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A bem da Nação

VICE-REINADO DO PRATA - DOMÍNIO INGLÊS DO PRATA - 3

                                         A ANARQUIA E O CAUDILHISMO - A ÉPOCA DE ROSAS
  Rio Paraguai
 
    Resumo final da parte 2: Economicamente, todo o litoral dependia do porto e do comércio de Buenos Aires. Mas, a cidade capital das províncias, acabou por fechar a navegação do rio Uruguai fortificando a ilha de Martín Garcial e ao mesmo tempo, fazia guerra comercial a Montevidéu barrando o seu progresso.
 
    A navegação a vapor forneceria, por outro lado, ao Brasil, o meio de ligar o seu centro político situado às margens do Atlântico, à província de Mato Grosso. Seus roteiros terrestres de comunicação com o litoral, insuficientes e precários, estavam praticamente abandonados. Interessava ao Brasil manter a linha platina de comunicação como também manter o comércio com o Paraguai por intermédio de Itapuá (Encarnacion), com o Uruguai via interior ou por Montevidéu e ainda com as províncias argentinas do litoral e do interior liderados por Buenos Aires. A política brasileira, por isso mesmo, orientou-se no sentido de assegurar a independência das províncias do antigo vice-reinado que, com o movimento emancipador, haviam libertado da liderança de Buenos Aires. Orientou-se também e particularmente em assegurar a independência do Paraguai. 
 
     "Assim, vemos Buenos Aires ocupar-se da dupla função de consolidar em suas mãos o domínio dos rios para garantir  o seu monopólio, não só em relação às províncias, senão também em relação ao Brasil e à Banda Oriental".
"Era razoável a exigência do Brasil, porque oito de suas províncias e algumas delas fortes não tinham outra comunicação com o mar, com a sua capital e com o mundo, que os canais de Martim Garcia. Desejava, pois, razoavelmente, que a República Argentina lhe assegurasse, no tratado de paz, a livre navegação dos rios, para não sufocar as suas províncias internas". (E. Zeballos: discurso na Câmara dos Deputados da República Argentina, em 6 de dezembro de 1915).
 
     Embora com menos prejuízo no caso, Chile e Bolívia empenhavam a favor da derrota do exclusivismo portenho por causa da dependência em que se encontravam os roteiros terrestres através das províncias argentinas do interior.
O fechamento dos rios e o sistema de monopólio comercial prejudicava, por último, mas não sem importância, os interesses industriais e comerciais ingleses e franceses. À orientação de livre comércio, de acessos fáceis, que a ascensão da burguesia no ocidente europeu impunha para continuar o seu desenvolvimento, uma característica da época, Buenos Aires opunha o seu sistema colonial de monopólio e de fechamento.
 
    "Dois motivos importantes trazem a Europa a interessar-se em nossas questões americanas. O primeiro consistia no desejo de vender na América o maior número possível de mercadorias. O segundo seria exportar a maior quantidade possível de produtos americanos".
 
    Desde a invasão de 1806 e 1807, que correspondiam ao auge de um problema comercial, depois que a França voltou ao domínio dos Orleans, a Inglaterra não cessou de intervir no Prata ou diretamente ou como mediadora em questões platinas, através da ação diplomática ou pela ação da força.
 
   "França e Inglaterra participam militarmente na guerra civil que devora as províncias do estuário e suas esquadras, a canhoaços, abrem caminho pelos rios interiores". "Movia a política das intervenções o interesse comercial, que a ingênua paixão confundiu com altruísmos, identificando-o com este ou aquele dos partidos locais. Assim, a navegação do Prata e seus afluentes foi o motivo central das negociações diplomáticas. As potências queriam abrí-los ao intercâmbio universal, mas não a Confederação Argentina. Correm os anos, crescendo em desconserto o invasor. O comércio inglês clama por solução. Os banqueiros, traficantes e mercadores de Liverpool solicitam a adoção de medidas para conseguir a livre navegação no rio da Prata (petição do duque de Richmond, na sessão do Parlamento de 27 de junho de 1845). Também no parlamento articularam suas queixas os de Manchester". (L.A. Herrera: op. cit., p.98, IV).
 
Continua
Campo Belo, 19 de setembro de 2007
Therezinha B. de Figueiredo
 

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