Júlio Artur da Silva Pomar foi um artista plástico/pintor português. Pertenceu à 3ª geração de pintores modernistas portugueses, sendo autor de uma obra multifacetada, centrada na pintura, desenho, cerâmica e gravura, com importantes desenvolvimentos nos domínios da tridimensão ou da escrita.
Nascimento: 10 de Janeiro de 1926, Lisboa
Falecimento: 22 de Maio de 2018, Lisboa
Períodos: Expressionismo abstrato, Neoexpressionismo, Realismo Social
Depois de enxertado com cerca de mil emendas, será o Orçamento para 2019 do nosso Estado uma manta de retalhos ou é apenas o «bombo da festa»?
Onde estará a «unidade de doutrina orçamental»?
Quem se entenderá numa leitura de congruência mínima?
Creio que todas estas questões – que deveriam ser as maiores – não passam de minudências e bexiguices típicas de coca-bichinhos.
- Como assim?
- Assim mesmo!
É que a política de esquerda oficialmente em curso pela teoria geringôncica esbarra frontalmente com a necessidade imperiosa de anular o défice público e obter superavits que permitam a redução sustentada do stock da dívida pública, antes que por aí venha alguma seca nos mercados de capitais e os juros comecem mesmo a subir em virtude dessa mais que provável escassez de liquidez. E antes que isso aconteça – porque acontecerá infalivelmente mais ano menos ano – há que reconquistar a independência financeira nacional por muito choro e ranger de dentes que banqueiros e outros globalizadores chorem e ranjam.
Então, há que quadrar o círculo. Como? Muito facilmente, com as «centenárias» cativações, essas que endireitam todos os orçamentos por mais esquerdinos que eles nasçam.
Aqui está a tal manta de retalhos transformada no bombo da festa que se endireita à custa da tal martelada a que eufemisticamente se chama «cativação de verbas».
- E essa martelada dá alguma coerência ao Orçamento resultante?
- É óbvio que não.
Mas isso é que é, afinal, uma completa minudência perante o fim maior que é a independência nacional perante os glutões da finança internacional.
Dá-me assim vontade de rir quando o Governo geringôncico se diz de esquerda e eu, que pugno pela libertação nacional do jugo bancário, me digo – e sou - da democracia cristã.
Eu sou democrata cristão sem qualquer sombra de dúvidas; o Governo geringôncico é que não é mais do que uma mentira política folcloricamente esquerdina mas, afinal, perito na prática da austeridade radical.
Portugal não foi formado através da união de reinos ou unidades políticas estabilizadas e preexistentes, mas da conquista de territórios a partir de um núcleo político de raiz (…) foi sempre um único reino e não uma monarquia compósita.
(…) no princípio do século XX, a população do Estado Português deverá ter sido das mais homogéneas de qualquer Estado europeu no sentido em que não havia identidades concorrentes – étnicas, religiosas, regionais – que pusessem em causa a comum identidade nacional (…)
In «HISTÓRIA DE PORTUGAL», de Rui Ramos, Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalves Monteiro, edição de «A Esfera Dos Livros», 8ª edição – Abril de 2015 - pág. XIII
Tenho como dogma a obrigação de praticarmos o bem.
Parafraseando o Cardeal D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, no seu livro “1810-1910-2010 DATAS E DESAFIOS” na pág. 121, «as coisas não são boas ou más porque Deus as mande ou as proíba; antes as manda porque são boas e as proíbe porque são más».
Mas eu não preciso de ordem divina para praticar o bem; tenho a sua prática como algo que é do meu próprio interesse. Nesta linha de raciocínio platónico, quase diria que é por egoísmo que pratico o bem cuja melhor definição me parece ser «a qualidade de excelência ética atribuída a acções que estejam relacionadas com sentimentos de aprovação e dever».
O acordo ortográfico de 1990 contribui para abolir as suas ligações etimológicas e, portanto, as variantes cultas das palavras. A língua portuguesa transforma-se assim num idioma de boçalidade.
O português padrão está a transformar-se num estranho dialecto com regras incompreensíveis que se afastam da etimologia e das restantes línguas latinas. Com a agravante de nem sequer haver qualquer uniformização com os outros países de língua portuguesa que ou não aplicam o dito Acordo ou do mesmo resulta que sigam regras diferentes, graças à pronúncia que utilizam.
Um bom exemplo disto resulta da tradução do livro da escritora argentina María Gainza, que em espanhol se chama “El nervio óptico”, mas que em acordês se transforma em “O Nervo Ótico”. O problema é que sempre se utilizou na língua portuguesa a expressão “ótico” como relativa ao ouvido, reservando-se o termo “óptico” para a visão. Tal é o significado dos respectivos antecedentes gregos “otikos” e “optikos”. O acordo ortográfico de 1990 aboliu esta distinção essencial mas apenas no português padrão, o de Portugal, continuando a distinção a existir no português do Brasil. Puro absurdo.
E o mesmo sucede com outras palavras como “recepção” e “concepção”, que se conservam sem alterações na ortografia brasileira, mas que na portuguesa passam a “receção” e “conceção”, facilmente confundíveis com “recessão” e “concessão”. Qual a necessidade de abolir a grafia anterior se o que se consegue é criar uma ortografia que ainda mais se diferencia da dos outros países lusófonos?
Isto já para não falar da multiplicação dos erros de escrita que o acordo ortográfico de 1990 causou, com a absurda directriz de querer abolir as consoantes mudas, estando muita gente a abolir consoantes que continuam a pronunciar-se. É assim que já se viu aparecer erros como “fato”, “ineto”, “corruto”, que demonstram bem a falta de critério na abolição das consoantes pretensamente mudas.
Mais: a expressão culta “ruptura”, mais próxima do latim, foi transformada em “rutura”, esquecendo-se que já existia a variante popular “rotura”; fala-se em “ótico” para a visão, mas esquece-se que a medição da mesma continua a ser a “optometria”; e os egípcios, pelos vistos, passaram agora a viver no “Egito”, esquecendo-se que a palavra Egipto tem origem no deus Ptah que, que se saiba, ainda não passou a Tah.