Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A bem da Nação

QUANDO AS AMIGAS CONVERSAM

 

Mulheres em esplanada

 

Estranhei a minha amiga. Não é que não esteja já habituada a certas suas insinuações sobre a minha falta de combinação habitual nas cores do meu vestuário, ditos que por vezes até ferem a minha auto estima, pois uma pessoa tem a sua dignidade e nem sempre o estado de espírito lhe permite aceitar esses reparos com a sábia indiferença que põe no espírito os valores de relevo, pelo menos para si própria. A verdade é que me seduz a beleza, quer física quer do trajar e por isso fiz o reparo sobre a bonita cabeça da minha irmã, assim que cheguei, e logo a minha amiga, profusa e ampla de gestos, se saiu a confirmar que bastava ver a diferença entre as cabeleiras de uma e outra das irmãs para concordar que a cabeça dela estava inegavelmente muito acima da minha, de cabelos caindo enxutos, sem armação, sobre a minha caixa craniana, apesar de também ter ido na véspera à cabeleireira. Realmente não esperava ser alvo de um confronto tão inesperado, e até me senti meio constrangida com o paralelo, mas a minha amiga nem notou e continuou a dissertar com o domínio habitual, sobre os porquês de tais diferenças.

 

O que vale é que eu tinha mais propostas na manga, e logo que pude referi a questão das canções do Festival. Ninguém gostara, e falou-se da Simone, que a minha irmã chegara a ouvir e detestara a sua voz moribunda, falando a seguir nas canções dos festivais de outrora, que até muitas das que não ganhavam ficavam no ouvido como a do Jorge Fernandes, “Umbadá”. A minha amiga confirmou sobre o festival: «- Não tem interesse nenhum o festival. Zero», o que me fez estremecer, pelo cortante do tom, por muito que já estivesse habituada. Contei então que no Sábado à noite vira parte de um programa de evocação da música francesa de outrora, na TV5, uma vez mais expressão de cultura, requinte, delicadeza profundidade de interpretação e de sentimentos expressos, de beleza na melodia e nos gestos, na transposição de canções antigas, que os novos cantavam, às vezes acompanhados pelos cantores ainda vivos, como Adamo e Johnny Hallyday, autênticas paradas de arte e boa apresentação também pelos locutores.

 

Também tratámos de fofocas, desta vez sobre Alexandra Lencastre, que a minha amiga admira e a minha irmã acha provocadora, mas eu, que a ouvi há pouco numa entrevista, achei que ela se estava nas tintas para as opiniões, por ser bonita e atrair as homenagens masculinas, causa das suas atitudes desdenhosas, contrabalançadas por um extremo carinho com os deserdados.

- A Alexandra Lencastre está a fazer um papelão numa telenovela em Angola, estão encantados com ela, não sei se foca os problemas do racismo e da lixeira a par da luxúria citadinas – defende a minha amiga que anda sempre a par das questões melindrosas.

 

Aproveitei a referência a Angola para lembrar, decididamente votada à cusquice, que a Isabel dos Santos não é nada espaventosa no vestir, e mansamente a minha amiga concluiu:

- Ela não se dedica muito à aparência. Só quer é dinheiro e exposição.

 

Mas a Elsa chegou, contou do seu mundo familiar, de surpresas sempre para nós, o Afonso com as notas máximas sem esforço, como já o fora na Suíça, a Diana iniciando a sua vida social em festas no Pavilhão Atlântico, sempre sob o controlo da mãe, compreensiva e exigente, Pavilhão que abarrotara de malta, provando que a vida por cá também borbulha e sempre em festival.

 

Berta Brás.jpg Berta Brás

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 

Burkas.jpg

 

O Dia Internacional da Mulher pretende fortalecer a luta por melhores condições de vida e trabalho e igualdade de direitos sociais. É um testemunho da injustiça reinante no trato entre o género masculino e o género feminino.

 

 

GRANDE MAIORIA PARLAMENTAR ALEMÃ FORTALECE A POSIÇÃO DAS MULHERES NAS CHEFIAS

 

 

O Parlamento decidiu uma quota de 30% para mulheres nos conselhos administrativos de empresas cotadas na bolsa. A lei aplica-se a partir de 2016.

 

Cerca de 100 empresas terão de eleger 180 mulheres. Alguns empresários consideram a lei um envolvimento na liberdade empresarial.

 

Esta é a vantagem de uma coligação dos partidos da maioria (neste caso a coligação CDU/CSU-SPD): conseguir publicar leis que um Governo só de SPD e esquerda ou de CDU e CSU não conseguiriam.

 

A lei tem um carácter simbólico no sentido de mudar hábitos e condições sociais.

Observa-se uma mudança cultural e um sinal para os direitos da mulher a nível mundial.

 

A presença de mulheres nos andares superiores das empresas tornar-se-á mais visível.

 

 

ESTERILIZAÇÃO DE 5 MILHÕES DE MULHERES POR ANO NA ÍNDIA

 

Na índia morreram 12 mulheres depois da sua esterilização num hospital no âmbito de um programa grátis de planeamento familiar. Outras 30 encontram-se em perigo de vida. Um só médico terá esterilizado 80 mulheres no mesmo dia. O governo fomenta o programa de esterilização de mulheres porque para homens é tabu.

 

Anualmente são esterilizadas 5 milhões de mulheres na Índia. As autoridades oferecem prémios para mulheres que se submetem à esterilização. A índia tem 1,2 mil milhões de habitantes.

 

MULHERES EUROPEIAS ALISTAM-SE PARA O JIHAD NA SÍRIA

 

O Jihad atrai mulheres muçulmanas para o combate na Síria ao lado dos “mártires” jihadistas na luta pela formação de um estado islâmico. Da Inglaterra encontram-se 60 mulheres e meninas jovens em combate ao lado dos jihadistas na Síria e no Iraque.

 

Os terroristas louvam o papel das mulheres de um mártir, através de redes sociais e de contactos pessoais junto de jovens. Estes não estão preparados para a argumentação dos salafistas e outros extremistas tornando-se suas vítimas fáceis. Os salafistas assumem, neste sentido, um papel preponderante.

 

Muitos jihadistas usam as Companhias Aéreas Turcas para ou a Turquia para chegarem à Síria e ao Iraque.

 

 

Segundo informação das autoridades alemãs 11% dos 600 muçulmanos de nacionalidade alemã a combater no “Estado Islâmico” são mulheres. 75 islamistas alemães já morreram na Síria e no Iraque.

 

António Justo.jpg

António da Cunha Duarte Justo

 

OS CEMITÉRIOS DA DISCÓRDIA

 

 

 

Há dias um bando de adolescentes que sempre se mostraram “muitos tranquilos” (?!) depredou, numa pequena provação em França, um cemitério judeu. Depois dos ataques que estes sofreram no país foi mais um escândalo que o francisquinho da Holanda aproveitou para voltar a falar na liberté, nos valeurs de la Republique e mais uma vez afirmar que governar c’est pas facile.

 

Foi um acto besta de adolescentes entre 15 e 18 anos que demonstraram assaz capacidade de destruição e falta de respeito pelos vivos e sobretudo pelas ossadas que ali descansavam. A pena, coitadinhos dos ados, vai ser fraca. Direitos humanos.

 

Mas entretanto ficou-se a saber que durante 2014 o vandalismo mórbido de destruir cemitérios, em França, alcançou números extraordinários: 214 cemitérios cristãos, 40 ou 50 judaicos e uns 20 de muçulmanos.

 

Vai tempo em que os grandes reis eram enterrados cheios de jóias e ouro, vivos eram abatidos e depois lhes retiravam dentes de ouro que os nazis vendiam aos muito sérios e isentos judeus suíços! Agora não vale a pena fuçar nas tumbas, porque nada de valor lá se encontra. Então porquê isto?

 

É uma evidente demonstração de covardia. Nojenta, abominável. Ir perturbar as ossadas dos que já cá não estão e não se podem defender.

 

Mas a estupidez começa pela separação do local onde pode ser enterrado cada corpo conforme a religião que praticou. Até entre cristãos, católicos e protestantes!

Até em Angola houve o Cemitério dos Ingleses: protestantes não podiam ser enterrados ao lado dos católicos. Em Lisboa há outro. No Rio de Janeiro e em muitos outros lugares. E cemitérios para judeus também os há por todo o lado.

 

FGA-cemitérios holandeses.jpg

Ao que chegava (e chega) a estupidez humana: marido, protestante, e mulher católica, unidos por cimento em cemitérios separados! (Holanda, final séc. XIX)

 

É incompreensível esta psicose de se separarem os mortos. Razão tinham os hindus que cremavam os corpos; muitos deles mandavam levar as cinzas para o templo do deus da sua crença. Como é evidente ninguém vandalizava caixinhas com cinzas.

As penalidades de lei deviam ser mais duras para quem pratica esses crimes, repito, crimes, porque esses actos são piores do que simples vandalismo: são manifestações de intolerância e de total covardia. E ninguém aprende sem não levar umas palmadas bem dadas. Até o Papa Francisco diz que dar uma palmada aos filhos – nada de brutalidade – só os ajuda a melhor distinguirem o certo do errado.

 

Todos, eu, e tu, e aquele monte, e o Sol que agora se esconde, são moléculas do mesmo Todo, governadas pela mesma Lei, rolando para o mesmo Fim somos. (Eça – Civilização)

 

Hoje, o politicamente correcto não permite que se bata nos filhos; se um vizinho vir uma cena dessas pode fazer queixa e os pais perderem a guarda dos filhos.

 

Em África, nas populações ainda com magnífica vida primitiva, ninguém bate nos filhos. Eles crescem em total liberdade. A verdade é que vivem cercadas de carinho e não têm como ter “ataques de fúria” e, por exemplo, quebrar um prato ou a televisão. Também não roubam um dinheirinho da carteira da mamãe para comprar cigarros, nem ficam à janela a chamar nomes feios a quem passa na rua!

 

Lembro um episódio curioso: a minha filha Helena teria uns 12 ou 13 anos. Sem suspeitar que eu estava em casa, entrou porta dentro a fumar! Levou um tapa na cara, o cigarro voou e ela nunca mais na vida voltou a fumar. É ela quem conta essa história e que agradece o tapa que levou!

 

Diz um provérbio cuanhama que “O tronco da árvore se endireita enquanto é novo e verde.” E para que continue a crescer bem direita tem que se amarrar a uma estaca.

 

O mesmo com a juventude, antes que se desgarre: educação firme “amarrados à estaca do respeito e do amor aos outros, ao respeito pelos pais e mestres, etc.”, do mesmo modo que têm que receber destes o exemplo.

 

Todos os anos há vandalismo nos cemitérios. Aqui no Brasil a finalidade não é política, mas unicamente destruidora: roubar cruzes e outras imagens de bronze ou ferro, para vender a receptadores que, mais ainda estes, deveriam sofrer pesadas sentenças.

 

Destruir pela simples finalidade de destruir só acontece mesmo na cabeça dos que nada têm dentro dela. Então a solução para esses marginais deverá ser encher-lhes a caixa craniana. Se não a encheram por dentro com boa formação e respeito, quando crianças e adolescentes, agora só por fora, com um monte de bordoada e uns anos na cadeia.

 

Pelo andar da desumanização, nem depois de morto se consegue descansar... em paz.

 

25/02/2015

 

Francisco G. Amorim-IRA.bmp

Francisco Gomes de Amorim

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2004
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D