Discurso lido pelo Aluno Comandante do Batalhão na Cerimónia de Abertura do Ano Lectivo 2013/14
Exmº Sr. Tenente General Comandante de Instrução e Doutrina, Meu General,
Exmº Sr. Major General Director de Educação, Meu General,
Exmºs Srs. Oficiais Generais
Exmº. Coronel Tirocinado, Director do Colégio Militar,
Senhores Oficiais, Docentes, Sargentos, Praças e Funcionários Civis,
Exmºs. Convidados, Pais e Encarregados de Educação,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Condiscípulos,
Devo confidenciar-vos que a minha alma é, neste momento, invadida por um misto de sentimentos contraditórios. Por um lado, é a alegria e o orgulho que me preenchem, por aqui estar, hoje, no comando do Batalhão Colegial, a discursar para todos vós, nestes claustros centenários gastos pelo tempo … mas por outro, é a tristeza e o receio que me assombram por saber que estes claustros, que sobreviveram a invasões, a guerras civis e a golpes de estado, estão frágeis e que podem sucumbir ao mais pequeno dos terramotos.
O Colégio encontra-se hoje na situação mais difícil da sua longa e áurea história de 210 anos.
O Exmº Ministro da Defesa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar Branco, destruiu, com a tinta azul duma caneta no seu luxuoso gabinete aquilo que, durante mais de dois séculos, milhares de portugueses construíram com o vermelho do sangue nas mais adversas condições.
Alegando, inicialmente, razões económicas e mais tarde, razões de carácter ideológico, o Exmº Ministro da Defesa Nacional pôs fim a dois séculos de ensino de excelência, pôs fim a dois séculos da História do nosso Portugal, pôs fim ao sonho do Homem que de simples soldado se fez Marechal e a Ministro da Guerra, cargo que ocupou não pelos jogos políticos mas pela riqueza de carácter e extraordinário carisma demonstrados no comando dos seus homens.
O despacho de Abril veio pôr fim ao Colégio que todos conhecíamos e dar início a um outro, muito diferente, cheio de novos problemas, cheio de novos desafios e, acima de tudo, cheio de novas oportunidades.
A responsabilidade de manter a chama viva e de construir o futuro desta casa recai sobre todos nós… Uns por cá estudarem, outros por cá terem estudado, uns por cá trabalharem, outros por terem confiado ao Colégio a educação dos seus filhos … e é por isso que só em conjunto e reforço, só em conjunto seremos capazes de ultrapassar os obstáculos que se adivinham, de forma que peço a todos e a cada um de vós que vos entregueis de corpo e alma a esta nossa Casa que tanto nos ensinou para que possa continuar a transmitir às gerações futuras os valores idealizados pelo Fundador e inscritos no nosso Código de Honra.
Pais e encarregados de educação, quero aproveitar este momento solene para agradecer a confiança que depositastes no Colégio Militar ao escolherdes este projecto educativo para a educação dos vossos filhos. Quero pedir-vos que apoiem e ajudem os vossos filhos com todas as vossas forças, que falem com eles sobre os assuntos que os preocupam e incomodam e que não desistam de lutar por eles mesmo quando eles desistirem de si próprios porque a família é uma unidade fundamental na educação das crianças e dos jovens e sem o vosso apoio, a educação deles fica comprometida.
Professores, da vossa parte esperamos total disponibilidade e máximo empenho porque sois um pilar fundamental na aprendizagem dos nossos alunos. Um bom professor não é aquele que se alheia das suas responsabilidades e permite aos alunos que tudo seja feito, só para cair nas boas graças destes. Um bom professor é aquele que exige o máximo dos seus alunos e não permite falhas por desleixo, mesmo que isso lhe custe uma reputação menos boa perante os discípulos. Empenho e dedicação é tudo o que vos peço porque esta casa também é vossa e cabe-nos a todos trabalhar por ela.
Por último dirijo-me a vós alunos, na qualidade de Comandante de Batalhão e de irmão mais velho. O Colégio tem uma história invejável, com 5 presidentes da república, inúmeros ministros, atletas olímpicos e figuras de relevo na sociedade mas não podemos viver encostados à História nem às figuras ilustres do passado porque o Colégio, muito mais que o passado, é o presente e o futuro.
Nós somos a razão de ser desta Casa e não temos estado à altura das circunstâncias. Os resultados escolares dos últimos anos não são admissíveis numa escola que se diz de excelência. É tempo de inverter a postura de ociosidade que se tem vindo a generalizar nos últimos anos e de nos aplicarmos a fundo nos estudos e nos resultados, já que eles são, para a sociedade, o espelho desta Casa e deles depende muito a entrada de novos alunos.
A falta de alunos é um dos principais problemas com que o Colégio se debate, de forma que não nos podemos dar ao luxo de abandonar os mais fracos. Bem pelo contrário, temos o dever de os aceitar na diferença, de os proteger e de os integrar porque ou vencemos como um todo ou morremos como indivíduos.
“Neste Colégio, ninguém fica para trás”, disse-o o presidente da Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar no 3 de Março último e reforço-o eu aqui, porque acredito ser algo que todos temos de interiorizar.
Graduados, este será certamente um ano que nenhum de nós esquecerá. A responsabilidade que recai sobre nós por termos sob nossa alçada a orientação dos mais novos, é enorme. O ano lectivo que hoje oficialmente se inicia reserva-nos certamente inúmeras adversidades, muitas delas relacionadas com o próprio processo de reforma, mas estou certo de que se conseguirmos conservar o bom senso e agirmos sempre de acordo com os princípios do Código de Honra, seremos capazes de ultrapassar todo e qualquer obstáculo que se atravesse no nosso caminho.
Futuros Ratas, reservei para vós uma mensagem muito especial que espero que guardeis na memória como a primeira e uma das mais importantes. É com muita alegria que vos vejo aqui hoje formados no centro das atenções, envergando pela primeira vez a farda cor de pinhão. Inicia hoje, aqui, debaixo de todos estes olhares, o vosso longo percurso de 8 anos que fará de vós homens e mulheres prontas a servir Portugal. Prometo-vos que o caminho vai ser difícil, se fosse fácil qualquer um o faria, cheio de obstáculos e provações que só em conjunto sereis capazes de ultrapassar. Os camaradas que dormem ao vosso lado serão os vossos melhores amigos, não só aqui, durante estes 8 anos, como também depois, quando terminar o vosso percurso. São eles que vão estar presentes nos momentos de maior felicidade e vão ser eles também a dar-vos a mão nos momentos de sofrimento e de tristeza. Hoje, turistas, provavelmente não sereis capazes de entender a profundidade destas palavras mas amanhã, finalistas, compreendereis certamente a emoção nelas contida.
Termino da mesma forma que, em Janeiro de 1961, John F. Kennedy terminou o seu discurso de tomada de posse, dizendo-vos não para perguntardes o que o Colégio pode fazer por vós mas o que podeis vós fazer pelo Colégio.
Um dos grandes mistérios da situação portuguesa é que inúmeros dirigentes e intelectuais antecipam e incitam à revolta e ao tumulto social enquanto o País permanece sereno e ordeiro. Ambos os factos são estranhos. Como os analistas mostram razões ponderosas, o povo deve saber algo que eles ignoram.
Três aspectos saltam à vista.
Primeiro, ao longo de duas décadas, especialistas e organizações avisaram que Portugal seguia uma trajectória insustentável que iria acabar mal. Banco de Portugal, OCDE, Comissão Europeia, FMI e muitos cientistas anunciavam crescentemente a tempestade iminente. Ninguém podia dizer a data, a sequência ou os contornos, mas a linha geral era irredutível. Por isso soam a oco as acusações que se dirigem aos governantes actuais. Eles são a comissão liquidatária dos erros dos antecessores. Espanta que entre os críticos mais activos estejam alguns desses.
Embebedado 20 anos pelo dinheiro fácil do Tratado de Maastrich, Portugal chegou à borda do abismo e precisa de inverter hábitos recentes para cortar despesas e repor o equilíbrio. Isto, todos entendem. A falácia básica de inúmeros comentadores, dos cafés à televisão é: "Quem viveu acima das posses foram ricos e poderosos, por que razão devo eu suportar os custos do esbanjamento alheio?"
Felizmente, o povo, que não esqueceu como vivia antes e como a vida mudou com a dívida, entende a mentira por detrás da queixa.
Dinheiro fácil não foi só de ricos. Não havia senão endinheirados entre os utentes dos inúmeros serviços públicos com défice operacional, dos transportes e saneamento à saúde e educação? Seriam os múltiplos centros comerciais, onde prosperavam lojas inacreditáveis, apenas frequentados por abastados? Eram só poderosos a encher os inúmeros restaurantes, pastelarias e cafés que substituíam os antigos farnéis? Os pavilhões polidesportivos, auto-estradas, casas da cultura, parques industriais e tantas infra-estruturas novinhas, que brotaram por todo o lado, só se destinavam às elites?
Apesar das atoardas dos sábios, os portugueses entendem bem o longo delírio colectivo, onde todos obtivemos ganhos excelentes, pagos com dívida externa que agora temos de liquidar. O processo é difícil porque, depois de as termos, essas exigências ficam indispensáveis e inalienáveis. Mas vivemos felizes sem elas durante gerações.
É verdade que também houve erros e crimes, que devem ser punidos, e nem sempre são. Muitas vergonhas, como o BPN, continuam isentas. Também agora, neste difícil ajustamento, ocorrem novos lapsos e abusos. Mas é importante entender que tudo isso não chega para explicar um problema deste tamanho, só atingível com a participação de todo o País. Dizê-lo gera sempre a acusação injusta de desculpar os corruptos e incompetentes que nos meteram no buraco. Mas isso é tolice. Não se deseja aliviar culpados mas promover a indispensável solidariedade social no sofrimento. Não só porque realmente todos aproveitámos da longa festa, mas também porque a raiva é sempre má conselheira.
A terceira coisa que a população entende bem e tantos sábios teimam em ocultar é que revolta e repúdio da troika e dívida aumentariam a austeridade, não a reduziriam. É preciso equilibrar as contas e os milhões da ajuda permitem aliviar e adiar esses cortes que, mesmo assim, são pesadíssimos. Seriam bem piores sem apoio. Além disso, a única hipótese de o País voltar ao normal é reganhar a credibilidade e a honestidade de bom pagador.
Nem as alternativas míticas de crescimento que tantos inventam nem a revolta que levianamente insistem em antecipar resolveriam a questão. A escolha actual é entre um caminho duro e exigente, com aperto e mudança de vida, para voltarmos ao desafogo, ou o estatuto de pária internacional, aparentemente aliviado da dívida, mas deixando de ser país respeitável. Além de continuar a apertar o cinto porque, afinal, até esquecendo os juros, o Estado ainda gasta mais do que tem.
É espantoso que o povo entenda isto suportando serenamente os cortes. Mas ainda mais do que os sábios, não.
É verdade. Também sinto profundamente a extinção da Livraria Sá da Costa, cujos clássicos, relativamente em conta, foram acompanhando a minha vida estudantil e servem hoje ainda de referência para consulta das obras completas ou parciais – de Camões, de Gil Vicente, de Sá de Miranda, de Bernardes, do Cavaleiro de Oliveira, de Vieira, de Bernardes, de D. Francisco Manuel de Melo, de Tomás António Gonzaga, de António José da Silva… Eram livros de modéstia e utilidade, sempre à mão para as dúvidas de reposição de integridade editorial, relativamente a erros eventualmente detectados nos manuais escolares, ou para qualquer informação referente a dados circunstanciais, que Vasco Pulido Valente aponta no seu artigo do “Público” de 18 de Outubro, “Os Clássicos Sá da Costa”, como “devidamente anotada”.
Nesse ponto, não concordo, de preguiça mais votada aos livrinhos fininhos “Clássicos Portugueses – Trechos escolhidos” da “Clássica Editora” ou “Textos Literários” da “Gráfica Lisbonense”, ou os da “Colecção Literária Atlântida”, de Coimbra, ou os livros “Clássicos Portugueses” dos séculos XVI ao XIX, de Mário Fiúza, Ema Tarracha, da ASTER e tantos outros, plenos de anotações, que ajudaram a desbravar o sentido das mensagens e o enquadramento literário e social dos escritores, de que os mais fininhos – “Clássicos Portugueses” – utilizados, durante muito tempo no Ensino, se fizeram porta-vozes ajudando à formação de professores e alunos. Estes pequenos ou grandes livros de excertos apresentam maior número de anotações do que os da Sá da Costa, mais interessada na transcrição correcta da obra integral. Os vindoiros poder-se-iam debruçar melhor sobre textos e contextos, a partir dela e esses estudos continuam a verificar-se nos Manuais Escolares de Literatura, da disciplina de Português, como excelente encaminhamento literário, inexistente nos Manuais de outrora, por onde estudei, puro reservatório ou antologia de excertos.
Por isso, sinto o seu encerramento, neste associar-me à homenagem que a ela presta Vasco Pulido Valente, transcrevendo a sua crónica. Lembro bem a emoção quando, chegada de África, entrei pela primeira vez na livraria “Sá da Costa”, percorrendo e revendo, como num santuário de surpresa maravilhada.
Chegou a sua vez, cumprido o seu belo destino, de parar de dar à estampa os discretos e tão amplos livros cuja imagem o Público revela, no mesmo desígnio de homenagem e protesto. Não se tratava dos Armazéns do Chiado incendiados e reconstruídos, com grande alarido, comoção e dispêndio. A Sá da Costa “faliu sem ruído, ao fim dum século de serviço”, pois que livros e edições de clássicos, desenterrados muitas vezes das fontes primeiras, não representam significado de projecção semelhante à do incêndio dos Grandes Armazéns do Chiado. Embora as suas edições de clássicos vão perdurar enquanto existir a pátria portuguesa, ao contrário da memória destes.
“Os Clássicos da Sá da Costa”
Há os que dizem sim e há os que dizem não. Mas de um e outro lado, todos dizem o mesmo, com as mesmas palavras e com as mesmas razões. Todos se repetem simultânea ou alternadamente para chegar à mesma conclusão. Basta ouvir a primeira frase para se perceber onde a conversa vai parar e por que espécie de caminho. O português sem gramática que se usa na televisão e nos jornais desceu à “língua de pau”. A “língua de pau” costumava ser um exclusivo do Partido Comunista, agora é a língua quase oficial da política, uma pasta mastigada e remastigada, que não exprime nada e não convence ninguém. Só prova, com enorme abundância e variedade, a iliteracia crescente dos preopinantes que persiste, contra o senso e a inteligência, em falar e escrever para um público cansado e mudo.
Foi por isso que me lembrei hoje da Livraria Sá da Costa, que faliu sem ruído ao fim de um século de serviço. No tempo das tertúlias, que desapareceram por volta de 1960, a tertúlia da Sá da Costa, apesar dos seus créditos de oposição, nunca conseguiu realmente competir com a da Bertrand, onde o “glorioso mestre Aquilino”, como lhe chamavam, era a grande atracção. Mas no meio da sua relativa modéstia, a Sá da Costa prestou um incomparável serviço ao país: durante anos, volume a volume, publicou a melhor colecção de clássicos (devidamente anotada) que algum dia por cá apareceu. Do século XVI para a frente não faltava um único autor dos que mudaram e moldaram o português que hoje se usa ou, mais precisamente, não se usa. Para medir bem a nossa pobreza literária os “clássicos Sá da Costa” foram um instrumento único.
Pouco a pouco, as dificuldades da livraria desfizeram a colecção. O Estado podia ter subsidiado a coisa. No Ministério da Cultura existia, de resto, um instituto (criado por mim, para mal dos meus pecados) que servia perfeitamente para o propósito. Só que a gente que o dirigiu escolheu sempre as actividades que lhe permitiam dar ar à pluma e adquirir uma ínfima importância, passageira e espúria. O denominado Plano Nacional de Leitura é fantochada, pedagogicamente inútil, mas que ajuda a criar empregos (no Estado, está claro) e a distribuir uns dinheiritos por umas dezenas de analfabetos com necessidades. Não admira que Angola e Brasil nos tratem como tratam.
A famosa “língua comum”, objecto de tanto parlatório, apodreceu.
É claro que Vasco Pulido Valente exagera no seu pessimismo de purista linguístico. Uma língua não morre assim, e a expressividade (por monocórdica e vazia que por vezes se mostre) dos discursos parlamentares ou dos economistas, ou até eventualmente de artistas entrevistados, - e mesmo de telenovelas portuguesas actuais, de bom nível fraseológico e interpretativo - provam que a língua portuguesa não morrerá ainda e, tal como António Ferreira sugeria há quatrocentos anos, “lá onde for, senhora vá de si soberba e altiva”.
Como não morrerão as Crónicas de Vasco Pulido Valente.
Clama-se que a escola privada é mais eficiente do que a escola pública. Sendo assim, será razão para o Estado financiar escolas privadas. Naturalmente, com algumas condições.
O Estado sabe quanto gasta, em média, com os estudantes de cada ciclo. Pode, assim, entregar à escola privada esse valor por cada aluno inscrito. As condições serão:
- A escola não pode rejeitar qualquer aluno.
- Não pode cobrar quaisquer propinas.
- Não pode pagar aos professores menos do que o Estado paga.
As escolas privadas que sejam realmente mais eficientes do que a escola pública, não terão quaisquer dúvidas em aceitar estas condições e ganhar dinheiro. Se não forem capazes de existir, nas mesmas condições que a escola pública, não podem clamar maior eficiência.
Miguel Mota
Publicado no "Linhas de Elvas" de 24 de Outubro de 2013
Este texto de hoje é triste. Triste e complicado. Há que fazer exercícios de profunda imaginação para se acreditar. Mas tudo quanto vai escrito é verdade. Jamais nalgum dos meus escritos existiu mentira. Pode ter havido enganos. Mentiras, NÃO.
Há duas formas de revolução: com tiros, bombas, etc., ou pela calada, sem que o povo – besta – se aperceba, e que acaba asfixiado, e morto, como os que morrem com falta de oxigénio! O cérebro deixa de pensar, de agir, e... já era.
Aqui, no país do samba (para exportação), do futebol e caipirinha, onde o povo não sabe votar, nem por que vota, e é obrigado a isso para que os demagogos consigam mais votos, a “moda” agora é enaltecer todos os revolucionários, sem, obviamente, esquecer um dos mais covardes que se chamou che guevara, e que os idiotas pensam que lutou pela libertação dos povos! Vê-se bem a liberdade dos cubanos. Só dos que sobraram, porque dúzias deles o mesmo “glorioso libertador” assassinou com tiros na nuca quando os não adeptos estavam nas prisões.
Agora é uma escola que vai ser toda remodelada, modernizada, etc., e tem o nome de olga benário, uma comunista que foi posta às ordens do secretário do partido comunista dos sovietes no Brasil e para aqui veio praticar o que lhe tinham ensinado: sabotagem e terrorismo. Alemã e judia, Getúlio mandou-a de volta, com cumprimentos, aos nazis.
O que me parece que este des-governo devia incentivar duma vez por todas era a troca de nomes de todas as escolas: tirar Machado de Assis, Gonçalves Dias, Pichinguinha, e outros que engrandeceram o país e destacar aqueles que esta canalha ainda insiste em “amar” e a quem presta contas.
Deveriam chamar às escolas e às faculdades de cursos políticos, Josef Stalin, Mao Tsé Tung, Pol Pot, Adolf Eichman e Adolf Hitler (que também tiveram milhões de cegos seguidores), e alguns mais atuais como o caridoso Omar Hassan Ahmad al-Bashir aquele garotão do Sudão que mata mais que cancro e malária, sem esquecer a família King Kong da Coreia do Norte – Kim du Bong, Kim II Sung, Kim Jung II e Kim Jong un, chamados Grande Líder, Estimado Líder, Querido Líder, Grande Sucessor, todos grandessissimos... E, porque não Bin Laden, George Bush, Chavez, Kaddafi e “similares”? Quase esquecia Robespierre o homem que gostava tanto da guilhotina que para lá mandou milhares e onde acabou também com a cabeça fora dos ombros!
Aqui um dos poços de petróleo já foi baptizado de “lula”, o nome de um indivíduo que só atrasou a exploração do ouro negro em mais de dez anos, e está a levar o país para um marxismo doentio, mas um marxismo que tem o seu quê de liberalismo, sem o qual os urubus não poderiam continuar a encher os bolsos como até hoje.
O STJ, o quase, quase famoso supremo tribunal federal, esteve para dar uma grande lição a essa banditagem. E ao mundo. Mas... acontece que dos seus onze membros, nove foram lá postos, cuidadosamente escolhidos pelo PT. E desses nove só um foi capaz de sacudir o jugo dos “patrões” e ter-se portado de tal modo que é hoje o homem mais admirado no Brasil.
O resto vai acabar por absolver os principais cabecilhas do grande golpe, o tal mensalão. São pagos para isso.
Mas tudo isto interessa pouco porque o governo vai receber só dos novos campos de petróleo, um monte de milhões! Poços esses que talvez, talvez comecem a produzir daqui a cinco anos.
E até lá com 45% do orçamento anual comprometido para pagar juros e parte (que parte?) da dívida pública, porque os bancos não perdoam nem ao governo, o que sobra é miséria, como por exemplo só 4% para educação.
Quando se poderia imaginar que o governo financiasse os estados cobrando juros sobre juros? O escândalo é de tal ordem que não se acredita.
Por exemplo: Minas Gerais recebeu, em 1998, um financiamento de R$ 18,5 bilhões, e desde o começo vem pagando regularmente as parcelas. Mas... se o juro cobrado fosse o da taxa básica, MG não só teria liquidado já toda a dívida como teria um saldo a seu favor de mais de R$ 1,5 bilhões. Acontece que, com a manobra do des-governo federal os juros básicos foram acrescidos de vários pontos percentuais e hoje o Estado de Minas Gerais está ainda endividado, do mesmo financiamento, mas quase R$ 67 bilhões. Quer dizer que além de ter pago tudo, ao fim de quinze anos deve 3,5 vezes mais do que recebeu!
Com a fobia de nada privatizar, apesar de se ir privatizando tudo quanto aparece, mesmo ouvindo o rugido dos ultra comunas, o actual des-governo já vendeu a capitais estrangeiros 30%, trinta por cento, do capital do Banco do Brasil!
Deu para entender? É difícil, mas é a realidade. E como não é só o Banco do Brasil mas TODOS os bancos que participam desse financiamento, o enriquecimento destes, no Brasil é astronómico, e ainda tem um aspecto curioso: os estados podem ser financiados por bancos estrangeiros, como Deutsche Bank, HSBC, etc, que assim mamam à custa do país, e mandam dinheiro para fora.
A máquina federal é um antro, e a continuar como está, apesar das futuras miragens petrolíferas, não tarda estaremos iguais à Venezuela onde até papel higiénico é item raro!
Se quiser fazer um exercício de in...compreensão das finanças públicas, aceda ao link
Quantos grandes há neste mundo que não sabem ser o que são?
Depois de lhes dar o que lhes deu, parece que se arrependeu a fortuna do que lhes tinha dado.
O rico é avarento e não sabe usar da riqueza; o sábio é imprudente e não sabe usar da sabedoria; o valente é temerário e não sabe usar do valor; e até os que têm as coroas na cabeça e os ceptros na mão não têm cabeça nem mãos para saber reinar.
Levei à minha amiga um artigo chegado por e-mail, apelidado de “China behind the Gold Medals” com texto basto de informações sobre a ambição chinesa pelo ouro olímpico e com imagens de crianças treinadas desde infantes, algumas de carinhas desfeitas pelo choro, na violência dos exercícios da trave ou outros aparelhos que vão possibilitar os contorcionismos da agilidade futura dos atletas chineses.
Falei em monstruosidade ao serviço do ouro, mas a minha amiga, que admira a perfeição, não, certamente motivada pelo conto do Eça, que termina com o brado poderoso de Ulisses, fugindo das perfeições inalteráveis da ilha Ogígia e da imortal embora também sensível ninfa Calipso, de regresso aos rudes trabalhos e ao envelhecimento da sua humana condição: “Oh Deusa, o irreparável e supremo mal está na tua perfeição”
A minha amiga, que admira a perfeição, expôs com o donaire de sempre:
- Tudo na China está programado. E aquelas tropas! Não há um movimento que não seja a condizer.
Foi motivo para se voltar a comparar a apresentação rigorosa, impecável, dos Jogos Olímpicos em Pequim, há anos e as de Londres, basta em potencialidades de artifícios, humor e riqueza, mas sem a rigidez da impecabilidade e graciosidade chinesas, porque de antípodas civilizacionais e políticos, de uma abertura democrática inexistente na poderosa China.
Mas eu fiquei horrorizada com o e-mail recebido, de que transcrevo alguns passos:
As crianças são treinadas para ganhar medalhas desde a mais tenra idade. Elas vêem os pais apenas uma vez por ano, desde os três anos de idade, quando o Estado coloca as crianças num programa de treinamento.
Na busca do ouro, muitos atletas chineses deixaram de lado a sua educação, controle financeiro pessoal, e até mesmo a sua saúde. Crianças são recrutadas a partir de uma idade muito jovem, a nível nacional, de acordo com o tipo de corpo.
Centenas de milhares de jovens são colocados em sistemas de nível provincial de formação e são sucessivamente filtradasde acordo com o desempenho. Os melhores atletas movem-se através do sistema de competir a nível nacional, onde são colocados sob pressão intensa para executar.
Treinadores são enviados por toda a China para procurar crianças promissoras, em creches e escolas. Eles olham para as crianças com o físico certo, que parecem particularmente ágeis em correr e saltar. Os melhores são removidos de suas famílias e enviadas para internatos, onde tudo gira em torno da sua formação. (…)
As crianças ou adolescentes apresentados têm praticamente a mesma altura, são crianças bem alimentadas, certamente que rodeadas dos cuidados materiais e médicos indispensáveis para constituírem os corpos belos que formarão aquelas equipas deslumbrantes, medidas ao milímetro, que vimos nos jogos olímpicos de Pequim. Apesar das carinhas desfeitas pelo choro de alguns daqueles meninos e meninas sem infância, violentados nos seus corpinhos por instrutores algidamente competentes.
Falámos dos dançarinos ocidentais, assim formados porque escolheram essa via, tais como os pianistas e outros músicos que as formações culturais dos países preparam, com a exigência necessária, desde que lhes reconheçam a vocação.
Comparámos essa forma de preparação dos chineses, já preconizada no tratamento dos pés das mulheres chinesas bem apertadinhos, numa imagem de fragilidade feminina e de poderio masculino, que a Pearl Buck das minhas lembranças da adolescência ledora criticara no seu romance “Vento do Oriente, Vento do Ocidente”, à exigência europeia de calibragem da fruta para que esta seja exportável, concluindo, melancolicamente, pela asserção vulgarizada sobre as nossas deficiências de portugueses sem calibre que preste, nem de fruta nem de atletas.
Mas resignámo-nos, que não precisamos de aprender nada com os outros. Preferimos atribuir as nossas falhas ao nosso fado triste e esperar na nossa fé, que pode ser no “Dom Sebastião, quer venha ou não.”.
Entende-se por economia de mercado aquela em que a oferta anónima de produtos standardizados se destina a uma procura igualmente anónima e em que os preços se formam a partir do confronto directo e livre desses dois tipos de agentes económicos, os intervenientes.
Por mercado transparente entende-se aquele cujos intervenientes primam pelo anonimato e em que a informação sobre os preços é permanente e pública.
Por mercado opaco entende-se todo aquele que não cumpre as regras de transparência quer por defeito do anonimato (situações de monopólio, de oligopólio, de monopsónio ou de oligopsónio) quer por defeito na permanência da publicidade da informação sobre os preços praticados.
Num mercado transparente têm que ser publicitados os preços propostos pela oferta (preços de venda), os propostos pela procura (preços de compra) e os efectuados (os resultantes do acordo a que chegaram a oferta e a procura).
Os produtos podem ser reais ou virtuais conforme já existam ou ainda não tenham sido produzidos. Assim se definem os mercados spot ou sobre futuros.
O anonimato é garantido por uma entidade neutra, a Bolsa de Mercadorias, que recebe os lances da oferta e da procura, regista os acordos e emite os certificados que são descontáveis e, portanto, endossáveis. A este mercado primário segue-se um mercado secundário que atrai muito mais intervenientes assim promovendo maior transparência e reforço da lógica na formação dos preços. Nos tempos que correm, a Internet é o meio mais usado para transmitir ordens de compra e de venda.
Os produtos mais transaccionados em bolsa são os cereais, os oleaginosos e os da pecuária.
Tomadas estas definições em consideração, colhe perguntar se alguém alguma vez viu tal tipo de situação em Portugal. É claro que não, nunca tal foi visto e parece importante averiguar porquê para que possamos compreender melhor o presente e perspectivar o futuro.
HISTÓRIA
A tentativa que João Franco fez de instalar uma Bolsa eficaz foi gorada pelo regicídio mas convenhamos que nessa época não teria sido fácil atrair um considerável número de operadores que garantisse só por si alguma transparência no mercado pois a taxa de analfabetismo total (mais baixa do que a homóloga adulta) era elevadíssima.
TAXA DE ANALFABETISMO TOTAL
ANOS – %
1900 – 73
1011 – 69
1920 – 65
1930 – 60
1940 – 52
1950 – 42
1960 – 33
1970 – 26
1981 – 21
1991 – 11
2001 - 9
2011 - 5
É óbvio que um agricultor analfabeto não faz lances pela Internet nem consegue sair da produção para a sua própria subsistência.
Mas como entre 1933 e 1974 o regime era corporativo e não de mercado, não podemos tomar esse período como paradigmático para o efeito da resposta à questão inicial: onde estará a nossa economia de mercado?
Foi, contudo, nesse período que os agricultores portugueses mais se puderam sentir amparados com preços definidos administrativamente no seio dos Organismos de Coordenação Económica[1], conhecidos ex-ante às produções, habilitando-os a uma gestão dentro do previsível.
Mas o Estado Corporativo não pretendia instaurar uma economia de mercado e nisso foi copiado pelo sovietismo que se lhe seguiu durante esse longo período entre 1974 e 1976, até ao desmantelamento da «experiência» revolucionária.
Com a liquidação dos Organismos de Coordenação Económica, incompatíveis com a CEE a que entretanto aderimos, ficou a produção à mercê dos ditames comunitários, ou seja, da PAC, o que pode ter pouco a ver com a realidade nacional. Os subsídios passaram a ser uma «produção» importante para a empresa agrícola e nada se progrediu no sentido de construir um mercado transparente.
Como instrumento de combate ao aumento de preços (vulgo, inflação), foram incentivadas as «grandes superfícies» que acabaram por se constituir nos maiores compradores de produtos agrícolas e de agrícolas transformados (bem como de muitos outros produtos que não vêm aqui a propósito) não hesitando recorrer à importação como forma de esmagamento do nível de preços internos. A produção nacional não foi aprimorada, foi esmagada pela concorrência externa (espanhola, sobretudo) que recorria a diversos métodos que claramente indiciavam dumping[2].
A história conclui-se com o actual domínio do oligopsónio no mercado agrícola e de agrícolas transformados: em Portugal, quem faz os preços são três ou quatro Chefes de Compras das «grandes superfícies» que impõem os preços resultantes do dumping estrangeiro; para além destes, há mais um ou dois agentes de intermediação que impõem os preços definidos... na Bolsa de Chicago.
Risível se não fosse dramático.
SUGESTÃO PARA O FUTURO
Se houvesse quem se preocupasse em construir um mercado transparente que permitisse a retoma da produção nacional, poderíamos relançar a nossa economia primária num prazo relativamente curto sem necessidade de investimento público e apenas recorrendo ao esforço legislativo.
A constituição de uma bolsa portuguesa de mercadorias onde se realizassem operações sobre futuros agrícolas, permitiria distribuir o risco entre a oferta e a procura (no presente, o risco está totalmente centrado na oferta pois esta produz bens perecíveis que a procura só adquire aos preços por si própria definidos e a que a oferta tem que se sujeitar sob pena de perder o produto, nada recebendo): há preço interessante, produz-se com conhecimento dos preços praticados; não há preço interessante, não se produz (mas não se investe no desconhecimento dos preços futuros).
Em conformidade com as definições acima descritas, essa Bolsa emitiria os títulos representativos dos contratos celebrados que os produtores poderiam descontar junto do sistema bancário assim se financiando para o lançamento das produções contratadas. [Convenhamos com ironia que a Bolsa de Chicago não está (ainda) vocacionada para emitir títulos sobre contratos celebrados em Portugal e que o sistema bancário americano não actua eficazmente no nosso mercado].
Uma vez instituída a Bolsa de Mercadorias de Portugal, poder-se-ia imaginar a adjudicação da respectiva gestão, eventualmente associada à criação do mercado secundário dos títulos constituídos no âmbito do mercado primário.
ONDE ESTARÁ ENTÃO A NOSSA ECONOMIA DE MERCADO?
Só pode estar no futuro.
Lisboa, Maio de 2013
Henrique Salles da Fonseca
[1] - JNPP – Junta Nacional dos Produtos Pecuários; FNPT – Federação Nacional dos Produtores de Trigo; JNF – Junta Nacional das Frutas; IAPO – Instituto do Azeite e dos Produtos Oleaginosos (não me refiro à CRCB - Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau que nada tem a ver com o propósito do presente tema)
[2] - A economia paralela espanhola (desertificação empresarial) provocou graves danos à produção portuguesa
Foi nos tempos de Santana Lopes como Primeiro Ministro, há oito ou nove anos já.
Diz-se – é sentença antiga – que o tempo cura mais que o sal, mas nem sempre isso é verdadeiro, até porque se diz também que Cronos, que destronou seu pai Ouranós, foi engolindo os filhos que a esposa Reia lhe dava, com medo de ser por algum deles destronado, o que aconteceu com o último filho – Zeus – salvo pela mãe, o qual conseguiu não só destronar o pai como recuperar os irmãos. Mas foi muito mal feito isso de engolir os filhos, por isso o provérbio sobre o tempo/Cronos curar, está mais que visto que é falso, pois às vezes mata – embora o sal também tenha os seus efeitos perniciosos no nosso organismo, segundo afirmação preocupada do Serviço Mundial da Saúde.
O que se verifica entre nós é que o tempo agrava. No tempo de Santana Lopes, por exemplo, a cidade começou a ser plantada de cartazes esclarecedores sobre os embelezamentos na cidade, julgo que encimados da foto de Santana – segundo o nosso carinhoso costume de plantar cartazes eleitorais, para criar postos/postes de trabalho. O meu marido trabalhava na Câmara de Lisboa, fazia parte da equipa encarregada de recuperar as velhas casas dos tempos pombalinos. Mas observou que as reformas santanistas também se faziam ao nível dos interiores, nos gabinetes de trabalho e nas casas de banho que as amigas de Santana recém colocadas exigiam – e eu costumava lembrar-lhe que a Jacqueline Kennedy já o fizera na Casa Branca quando lá se instalou, que serviu de exemplo à nossa classe média elitista na questão dos arranjos. Também recentemente o Palácio da Justiça mudou de poiso, diz-se que para um sítio esplêndido com vistas para o Tejo, para amenizar as tarefas de descodificação dos processos da acumulação prolongada.
Outros muitos exemplos poderia acrescentar, deste esbanjamento narcisístico que o tempo acentua, mas o intróito já vai excessivo, de apoio às preocupações que Vasco Pulido Valente revela na sua reflexiva crónica do Público, de 19/10, “A Classe Média de Estado”, denunciadora de um plano revolucionário sem volta, de “filhos” e “enteados” abocanhando o “pai” Estado até às entranhas, e fazendo greves reivindicativas dos direitos adquiridos:
Toda a gente lamenta o destino da classe média, que a troika e o Governo estão pouco a liquidar. Mas ninguém se lembra que essa classe média é uma classe média de Estado, ou seja, um produto do Estado, que o Estado deliberadamente fabricou e que não pode ter outro destino, quando acabam os meios de a sustentar, como sucedeu em 2011. Se fosse uma criatura da economia resistiria melhor e até talvez conseguisse influir no “ajustamento” que se combinou com os credores. Infelizmente, foi o contrário que sucedeu. A democracia precisava de uma base de apoio e, como não havia nenhuma, a que havia era muito frágil, não hesitou em se prover com um imenso funcionalismo, por natureza dependente e fiel, e em orientar a escola e a universidade para carreiras que o poder político controlava.
E porque a longa fila dos pretendentes não parava de aumentar, os governos começaram a usar artifícios para “colocar” o pessoal que lhes batia à porta. Inventaram novas funções para um Estado que já não conhecia limites, dividiram e redividiram os serviços, fundaram com, ligeireza e gozo as centenas de organismos vaguíssimos, que eram verdadeiros depósitos de empregados sem uso nem utilidade. E este novo funcionalismo também ajudou à obra: imaginava constantemente novos cantos da vida portuguesa em que a sua presença lhe parecia indispensável; e pedia sempre com tenacidade o “espaço” que imaginariamente lhe faltava e o alargamento dos “quadros”, que achava sempre estreitos, mas sobretudo impeditivos da felicidade do povo. O “monstro” de que falava Cavaco foi assim feito (também por ele mesmo).
Da enorme multidão que trabalha para o Estado trata o seu emprego (que o contribuinte paga) como uma espécie de rendimento garantido, a que acrescenta vários géneros de actividade privada ou de negócios. Basta pensar nos médicos, por exemplo, ou em gente que dirige empresas (muito suas) com os recursos do ministério onde se instalou. Qualquer abalo sério e racional a este arranjo iria ameaçar a subsistência a centenas de milhares de pessoas, que se habituaram a um certo estatuto social e se julgam na perpétua posse de “direitos” garantidos pela Constituição. Pior ainda: como, de maneira geral, mandam no PS e no PSD, não lhes faltam meios de impedir que a sua posição seja definitivamente posta em causa. O Estado que os sirva e eles fingem que servem o Estado.
Duas pessoas que se amam só começam a dizer coisas ajuizadas desde que se aborrecem
Camilo Castelo Branco
Ana Augusta Vieira Plácido (27 de Setembro de 1831 - 20 de Setembro de 1895) foi uma escritora portuguesa, famosa por ter sido a grande paixão do escritor Camilo Castelo Branco.