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A bem da Nação

CAMÕES, O “IMPARCIAL”

 

Camões.jpg 

As armas e os barões...

Cantando espalharei por toda a parte

Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

 

 

 

O nosso épico não se fez rogado a enaltecer os feitos lusíadas nem a denegrir os que se nos opunham: nós, os heróis; eles, os vilões.

 

E assim fomos criados num imaginário glorioso que então nos levou «além da Taprobana» mas que ainda hoje nos faz sonhar com a Lusitânia Armilar onde cabem todos os que se sentem portugueses mesmo que já não falem a nossa língua e já lhes rareiem os genes lusitanos.

 

E é nestas brumas poéticas que me lembro de Heródoto, o pai da História, que tanto contava os feitos dos vencedores como dos vencidos para «impedir as grandes e gloriosas acções de gregos e de bárbaros de perderem o tributo de glória que lhes é devido».

 

Sim, Heródoto praticava a imparcialidade e era objectivo na descrição dos feitos que relatava. Por isso se credibilizou como historiador e não como poeta ou contista.

E se essa objectividade lhe atribuiu a «paternidade» da História, ela inspirou também todo o método científico, o mesmo que nos permite, tantos séculos depois, estarmos onde estamos, a desbravar os limites do Universo e a «tratar por tu» o núcleo das células.

 

Hoje, os lusíadas do século XXI, estamos todos em pé de igualdade, sem suseranos nem servos, sem dominadores nem dominados. Assentes na realidade, cumpre-nos aceitar as coisas como elas efectivamente são e, não querendo discutir as situações a que a História nos conduziu, resta-nos a possibilidade de tirarmos o maior proveito das circunstâncias, sem cenários mirabolantes.

 

Apetece, no entanto, perguntar como teria sido o nosso percurso nacional se em vez de Camões tivéssemos sido influenciados por Heródoto. Ninguém consegue imaginar os resultados duma experiência não experimentada mas talvez possamos admitir um percurso como o da Nação grega. E vai daí, não haveríamos por certo de querer a troca quando pela Grécia só a metade Sul de Chipre sonha enquanto nós temos – apesar de tudo – uma dimensão universal.

 

E como estaria hoje a nossa auto estima se não fossemos diariamente achincalhados pelos telejornais?

 

E como estaria hoje a nossa determinação se não fossemos diariamente desmotivados pelos gatunos?

 

E como estaríamos hoje se os políticos se entregassem ao bem comum com a mesma tenacidade com que se dedicam ao «tira-te tu para me pôr eu»?

 

E como estaríamos hoje se a base da nossa cultura não fosse a fantasia épica e sim a verdade histórica?

 

Seríamos talvez uma Nação sorumbática, instalada, maçuda e rica mas não teríamos certamente as gargalhadas das anedotas nem os sonhos de voltarmos a ser a Nação gloriosa que nos contaram. E sem esperança não há futuro.

 

VIVA CAMÕES!

 

Novembro de 2014

 

Henrique Salles da Fonseca em Curaçao (2011)

Henrique Salles da Fonseca

BILHETE DE IDENTIDADE

 

Luanda.png

 

Nasci branco de segunda

Calcinhas ou kaluanda

Nasci com os pés no mar

Em São Paulo de Loanda

 

Brinquei de pé descalço

Em poças de águas castanhas

Tive lagartas da caça

Não escapei às matacanhas

 

Comi manga sape-sape

Fruta-pinha tamarindo

Mamão a gente roubava

No quintal do velho Zindo

 

Pirolito que pega nos dentes

Baleizão, paracuca

E carrinhos de rolamentos

Numa corrida maluca

 

Tinha o Gelo, tinha a Biker

Miramar e Colonial

O Ferrovia, o Marítimo

Chás dançantes no Tropical

 

O N'Gola era só ritmo

O Liceu uma lenda

Kimuezo e Teta Lando

E os Jovens do Prenda

 

Havia velhas que fumavam

E velhos com ar de sábio

Enquanto novas músicas

Se insinuavam na rádio

 

"E a cidade é linda

É de bem-querer

A minha cidade é linda

Hei-de amá-la até morrer"

 

Quem não estudou no Salvador?

Quem não se lembra do Videira?

E das garinas de bata branca

Nossas colegas de carteira?

 

Depois havia o Kinaxixe

Futebol era nos Coqueiros

Havia praias, um mar quente

Savanas imensas, imbondeiros

 

E havia o som do vento

O cheiro da terra molhada

As chuvas arrasadoras

O fogo das queimadas

 

E havia todos os loucos

Do progresso e da guerra

A Joana Maluca, o Gasparito

A desgraça daquela terra

 

Nasci branco de segunda

Calcinha ou kaluanda

Nasci com os pés no mar

Em São Paulo de Loanda"

 

Nicolau Santos.png Nicolau Santos

(um kaluanda de verdade)

A QUEDA DO MURO DE BERLIM – O FIM DE UM SUSTO

 

Queda muro de Berlim.png

 

A Divisão da Europa e do Mundo passava, há 25 anos, pelo Meio da Alemanha

 

O dia 9 de Novembro, é aquele dia em que se celebra o 25° aniversário da queda do Muro de Berlim, o dia em que a liberdade arrebentou com as portas e desceu à rua.

 

Até àquela data já tinha fugido do éden socialista, cerca de 5 milhões de “ossis” (alemães de leste). O Politburo constatava que, por dia, fugiam de Berlim Leste de 300 a 500 pessoas e toda a Alemanha de Leste se encontrava em efervescência tal como acontecia já noutros países do bloco soviético; por isso decidiu simplificar a saída e a entrada no país.

 

A notícia prematura da administração (Politburo) de que no dia seguinte haveria liberdade de circulação levou o povo a acorrer em massa, já no dia 9, às fronteiras.

 

Ateado o fogo da coragem à multidão, esta deixou a alegria saltar em cima do muro e destruir, por algum tempo, a "cortina de ferro" entre capitalismo e socialismo. Apenas a porta de Brandeburgo se manteve algum tempo encerrada, devido ao titubear das instâncias socialistas, que por fim deixaram vingar a razão, não intervindo naquele acto da força popular. Os soldados controladores do muro abandonaram os seus postos, ao ver tal formigueiro de pessoas e trabis (auto típico da Alemanha de Leste) a querer passar para o lado ocidental do muro. Deste modo, os alemães tiveram a sorte de fazerem uma revolução sem tiros nem mortes. Posteriormente o funcionário superior do Politburo (Schabowski) que, por descuido, deu início à enxurrada da liberdade, declarou-se envergonhado do sistema socialista confessando: “fizemos quase tudo mal” naquele “sistema incapaz de vida”.

 

Era o início do fim da ditadura socialista da Alemanha de Leste. A vontade de liberdade não se deixou dominar por mais tempo; o estado injusto com espionagem em todos os sectores laborais e sociais, com o terror policial, a perversão da justiça e a idiotice económica aproximava-se do fim.

 

Aquela monstruosidade do muro erguida nos olhos do mundo desde 1961 caía agora devido à força da enxurrada da liberdade represada durante 28 anos. Começava para os cidadãos do socialismo real uma nova vida pondo-se a corar ao sol da liberdade a mancha da vergonha. Inicia-se aqui uma nova página da História para a Alemanha e para a Europa. Acaba-se com um mundo bipolar e com a guerra fria, conseguindo-se a reunificação da Alemanha a 3 de Outubro de 1990.

 

Os cidadãos ao saltarem o muro do medo conseguem fazer milagres aplainando os muros para a felicidade poder deslizar.

 

Tive a dita de festejar juntamente com os alemães o dia da libertação. Um misto de alegria, agradecimento e humildade se juntavam nos ares. Neste momento não tínhamos nacionalidade, cor nem raça, éramos universais. Neste dia as pessoas mesmo desconhecidas aplaudiam e choravam, abraçando-se na rua. Como é belo e consolador quando o sol deixa de ser arrebanhado por mãos escuras e pode descer à rua. Se a massa do povo soubesse a força que tem, não haveria político algum que lhe resistisse e continuasse a servir-se e a servir interesses anónimos e escuros, à sua custa.

 

O nove de Novembro é uma data marcada pelo destino alemão. Em 1918 deu-se a abdicação do imperador e proclamação da República; a 9.11 de 1923 falha miseravelmente o golpe de Hitler contra a Democracia; a 9.11 de 1938 deu-se a miserável “Noite dos Cristais”, o pogrom contra os judeus em que os nazistas incendeiam sinagogas e se deu a pilhagem das lojas judaicas - com este dia inicia-se a perseguição sistemática dos judeus; finalmente, a 9.11 de 1989 dá-se o passo para a união e liberdade depois da abertura incontrolada do muro.

 

O sacrifício que se paga pela liberdade deve ser proporcional à vitória e à perda! A liberdade e a justiça justificam o máximo de esforço e sacrifício.

 

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António da Cunha Duarte Justo

BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO

 

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Ez 47, 1-2.8-9.12 – «Vi a água sair do templo e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos» (Ant. Vidi aquam)

1 Cor 3, 9c-11.16-17 – «Vós sois templo de Deus»

Jo 2, 13-22 – «Falava do templo do seu Corpo»

 

Durante cerca de duzentos e cinquenta anos, o Império Romano perseguiu os cristãos com grande dureza e crueldade. O édito de Milão, assinado por Licínio e Constantino em 313, concede-lhes a liberdade de culto. Puderam escancarar as portas das casas onde até aí celebravam a Eucaristia em segredo. Puderam fazer Igrejas. O imperador Constantino mandou construir para os cristãos um templo semelhante aos grandes edifícios públicos do Estado, as basílicas.

 

Esta primeira basílica cristã, a de Latrão, foi consagrada em 9 de Novembro de 320. Considerada como “a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo”, era e continua a ser a catedral do bispo de Roma. (A Basílica do Vaticano é uma nova “capela” do Papa, construída no lugar onde São Pedro foi martirizado, e importante pelo espaço que disponibiliza para as cerimónias.)

 

Celebrar a dedicação da Basílica de Latrão não é um puro arcaísmo romântico. É um convite a dois tipos de reflexão: sobre a maneira como queremos entender-nos com os outros homens e sobre o significado do templo.

 

Os cristãos começaram por ser pobres e perseguidos, ninguém os queria ao pé. Veio o dia em que foram aceites. Em breve, a Igreja alcançou poder e riqueza, e fez o que lhe tinham feito a ela. Desprezou os que não lhe pertenciam, quis mandar em toda a Terra, perseguiu os que pensavam ou viviam de maneira diferente da sua. Houve cruzadas e houve a Inquisição. Finalmente, voltámos a ler o Evangelho com o coração mais humilde. E foi possível o II Concílio do Vaticano. «A pessoa humana tem direito à liberdade religiosa… Os homens têm o dever de buscar a verdade, … mas a verdade não se impõe senão pela sua própria força.» (Dignitatis humanae, n.os 1-2) «O Concílio declara estar consciente de que o propósito de reconciliar todos na unidade de uma só e única Igreja de Cristo excede as forças e a capacidade humana. Por isso, colocamos inteiramente a nossa esperança na oração de Cristo, no amor do Pai e no poder do Espírito Santo.» (Unitatis redintegratio, n.o 24)

 

Sublinhe-se que isto não significa que resolvemos achar normal que “cada um tenha a sua verdade”. Queremos continuar a anunciar Jesus Cristo e o Evangelho, e cada vez com mais vigor. Mas começámos a obedecer ao conselho de São Pedro, quando nos manda dar testemunho da nossa esperança, «com mansidão e respeito» (1Ped 3,16). Não nos irrita que existam nas nossas cidades ou aldeias sinagogas, mesquitas e outros templos. Queremos que existam igrejas. E ficamos felizes se as igrejas, as sinagogas, as mesquitas e outros templos forem espaços de fé e de oração, significarem menos a oposição das crenças e significarem mais a procura de Deus e a aceitação do diálogo.

 

As nossas igrejas e capelas são, em si mesmas, sinal do Deus de Jesus Cristo. São o espaço onde celebramos a Eucaristia, onde gostamos de rezar, com os irmãos ou a sós, onde podemos reunir-nos. As igrejas católicas e as igrejas ortodoxas encerram outra riqueza: conservam nos seus sacrários o Pão que sobejou da Eucaristia e fica presente para a nossa adoração.

 

9 de Novembro de 2008

 

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Pe. João Resina Rodrigues (*)

 

(`) RODRIGUES, Pe. João Resina (1930-2010), A Palavra Para os Homens – Textos Temáticos, Paulus Editora, Lisboa, 2012 pp. 322-323);

 

 

CONCORRÊNCIA FISCAL

 

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Senhor Dr. Salles da Fonseca, agradeço a sua resposta mas a minha dúvida subsiste.

 

Vejo que a sua resposta, aliás corroborando o pensamento exposto no seu texto, afinal se funda num conceito ideológico puro e duro. Com o qual desde já lhe digo que merece a minha discordância, tal como a de muitos daqueles que entendem que a lógica do mercado não deve ser o mandatário do nosso destino. Por outras palavras, não deve sobrepor-se à vontade soberana dos Estados, ainda mais quando a realidade nos vem demonstrando que a lógica funcional do dito mercado é, na generalidade dos casos, uma perversa distorção dos princípios humanitários que deviam nortear a humanidade nesta fase da nossa civilização. É que a tão festejada globalização afinal de contas pariu um mercado dogmático que preza muito mais o interesse das elites financeiras do que a ideia de um mundo mais justo e mais equilibrado, que é o que nos faz pensar a liberalização desregulada dos mercados de capitais e a existência de paraísos fiscais (como foi o Luxemburgo), com toda a sorte de infracções, conúbios secretos e patifarias, de que temos tido sobejas provas. Vide as falências bancárias chez nous, para não falar de outras por esse mundo fora.

 

Ora, essa concorrência fiscal que defende, assim como alguns comentadores, não será mais que a expressão dessa desenfreada liberdade do mercado transferida para o seio de uma União Europeia fundada por gente de visão que acreditava que a solidariedade dentro do seu espaço era essencial para evitar as dissensões e os conflitos bélicos que dilaceraram o continente no século passado. Infelizmente, os actuais líderes da Europa estão a atirar para a sarjeta a cartilha dos bons princípios fundadores e a criar condições para a instalação larvar de uma nova onda de descontentamento e clivagens que não podem conduzir senão a rupturas de consequências imprevisíveis.

 

Portanto, ao contrário daquilo que defende, bom seria que a Europa voltasse aos carris que vinha percorrendo. O Estado Social, em que o Senhor não acredita, é obra da Europa e não me parece que esse projecto esteja comprometido só por causa do mercado livre, desregulado e desumano. Julgo que a Europa é ainda depositária de um património ideológico suficiente para enfrentar o odioso capitalismo que pode estar a ameaçar a segurança e a paz mundial. Desde que o queira, a Europa tem ainda capacidade para ter uma palavra diferente, tenha para isso líderes que conheçam a História e possuam outra visão do mundo. Penso que o código de vida da humanidade não pode subordinar-se à dissuasão do “pisganço” de gente sem alma.

 

Muito obrigado.

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Adriano Miranda Lima

O BRASIL A CAMINHO DO BURACO

 

A caminho do precipicio.png

 

Está a desenhar-se uma dura luta neste país que começou por se chamar idilicamente de Vera Cruz. É grave o estado de saúde mental dos extremistas do “pt” que, salvo cortar gargantas, estão a comportar-se de forma igual aos terroristas islâmicos: destruir tudo.

 

Alguns exemplos em que muitos não vão acreditar que seja possível acontecer, mas os chamados “bons”, sempre os bobocas” acabam por pagar o pato, porque, ou confiam em milagres, e milagres não são para estas coisas, ou demasiado acomodados, pensam que o mal não passará da Síria... ou do Brasil. Mas se não estivermos bem atentos e dispostos a lutar, mesmo sem armas, um dia acordamos com Stalin ou Fidel no comando. Ou pior.

 

- Há dias houve mais uma convenção sobre o clima. Um Ultimato Global: acabar com as emissões de gazes tóxicos até 2100, e preservar as florestas. Não assinaram a convenção a China, que se está bem lixando para o planeta, a Índia que não sabe que rumo tomar e... o Brasil que precisa dos votos do povo do Norte. Aliás estas convenções são como as reuniões de emergência do conselho de segurança da “onu” – tudo letrinhas bem mixurucas – que são muito boas para quem lá vai e ganha um monte de grana, mas que não resolve ABSOLUTAMNTE nada.

 

- Para se ter uma ideia da protecção e da corrupção, que talvez se possa chamar de “paralela”, nos últimos vinte anos o preço das tarifas de omnibus subiu 711%, os combustíveis 463% e os automóveis 158%. Perguntarão: e daí? Daí que uma das mais fortes forças que manda nas assembleias legislativas das cidades é a “turma” das empresas de omnibus, que financiam os candidatos, etc. Além disso, i. é, além de terem o mais alto índice de aumento de que qualquer outro produto ou serviço, ainda são subsidiados pelos estados e prefeituras! Uma mina.

E os carros, porque só 158%? Primeiro porque as fábricas produzem cada vez mais robotizadas e sobretudo porque o desgoverno vem sistematicamente isentando os carros de IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – para satisfazer os companhêros sindicalistas. Desta gente é que saem ministro, duputedos, senadores, sonegadores e outros malfeitores... como o apoio do “pt”.

Deste modo o número de carros novos que são despejados no mercado atinge 3,75 milhões por ano. Sem novas estradas, sem que se resolva o problema de circulação nas cidades, enfim, uma alegria.

 

- Há dois dias reuniu-se a Executiva Nacional do “pt”. (Os executores do país!) Decidiram, talvez mais do que por unanimidade, mas talvez por aplauso, lutar para:

 

a) – Revogar da Lei da Amnistia, condição básica para os militares terem entregue o poder aos civis. Depois para continuarem a caçar os, actualmente velhotes ou aposentados, que fizeram a vida negra dos terroristas – leia-se também dilminha, que jogou uma bomba na porta dum quartel, e matou a sentinela – e para continuarem a dar pensões milionárias a quem passou um dia ou um mês na cadeia. Enfim para se vingarem.

b) – Alterar a regulação da lei da mídia, para poderem calar os órgãos de informação, à imagem do que se passa na Argentina, Equador e Venezuela, entre outros, porque têm sido os jornalistas que denunciam mensalões, petrolões, e todas as demais infâmias de que o sapo-barbudo nunca soube nada. Nem a madama dilminha!

c) – O “pt” já começou a preparar os seus delegados a uma hipotética assembleia constituinte, que terá com função principal a sovietização ou bolivarianismo do país.

 

- Dois dias depois da madama dilminha, a gerentona, ser reeleita, o miserável governo bolivariano da Venezuela mandou um dos seus ministros, Elias Jauá Milano, vice-presidente e ministro do Poder Popular para Comunas e Movimentos Sociais da República Bolivariana da Venezuela, representando o governo do presidente Nicolás Maduro, assinar uma série de parcerias com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os acordos visam a doutrinação e agitação bolivariana no Brasil a nível de comunidades locais para dar andamento à agenda comunista do Foro de São Paulo na América Latina.

 

Um comunicado publicado no site do ministério do Poder Popular para Comunas e Movimentos Sociais do governo venezuelano explica: “No âmbito da visita ao Brasil do vice-presidente de Desenvolvimento de Socialismo Territorial, Elias Jauá Milano, foram assinados uma série de acordos na terça-feira (28), nas áreas de formação e desenvolvimento de produtividade comunitária entre o governo bolivariano e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST), em Guararema, estado de São Paulo”.

 

Recentemente, Elias Jauá Milano causou polémica no Brasil quando a Justiça Federal decretou a prisão preventiva da venezuelana Jeanette Del Carmen Anza, babá de seu filho, presa pela Polícia Federal na madrugada de sexta-feira (24), ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo. Numa maleta preta do ministro, a babá levava um revólver Smith & Wesson calibre 38 municiado e um detalhado manual que trata da “derrota permanente do inimigo” e cartilhas mencionando estratégias do Partido Comunista Chinês; uma delas ensina como “marcar e neutralizar o inimigo” e “como enfrentar crises e conflitos reais”.

 

Para justificar a arma, Milano afirmou na ocasião que a babá na verdade seria sua segurança, e carregava a arma para protecção dele e sua família. O ministro venezuelano assinou um termo perante um juiz e obteve a liberação da arma. A babá, entretanto, continua presa. (Coitadinha da babázinha!)

 

Lembro o que que escrevi há já uns quantos anos: o responsável pelo MST, declarou numa entrevista, para que todo o Brasil tomasse conhecimento, que, quando ele desse ordem, em 24 horas teria na rua 200.000 homens armados. E voltou agora a afirmar que se a sua dilminha perdesse as eleições provocaria o caos no Brasil.

 

Com este magnificente, ladrão, corrupto e ineficiente desgoverno petista, em 2013 o percentual de extremamente pobres aumentou de 3,8 para 4%. mais 850 mil pobres! Hoje, segundo dados colectados e prontos desde Setembro, mas não divulgados antes das eleições (!!!!!) o Brasil tem quase 9 milhões em situação de extrema pobreza. E dá a esmola do Bolsa Família a quase 25% da população do país! Insanidade total!

 

No entanto em meio às belezas cicundantes, ainda prevalece muito a prepotência do “você sabe com quem está falando?” – Há dias um juiz, desembargador, de nome João Carlos de Souza Correia, foi apanhado numa blitz da Lei Seca (controle de alcoolemia ao volante) por uma agente, Luciana Tamburini. Sexa não levava nem carteira de condução, nem documentos do carro que nem sequer placa tinha. A agente disse-lhe que o carro tinha que ficar retido e ser rebocado. O juiz, um dos que pergunta “você sabe com quem está falando”, deu voz de prisão à agente, que não acantou, dizendo-lhe “o senhor pode ser juiz mas não é Deus!” O malfeitor, leia-se o juiz, telefonou para a Polícia Militar e mandou lá ir uma equipe, que não demorou. O policiais queriam algemar a agente! Acabaram na Delegacia, onde o juiz apresentou queixa contra a agente por falta de respeito! Um colega, outro juiz julgou a questão. Moral da história: obrigou a agente a indenizar o juiz em R$ 5 mil.

 

Ontem, seguindo o exemplo da “democracia”, um juiz mandou tirar um radar montado perto da sua casa porque foi multado! E a Prefeitura teve que obedecer à “ordem” judicial (judicial???)

 

Estamos onde? Na Russia de Putin, na Coreia do Norte?

 

Não! Estamos no Brasil, onde dizem que por haver votação – fraudada, sempre – se vive em democracia, na Cidade Maravilhosa, com Ipanema e “Copacabana a princesinha dos mares”, e com estas corjas de urubus e malfeitores à solta e ainda julgando em tribunais pelo corporativismo.

 

05/11/2014

 

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Francisco Gomes de Amorim

SÍNODO SOBRE CASAMENTO, FAMÍLIA E SEXUALIDADE

 

Sínodo OUT14.jpg

 

Também o Amor e o Sexo são grandes Garantes de Felicidade e Equilíbrio

 

Cerca de 200 padres sinodais estiveram presentes, durante 15 dias, na assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos reunidos em Roma, que terminou a 19.10. 2014 com um documento final sobre sexualidade, casamento e família. As discussões continuarão nas comunidades locais até encontrarem concretizações no sínodo de Outubro de 2015.

 

A primeira semana do sínodo esteve subordinada ao tema “ouvir as realidades das famílias da igreja mundial.” Esta foi uma fase muito enriquecedora e aberta onde os bispos apresentaram diferentes perspectivas culturais, políticas e sociais à maneira de um caleidoscópio da igreja universal.

 

Na segunda semana a preocupação e o medo dominaram as discussões do sínodo, o que motivou o Papa, na sua declaração final, a referir-se às diferentes tentações.

 

O Relatório final, por eles elaborado, é um documento de trabalho… Teve aprovação com maioria relativa. Insiste na “união indissolúvel entre o homem e a mulher”. Reconhece aos casamentos civis, divorciados e recasados uma participação “de forma incompleta” na vida da Igreja. Da votação dos documentos fica-se com a impressão que um terço dos bispos é bastante conservador. O documento dá relevo a soluções a partir da perspectiva pastoral.

 

No final do sínodo, o Papa falou das tentações observadas na assembleia sinodal e na Igreja em geral, ao tratarem os problemas do casamento, família e sexualidade: a)- a tentação dos «tradicionalistas», e também dos intelectualistas (“dos zelantes, dos escrupulosos, dos cautelosos”), é “a tentação do endurecimento hostil, ou seja, o desejo de se fechar dentro daquilo que está escrito (a letra) sem se deixar surpreender por Deus, pelo Deus das surpresas (o espírito) ”; b)- a tentação dos «bonacheiristas», dos temerosos e também dos chamados «progressistas e liberalistas», que se revela na “tentação da bonacheirice destrutiva, que em nome de uma misericórdia enganadora liga as feridas sem antes as curar e medicar; que trata os sintomas e não as causas nem as raízes”; c)- a tentação do deserto, “tentação de transformar a pedra em pão para interromper um jejum prolongado, pesado e doloroso (cf. Lc 4, 1-4) e também de transformar o pão em pedra e lançá-la contra os pecadores, os frágeis e os doentes (cf. Jo 8, 7), ou seja, de o transformar em «fardos insuportáveis» (Lc 10, 27)”; d)- a “tentação de descer da cruz, para contentar as massas…, de ceder ao espírito mundano”; e)- a “tentação de descuidar o «depositum fidei», considerando-se não guardiães mas proprietários e senhores ou, por outro lado, a tentação de descuidar a realidade, recorrendo a uma terminologia minuciosa e uma linguagem burilada, para falar de muitas coisas sem nada dizer!”

 

Francisco quer uma “Igreja que não se envergonha do irmão caído nem finge que não o vê”. O Papa chama a atenção dos bispos para não ficarem na atitude passiva de receber os tresmalhados; mais que recebê-los é preciso “ir ao seu encontro”.

http://pt.radiovaticana.va/indice.asp?Redasel=11&CategSel=19

 

A fidelidade conjugal torna-se, cada vez mais, num desafio

 

A fidelidade matrimonial, no meu entender, não é lineal; é um valor alto mas não deve dar-se à custa de um cônjuge quando na relação conjugal se chega a uma atitude antagónica por doença psíquica objectivadora e interacções insuportáveis, consequência também de diferentes e divergentes desenvolvimentos individuais. Em certos casos pode tornar-se tão problemático o divórcio como a continuação da fidelidade conjugal… Uma fidelidade morta (tal como um divórcio superficial) pode impedir o desenvolvimento e o renascimento de pessoas. O matrimónio implica, já na sua etimologia, maternidade (mãe, fonte), pressupondo crescimento e desenvolvimento; o desenvolvimento não se pode limitar à geração de filhos.

 

É bem verdade que, também na noite brilha a Lua mas essa luz não é, por vezes, suficiente para se reconhecer/realizar o mistério de Cristo, quando as perspectivas dos olhares são inflexivelmente diferentes… Eu não sou só eu com as minhas limitações mas sou também aquilo que o outro permita que eu seja numa relação de mutualidade. A luz da fé ilumina a alma mas o corpo pode encontrar-se, por vezes, gelado sem o sol, devido à tormenta do dia. A máxima bíblica, "O Amado é meu e eu sou dele" (Cântico dos Cânticos 2,16), pressupõe o encontro de almas num espírito humilde e realizado, que só é possível na união através da oração e da leitura espiritual comum (Um encontro a três!) numa atitude de pessoas livres, responsáveis e adultas. A maioria das pessoas subsiste irreflectidamente, também porque a sociedade a obriga a isso. A maioria vive como a água de um rio que segue o leito já preparado sem chegar à consciência do ser da água.

 

O plano do Papa continua em aberto

 

A próxima assembleia-geral ordinária do Sínodo dos Bispos será de 4 a 25 de Outubro de 2015, sob o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Até lá as comunidades paroquiais e episcopais continuarão a discutir o tema no sentido de ser elaborada uma proposta cristã sobre a família.

 

Uma Igreja em serviço e ao serviço tem de dar erros, atendendo às diferentes situações e perspectivas das comunidades. ”Quem serve, não traz um colete branco, mas sim um avental. Isto pode ler-se no Evangelho do lava-pés; Jesus usou um avental” dizia o Cardeal Marx. "

 

É a hora das igrejas locais, das conferências nacionais e dos cristãos discutirem e se pronunciarem na procura de “novos caminhos”. Precisam-se novas discussões no que respeita à fidelidade à Igreja e à abertura aos sinais dos tempos. Não se pode continuar na expectativa, precisam-se respostas concretas; a Igreja não pode ficar fora de jogo em questões de sexualidade, matrimónio e família.

 

Não adiar o futuro escapando a soluções

 

A escolha da data da beatificação do Papa Paulo VI, como conclusão do sínodo, recebeu um carácter simbólico deixando em muitos progressistas um sabor amargo, porque Paulo VI é vulgarmente conhecido como o papa da pílula. Foram adiadas conclusões sobre a pastoral familiar. A força dos cardeais conservadores organizados esteve muito activa, já antes do Sínodo, emperravam o desenvolvimento, procurando isolar o papa.

 

A Igreja continua a ter uma relação conturbada com o sexo. Vai sendo tempo de se admitirem aos sacramentos, pessoas divorciadas, recasadas ou que vivam em coabitação, desde que sejam casos bem fundamentados. Seria de desejar maior celeridade e competência aos bispos na declaração da nulidade de matrimónios.

 

O ser humano encontra-se em processo de contínuo desenvolvimento pelo que não pode ser reduzido a um teorema intelectual, nem tão-pouco, a sua espiritualidade pessoal ser condicionada à abstenção sexual. Também a espiritualidade dos “eunucos pelo reino de Deus” não seria desvalorizada com a abolição do celibato para os padres seculares. Doutro modo, seria, por um lado, pôr a cultura/espiritualidade em contradição com a natura e, por outro, um acto de irreverência perante a natureza, obrigar o pároco a não casar, em nome da espiritualidade.

 

Embora seja verdade que, também devido à disciplina sexual cristã, a posição individual e social da mulher ocidental se desenvolveu e enriqueceu muito, em comparação com o papel da mulher da sociedade muçulmana ou asiática, isto não justifica a super regulamentação da vida sexual de indivíduos e casais. Sem cair na arbitrariedade nem no relativismo, a função da Igreja não é culpabilizar mas desculpabilizar. Seria irresponsável exigir-se a qualquer um o seguimento de uma moral superior sem que este tenha uma infraestrutura consciencial que a suporte. Se queremos Homens temos que formar Homens e não apenas seres humanos! Pessoas que se separam merecem um trato mais respeitoso; muito embora a situação matrimonial seja da responsabilidade dos cônjuges, esta terá que comportar a possibilidade de inocência, pelo menos, de um deles. Seria anacronismo continuar a fixar-se em leis que carecem de “adaptação à nova realidade social” no que respeita à vivência da sexualidade, tal como reconheceu o Vaticano II.

 

As relações sexuais e interpessoais são de tal ordem complicadas (únicas) que não podem ser resumidas ou encaixilhadas em normas rígidas; a pastoral teria aqui uma palavra competente e privilegiada a dizer... Por vezes, na vida conjugal, surgem situações tão doentias e imutáveis que, a serem mantidas, levariam à negação de um dos parceiros (extremos casos de bipolaridade, de borderline, etc.). O Cristianismo quer liberdade, autonomia e responsabilidade do Homem livre, não podendo exigir de ninguém que se torne num “Cristo”; Ele quer ver o ser humano livre de qualquer cabresto para se tornar capaz da comunidade profunda, baseada naquela liberdade e relação que fez de Jesus o Cristo.

 

O códice de conduta não se pode limitar a pequenos retoques cosméticos, se a Igreja quiser continuar a ser uma voz importante no mundo e a constituir orientação também para meios menos afectos à religião. O propósito e o proposto não são fáceis, atendendo ao facto de, mundialmente, pessoas e culturas se encontrarem em diferentes estádios e com díspares velocidades. Atendendo à maioria dos católicos não viver em países europeus nem na América do Norte e considerando que religiões retrógradas e simplicistas como o Islão entusiasmam espíritos confundidos (simples) não será fácil aos padres sinodais encontrar respostas consensuais para um universo de culturas divergentes.

 

Temos um ideal que é o resumo de toda a escritura, como refere também Paulo (Rom 13,8-10): o amor a Deus e ao próximo. O cristianismo (e com ele a Igreja) é testemunho e garante do desenvolvimento universal, tal como o foi para a civilização ocidental nos últimos 2.000 anos. O próximo não tem confissão nem parâmetros culturais definidos; esta é a grande inovação do cristianismo.

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António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e pedagogo

AS CATAPULTAS

 

Biblioteca da Universidade de Coimbra.png

 

Porque hoje não tive tempo de ler os Públicos que a minha irmã me trouxe, excepto o texto da Teresa de Sousa, demasiado erudito e derrotista, o que estive a ler, de facto, com mais afinco, foi o absolutismo de D. João V, que esbanjou dinheiros em coisas belas, como a Torre dos Clérigos, a Biblioteca da Universidade de Coimbra, de embutidos e talha dourada, para além do Convento de Mafra e do Aqueduto das Águas livres, obras monumentais, entre muitas outras de cultura. O certo é que, à hora da sua morte, os ouros do Brasil tinham-se esgotado e Portugal iniciava a senda dos seus empréstimos com reflexo sobre os seus impostos, prática permanente.

 

Entretanto, já tarde, estive a ouvir o interrogatório ao Ministro da Educação, homem sério e erudito, autor de livros que se deviam ler, mas cujo rosto reflecte a zoada atacante do que se passou com a colocação dos professores, e outros pormenores, de que o acham responsável, até que um seu sequaz lembrou outras alturas em que em Dezembro de um certo ano ainda havia mais de 300 horários completos por preencher e a zoada não fora tão sonora nem tão impregnada de ódio. Pareceu-me velho e cansado, Nuno Crato, enquanto jovens cheios e cheias de garra, de lição bem estudada – talvez não será tanto assim para ensinar os meninos que defendem, se é que os têm ou tiveram – se esmifravam em argumentos a que parece que já tinham sido dadas respostas, o que prova o gotejar perfurante furando a pedra dura.

 

Agora é a Quadratura do Círculo, mais os temas das suas afeições, mas falta o Lobo Xavier, vou-me embora. Aliás, o texto surgiu por respeito para com as notícias de guerra, que são autênticas catapultas, contra as nossas algaravias verbais. Vejamos as catapultas, deixemos Pacheco Pereira na sua argumentação maldosa de quem não perde pitada. Segue-se o Costa. Outro! O que vale é que o substituto de Lobo Xavier diz coisas amáveis mostrando que não se deixa manipular pelos camaradas. Alegra-me a independência, símbolo da liberdade de pensamento.

 

6/11

1939

A chamada Sonderaktion Krakau tem início. Trata-se do nome de código de uma operação nazi contra professores e académicos da Universidade Jagiellonian e outras universidades na já ocupada Cracóvia, na Polónia. Foi realizada como parte do plano de ação muito mais amplo, o Intelligenzaktion, que pretendia erradicar a elite intelectual polaca, especialmente em centros como Cracóvia, com o objetivo de os tornar culturalmente alemães/

 

Molotov discursa em Moscovo, onde afirma que a União Soviética está comprometida com uma política de paz e culpa as forças do capitalismo quanto à guerra. Enquanto isso, a Internacional Comunista emite um manifesto em que o Governo alemão está classificado, tal como o da Grã-Bretanha e França como sendo hostil aos trabalhadores/

 

1941

Joseph Estaline dirige-se à União Soviética pela segunda vez durante seu governo de 27 anos. Falsamente afirma que, apesar de terem morrido até então 350 mil soldados soviéticos em resultado de ataques alemães, estes perderam 4,5 milhões de soldados e que a vitória soviética estava próxima. Ele invoca também a ajuda da Igreja para defender a Santa Rússia/ Soviet leader Joseph Stalin addresses the Soviet Union for only the second time.

 

O Presidente Roosevelt anuncia um empréstimo de $ 1.000.000.000 a conceder a URSS para ajudar a financiar a sua participação em Lend-Lease(um acordo em que os EUA forneceram equipamento militar e armamentos ao Reino Unido e seus aliados, originalmente como um empréstimo em troca do uso de bases militares britânicas)/

 

1943

As tropas soviéticas libertam Kiev. Antes de abandonarem a cidade, os alemães destroem a maior parte dos edifícios históricos. Estaline faz uma emissão radiofónica para comemorar a recuperação da cidade/ ¾ O plutónio é produzido pela primeira vez no Complexo Atómico de Hanford e, posteriormente, utilizado na bomba atômica Fat Man lançada sobre Nagasaki, Japão/

 

Nos Países Baixos, os ataques das forças do 2º Corpo do 1º Exército canadiano, em Walcheren, resultam na captura de Middleburg/

 

Na Jugoslávia, as forças da resistência entram em Monastir e, sob a liderança de Tito, controlam a maior parte da fronteira greco-jugoslava.

Paula Almeida

 

Berta Brás.jpg Berta Brás

A SEQUÊNCIA

 

“O Zero” de Vasco Pulido Valente, vem – para mim – na sequência de um pequeno apontamento de Bagão Félix no mesmo jornal Público de 1/11/14 – “Poluição televisiva” – que bem demonstra o inócuo de uma programação televisiva alargada a onze telenovelas diárias, segundo cômputo do próprio Bagão Félix, demonstrativa de um país preguiçoso, enovelado em ficções e fantasias artificiosas, de pura diversão, arrastada, desprezando valores indiscutivelmente mais formativos, como seria a leitura progressivamente aberta a outros mundos de reflexão e enriquecimento cultural. Ao que parece, exceptuado o segundo canal, de fraca audiência, tal não é o propósito de quem gere as televisões, essencialmente viradas para um povo anódino, que acrescenta, às horas perdidas com os aparelhos de jogos e telemóveis, as tais programações que lhes ditam realidades nem sempre inofensivas. E eis porque um público passivo obedece às ordens sindicais nem sempre pautadas pelo bom senso e pela educação, como se tem visto, em classes cuja responsabilidade educacional exigiria mais equilíbrio e compostura.

 

Onze telenovelas diárias é de facto, obra, obra de um país de zombies, de quem passa pela vida sonhando, presa de artifícios que, muitas vezes, ao pretenderem retratar a vida, mais não fazem que deformá-la em trejeitos deseducativos, geradores de rebeldias e violências que se reflectem no próprio panorama social.

 

“O Zero”, diz Vasco Pulido Valente, perfeitamente descrente do actual Primeiro Ministro, mas sem confiança nenhuma no próximo, ciente de que quem põe e dispõe é a Sr.ª Merkel, descendente que é de conceitos de autoridade e força colhidos no leite materno, em cadeia antiga várias vezes demonstrada em analepse e resultante de um povo carismático, trabalhador e ambicioso, que por esse motivo poderoso, de vez em quando desfralda a sua bandeira potente com determinação e eficácia.

 

Não, Vasco Pulido Valente não acredita em ninguém cá da praça. Um povo que recebe de mão beijada onze telenovelas diárias é um povo sem energia, a não ser para colher os fracos benefícios de um subsídio de desemprego, que às vezes até lhe basta. Ao que nós chegámos!

 

Não me refiro, é claro, à maioria trabalhadora, perfeitamente fora desta questão, que trabalha e estuda e acompanha os filhos, em trabalho quantas vezes exaustivo.

 

O apontamento de Bagão Félix:

 

lixo_tv.jpg Poluição televisiva

 

Há dias, contei o número de telenovelas transmitidas nos três canais televisivos abertos (excluo a boa excepção que é a RTP 2). São 11, num total de cerca de 9 horas diárias! É fartar, gente!

 

Se a isso acrescentarmos essa indigência cultural e moral que dá pelo nome de um qualquer big brother ou casa dos segredos, teremos 12 horas diárias (ou seja, mais de 80% do prime time!). O resto é quase o deserto, por vezes preenchido por overdoses de futebol antevisto, visto, revisto e entrevisto. A estupidificação alienante em marcha acelerada.

 

Agora que se fala em fiscalidade verde ou ambiental, seria uma tentação lançar uma taxa sobre a poluição televisiva e uma sobretaxa sobre essa indignidade nojenta e ultrajante (desde logo para quem participa) das “casas de segredo” passadas em horário nobre (?). Seria bem aplicado aqui o princípio fiscal do poluidor-pagador e evitar-se-ia onerar a vida decente das pessoas comuns com outras taxas ora criadas.

 

O artigo de Vasco Pulido Valente:

 

O zero

 

Se a discussão do Orçamento na Assembleia da República não serviu para muito, serviu pelo menos para mostrar o estado a que chegaram os partidos da República. Não se ouviu um argumento sério, uma crítica nova. De um lado ao outro, foram repetidas as diatribes do costume, com umas graçolas de mau gosto pelo meio.

 

Isto não teria importância de maior, se Portugal não precisasse daqui a um ano (ou mais cedo ainda) de um governo que verdadeiramente desse ao indigenato um módico de ordem e de razoabilidade. Mas ordem e razoabilidade são coisas que não existem num parlamento dedicado ao berro, à insinuação e ao insulto; e que ainda hoje se ocupa, como se essa fosse uma questão central, dos méritos relativos de Manuela Ferreira Leite e do falecido Sócrates.

 

O dr. Passos Coelho, enquanto promete fantasias, parece ocasionalmente decidido ao martírio. Apresentou um orçamento indiferente (que pode ser anulado com três riscos por quem lhe suceder), atrapalhou as contas por causa de uma polémica com Paulo Portas, resolveu ameaçar com mais cortes para o funcionalismo em 2016. A única razão imaginável para este masoquismo é a de que se tenciona imolar à sra. Merkel, como o perfeito exemplo da fidelidade. A sra. Merkel agradece, mas suspeito que não está especialmente interessada. Por cá ficarão os restos do que foi o PSD, com duas dúzias de autarquias e a história destes quatro anos: quem vai votar nele, depois da inexcedível Paula Teixeira da Cruz, de Nuno Crato e do caos que Passos Coelho conseguiu estabelecer no seu próprio Conselho de Ministros?

 

Fica o PS. Ou não fica? Embora saudável, a remoção de António José Seguro não basta para tornar um grupinho de amigos num partido político. Mesmo num PS entusiasmado e miraculosamente unido, a raiva e as facções não desapareceram sob capa de suaves discordâncias ideológicas. Quem observa de fora aquele formigueiro percebe o objectivo essencial do camarada Costa. Votos de moderados, de radicais, das pequenas seitas da extrema-esquerda e até do PSD. Em princípio, a ideia não choca. Sucede que há três grandes dificuldades no caminho. Primeira: como, depois de Sócrates, persuadir os portugueses a entregar a direcção da economia aos “socialistas”? Segunda, como pôr de acordo um eleitorado que viveu 20 anos de se guerrear? E terceira: como convencer a sra. Merkel, que este mês já liquidou as fanfarronadas da Itália e da França, a fazer a vontade ao dr. Costa? O dr. Costa, se é capaz, devia pensar.

 

Finalizo com os dados da Segunda Guerra em tradução de Paula Almeida:

 

5 de Novembro:

1937

Hitler organiza uma reunião secreta onde apresenta os seus planos para alargar o espaço vital do povo alemão.

1939

Depois de conspirar com Halder e Beck para prender Hitler, a menos que este recue no plano para uma ofensiva ocidental, o Comandante-em-Chefe do Exército alemão, von Brauchitsch, reúne-se com Hitler para discutir os planos para um ataque a oeste. Brauchitsch argumenta que não deve ocorrer como programado, a 12 de novembro, devido a fragilidades no exército. Hitler perde a paciência durante a reunião e não se deixa convencer pelos argumentos. Brauchitsch perde a paciência e regressa ao OKH (Alto Comando do Exército), onde a conspiração desmorona.

1940

O Presidente Roosevelt é eleito para um terceiro mandato.

1942

O general Eisenhower chega a Gibraltar para estabelecer o seu quartel-general para a Operação Torch, a invasão da África do Norte francesa. O general Doolittle e o British Air Marshall Welsh vão comandar as forças aéreas.

1943

O Vaticano é bombardeado.

1944

Forças britânicas forçam a aterragem em Salónica, Grécia.

 

Berta Brás.jpg Berta Brás

UM POVO CULTO NÃO DEVERIA SUPORTAR A TV QUE TEM

 

quadratura do círculo.jpg

 

Os Poderes contestados de Ontem reúnem-se modernamente nos Canais de TV

 

Acabo de chegar de Portugal. Uma estadia, na Quinta Outeiro da Luz, muito rica em contactos e em experiências humanas confortantes. O brilho da gente e do clima contrasta com a negrura e a baixeza de muitos programas da TV. Os responsáveis da TV parecem ter a intenção de educar o povo para o mórbido para o acaçapado, quando a sua missão não deveria ser educar mas informar e instruir!

 

É horripilante o nível das cadeias de TV. O povo continua a ser emburrecido com histórias emocionais de roubos, suicídios, assassínios e quejandas; tudo explorado até à exaustão duma lágrima que turva a inteligência. Notícias, que deveriam ter lugar apenas nos jornais locais, são exploradas pela TV na intenção de fomentar uma consciência ligada ao espírito coitadinho e a instintos primitivos; programas com moderadores, muitas vezes, sem nível, mas democráticos para que a estupidez também encontre representatividade nos canais virados para a sentimentalidade e a negatividade; enfim, uma cultura para mais engordar a plebe. Até o povo sensato parece não notar que está a ser encharcado com imagens e conversas baratas tendentes ao alheamento, numa perspectiva de lavagem do cérebro. Deixa-se levar e até gosta do sentimento satisfeito que o torna cada vez mais na mesma porque “com papas e bolos se enganam os tolos”. Quanto menos o povo consiga conectar mais facilmente será de levar!

 

O mais lamentável é que a classe académica e gente bem pensante suportem a banalidade e não proteste contra. Um povo abandonado a feras vestidas de cordeiro.

 

Quanto ao discurso político transmitido: uma miséria! Apenas discurso partidário para embalar o zé-povinho! É rara a discussão política objectiva sobre temas e se tal a desoras; o que interessa são os ardinas políticos da praça e todo um enredo em torno do dito e do não dito: uma conversa fiada para desinformar.

 

Cada partido apresenta-se como uma rampa de salvação vendo a do adversário como a rampa para o inferno. Cada qual com os seus dogmas e conversas intermináveis socorrendo-se da falta de informação factual e de argumentação concreta de um público à deriva, até porque só entende os cabeçalhos e os títulos das notícias. Conversa, só conversa! Porém, a conversa nunca é certa, se deixa espaço para reticências. Numa sociedade quer entupida/autossuficiente quer castigada, falta a informação e o interesse por ela, devido às instituições dos boys que tudo minam e dominam.

 

Temos de deixar a ilusão de que alguém nos virá salvar. Nós é que temos de nos salvar. O povo português é de memória curta e muitas vezes infantil ao pensar que a alternativa, no tempo de eleições, vem de um outro partido. A República começou empestada de ideologias e oportunismos e continua fiel a esta tradição. A juventude abandona o país, permanece o hábito acomodado e autossatisfeito a continuar a má tradição.

Boa noite Portugal!

António Justo.jpg

António da Cunha Duarte Justo

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