvalorizações discretas
Banimento dos artificialismos na formação dos preços
Com este tipo de «coisas», acredito que se possa acreditar na moeda; sem elas, não!
É que se queremos que a confiança sustente a moeda, temos de evitar desvirtuamentos por via das intervenções administrativas.
Eu suma, temos que ser liberais.
Não estou a ver que nada disto aconteça na China nem que lhe seja possível imitar os EUA quando levaram o Dólar à liderança mundial.
E desde já declaro que não tenciono aplicar as minhas poupanças em títulos representativos de Yuans. Tenho mais confiança no BCE e no seu DM travestido em Euro do que na política de emissão americana e muitíssimo mais do que o que nestas matérias se passe em Pequim.
Enquanto escrevi as linhas que antecedem, lembrei-me de Varoufakis e do seu livro «O Minotauro global» onde disserta largamente sobre o tema relativamente aos EUA, donde resulta a minha convicção de que a China não possui a estrutura política (nem mental) para conseguir fazer algo semelhante e nem sequer parecido.
É sabido que já os chineses andavam vestidos de seda e bebiam chá com aromas diversos quando ainda nós na Europa andávamos mal cobertos com peles de animais mortos à paulada e bebíamos… mais vale não investigar.
Todos conhecemos Confúcio, Mêncio e muitos outros que da lei da morte se foram libertando mas basta sabermos que o taoismo enfatiza o anarquismo defendendo essencialmente a ideia de que não precisamos de nenhuma orientação centralizada para compreendermos como a revolução comunista provocou uma solução de continuidade civilizacional muito maior do que nos poderia passar pela imaginação não avisada. E por causa dessa tradição fundadora foram assassinados alguns milhões de civilizados, taoistas e confucionistas, que desagradavam a Mao Tsé Tung e aos seus guardas vermelhos.
A questão que hoje trago é: qual o conceito que os dirigentes chineses nossos contemporâneos fazem de humanismo quando eles próprios são os sucessores dos sobreviventes das purgas de Mao?
Não vale a pena especularmos sobre as consequências da ruptura provocada por Mao na civilização chinesa, basta constatarmos a realidade actual que transpira cá para fora do «Império do Meio», obra dos «netos da revolução»:
Multidões de presos políticos submetidos a trabalhos forçados
Pena de morte por «dá cá aquela palha»
Inexistência de liberdade de opinião
Movimentação condicionada
Inexistência de liberdade de estabelecimento
Conclusão: niilismo humanista e, sim, continuam por lá os tempos travessos.
E em resultado do trabalho escravo - todo o prisional e mais aquele ferrenhamente controlado pelos «sindicatos» governamentais – que produtos vêm cá para fora concorrer com os homólogos produzidos por quem tem direitos humanos?
Qualquer escritor é jovem aos 44 anos de idade e mais jovem ainda é quando, nessa idade, recebe o Prémio Nobel da Literatura. Foi em Dezembro de 1957.
Nascido em Argel em 1913, formou-se em filosofia e serviu-se da literatura para explicar os seus conceitos filosóficos. Tornou-se conhecido pela apologia da moral.
Morreu em 1960 num acidente de viação em França quando era conduzido pelo seu editor e amigo Michel Gallimard[i].
Chamava-se Albert Camus.
* * *
Quatro dias depois da cerimónia de atribuição do Prémio, deu uma conferência de imprensa na Universidade de Estocolmo resumindo o que dissera perante a Academia. Seguiam-se perguntas e respostas.
Foi quando um então jovem argelino residente em Estocolmo o interpelou pelo facto de ele não apoiar a independência da Argélia. Os ânimos azedaram-se e Saïd Kessal – assim se chama[ii] o imigrante ainda hoje residente na Suécia mas já octogenário – sentia-se humilhado com o posicionamento político de Camus.
A discussão acabou quando Camus proferiu a frase que ficou célebre incompatibilizando o terrorismo e a justiça:
J’ai toujours condamné la terreur. Je dois condamner aussi un terrorisme qui s’exerce aveuglément dans les rues d’Alger, par exemple, et qui un jour peut frapper ma mère ou ma famille. Je crois à la justice mais je défendrai ma mère avant la justice.
Albert Camus
A sessão foi ali encerrada mas a história continua…
Foi já em 2010, aquando das celebrações do 50º aniversário da morte de Camus, que um jornalista francês descobriu Saïd Kessal em Estocolmo e o entrevistou.
Ficámos então a saber que, após o confronto, o entretanto octogenário se dedicara a estudar a obra literária de Camus passando a ter por ele uma enorme consideração. A ponto de, ao saber da morte trágica do escritor, se ter deslocado da Suécia ao local do acidente fatídico e aí ter depositado um ramo de flores.
Evidemment, sans rancune.
Dezembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca
NOTA: Este texto vem a propósito do ataque terrorista em Strasbourg
[i] - Camus teve morte imediata, Michel Gallimard morreu no hospital 5 dias depois do acidente, a mulher e a filha do editor saíram ilesas e o cão que com eles viajava desapareceu.
[ii] - Este «Presente do Indicativo» do verbo “chamar” refere-se a meados de 2010
A grandeza da China deve-se, em primeiro lugar, ao facto de ela ser grande em termos absolutos e, em segundo lugar, ao outro facto de ter sido o Ocidente que a fez grande em termos relativos.
Cada um de nós, com mais de 60 anos, é um autêntico documento coevo do processo de deslocalização empresarial do centro civilizacional e de progresso formado pelo eixo Europa Ocidental-América do Norte para as respectivas periferias e para o Extremo Oriente. Bem nos lembramos como tudo começou com o encontro Nixon-Chu En Lai em 1972…
O objectivo imediato era o de ajudar a China a «dar o salto» por cima do atoleiro em que Mao Tsé Tung a metera e, numa fase posterior, o de a afastar progressivamente do vício comunista. O instrumento seria pela instalação na China de empresas que criassem novos postos de trabalho, introduzissem tecnologia moderna, formassem o pessoal e abastecessem o mercado doméstico chinês de modo a que a população pudesse ir ganhando melhores níveis de satisfação das respectivas necessidades.
E o que aconteceu?
Sim, aconteceu isso e muito mais. As empresas ocidentais gostaram de uma mão de obra muito barata, de um ambiente laboral avesso à contestação por estar domesticado por «sindicatos» fictícios e pela inexistência dessa maçada que é a legislação ambiental. De tal modo que começaram a pensar que a China poderia ser um antídoto contra os Sindicatos ocidentais e uma fuga aos maçadores do ozono e outras bexiguices quejandas. E se bem o pensaram, melhor o fizeram deslocalizando para a China não apenas as empresas destinadas ao abastecimento daquele mercado mas também as que tinham ficado na base. E o mercado mundial ficou espojado aos seus pés.
A consequência mais mediática foi a falência da Cidade de Detroit mas convenhamos que deve ser interessante trabalhar em capitalismo descontrolado, selvagem, com desobrigações sociais, mão de obra especialmente barata e dócil, em défice ambiental sem preocupações com efluentes gasosos, pastosos, sólidos ou…
A globalização é isto mesmo: o nivelamento por baixo, um tiro nos pés de quem estava habituado a mordomias que não existem em Xangai.
A ideia é a da desdolarização do comércio externo chinês passando a China a pagar as suas importações de ramas de crude em Yuans ficando os países seus fornecedores com Yuans suficientes para pagarem as importações de produtos chineses.
Muito bem, percebe-se facilmente que a China queira lançar a sua moeda no mercado internacional.
Pois! Só que o Yuan ainda é uma moeda falsa. E se os mercados internacionais passam a aceitar moeda falsa, então o FMI terá toda a razão ao prever que a borrasca está a chegar de novo.
E por que é que o Yuan é uma moeda falsa?
O Yuan é uma moeda falsa porque não é conhecida a política monetária que lhe está subjacente.
Como assim?
Muito simplesmente porque…
a política orçamental do Estado Chinês é opaca uma vez que…
o orçamento do Partido Comunista Chinês é segredo de Estado
o orçamento das Forças Armadas Chinesas é segredo de Estado
o Banco Central da China mais não é do que um «departamento» do Partido Comunista Chinês
a cotação do Yuan é definida por Decreto
Ou seja, tudo é falsidade e só acredita no Yuan quem não tenha alternativa, os próprios chineses.
E como é com as empresas?
A China não tem um POC e cada empresa apresenta as contas em conformidade com a liberdade imaginativa que o mesmo é dizer que tudo vale, talvez mesmo a famosa martelada. Eufemisticamente, as empresas chinesas são o «el dorado» da engenharia financeira. Nelas, tudo pode ser assim como assado.
Mas isto não seria perigoso se se tratasse de empresas domésticas. O problema está em que as cotadas em Bolsa também se regem pela putativa martelada.
Portanto, se não se pode acreditar na moeda chinesa nem no verdadeiro valor das empresas chinesas, quem pode acreditar na China e que futuro pode ter o Petroyuan?
Repare o Leitor que me ative apenas a matérias muito profanas e não abordei a outra questão maior, a política. Talvez um dia destes o faça se, entretanto, não estalar a borrasca.
São 818 páginas de texto mais 7 de anexos com um glossário e uma listagem de personalidades reais que vaguearam por aquelas páginas todas.
A trama é a de duas famílias palestinianas – uma judia e outra árabe – que de profundamente amigas se vêem obrigadas a passarem a guerrear-se mutuamente com mortos de ambos os lados. Pior: em ambos os lados, as «pombas» são sempre encurraladas e não conseguem escapar aos «falcões». Mas este é o cenário resultante duma história magnificamente contada que começa na Rússia czarista, passa pelas guerras mundiais e desemboca na Palestina actual.
A grande plausibilidade da narrativa faz-nos passar por muitas personagens reais que a Autora entrelaça com as de ficção dando-nos uma visão das razões que opõem judeus e árabes, todos eles palestinianos.
Como é óbvio, não conto o final.
Tudo isto poderia ter sido descrito por um funcionário público mas, felizmente, foi contado por uma romancista pelo que em vez de um relatório chatíssimo, temos um romance estupendo que nos põe dentro do problema humano que a Palestina continua a ser.
Concluo recordando Golda Meir quando ela dizia que «se os árabes depuserem as armas, a paz será uma realidade, mas se os israelitas depuserem as armas, Israel deixará de existir».
A professora pediu aos alunos para fazerem uma redacção sobre a escola.
Um deles escreveu:
A minha escola é pequena, mas muito bem arranjada.
A minha escola é como se fosse um jardim. Nós, os alunos, somos as flores e a Senhora Professora é como se fosse um monte de estrume que nos faz crescer belos e fortes.
Chegou-me por e-mail como tendo acontecido na Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe (Ilha de São Miguel, Açores), desconhecendo-se qual a nota atribuída ao referido aluno.
Independentemente do que haja de verdade em toda a historieta, parece-me que a «imagem poética» é verdadeiramente inspiradora e por isso aqui a deixo como sugestão a poetas nascentes.
Tenho aqui "uma pulga atrás da orelha": ou há "gato escondido com o rabo de fora" ou então temos mesmo que "agarrar o touro pelos cornos" e preservar os provérbios portugueses carregados de significado semântico. Sempre ouvi dizer que "mais vale um pássaro na mão que dois a voar" e, sinceramente, deixar voar tanta simbologia vai deixar-nos como "peixes fora de água" em algumas conversações. Vale que "cão que ladra não morde" e às vezes há mesmo que "engolir um sapo". Desculpem se estou para aqui a desbobinar "cobras e lagartos" mas eles deviam era estar "caladinhos que nem um rato" e tirar "o cavalinho da chuva", porque, "macacos me mordam", acabar os provérbios com animais é o mesmo que deixar de "falar como um papagaio", que é uma coisa que eu adoro.
Os políticos às vezes são "chatos como uma carraça" e só dá vontade de lhes gritar "vai-te embora ó melga! , vai-te encher de moscas!". Não tarda proíbem todas as histórias com bichos e até quem se apaixona fica proibido de sentir "borboletas na barriga" ou de "ir ver a foca" (esta é só para quem é de Coimbra! ). Enfim, "os cães ladram e a caravana passa".
E agora, se quiserem, partilhem, que "a cavalo dado não se olha o dente" e embora "ovelha que berra é bocado que perde" eu não tenho medo pois "quem tem medo compra um cão preto".
Definitivamente, neste país, temos é que aprender a ser "espertos que nem uma raposa" para não "andarmos para trás como o caranguejo".