Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A bem da Nação

OS "LISBOETAS" DE ANTÓNIO

 

 

CARICATURAS NA ESTAÇÃO DE METRO DO AEROPORTO DE LISBOA

 

 

 

 

                       

Duarte Pacheco

Engenheiro e famoso Ministro das Obras Públicas de Salazar, grande impulsionador das obras do Estado Novo, falecido num acidente de viação.

(Loulé, 19 de Abril 1900 - Setúbal, 16 de Novembro de 1943)

 

 

Frederico Duarte Carvalho

                                                                                                                       

In http://paramimtantofaz.blogspot.pt/2012/07/os-lisboetas-de-antonio.html

ESTEREÓTIPOS?

 

No seu artigo do Público de 24 de Janeiro, “A tradição”, Vasco Pulido Valente, referindo-se à recente viragem política e económica de François Hollande, redutora das despesas democráticas das suas fictícias promessas eleitorais, referencia a história do socialismo como algo pontual, em tentativas frustradas, na realidade uma ideologia que serviu os interesses próprios e do capital, que, para despistar, ia “compensando aqui e ali os trabalhadores com o famoso Estado social, a que se reduziu em última análise a utopia do século e que hoje parece perigosamente perto da dissolução”.”

 

 

«A tradição»

 

Com lágrimas, com irritação, com desespero, a esquerda ouviu esta semana François Hollande renunciar ao socialismo. A esquerda tem má memória. Desde o princípio que o socialismo se reduziu a conceder alguns leves benefícios aos trabalhadores, que se foram acumulando, e que se devem em parte considerável à mais pura direita.

 

Quem começou esta política foi, de resto, o príncipe Bismarck, antes de 1890, para conter simultaneamente o SPD e o liberalismo alemão que pretendia renascer contra ele. Durante a Grande Guerra (a I), o partido de Lenine e Estaline estabeleceu uma ditadura que se dizia “comunista”, mas que no fundo não passava de uma nova tentativa de “modernização” do império do czar, executada com uma particular ferocidade.

 

Depois de 1918, ainda apareceram meia dúzia de imitadores. Na Hungria, Béla Kun inventou uma “República Soviética”, que durou cinco meses e quase não passou de Budapeste. Em Munique, também foi proclamado o “comunismo”, que provocou uma pequena guerra civil e desapareceu em menos de um mês. Pela Europa ocidental, as coisas continuaram na mesma. O trabalhista MacDonald governou a Inglaterra de Janeiro a Novembro de 1924 e, depois, em coligação com os conservadores, de 1929 a 1935, uma aventura que lhe valeu a expulsão do partido. Em Espanha, a URSS tomou o poder por interposta pessoa a partir de 1937 e em 1939 perdeu a guerra. E, em França, Léon Blum conseguiu aguentar um ano, meio paralisado pelos radicais da sua “Frente Popular”, mas sempre deixou à “classe operária” o dia de 8 horas, mais duas semanas de férias pagas.

 

Em 1945, a Europa de Leste ficou sob a tutela da URSS de que só se conseguiu livrar em 1989. No Ocidente passaram pelo governo, se a América aprovava, dezenas de partidos nominalmente “socialistas”, que sobretudo se esforçaram por promover a prosperidade do capitalismo, compensando aqui e ali os trabalhadores com o famoso Estado social, a que se reduziu em última análise a utopia do século e que hoje parece perigosamente perto da dissolução. O sr. Hollande não fez mais do que os seus predecessores. O “socialismo”, nas suas muitas variantes, nunca existiu e nunca chegou verdadeiramente a ser a ideologia dominante de nenhum Estado constituído. A retórica de intelectuais sem emprego não substitui a acção, como milhares de vezes se provou. O sr. Hollande assinou o último certificado de óbito da esquerda, seguindo, como lhe competia, a tradição.

 

Não sei se o Dr. Mário Soares gostou de ler o artigo de Pulido Valente - se é que o leu - pois para ele o socialismo existiu, sim, como sinónimo de combate à ditadura e de conquista da liberdade. Quanto à questão económica, não foi esse o ponto principal da sua doutrina, pelo menos relativamente ao povo da vila morena, que outros se encarregaram de defender, lutando com unhas e dentes pelas igualdades sociais que os abrangiam. Julgo que a ele e a outros como ele coube grande parte do bolo democrático, mais do que aos das liberdades por ele concedidas, a quem as migalhas bastavam, a liberdade sendo suficiente bem para esses, que puderam espojar-se, finalmente, em ditos e gritaria, abrindo o escape da mordaça anterior. E o resultado é que andamos todos para aqui hoje nas bolandas da penúria, tanto foi o esbanjamento de palavras e de dinheiros nacionais – os dos tempos da ditadura – e estrangeiros – os dos tempos da democracia.

 

É certo que agora, mais do que nunca, a ditadura se impõe – ditadura do capital, do patronato, do próprio Governo – com a perda de direitos, de empregos, como não havia na outra ditadura, apesar de existirem também muitas discrepâncias sociais, como é natural, nesta luta pela posse material, que já fez morrer Abel às mãos de Caim, e que semeia a guerra e o crime por esse mundo, de que a guerra de Tróia é exemplo lírico, pelo menos no pretexto, pois na realidade também assentou em questões de estratégia económica..

 

A verdade é que o capital comanda a vida, e François Hollande teve que largar os seus extremismos eleitorais de generosidade interesseira, convertendo-se à religião centrista, que impede as bondades da “esquerda democrática”, para se centrar mais numa moderação despesista do Estado gastador.

 

E Vasco Pulido Valente assim historia, sem ilusões e com saber, o socialismo europeu, deixando de lado Fidel Castro e Che Guevara que, em outros espaços, lutaram por um socialismo talvez mais autêntico mas sem liberdade.

 

 Berta Brás

JUSTA HOMENAGEM

 

Uma justa homenagem ao Prof. Eng.º Agrónomo e Silvicultor Joaquim Vieira Natividade

 

 

 

Em 19 de Novembro de 1993 completaram-se 25 anos sobre a morte de um cientista eminente, que devotou a sua vida à investigação científica nos campos da Agronomia e da Silvicultura.

 

Nascido em Alcobaça em 22 de Novembro de 1899, Joaquim Vieira Natividade completou em 1922 o curso de Engenheiro Agrónomo, com a apresentação e defesa duma tese sobre “A Região de Alcobaça. Agricultura, População e Vida Rural“. Nesse mesmo ano

completou tambem a licenciatura em Silvicultura, obtendo em 1929 o título de Engenheiro Silvicultor, com a apresentação e defesa duma tese sobre “O carvalho português nas matas do Vimeiro“.

 

Dividiu a sua actividade pelos dois sectores, a Agronomia e a Silvicultura. Na Agronomia os seus trabalhos centraram-se na Pomologia; na Silvicultura dedicou-se principalmente à Subericultura. Trabalhador incansável e de alto nível, em ambos esses sectores deixou uma obra da maior projecção, no País e no estrangeiro.

 

Numa iniciativa da Dr.ª Maria Luisa Azevedo Neves, apoiada pelo Ministério da Agricultura, ao mais alto nível e através de alguns dos seus organismos, entre eles a Estação Agronómica Nacional, a cujo quadro Natividade pertencia, chefiando, ao longo de 32 anos, o

Departamento de Pomologia, foi-lhe prestada homenagem no 25º aniversario da sua morte.

 

Iniciaram-se as comemorações em 19 de Novembro de 1993, no salão nobre do Ministério da Agricultura, em sessão solene presidida pelo Ministro da Agricultura e em que o Juiz Conselheiro Silvino Villa Nova fez uma conferência intitulada “Da vida e obra de Joaquim Vieira Natividade”.

 

Seguiu-se a abertura duma exposição, na sala do Marquês, onde se evocava a vida e a obra de Natividade e onde estavam expostas algumas obras, entre as quais tapeçarias de elevado valor artístico, da autoria da esposa do homenageado, D. Irene de Sá Vieira

Natividade. Apesar duma grave doença recente, que obrigou a hospitalização e de que não estava aínda completamente restablecida, D. Irene Natividade, que pouco tempo depois completaria 93 anos de idade, esteve presente em todas as manifestações da homenagem. A

exposição esteve patente ao público durante alguns dias.

 

Ao longo de todo o dia 25 de Novembro e na manhã de 26 de Novembro de 1993 realizaram-se na Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, Colóquios em que foram apresentadas, por vários oradores, a vida e a obra de Natividade.

 

No dia 25 falaram:

- Eng.º António Avelar do Couto, sobre “Natividade e a Fruticultura”

- Prof. João Saldanha, sobre “Fomento frutícola”

- Dr. Rui Rasquilho, sobre “Vieira Natividade - Subsídios para a cultura alcobacense”

- Prof. Miguel Mota, sobre “Natividade e a Genética”

- Eng.º José Duarte Amaral, sobre “A vida e obra de Natividade - um exemplo para a juventude”

- Dr.ª Maria Teresa Cabral, sobre “Natividade e a Subericultura em Portugal”

- Prof. Gregório Montero, sobre “Natividade e a Subericultura em Espanha”

- Prof. Enzo S. Filipo, sobre “Natividade e a Subericultura em Itália”

- Eng.º J. Silva Carvalho, sobre “Mestre Natividade - Paixão e Ciência no Universo do Sobreiro”

 

Na manhã do dia 26 de Novembro, tambem na Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, a sessão abriu com a projecção do maravilhoso filme “Flores - mundo de beleza” dirigido por Natividade.

 

Deveria falar seguidamente o Prof. Abílio Fernandes. Impossibilitado de estar presente por motivo de doença, foi lido o texto que preparara, intitulado “Natividade - O Académico”.

 

Falaram aínda, nessa manhã:

- Prof. Henri Gilbert, sobre o “Doutoramento Honoris Causa de Vieira Natividade na Universidade de Toulouse”

- Prof. Bairrão Oleiro, sobre “Natividade e o Museu de Alcobaça”

- Prof. Miguel Pereira Coutinho, sobre “Natividade. Um verdadeiro Mestre”.

 

Na tarde desse mesmo dia, novamente no salão nobre do Ministério da Agricultura, efectuou-se a sessão de encerramento da homenagem, presidida pelo Subsecretário de Estado da Agricultura e onde o Prof. Manuel Gomes Guerreiro proferiu uma conferência sobre “Joaquim Vieira Natividade. O último monge agrónomo de St.a Maria de Alcobaça, precursor em Portugal das Ciências Ecológicas”.

 

* * *

 

Permita-se-me que elabore um pouco sobre o tema que me coube tratar nessa justa homenagem, “Natividade e a Genética”.

 

Se é bem conhecida, de técnicos e agricultores, a contribuição de Natividade nos campos da Pomologia e da Subericultura, são poucos os que conhecem a parte da sua obra no âmbito da Genética. Esse trabalho, embora de ciência básica, é de fundamental importância

para a agricultura, pois os estudos de cromossomas são essenciais para se conhecer o mecanismo da reprodução e compreender problemas de imediata aplicação, nomeadamente quando se trata de produtividade e de fertilidade, que estão estritamente dependentes do que se passa a a nível cromossómico, na meiose, para a formação das células sexuais.

 

Natividade iniciou os seus trabalhos de Genética com a publicação, em 1932, da tese, intitulada “A improdutividada em pomologia” com que se candidatou ao concurso para o lugar de Professor Catedrático do Instituto Superior de Agronomia. (Nesse concurso, Natividade, embora aprovado em mérito absoluto - o que lhe dava direito ao título - foi preterido, em mérito relativo, por um outro candidato que, como a vida futura se encarregou de amplamente demonstrar, era bem menos qualificado do que ele. Esse facto afectou-o muito

fortemente).

 

Nesse trabalho - que se tornou um clássico - estudou os cromossomas de um grande número de variedades de pereiras, macieiras, amendoeiras e ameixeixeiras. Em 1935 suplementa essa lista com o estudo de mais variedades de pereiras.

 

Em 1937 apresenta um estudo dos cromossomas de várias espécies de Quercus, entre elas o sobreiro ( Quercus suber L.) e a azinheira (Quercus ilex L.). Algumas dessas espécies nunca tinham sido estudadas na sua cariologia, pelo que o trabalho de Natividade se encontra citado nas listas de cromossomas das diferentes espécies.

 

Nos Quadros I, II e III (*) apresentam-se os números de cromossomas das espécies e variedades estudadas, respectivamente, em Pomoideas, Prunoideas e Quercíneas.

 

Todo esse trabalho foi realizado na década de 1930. Depois, a sua actividade foi desviada para outros campos, fundamentalmente as técnicas agronómicas de fruticultura e, na silvicultura, para tudo o que se relacionava com a subericultura. O trabalho neste último sector culminou na publicação de um monumental tratado de "Subericultura", o melhor que existe no mundo nessa matéria e, por isso, traduzido já em várias línguas.

 

Quem trabalha em Genética não pode deixar de lamentar que, com um tão promissor começo, Natividade não tivesse continuado nessa ciência. Mas não deixou de lhe ficar uma certa saudade, como é evidente nalgumas das cartas que dele tive o prazer e a honra de receber, como numa datada de Junho de 1956, a agradecer a separata dum trabalho meu publicado na "Heredity", em que dizia: "Aínda que hoje a Citologia não seja para mim mais do que uma grata recordação, pois fui empurrado pela vida para outros rumos, pude apreciar o interessante trabalho que agora me enviou e por isso lhe venho apresentar as minhas felicitações muito sinceras."

 

Noutras cartas, em que agradecia outros trabalhos meus, transparece a mesma ideia da "grata recordação", que lhe deixara a sua passagem pela Genetica, mais especìficamente pelos trabalhos de Citologia.

 

* * *

 

Se alguns meios de trabalho poude ter - caso contrário seria impossível realizar o que realizou - eles foram sempre muito escassos e pode imaginar-se como seria a obra produzida se Natividade tivesse podido dispor daquilo de que necessitava e que seria um excelente

investimento. Esses bons meios de trabalho foram-lhe dados no fim da vida - e, segundo me escreveu noutra carta, "porque passei a entender-me directamente com o ministro..." - menos de dois anos antes de completar os 70 anos, a idade oficial para a aposentação. Infelizmente, nem esses dois anos utilizou os novos meios, pois faleceu em 19 de Novembro de 1968, quase exactamente um ano antes de atingir o limite de idade, que seria em 22 de Novembro de 1969.

 

Não foi só a Agronomia e a Agricultura que perderam um técnico de altíssimo nível. A Ciência portuguesa perdeu um dos seus maiores valores.

 

As comemorações do 25º aniversário dessa morte permitiram mostrar aos mais novos, especialmente nos campos da Agronomia e da Silvicultura mas, também, da Ciência em geral, um expoente máximo que a todos pode servir de exemplo.

 

 Miguel Mota

Investigador Coordenador e Professor Catedrático, jubilado

 

Publicado na “Gazeta das Aldeias” de Julho de 1994

 

(*) Mostrando-se hoje muito difícil (por inexplicadas razões internéticas) publicar os Quadros com um alinhamento minimamente aceitável, pede-se aos Leitores que consultem os textos a seguir referidos

Quadros I e II - http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/natividade-e-a-genetica-1-1131142

Quadro III - http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/natividade-e-a-genetica-2-1131511

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2004
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D