Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros de 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico'.
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa' e agora são 'assistentes operacionais'.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas' ou "comerciais".
O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez'.
Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'.
Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores'.
As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas de exterior são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante. Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» – eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo' Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
As p.... passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Quando a vida corre bem é "bué de fixe".
À mentira passou a chamar-se de inverdade.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos "tramados" com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.
«Sem querer ceder ao pessimismo, este comunicado de um professor de Faculdade, economista reconhecido, faz-nos meditar. É uma tese escrita pelo economista Jean-Hervé LORENZI.
Jean-Hervé LORENZI,(n.24/7/44, é Prof. na Universidade Paris-Dauphine, desde 1992, presidente do Cercle des Économistes, conselheiro do directório da Compagnie Financière Edmond de Rothschild… Simpatizante da esquerda… Pessimista ou realista, cabe-lhe a si julgar.
«A 3ª Guerra Mundial»
Uma 3ª Guerra mundial, duma dimensão provavelmente igual ou superior às duas precedentes, está em incubação e eclodirá na 1ª metade deste século.Eis os motivos e quais os seus protagonistas.
A guerra catastrófica de 1914-18 era previsível muitos anos antes. A 2ª Guerra Mundial foi o seu prolongamento e era previsível desde a assinatura do Tratado de Versalhes e sobretudo desde a chegada de Hitler ao poder e do partido belicista no Japão.
A Guerra Fria (1945/91) que opôs os Aliados, sob a direcção americana ao campo soviético (e parcialmente comunista chinês) assemelhou-se a um aborto. Porque era um confronto sem fortes desafios. A URSS afundou-se como um fole, sem violências. Porque é que a guerra fria, comunismo contra mundo livre, não confluiu em guerra quente? Porque era ideológica e não étnica, religiosa ou económica. As três molas passionais e belicosas da humanidade, as que dão origem às guerras, são o nacionalismo étnico, a religião e o interesse económico sob todas as suas formas. A sacralidade e o materialismo vital. O confronto comunismo/capitalismo, puramente ideológico resultava de uma forma fria de conflito que nunca confluiu num confronto geral mas só em guerras limitadas (Coreia, Vietnam). É esta razão, e não o receio dum apocalipse nuclear, que evitou a guerra generalizada entre a NATO e a URSS.
Na Antiguidade, as Guerras Púnicas eram previsíveis porque Roma e Cartago viviam numa rivalidade económica vital para o controlo dos circuitos económicos do Mediterrâneo ocidental. A Primeira guerra mundial era previsível (e todo o mundo se preparava para ela) por causa da exacerbação nacionalista dos Estados europeus e dos seus povos, com as opiniões públicas ao rubro.
Também hoje, o desencadeamento das guerras é, no fundo, previsível. Ele repousa nos mesmos mecanismos que as leis da física: uma tensão acaba sempre por virar em deflagração. A subida em temperatura de um gás dá lugar a uma explosão, o avanço das placas tectónicas termina em sismo, a acumulação cumulo-nimbus acaba por provocar uma tempestade, precipitações muito fortes provocam inundações, etc. Pode-se perfeitamente prever, portanto, o desencadear das guerras. Pelo contrário, não se pode prognosticar a forma que tomarão.
Como a etologia humana demonstra, o estado de paz não corresponde à natureza humana. A agressividade intra específica é a regra na nossa espécie. O ideal kantiano ou cristão moderno da paz perpétua nunca funcionou. A história humana é verdadeiramente estruturada pela guerra. O estado de paz não é mais que uma transição passageira entre dois estados de guerra. A guerra é muito ambígua, mesmo ambivalente, factor de destruição e de evolução. Contrariamente a uma ideia recebida, desde o fim do neolítico as guerras não representaram senão uma causa marginal da mortalidade. Pretender eliminar a guerra (ideologia pacifista) é tão estúpido como querer eliminar a sexuação (ideologia do género), a religião e a economia privada (ideologia marxista) ou o sentimento de pertença e de identidade étnicas (ideologia cosmopolita).
“O problema não está em eliminar as guerras, mas em as ganhar; e o mais rapidamente possível, para que os efeitos positivos da vitória excedam os efeitos negativos do esforço guerreiro demasiado prolongado”. Júlio César, o autor deste conceito.
Porquê falar de guerra mundial? Desde 1945 imagina-se que não haverá mais guerra mundial, mas só guerras locais e regionais, e que a ONU conseguirá evitar uma Terceira guerra mundial. O mesmo erro se cometera depois de 14-18 que se chamava então «la Der des Ders» (A Última das Últimas) e a criação da SDN. Ora, num panorama mundializado, o que é o caso, por grosso, desde 1880, é inevitável que surjam guerras mundiais.
Estudemos o cenário da futura Terceira guerra mundial, a TGM.
Os focos de tensão são múltiplos e não param de se agravar. Nunca, em toda a história da humanidade, duma humanidade tornada globalizada e para além disso muito numerosa (9,5 milhares de milhões dentro em pouco), sobre um planeta encolhido, os riscos dum incêndio geral foram tão fortes. A globalização é um factor de confronto gigante, mais do que de criação de um Estado universal, que não teria senão problemas de polícia a regularizar. Esta globalização (ou mundialização levada ao máximo) não é um factor de paz mas de guerra generalizada.
Vejamos quais são os focos de tensão que se arriscam a interagir e a provocar uma conflagração geral:
1 – A imigração maciça na Europa (sobretudo do Oeste) sob a bandeira do Islão vai progressivamente derivar para uma guerra civil étnica. A incapacidade da Europa para reprimir a imigração invasiva proveniente do Magreb e da África continental em explosão demográfica convergirá inevitavelmente para um conflito maior.
1)A presença na Europa de fortíssimas massas de jovens, de origem árabe-muçulmana, cada vez mais islamizadas, com uma minoria formada militarmente e querendo bater-se num djihad de motins de guerrilha e terrorismo, será o factor desencadeador duma espiral incontrolada.
2)O confronto global entre o Islão e o Ocidente (a Rússia incluída) a despeito da guerra de religião entre sunitas e xiitas vai pouco a pouco dominar a paisagem e tomar uma forma militar com conflitos interestaduais. Impossível actualmente prever o seu formato. À escala mundial, o Islão, que é uma ideologia-religião, ou ideo-religião fortemente etnicizada, não pára de se reforçar e de se destacar no mundo inteiro. O islão é um factor-mor de explosão mundial inevitável.
3) O problema de Israel, insolúvel, vai inevitavelmente confluir numa nova guerra entre o estado hebreu e os seus vizinhos, com em pano de fundo a revolta contra os colonos judeus integristas da Cisjordânia e a subida em potência das organizações terroristas islamistas. Sem esquecer que o Irão conseguirá muito provavelmente dotar-se de algumas cabeças nucleares. A irradicação de Israel é uma ideia fixa de todos os muçulmanos. Incluindo o regime turco de Erdogan, neo-islamita e neo-otomano. O conflito está programado e os USA não poderão deixar de intervir.
4) O mundo árabe-muçulmano (com excepção de Marrocos) entrou numa espiral de caos que se irá acentuar com duas frentes cruzadas: sunitas contra xiitas e ditaduras militares contra islamitas. Sem esquecer a vontade de liquidar todos os cristãos. Donde o recrudescimento das desordens que não podem senão amplificar a imigração para a Europa. Os actuais conflitos da Síria e do Iraque que vêem o nascimento dum Estado islâmico selvagem (o califado) são um passo mais para o confronto.
5)O conflito China-USA no Pacífico, choque entre dois imperialismos de natureza essencialmente económica, vai convergir num choque geopolítico maior. A China quer retirar aos Estados-Unidos o estatuto de primeira potência mundial. Circunstância agravante: a tensão China-Japão (aliado dos Estados-Unidos) não deixa de crescer e este último país, trabalhado por um neo-nacionalismo, acaba de levantar o obstáculo constitucional às intervenções armadas.
6) Os conflitos em latência Índia-Paquistão e Índia-China (todos potências nucleares ) devem ser também tomados em conta.
É preciso mencionar os factores agravantes, essencialmente económicos e ecológicos, que vão pesar sobre o clima, sobre os recursos energéticos fósseis, sobre a água (o bem raro por excelência), sobre os recursos mineiros.O ponto de ruptura físico situa-se na primeira metade deste século. Sem esquecer evidentemente o terrorismo de grande dimensão, especificamente com meios nucleares artesanais, a que não escaparemos.
O Islão é o principal factor de desencadeamento de uma TGM, na medida em que se assiste por toda a parte à subida do radicalismo islamita, em parte financiado pela Arábia e o Qatar com um inimigo implícito mas muito claramente presente nos espíritos: a civilização ocidental, à qual a Rússia está, aliás, assimilada. Em suma, no espírito dos islamitas do mundo inteiro, cuja ideologia se espalha como um vírus, o inimigo é o mundo branco e cristão, mesmo se isso não corresponde a nenhuma realidade sociopolítica.
2) As linhas de força dos confrontos e das alianças serão complexas, mais ainda do que durante a precedente guerra mundial. As zonas maiores geopolíticas de explosão são a Europa, a África do Norte, o Médio Oriente e, eventualmente, o Pacífico. A forma desta guerra: ela será de focos múltiplos e adicionará as guerras civis, os confrontos entre Estados, as guerrilhas e os ataques nucleares. A propósito, o Estado de Israel está em grande perigo. Embora ele disponha da dissuasão nuclear isso não impedirá alguns dos seus vizinhos, provavelmente em breve dotados da mesma arma, de usar os kamikazes e de o atacar. Imagina-se a carnificina. Deve-se perceber que os fanáticos islamizados não raciocinam absolutamente como os Russos e os Americanos durante a Guerra Fria, com a contenção da dissuasão mútua. Israel pode perfeitamente ser o início da explosão geral.
Contrariamente ao que repetem todos os papagaios, a Rússia não será um factor de perturbações. O imperialismo russo orientado para a Europa oriental e que constituiria um perigo de agressão é um mito construído pela propaganda de certos círculos de Washington. Pelo contrário, também a Rússia está a braços com o Islão.
O previsível confronto mundial produzirá bem entendido uma catástrofe económica, nomeadamente pela ruptura dos fornecimentos de petróleo e gás da África do Norte e do Médio Oriente. Uma economia mundializada, muito frágil porque muito complexa, fundada sobre fluxos intensos (marítimos, aéreos, numéricos, etc.) cairá como um jogo de dominós em caso de perturbação conflitual de grande amplitude. A principal fraqueza dos Ocidentais, sobretudo dos Europeus do Oeste, reside no seu envelhecimento demográfico e no seu amolecimento mental, a sua passividade, o seu medo de se defender, um síndroma que atacara os Romanos a partir do século II. A TGM verá certamente trocas de golpes nucleares. Mas não serão mais graves do que Hiroshima e Nagasaki. Os seus efeitos serão mais destruidores sobre o plano psicológico do que físico.
Poder-se-á assistir a um recuo global da humanidade, sob os planos técnico e demográfico, durante vários séculos. Não pelos mortos da TGM, mas pela destruição económica e sanitária que ela provocará. O conflito arrisca-se a produzir-se entre 2025-2035. Depois, as coisas poderão levar vários séculos a restabelecer-se. O recuo da civilização já se produziu no séc. V com a destruição de Roma. Levou-se mil anos a recuperar, um simples gesto à escala da história. Simplesmente, no momento em que se festeja, numa euforia fictícia, o centenário da Primeira guerra mundial, valeria a pena prepararmo-nos para a Terceira, que se perfila.
A sua alma, a França está em vias de a perder, não só por causa da mundialização, mas também, e sobretudo, por causa da sociedade simultaneamente pluriétnica e pluricultural que muitos se encarniçam, com falsas ideias e verdadeiras mentiras, a impor-lhe. Se este ensaio permitiu a alguns medir perante que perigos nos encontramos, ele terá atingido o seu objectivo (…) Estas páginas podem parecer cruéis. Mas correspondem a um sentimento muito profundo.
Chegou o momento de tratar energicamente o problema da imigração africana e sobretudo muçulmana. Se não for esse o caso, a França terá dois rostos: o do “caro e velho país” e o do acampamento avançado do terceiro mundo africano. Se desejamos ver as coisas degenerar assim, basta deixar seguir o seu curso. O acampamento africano sempre maior, mais vasto, mais ilegal, mordiscará primeiro, depois roerá, antes de fazer desaparecer completamente o caro velho país, cuja derrota será anunciada do alto dos minaretes e das nossas numerosas mesquitas. Os nossos tempos são bastante graves para não fazer apelo a medíocres facilidades políticas. Caminhamos para os Saint-Barthélemy se a imigração africana não for controlada, limitada, reduzida e expurgada dos seus elementos negativos e perigosos, se um esforço de integração não vier também completar esta necessária repressão. As medidas a tomar são severas e o velho país não deverá estremecer de reprovação de cada vez que um charter repatriar invasores ilegais. É preciso, pois, que este caro velho país restitua ao estado o seu lugar normal. Os liberais enfraqueceram-no, os socialistas destruíram-no. Onde estão as grandes tarefas atribuídas ao Estado? A Justiça, o Exército, a Educação nacional, a Segurança, a Polícia, o nosso lugar na Europa? Em migalhas. A França está ao abandono, está em decomposição através do mundo. A sua recomposição está num regresso enérgico à unidade e à coerência, não só da Nação como do Estado.
“Se a verdade vos choca, fazei de modo a que ela se torne aceitável, mas não amordaceis aquele que dela denuncia o absurdo, a injustiça ou o horror”.
Um estudo admirável de alguém ferido nos seus sentimentos e com justo medo. Para mim, contudo, programas televisivos como “Questions pour un Champion”, ou outros espectáculos de música, de trabalho, de visitas culturais aos seus castelos, aos seus campos e cidades, mostram tanto de riqueza humana, que não creio que algum dia isso tenha fim, tal como a chuva que cai das nuvens. E as gentes que lá entrarem, nessa França des Lumières só terão a ganhar com isso. O mundo ficará mais rico nessa expansão de cultura.
Dois textos de assustar, um publicado no “A Bem da Nação” - «A Europa foi anexada ao Estado Islâmico» de Autor devidamente identificado que escreve sob anonimato por razões de segurança pessoal- outro chegado por email – “Vers une 3ème Guerre Mondiale” – que traduzo quase integralmente. O primeiro versa a tragédia do formigueiro humano que desaba sobre a Europa, que o autor anónimo demonstra conter muito de mistificação, de gente fugindo, na aparência, para um espaço de mais liberdade e paz, provando, já no título do texto, que outro móbil parece estar na origem da avalanche, forjador de uma terceira guerra mundial, segundo o texto a seguir.
Quanto ao auxílio prestimoso de muita da nossa juventude e mesmo senectude manobradas pelos partidos da generosidade fácil, porque sem responsabilidades de governação, aponto o seguinte comentário do meu marido, que logo registei por revelar velhos traumas sofridos, que eu própria esquecera: «Esta mentalidade de Zé pequeno que não dá nada a ninguém mas adere facilmente a estas campanhas mediáticas de querer ser útil e mostrar-se generoso… Já não te lembras de quando no Palácio da Ajuda, que tinha um departamento do Ministério da Educação, te perguntaram, quando lá foste procurar colocação: “Quem a mandou vir?» Realmente, tantas coisas se passaram na minha vida desde esses tempos, que me esqueci da insolência, mais sensível às buzinadelas quando conduzia o meu Peugeot de volante à direita, e a eventualmente algum insulto ou ordem no sentido do retorno para donde viera, pelo que, assim que pude, comprei um qualquer mini de volante no sítio próprio do anonimato. É claro que comentámos também os muitos que por cá sofrem e não merecem campanhas tão vistosas de humanidade mediática, ou mesmo de apelo de fundos pela internet. Como disse o meu marido ainda, “a Europa tem que mostrar boa imagem”.
Nós, os retornados brancos, acusados de exploradores dos pretos, merecemos tratamento diverso do de hoje para os asiáticos, daí que transcreva um excerto de um texto contido em “Prosas Alegres e Não” (1973), escrito em Moçambique, já então na sensibilidade da movimentação em torno dos tais movimentos libertadores posteriores, expressivos do nosso pendor acusatório como justificação da tragédia que se seguiu, para motivação de repúdio dos que nos fecharam os braços que abrem agora tão efusivamente ao estrangeiro:
«Os Altruístas»: Há muitos. Pelo menos eu tenho encontrado bastantes no decorrer dos anos. Bradam uns contra a miséria grassante e a respectiva falta de providências. Bradam outros a favor “dessas raças tristíssimas e pretas” sempre as mais desprotegidas em todos os capítulos, e por isso mesmo com toda a razão de quererem a sua terra, que lhes pertence por direito ancestral. Não sei bem como se exprimem em relação às Américas, mas calculo que sejam apologistas do extermínio dos usurpadores americanos a favor dos índios….
Os tais atacantes da miséria são geralmente os menos inclinados às acções generosas. As suas bolsas ricas e avaras recusam abrir-se a favor do pobre, ou, se o fazem, é com mesquinhez, quando não com alarde para o mundo ficar sabendo….
…O mesmo princípio altruístico o tenho ouvido a compatriotas nossos, incapazes, por outro lado, de pagar aos seus serviçais um ordenado mais generoso e concordante com as suas ideias.
Não falam esses no povo das nossas aldeias, em condições idênticas e até por vezes inferiores às do tal negro explorado. ….
Lamentam os negros explorados, mas são eles geralmente os mais ricos, os que nas suas profissões mais ou menos liberais exploram negros e brancos, vivem nas casas mais chiques, de bem com Deus e o Diabo, jogando a todos os carrinhos, e que não são, enfim, coerentes com as suas próprias doutrinas humanitárias, pois estas implicam uma natural renúncia aos bens terrenos, como o fizeram o rico Buda ou o abastado S. Francisco de Assis, “il Poverello”.
É certo que a juventude e mesmo já a senectude, que agora se esforçam em torno dos fugitivos do Oriente invasores do Ocidente, nada têm a ver com os seus antepassados, que uma análise mais profunda descobre naqueles outros advogados e doutores bem instalados, comendo a todas as mesas, ajudantes da libertação dos povos e fabricantes de novas pátrias, entre as quais a deles. Os seus descendentes talvez pertençam antes a grupos sem emprego, com tempo para se dedicarem, no rasto de outros camaradas europeus, a um altruísmo mais vistoso, de um empenhamento de aparência generosa, tal como o dos seus antepassados, que tinham, todavia, muitos outros truques na manga, como se viu por cá. Mas os da generosidade de hoje, não são menos perigosos na destruição dos mundos. É o que revelam os estudos que seguem, sobre o formigueiro que sobe e trepa e atropela uma Europa democrática, talvez condenada na sua própria civilização, caso insista em, cristãmente, se deixar penetrar e corroer:
1º Texto: «A Europa foi anexada ao Estado Islâmico!»
Nascido no Funchal cerca de 1534, entrou na Companhia de Jesus em 1550.
Confessor de Maria de Portugal [1] desde que esta embarcou em 14 de Setembro de 1565 a fim de casar em Bruxelas com Alexandre Farnese, seguir viagem com destino a Parma e assim se tornar princesa, desempenhou essa missão até à morte da confessada em 7 de Setembro de 1577. Esta missão foi simultânea com vários cargos, nomeadamente como reitor do Colégio de São Roque, em Parma, visitador da Província Jesuíta da Lombardia, auxiliar do bispo de Montefeltro e vice-reitor do Colégio de Brera.
Regressado a Portugal, em 1580 foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus com a missão de reformar o governo da Província Portuguesa.
O seu objectivo consistiu em restaurar o antigo fervor religioso que entretanto decaíra por causa do grande número de admissões e de saídas, o que significava que nem todos os admitidos possuíam a vocação suficiente para que a Companhia mantivesse os padrões que a tinham tornado famosa como grande instrumento católico no âmbito da Contra Reforma.
Como reconhecimento pelo importante trabalho desenvolvido, foi elevado a Bispo e encarregado de instalar a Diocese de Funay, no Japão.
Durante a viagem rumo ao Império do Sol Nascente e devido à sua bondade, os demais passageiros endereçavam-lhe versos de louvor chegando mesmo a organizar jogos florais, sempre com o novo Bispo como tema central.
Mas o Bispo Sebastião Morais nunca chegou a exercer o cargo pois morreu na viagem, ao largo da Ilha de Moçambique, vítima da peste. Era o dia 19 de Agosto de 1588.
Curioso como um grupo de mareantes, atacado pela peste, arranjava disposição para florear em competição.
Setembro de 2015
Henrique Salles da Fonseca
BIBLIOGRAFIA:
– «Sebastião de Morais, SJ, o confessor da Princesa de Parma», José Adriano de Freitas Carvalho, Universidade do Porto
Maria de Portugal ou Maria de Guimarães (12 de Agosto de 1538 - 7 de Setembro de 1577) foi infanta de Portugal e princesa (duquesa-consorte) de Parma e Piacenza, era filha do infante D. Duarte I, 4.º Duque de Guimarães e de sua esposa, Isabel de Bragança, sendo por via paterna neta do rei D. Manuel I de Portugal.
Trata-se do goês José Custódio de Faria, nascido em Candolim, distrito de Bardez, Goa, em 1746. Filho de Caetano Vitorino de Faria, brâmane saraswati e Rosa Maria de Souza Possuía ainda uma irmã adoptada, de nome Catarina. Os pais do abade mais tarde separaram-se, ambos aderindo à vida monástica.
Acompanhado do pai, chega a Lisboa em 1771 e depois de um ano vivendo na metrópole, os dois convencem o rei de Portugal, D. José, a custear os estudos de Faria sénior, Caetano Vitorino, em Roma no intuito de obter o doutorado em teologia e os de seu filho, José Custódio, como religioso. Mais tarde o próprio abade conquistaria o doutorado em teologia causando impressão suficiente no Papa de então (Pio VI), que o convidou para que realizasse um sermão na Capela Sistina, sermão esse escutado por Sua Santidade em pessoa.
Após essa honraria, foi a vez da rainha D. Maria I requisitar um sermão do abade. Reza a lenda que o abade Faria, ao ver audiência tão ilustre, “travou” a língua não conseguindo pronunciar palavra alguma. Seu pai, percebendo o que se passava, gatinhou debaixo do púlpito e sussurrou em concanim (a língua local goesa) ao filho: ”são apenas vegetais…corte os vegetais!”. Depois da ajuda paterna, o medo dissipou-se e o sermão seguiu tranquilamente.
Essa experiência curiosa causou impressão fulminante em Faria: como poderia uma simples frase fazê-lo perder o pânico momentâneo que o tomou? Estava aberto o caminho para os seus estudos sobre hipnotismo, o que geraria um dos grandes pioneiros da técnica.
Faria é considerado herdeiro dos estudos de Franz Anton Mesmer, o “inventor” da hipnose como conhecemos hoje. A sua visão da hipnose foi influenciada profundamente pela filosofia e ciência hindu, sendo chamada às vezes de “hipnose oriental”. É dele a noção de que a hipnose flui através do poder de sugestão do hipnotista, conceito firmemente creditado ainda hoje; Mesmer creditava a consciência hipnótica ao que chamava de “magnetismo animal”. O conceito de auto-sugestão, também em voga ainda hoje, é outra de suas contribuições.
É interessante notar que boa parte do vocabulário moderno ligado à hipnose moderna teve origem também nos seus estudos. Pouco depois do episódio do sermão de D. Maria I e do seu aprofundamento nos estudos científicos, Faria é implicado na “Conspiração dos Pintos”, (o equivalente da “Inconfidência Mineira” brasileira). Com isso, o abade passa a residir em Paris, em plena Revolução Francesa, onde lidera um batalhão revolucionário, o “10eme Vendémiaire”, que contribuiu para a queda da Convenção Revolucionária francesa (o Directório).
Em 1797 é preso por razões desconhecidas passando um bom tempo numa solitária do temido presídio “Chateau d’If”. Lá, passa a maior parte do tempo a praticar as suas teorias de auto-sugestão. Algum tempo depois é liberto, porém, desgosta-se ao ver que prevalecem visões opostas à sua teoria de hipnose.
Acusado de charlatanismo, resolve recolher-se a uma ordem monástica obscura morrendo de derrame cerebral em Paris, em Setembro de 1819. Foi enterrado em local desconhecido e até hoje a localização de seus restos bem como sua última residência permanecem um mistério.
Não bastasse a vida cheia de peculiaridades, Alexandre Dumas no seu “Conde de Monte Cristo” inclui o abade como um dos personagens de sua trama (Abeé Faria), dando especial atenção ao período em que o abade passou no Chateàu d'If.
Segundo a Agência Federal Alemã de Emprego, em Abril deste ano havia 1,67 milhões de crianças dependentes de segurança básica do estado. Houve um aumento de 23.000 em relação a 2014. Entre cada seis crianças, uma vive na dependência. Em toda a Alemanha 15,7% do grupo etário entre 0 e 15 anos encontram-se dependentes de auxílios estatais para poderem ver seguro o mínimo de subsistência.
Crianças com pais pobres sofrem as consequências de uma sociedade que não coloca a criança no centro das suas preocupações. A quota de crianças necessitadas subiu de 15% em 2012 para 15,7% em 2015. A pobreza é desigual de uns estados federados para os outros. Enquanto a quota de pobreza atinge em Berlim os 33,5%, em Bremen atinge os 32,9%, em Hamburgo os 21,7% enquanto na Baviera atinge os 7,3% e no Baden Vurtemberga os 8,5%.
Thomas Jefferson disse que as instituições bancárias são mais perigosas do que os exércitos permanentes. Isto no século XVIII. Estamos no XXI, e ele tinha toda a razão.
Vivemos hoje tempos de incerteza, de desigualdade, concentração de renda, especulação feroz, guerras que proporcionam fabulosos lucros aos fabricantes de armamentos, grande e grave apreensão sobre o futuro a curto e médio prazo, porque a longo ninguém será capaz de prever, por exemplo, como a “pacífica” invasão da Europa que, por força, a vai desestabilizar.
O Estado brasileiro detentor do monopólio financeiro, dita as leis mais absurdas que se possam imaginar, como por exemplo um juro básico de 14,25% que permite aos bancos particulares cobrarem aos clientes qualquer coisa como até 500 % ou mais no cheque especial ou no cartão de crédito. Com este tipo de monopólio, e outros, o Estado detém do mesmo modo o uso legítimo da violência, que a usa para aumentar impostos para não enxugar a máquina administrativa, poder comprar congressistas e outras barbáries.
Nepotismo, palavra que vem do italiano nepote – sobrinho ou sobrinha, neto ou neta – desde o século XV, de Alexandre VI, o famigerado Borgia, considerado o pior papa de todos os tempos, que chamava sobrinhos aos filhos ilegítimos, para os enriquecer, hoje é prática que por aqui se mantém mais arreigada que lapa na rocha.
O EI aproveita esta onda, este tsunami de migrantes, para semear mais terror aos europeus: “Já mandámos junto com os fugitivos mais de 5.000 combatentes”! Por outro lado, assisti há dois dias um pouco ao debate entre os pré-candidatos republicanos nos EUA. Difícil ouvir tanta besteirada! Doem até as meninges! Cada um semeava mais pavor do que o outro, unânimes em acusarem o reinício das relações com o Irão, como extremamente perigosas, argumentando que “sendo o Irão um estado teocrático, na posse da bomba atómica, vai provocar o fim do mundo, despejando bombas por todo o lado. Assim ficariam com a certeza de encontrarem no “crescente azul” as cobiçadas virgens”. E os babacas que assistiam ao debate, entusiasmados batiam palmas!
O rombo mundial de 2008 deu-se por uma circunstância simples: ganância desenfreada. Os agentes financeiros dos EUA soltaram pelo país vendedores de créditos! Eram pagos em percentual dos créditos conseguidos, fossem eles seguros, inseguros ou inexistentes. Um pobre do Alabama com uma casa de madeira a cair aos pedaços era fisgado para assinar um contrato de empréstimo de alguns milhares de dólares para melhorar a sua casa, ele que mal tinha dinheiro para sobreviver. O vendedor recebia o pagamento pelo seu trabalho e os “espertinhos” dos bancos passavam o contrato adiante e... provocaram uma tremenda quebra de mercados. Muito pior do que a ingénua Dona Branca em Portugal.
Porque ninguém percebeu? Perguntou nessa conjectura, a rainha Elizabeth. Não foi um caso de excesso confiança entre agentes financeiros, mas um caso nítido de compadrio, que o governo americano apadrinhou, entregando bilhões de dólares aos bancos e seguradoras que estavam, fraudulentamente, falidos!
Em França o desgoverno do Hollande também corre atrás de bancos e indústrias para não fecharem, transformando assim o país de democrático em socialista, e continua a falar nos “valeurs de la Republique, égalité, état laïque, etc.” linguagem estranha para muçulmanos e judeus, e os próprios franceses.
Surgem Partidos Populistas, como Syriza, Podemos de Espanha, Front Nacional em França, que se baseiam no desprezo dos governos sobre a retracção do poder de compra do trabalhador, que dificilmente enxugam a máquina estatal, sem se atreverem a mexer nos Benefício Sociais, que serão, em muito breve, a causa primária da penúria e guerra civis.
Por aqui é a cegueira total. Ninguém faz nada, ninguém parece saber algo de qualquer coisa, quando aparece alguém que anuncia alguma medida saudável, no dia seguinte é desautorizado, e o país afunda, afunda, afunda e para o afundar mais depressa recorre, não à contenção dos gastos, mas ao aumento disparatado de impostos.
Ninguém confia em ninguém! Em políticos... abrenúncio (!), na polícia, deus nos livre, nos advogados que comandam as câmaras legislativas, é um mal obrigatório, e nas empresas... o mesmo, e o povo pára os carros nas calçadas, avança sinais, bebe muito e conduz, corre em alta velocidade, grita contra o governo, mas, falta-lhe cultura, educação civismo.
Pode-se confiar, por exemplo num sueco, mas difícil num brasileiro ou num kuaitiano!
No meio do barulho, as facções marxistas enxergam os administradores pagos com fortunas, mesmo que tenham levado as empresas para o fundo, mas limitam-se a “ladrar”.
Num país de compadrio basta influenciar os legisladores para que um bom negócio se efectue, para que as leis se baralhem de tal forma para que os julgamentos levem tantos anos que o pior bandido, se tiver bons advogados acaba por se ver livre das acusações, e sobretudo visam proteger os próprios legisladores e os juízes, que se atribuem imunidades.
A importância do dinheiro não é novidade. Vejam a acusação feita por David Graham Phillips (1867-1911):
Traição é uma palavra forte. Mas não forte demais, e sim fraca demais, para descrever a situação na qual o Senado (EUA) é o entusiasmado, engenhoso e incansável agente de interesses tão hostis ao povo americano, quanto o seria um exército invasor, e muito mais perigoso: interesses que manipulam a prosperidade produzida por todos de modo a que ela proporcione riqueza para poucos; interesses cujo crescimento e poder podem significar a degradação do povo, a transformação dos cultos em bajuladores, das massas em servos.
Podia dizer isto hoje!
Como diz Luigi Zingales: ...não podemos esperar que o processo político, pesadamente influenciado por lobbies, se contenha a si próprio. Isso seria o mesmo como esperar que o peru vote a favor da Ceia de Natal!
Reagan: Não há respostas fáceis, mas há respostas simples. Precisamos ter a coragem de fazer aquilo que sabemos ser moralmente correcto.
Os legisladores jamais criam leis simples. Sempre vão fazê-las mais e mais complicadas para que haja uma ou mais brechas, por onde poderão escapar ou adiar a sua própria condenação. Mark Twain tinha sobre essa gente uma opinião simples: Há três tipos de mentiras: mentiras, mentiras simples e mentiras deslavadas e estatísticas. Vemos isso todos os dias na boca dos governantes: mentiras.
Se pudéssemos definir, por uma só palavra um governante e/ou político, esta seria: “mentira”.
Mas os políticos não são os únicos que mentem, por exemplo ocultando dados. Vimos isso no estouro da bolsa de 2008 com o banco Lehman Brothers (que está aí de novo e poderoso), as ultra seguradoras Fannie Mae e Freddy Mac e outros.
O mercado político distorcido permite que o capitalismo de compadrio triunfe, que o governo intervenha e que o contribuinte pague.
O governo cria riqueza com os impostos e distribui pelos industriais de maior força política, sempre sacrificando os consumidores.
Daí que a livre concorrência e o controle dos lobbies deva ser uma prioridade para um governo justo.
Mas... há disso nas Américas? Onde?
N.- Algumas ideias retiradas do livro “Capitalismo para o Povo” de Luigi Zingales.
Quando penso naqueles que se metem de moto próprio numa aventura de destino desconhecido, largando pátrias e lares em busca de uma vida diferente, muitos por medo, muitos por ambição, quantos por desejo de arrasar, infiltrando-se, os alicerces de uma cultura e uma religião que não é a deles, para impor, pela força, a do seu radicalismo islamita, lembro aqueles tempos em que também nós, os da distância marítima, fomos forçados a fazê-lo, alguns tudo largando, outros conseguindo trazer os restos dos haveres que julgavam necessários para o seu recomeço num destino incerto. Mas tínhamos aviões ou barcos que nos largaram no solo pátrio, e por vezes o braço familiar tão necessário para o recomeço, a própria pátria nos acolhendo, dentro das responsabilidades que entendera ter para com os que também lhe pertenciam por direito, apesar da má vontade de muitos dos que aqui estavam de raiz. Vejo-os a esses outros, caminhando rápidos, despojados de tudo, com as crianças pequenas ou maiores, sorrindo, apesar de tudo, apesar das lágrimas de muitos, de uma coragem e ousadia que admiro, por ser tão incerto o seu futuro, tão sem condições o seu presente, sujeitos, para mais, a uma aventura marítima quantas vezes trágica, como fora a nossa na ida, por mares desconhecidos, na ambição da riqueza e na fé de espalhar o cristianismo pelo mundo.
E a seguir leio textos do nosso medo – os de Vasco Pulido Valente e de Alberto Gonçalves – retomando os dados das nossas lutas intestinas, na caricatura da nossa governança e dos que pretendem arrasar, sob falsos argumentos de compor, o que foi feito, em princípio para fazer melhor, sem pejo de si próprios, sabendo quão necessária seria uma coesão autêntica entre as forças partidárias, para vencer esta crise a que se chegaria forçosamente, tanto foi o esbulho e a má reconstrução num esbanjamento de toleima dos empréstimos consentidos pelos “maus da fita”, na designação irónica de Salles da Fonseca referindo-se aos emprestadores do dinheiro, com a sua filosofia kantiana da “ética de dever fundamentada na racionalidade humana” distinta do “hedonismo que, sem esforço, tudo quer já”, sendo que “o trabalho é uma obrigação para qualquer alemão; o trabalho é um direito para quase todas as nações. Os alemães produzem; os outros consomem»
Pulido Valente mostra-se bem preocupado com a atitude de Costa recusando-se a “alinhar” com Passos Coelho na questão da viabilização do orçamento do Estado. Alberto Gonçalves põe um pouco água na fervura, achando que quando Costa for governo, Costa viabilizará o OE. Mas são muitas as sentenças, muito o pretensiosismo, muita a tropelia, muito o arreganho, muito o ódio, afinal. Por cá.
Berta Brás
Pobres de nós
Vasco Pulido Valente
Público, 20/09/2015
O dr. António Costa sabe que se perder em 4 de Outubro acabou politicamente. Depois de ter assaltado o PS e corrido à má cara com Seguro para ganhar à coligação, se não ganhar todo o azedume que contra ele se criou no partido virá ao de cima e ele não se conseguirá aguentar uma hora como secretário-geral.
A gente com que ele correu não esquecerá nem a brutalidade e a arrogância do método, nem que ele foi eleito pelo voto dos “simpatizantes” socialistas (um categoria indefinível) e não pelos “militantes” (uma categoria, pelos menos, tradicional). Além disso, há Sócrates que, com razão ou sem ela, se sentiu “posto ao lado” (José Lello) e traído e que só espera uma boa oportunidade para o liquidar.
A política não é um jogo pacífico e António Costa, que o sabe muito bem, não se ilude com certeza sobre os perigos da sua situação. Uma única coisa o pode salvar: conseguir a maioria absoluta para o PS. Mas presumivelmente, e apesar da propaganda que se fez sobre o debate com Passos Coelho, não parece que chegue lá. Não admira que perante o que, para ele, é a ingratidão e a cegueira dos portugueses, Costa ameace agora arrastar o país consigo. Sem surpresa nenhuma para mim, que estava à espera de um golpe destes, o admirável candidato do PS anunciou anteontem solenemente no Seixal que não tencionava “viabilizar” (ou sequer negociar) o orçamento de Estado da coligação. Ele não ignora as consequências desastrosas para os portugueses desse acto suicida. Pelo contrário. De qualquer maneira, prefere um desastre com ele do que um desastre sem ele. Suceda o que suceder.
A Constituição não permite ao Presidente Cavaco dissolver a Assembleia até ao fim do seu mandato; ou que a Assembleia seja dissolvida nos primeiros seis meses do dela. O que significa que Portugal será obrigado a viver sem orçamento (e por duodécimos) no mínimo até Junho-Julho do ano que vem. O que lançaria as finanças públicas num caos, sem falar nas reformas de qualquer tipo, que teriam de ser metidas numa gaveta durante oito meses. Pior ainda, os mercados que hoje nos sustentam a juros razoáveis não tornariam tão cedo a emprestar um tostão à irresponsabilidade indígena.
Desde a I República que não aparecia um cacique da envergadura do dr. Costa na cena política portuguesa, pronto a meter o país no fundo por vaidade pessoal ou conveniências partidárias. Apareceu anteontem. Pobres de nós.
Um dia teremos saudade da troika
por
DN, 20/9/15
Com a pompa digna de um Watergate, o Público divulgou uma carta de Passos Coelho a Sócrates em 2011 e explicou que o então líder do PSD "exigiu" ao então primeiro-ministro "que pedisse apoio externo para resolver os problemas financeiros do país". A pompa é exagerada. A divulgação é redundante (a carta era conhecida). A explicação é desastradamente falsa.
Na carta em questão, não há - nem poderia haver - qualquer exigência: há a verificação de que o país estava na iminência da bancarrota, de que era fundamental impedir a dita e de que, "se essa [viesse] a ser a decisão do governo", o PSD não deixaria de "apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos". Embora, dado o "enquadramento", o jornal quisesse provar o contrário, Passos Coelho sai do episódio como o sujeito responsável que, ao invés de Sócrates, observou os interesses nacionais à frente dos privados. A propaganda assumida ou "amiga" de António Costa soma desastres.
Nenhum desastre, porém, se compara ao que sucederia a Portugal na ausência da troika. Numa campanha em que tipicamente não se discute quase nada, discute-se muito a autoria do convite à troika. Andará tudo doido? É uma possibilidade. Por esta altura, até uma criança deveria saber que a troika veio a pedido formal do PS, para alívio dos quatro quintos da população que não anseiam pelo caos e para desgosto de Sócrates, que, a exemplo de dúzias de estadistas notáveis pelas piores razões, preferia espatifar a pátria do que cair antes dela. Graças à insubordinação de Teixeira dos Santos, ainda bem que a troika veio. Ainda bem que Passos Coelho compreendeu a necessidade dessa vinda. Ainda mal que a coligação aproveitou tosca e parcialmente a oportunidade.
A única acusação mais bizarra do que culpar o PSD pelo advento da troika é acusá-lo de, no poder, ter excedido as respectivas exigências. Ou, no jargão das cabecinhas ocas, de ter "ido além da troika", a outra obsessão infantil da semana. É claro que, por opção própria ou ordem da Sagrada Constituição, o governo ficou aquém da troika, cujas condições sugeriam implicitamente as reformas que não se fizeram ou fizeram pela rama. Com a ajuda do fisco, lá se cumpriram os arranjos genéricos e, sob o verniz, manteve-se quase tudo na mesma. De vez em quando, aterravam por aí uns estrangeiros a constatar o progresso escapatório das "medidas". No prazo previsto, foram à vida deles, convictos de que as nossas não têm salvação.
A questão, insisto, não é condenar quem chamou ou apoiou a chegada da troika, mas quem a deixou partir. Sozinhos, ou soberanos de mão estendida, não vamos longe. E, com o PS mortinho por anular o pouco que a troika remendou, nem iremos perto.
Quinta-feira, 17 de Setembro
Festa rija
A Festa do "Avante!" é uma amostra pequena mas representativa do que seria o país caso os comunistas mandassem: solidariedade, convívio, participação, música, copos, petiscos, respeito, humanismo, delegações de grupos exóticos e terroristas, testemunhos de homossexuais insultados e espancados, comunicados a negar os espancamentos e a aludir a sexo oral, saudações fraternas de "camarada" e "paneleiro", em cada esquina um amigo ou um jagunço pronto a calar dissidências ao pontapé. De botas cardadas, como na outra cantiga. Um dia tenho de imitar o Prof. Marcelo, abdicar dos meus preconceitos e provar tamanha alegria.
Sábado, 19 de Setembro
O verdadeiro estratega da coligação
Em dois ou três dias, António Costa conseguiu: a) mostrar que não faz a mais pequena ideia sobre as "contas feitas" de que orgulhosamente se vangloria por aí; b) queixar-se à mamã de que a "direita" é feia e obrigar a pobre senhora a discursar não sei onde; c) provar que só a irascibilidade e a educação débil o separam de Jerónimo de Sousa; d) trazer para a campanha questões relevantíssimas como as taxas da IVG, ou "aborto" em português de gente; e) lançar suspeitas para cima do percurso profissional de Passos Coelho, o qual passou a carreira em partidos e empregos oferecidos por amigos, ao invés de muitas pessoas que não se chamem António Costa; f) garantir que, no que depender dele, o Orçamento de 2016 já está chumbado, o que é o mesmo que interromper a gravidez ainda antes da fecundação - e com taxas altíssimas.
Acerca do último ponto, porém, é exagerado criticar o homem pela eventual ingovernabilidade da pátria. Como acontece em relação a tudo o que diz num dia, no dia seguinte o Dr. Costa aparece a explicar melhor: obviamente, limitou-se a garantir que chumbará qualquer OE da autoria da coligação. Nada disso implica que, se o PS vencer as eleições, o Dr. Costa não esteja disponível para viabilizar um OE socialista. Sempre é um descanso, e um balde de água gelada nos que pensavam que o Dr. Costa faria implacável oposição até a um governo liderado pela sua insigne figura.
Não é uma hipótese absurda. Até aqui, ninguém se esforçou tanto quanto o Dr. Costa para derrotar o PS. Em dez meses, demoliu com bravura o avanço do partido nas sondagens. Em vésperas de campanha, começou a afocinhá-lo nas ditas. Espera-se que a campanha sirva para desgraçar o PS de vez. Caso contrário, o Dr. Costa terá o país inteiro sujeito ao seu prodigioso talento - e aí a desgraça será nossa.
O Estado Islâmico, obviamente nunca poderia realizar este sonho militarmente, todavia a sua inteligência política não falhou! A arma é abusar da sensibilidade humana pois (in)felizmente o mundo cristão tem coração! Para o europeu a mulher representa a ternura, a beleza e o amor; para o ocidental a criança é o fruto desse amor, é alegria e esperança.
A imagem de uma criança que morre afogada dilacera o coração de qualquer ser humano que goza de alma, qualquer ser humano familiar com os valores humanísticos, valores estes que acodem uma mulher grávida protegendo-a... venerando-a... mas vejamos a visão islâmica:
- Uma criança morre: "Foi a vontade de Allah...esta noite fazemos outra"
- Uma mulher grávida "não faz mais do que a sua obrigação, enfim para isso é que existe"
Estamos aqui perante as armas do Islão (i.e crianças e mulheres sobretudo as grávidas) para conquistar, destruir e roubar os "hereges" não esquecendo que A UNIÃO FAZ A FORÇA.
Se um individuo tentar atravessar as fronteiras sem passaporte válido com um visto carimbado, estará a infringir a lei que pune tal acção mas se em vez de um forem 380.000???? Uma simples infracção transforma-se num direito humano e se a lei continuar a punir a infracção, o direito humano estaria a ser violado pelos próprios criadores de direitos humanos. QUE IRONIA!!!
Por fim, todos os refugiados afluíram da Síria e do Iraque (o cerne do Estado Islâmico) e do Afeganistão (o cerne do Al-Qaeda o aliado do EI) para a Europa e só e unicamente para a Europa… olhem que COINCIDÊNCIA…
Perguntemos com o juízo presente: E a Arábia Saudita? Os Emirados Árabes Unidos? O Egipto? Todos ricos e da Fé Sunita porque NINGUÉM se dirige para esses lados?
Autor devidamente identificado que escreve sob anonimato por razões de segurança pessoal