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A bem da Nação

A COISA MAIS CERTA

 La Fontaine at Blog Filosofix

 

Do Livro VI das Fábulas

De La Fontaine

Com o número dezanove,

Da Primeira e Segunda Partes,

Retiro uma muito conhecida,

Em verso,

Mas entre nós só em prosa

Reconhecida.

É sobre o charlatanismo

Dos pagadores de promessas

Ou mesmo, se o preferirmos,

Dos construtores de tretas,

Que, em todo o sempre,

Mostraram obra

A vender banha de cobra.

Eis, pois, em tradução,

A fábula “O Charlatão”:

“O mundo nunca teve falta de charlatães:

Esta ciência foi, em todos os tempos,

Bastante fértil em prestações,

Ora um, em teatro, o Aqueronte afrontando,

Ora outro, pela cidade espalhando

Que ultrapassa Cícero em eloquência,

Arrebatando as multidões

Com expressiva saliência.”

(Em breve aparte, eu diria,

Que, se fosse hoje em dia,

A eloquência seria

Demonstrativa do seu zelo e arte

Para uma autoprovidência

De grande importância

Para sua realização e sobrevivência.)

«Um destes últimos, digo,charlatães,

Gabava-se de ser tão bom educador

Que tornaria qualquer palerma um doutor,

Fosse ele lapuz, rústico, ou parolo;

“Sim, senhores, um parolo, um animal, um burro:

Tragam-me um burro, um burro em duplicado,

Torná-lo-ei mestre refinado,

Portador de sotaina sem pecado.»

O Príncipe soube do assunto; mandou chamar o Declamador.

“Eu tenho – disse ele – na minha estrebaria

Um belíssimo exemplar de Rocim:

Gostaria

Que fizesses dele um orador.

- Senhor, vós tudo podeis e tereis assim,

– logo o nosso homem respondeu com galhardia.

Deram-lhe uma certa quantia

Para, ao fim de dez anos,

Sentar o animal nos bancos

Da Assembleia ou do Tribunal;

Sem o que ele seria

Na praça pública exposto,

Com o baraço ao pescoço,

Enforcado com limpeza

Com a retórica no dorso

E as orelhas dum asno,

Em beleza!

Um dos cortesãos lhe afirmou que, na forca,

Ele teria muito gosto em o ir ver,

Se, para enforcado,

Ele mostrasse

Um ar gracioso e uma boa presença,

E, sobretudo,

Se se lembrasse

De pregar à assistência

Um discurso onde a sua arte

Fosse revelada com pertinência,

Num discurso patético, e cujo formulário,

Retórico e vário,

Servisse a certos Cíceros, vulgarmente

De ladrões apelidados.

E o outro com presteza respondeu:

“Antes do evento tão pouco decente,

Morreremos, sem falhar,

O Rei, o Burro ou eu.»

Tinha razão. Que é loucura, sem dúvida,

Contar sobre dez anos de vida.

Basta sermos uns bons copos, uns bons garfos,

Para qualquer um,

Para, como natural oferta

Da Parca,

Se poder ter como certa,

De três indivíduos, em dez anos,

Pelo menos,

A morte de um.»

Eis uma fábula que nos alerta

Para o excesso de patuscada

Que o caldo verde e a sardinha

Podem representar a um ou outro governante

De compleição magrinha,

Mas que vai em frente, a falar em comer,

Por não ter mais que dizer,

E sem recear rebentar,

Se calhar por não querer retirar

O rosto do seu posto.

Outros, os mais oradores,

Charlatães, segundo a fábula,

Têm patuscadas maiores,

Comidas superiores,

Para poderem com mais força singrar

E levar sem recuar

Apesar da feroz oposição,

O navio da nação

Ora aos tombos, ora não,

Com o povo sempre à mão

Para melhor prestação,

Enquanto dura a patuscada,

Na continuação da alvorada

De Abril e mais nada.

Em dez anos ou até menos

Não teremos de cumprir

Completamente as promessas

Para o porvir.

Que a morte é coisa certa,

Nesta nossa estrada aberta…

 

 Berta Brás

TAÇA DAS NAÇÕES AFRICANAS (futebol)

  Angola - Cabo Verde

 

Senhor Doutor,

 

Como sabe, está neste momento a decorrer na África do Sul o CAN (Cup African Nations), equivalente ao nosso Campeonato Europeu de Selecções. A selecção de Cabo Verde, estreante na prova, passou aos quartos de final, e joga no sábado próximo com o Gana. Fez parte do grupo inicial que integrava Marrocos, África do Sul e Angola. Averbou dois empates frente aos dois primeiros e uma vitória frente a Angola. Os angolanos ficaram escandalizados porque gastaram 3 milhões de euros com a preparação da sua selecção e Cabo Verde apenas 150 mil, por ser um país incomparavelmente mais pobre que Angola, embora de rendimento per capita semelhante.

 

O seleccionador/treinador da selecção de Cabo Verde é um controlador de tráfego aéreo, portanto um não profissional nestas lides.

 

Como a selecção de Cabo Verde é a surpresa deste CAN, até porque estreante, o seu seleccionador tem sido alvo de curiosidade e dá entrevistas, como é normal antes de depois dos jogos. Embora todos os outros prefiram utilizar o inglês (aliás, língua do país anfitrião), o seleccionador de Cabo Verde tem optado sempre por se exprimir em português. Não que ele não saiba falar o inglês, pois fala-o com fluência porque é controlador aéreo. E ele então explicou porque o faz:

"Um dos males do português não se afirmar internacionalmente como língua é porque os portugueses gostam de ser gentis com os estrangeiros e falam a língua deles... Somos mais de 200 milhões de falantes no Mundo, se todos fizermos força no português talvez levem a nossa língua a sério, até reconhecendo-a como língua oficial nos organismos internacionais. Cabo Verde pode não ter o peso internacional do Brasil, Angola ou Portugal, mas faz a sua parte. Assim fizessem todos."

 

Esta notícia vinha no jornal A Bola de 30 de Janeiro.

 

Raramente se tem uma agradável surpresa como esta, ainda mais vinda de um dos mais pequenos países de língua portuguesa. Mando-lhe isto por saber o quanto o seu blogue zela pela defesa do nosso património linguístico.

 

Um abraço

 

 Adriano Miranda Lima

 

31 de Janeiro de 2013

ALGAS UNICELULARES – FONTE DE ENERGIA!

 

 

1

 

O espectacular avanço registado no domínio da tecnologia, aliado a uma intensa busca duma nova fonte energética apostada pelas multinacionais e pelos capitalistas dos E.U.A., deu lugar à descoberta, em 2012, de utilização de algas unicelulares como essa bendita fonte.

 

Com seu processamento simples e de fácil acesso a nível mundial, esta descoberta poderá revolucionar toda a política económica mundial, porque qualquer país, grande ou pequeno, desenvolvido ou subdesenvolvido e até mesmo completamente dependente de produtos petrolíferos ou de carvão mineral e vegetal, a ela poderá aceder.

 

Em 2007, na região desértica de Columbus, Novo México (EUA), foi fundada uma empresa à procura da de uma ambicionada nova fonte de energia, não poluidora do ambiente e não muito dispendiosa. Assim, a Sapphire Energy comprou uma nesga de terra de solo desértico (2200 acres), impróprio para qualquer tipo de agricultura, gastando ali uns $60 milhões na construção de 70 tanques-armazéns de água salina, cada um deles medindo a superfície dum campo internacional de jogo de futebol.  

 

Capitalistas e multinacionais, sempre ávidos em financiar empresas promissoras, apoiaram fortemente a Sapphire Energy com $300 milhões, incluindo-se neles $50 milhões vindos duma empresa subsidiária de Bill Gates e $54,4 milhões provenientes de empréstimo da Agência Federal Norte-Americana.

 

A Sapphire Energy pôs-se logo em acção implantando algas unicelulares em cada um desses tanques de água salina e expondo-as à acção do Sol desértico e do dióxido de carbono. No fim de cinco dias verificou-se que aquelas algas unicelulares tinham desenvolvido um novo produto o qual, submetido a fortíssima pressão, expelira toda a água salina e o resíduo depois refinado dera lugar a um produto combustível: estava descoberta uma nova fonte de energia, de fácil processo e de acesso universal!

 

2

 

Nos meados desse ano, a Sapphire Energy obtivera, em regime experimental, uma produção diária de 100 barris daquele óleo refinado de algas unicelulares (algal oil) de utilização como mais um elemento sucedâneo de gás, gasolina ou óleo pesado. A dita Empresa, entusiasmada e surpreendida com a descoberta, anunciou ao Mundo que a Sapphire Energy produziria pelo ano de 2008 nada menos de 10.000 barris diários do citado algal oil.

 

Cita-se o “algal oil” como um “green oil”, isto é, um produto não poluente da atmosfera como sucede com outras fontes de energia (carvão mineral e vegetal, produtos petrolíferos e de biogás), ou a perigosamente alarmante energia nuclear ou ainda as energias hidro-eléctricas ou hidro-marítimas.

O presente apontamento surgiu-me à mente após a leitura duma curta e curiosa reportagem de Marc Gunther, “Growing Green Oil”, no magazine FORTUNE (Volume 166, Nº 10, de 24.12.2012).  

 

Que o projecto da Sapphire Energy consiga reduzir a carga pesada da poluição ambiental e possa fornecer a energia aos povos mais atrasados do Mundo a morrer de miséria e de falta de alimentação e dum casebre onde refugiar-se contra os rigores da Natureza e de suas feras!

 

Oxalá que os grandes países poluidores a nível mundial do meio ambiente, como Estados Unidos, Brasil, Rússia, China, Índia, Indonésia, México, Japão et alii, saibam tirar o melhor proveito da utilização de algas unicelulares para a produção em larga escala do algal oil, uma nova fonte energética de fácil acesso!

 

Alcobaça, 24.01.2013

 

 Domingos José Soares Rebelo

LULA – PALESTRAS CANCELADAS!

Sala De Conferências Vazia Imagem de Stock - Imagem: 23661421
 

Além da pressão psicológica que pode fazer mal a um tratamento pós-câncer, o palestrante transnacional Luiz Inácio Lula da Silva já começa a sentir os prejuízos das recentes denúncias de corrupção em torno de seu santo nome. Seis grandes empresas cancelaram palestras que fariam com o líder máximo do Instituto Lula. Três eventos foram adiados no Brasil. Dois cancelados em Portugal e outro não mais acontecerá em Moçambique.

 

O Rosegate exala cada vez mais cheiro de esgoto para o lado do mito Lula da Silva. A petralhada mensaleira se borra de vez com a certeira ameaça de que Marcos Valério, Carlinhos Cachoeira e Paulo Vieira vão apontar quem era o verdadeiro chefe que comandava os inúmeros esquemas de corrupção. A temporada de delação premiada tende a evoluir para uma deletação dos principais integrantes do Governo do Crime Organizado. O cagaço é geral na grande fossa em torno do Palácio do Planalto.

 

O medo de sempre é o crime politicamente insepulto de Celso Daniel – prefeito petista de Santo André sequestrado, torturado e assassinado em Janeiro de 2002. Agora, o promotor de Justiça paulista Roberto Wider Filho intimará Marcos Valério Fernandes de Souza a confirmar a informação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi extorquido em R$ 6 milhões pelo empreiteiro de lixo Ronan Maria Pinto. O MP quer saber se o milionário "pedágio" para parar de ameaçar Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho sobre o hediondo crime contra Daniel foi usado por Ronan na compra do jornal "Diário do Grande ABC", em 2003.

 

O novo medinho vem do baiano Paulo Vieira. O director exonerado da Agência Nacional de Águas mandou avisar que não sairá da Operação Porto Seguro como o chefe da quadrilha. Vieira ameaça denunciar "gente graúda" – bem acima dele. O fato concreto e explosivo é que Vieira era parceiro de Rosemary Nóvoa Noronha – apadrinhada de Lula da Silva na chefia de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Vieira negocia uma delação premiada que pode tornar ainda mais deficitária a conta moral da petralhada – uma espécie de rato de esgoto que, se não for extinta, deve ser banida da vida pública directamente para a privada.

 

Pavor maior ainda é se Carlinhos Cachoeira realmente desaguar tudo que sabe. Outro que negocia uma delação premiada, o goiano Carlos Augusto Ramos representa uma ameaça ainda mais perigosa para a cúpula petralha. Com seus vídeos, gravações e documentos comprometedores, armazenados em nuvem e com familiares de confiança, Cachoeira tem tudo para criar problemas para a Presidência da República (na gestão passada e na actual) e para muitos governadores e prefeitos. Basta que Cachoeira revele o mar de bosta em torno da empreiteira Delta (líder do PACo e das mais superfacturadas obras do País).

 

A revelação dos bastidores de negociatas dos mais variados escândalos (Celso Daniel, Mensalão, Rosegate e Delta-Cachoeira) pode derrubar muitos "condomínios" da República Sindicalista do Crime Organizado. A alta cúpula do Poder Judiciário, incluindo Ministério Público, Polícia Federal e organismos de inteligência do Brasil e do exterior, nunca na história deste Pais teve tanto apoio para promover delações premiadas que redundem em deletações de políticos corruptos.

 

A governança do Crime Organizado, marcada pela parceria criminosa entre os podres poderes estatais e bandidos de toda espécie, inviabiliza o desenvolvimento de negócios transnacionais no Brasil. O actual combate ao crime não ocorre por puritanismo moralista, na romântica luta do bem contra o mal. Delações deletarão bandidos do poder porque, simplesmente, a Oligarquia Financeira Transnacional – que sempre investiu em nossos corruptos para explorar o Brasil – agora não aguenta mais pagar tanta taxa criminosa de pedágio para um bando de ladrões fora de controle.

 

O momento é de salve-se quem puder. Por isso, Presidenta Dilma Rousseff propagandeia na mídia internacional o seu discurso anti-corrupção. As recentes palavras de Dilma ao jornal francês Le Monde sinalizam que, se o tempo fechar institucionalmente por aqui, ela deseja ser poupada e viabilizada como a "faxineira" que apertará o botão da descarga: "Não tolero corrupção. Se há suspeitas fundadas, a pessoa deve partir".

 

Semanticamente, numa análise neurolinguística precipitada, o inconsciente colectivista de Dilma poderia estar se referindo ao seu antecessor. Afinal, Lula da Silva exercia uma evidente presidência paralela usando dois elementos de extrema confiança: Rose no gabinete presidencial paulista e Gilberto Carvalho na secretaria geral de Dilma. Como Lula ainda não partiu, agora pode sair partido. O problema da Dilma é ser obrigada a lhe prestar constante fidelidade, com declarações públicas de apoio e exaltação de uma honestidade que fica cada vez mais difícil de comprovar na prática.

 

O perigo de bagunça institucional se agrava com o conflito entre o desgastado Poder Legislativo e o Poder Judiciário – cuja cúpula surfa na ilusória onda de "salvadores da Pátria". Com o Poder Executivo afundado no mar de esgoto, o Judiciário tenta se credenciar como o "Poder Moderador" (historicamente exercido pelos militares, depois que derrubaram o Império e proclamaram a República que nunca serviu aos interesses brasileiros).

 

Tal plano, financiado ocultamente pelos grandes investidores transnacionais, vai ter um final feliz para o Brasil e para os brasileiros?

Eis a grande pergunta que fica sem resposta até que a Profecia Maia sobre o Brasil se concretize, algum dia, quem sabe...

 

Minha foto Jorge Serrão

O FESTIM DOS MARIMBONDOS

mali tuareg isalm 

 

A expansão feroz, brutal, demoníaca, da jihad, só entra mesmo na cabeça de selvagens, assassinos e abaixo de primários.

 

Alimentar o ódio, fomentá-lo e baseá-lo nas palavras do Profeta é o maior crime que um muçulmano pode fazer e, sempre, hipocritamente clamando ser a “vontade de Deus”.

 

Maomé pode ser, e é, para os muçulmanos o maior profeta. Têm todo o direito disso. Cada um nasce livre para pensar e adorar o Deus como entender.

 

Mas se estes crimes horrendos são cometidos em “nome de Deus, O clemente, O misericordioso”, e de Maomé, muito destorcida é a ideia que fazem de Deus/Alá e da eternidade.

 

Está escrito na Surata IX, versículo 29: “Matai os que não crêem em Deus, nem no Dia derradeiro, que não consideram proibido o que Deus e o Seu profeta proibiram e aqueles entre os homens do Livro que não professam a crença da verdade, até que paguem o tributo,

todos sem excepção, e fiquem humilhados.”

 

“E quando vos enfrentardes com os incrédulos (em batalha), golpeai-lhes os pescoços...”

 

Com esta filosofia e suas actuações – os “incrédulos”, se não forem mortos, pagarão, pela misericórdia, o tributo, e ainda ficarão subjugados - a eternidade não será para eles mais do que a continuação do inferno que estão a semear aqui na terra entre os homens indefesos.

 

Espantou e indignou o mundo quando os talibãs, que são contra representações humanas de divindades, começaram por destruir, há sete anos, as maiores estátuas de Buda que existiam no mundo. As estátuas representavam Buda de pé e mediam entre 38 e 55 metros, e pela sua beleza e antiguidade eram consideradas Património da Humanidade! Do mesmo modo destruíram inúmeras outras obras de arte, incluindo pinturas.

 

Agora os extremistas que ocuparam o Mali têm feito o mesmo, destruindo “os túmulos de todos os santos de Tumbuktu, e a cidade tem 333 santos".

 

E a maior catástrofe cultural, a destruição dos manuscritos dos séculos XII e XIII que os enviados do demónio queimaram!

 

Cortaram pés e mãos de “incréus”, açoitaram as mulheres que saíram às ruas sem o véu integral, assassinaram, enfim fizeram o festim do inferno.

 

"O único tribunal que nós reconhecemos é o tribunal divino de Shariah (...) A destruição é uma ordem divina (...) Temos que fazer isto para que as gerações futuras não fiquem confusas e comecem a adorar os santos como se fossem Deus".

 

Destroem túmulos, as belas imagens da arte africana e destroem sobretudo a liberdade dos outros.

 

São uns covardes que só atacam gente indefesa e agora estão a fugir das tropas francesas.

 

Sequestram trabalhadores, assassinam-nos, aparecem nos vídeos com ares de machos, mas, sendo assim tão machos e defensores da jihad, porque não vão atacar Israel? Um país pequenino onde vivem seus maiores inimigos, os judeus, aí sim os terroristas poderiam mostrar a sua macheza!

 

Mas vão lá? Isso eu queria ver. Infelizmente eles, mesmo bandidos atrasados mentais, não devem ter esquecido a famosa guerra dos seis dias entre Israel e Egipto. E com medo, sim com medo, atacam só gente indefesa.

 

Se um dia o seu Alá se dispuser a olhar para as bestialidades que eles fazem em Seu nome, vai transformar os seus redutos em Sodoma e Gomorra e derretê-los todos.

 

É evidente que ninguém precisa sugerir o que quer que seja aos israelitas, mas eles sabem, muito bem, como ajudar a fazer esse “milagre”!

 

E se o sionismo é uma das causas de tudo isto que estamos a assistir, é hoje também a única esperança de um dia – quando? – se dar um basta nessa gente.

 

O problema é que estão a expandir-se demais. A tal Primavera Árabe que o mundo ocidental, ingénuo, tanto aplaudiu, abriu as portas aos terroristas que já estão a desgraçar o Egipto, vão mandar na Líbia e Argélia, a Tunísia vai a seguir, e mesmo Marrocos está nos seus objectivos.

 

No médio oriente o outro bandido, o tal Bashar, agoniza perante o esforço dos rebeldes, que ao conquistarem o poder vão fazer como os comunistas na Polónia no fim da 2ª Guerra Mundial e em Portugal depois da “pacífica” revolução dos cravos, apoderando-se do comando e impondo a xária. A seguir à Síria irá o Líbano e a Jordânia, o Iémen, e os países do Sael, mais Sudão, Somália, Eritreia, e... o que vier “ao diante” se verá... como Nigéria e...

 

Espalhados os marimbondos pelo mundo – o ataque à exploração de gás na Argélia foi comandado por dois canadianoss, é verdade que de origem árabe – não vai haver mais sossego em toda a Europa nem EUA, nem África. E como ficam o Paquistão e a Indonésia?

 

A França vive sob ameaças directas, está em alerta vermelho, e todos os países que, de qualquer modo estão a ajudar o Mali a livrar-se da invasão, têm sob seus tetos dezenas de jihadistas kamikases prontos a fazer os maiores estragos.

 

E sempre, sempre, quem mais paga toda esta loucura é a população civil.

 

A guerra contra os talibãs está perdida, e mais uma vez os americanos, vão de lá sair com o rabo entre as pernas e a vergonha na cara, como já lhes sucedeu na Somália, Coreia, Vietname e noutras aventuras em que se arrogavam o direito de comandar o mundo.

 

As perspectivas agora estão piores. Espalharam, ainda mais, os marimbondos!

Sempre houve muçulmanos “normais”, e felizmente continua a haver. A maioria. Mas fecharem, e fecharmos os olhos a tamanha calamidade, tornamo-nos colaboradores.

 

No final do século XV no Oeste Africano, Soninke, região de Bafur, o Sheikh Al-Hajj Salim Suwari foi um karamogo (académico islâmico) que se debruçou sobre as responsabilidades de minorias muçulmanos que residiam numa sociedade não-muçulmana. Ele formulou um raciocínio teológico importante para a convivência pacífica com as classes dominantes não-muçulmanas chamados a tradição Suwarian, que sobrevive até hoje, apesar das pressões do modernismo. Ela pregava o comportamento exemplar para assim atrair mais gente para o Islão.

 

Mas salafitas jihadistas preferem fazer isso à bala e espada!

 

Atenção espanhóis: têm que manter um exército para proteger o Alhambra!

 

E o Al-Gharb? Paraíso de turistas?

 

Sejamos pró ou contra o sionismo; parece ser, por enquanto, o único travão.

 

Que mais nos espera?

 

Rio de Janeiro, 30-Jan-13

 

 Francisco Gomes de Amorim

HERESIAS - XII

O “império” contra-ataca - II

 

v      Hoje em dia, qualquer um cita de memória uma mão cheia de trafulhices em que o BPN tem sido fértil. É claro que se quisessemos dar o seu a seu dono, o rótulo a colar a todos esses episódios degradantes seria, não “BPN”, mas “SLN/Galilei”.

 

v      Estranho, porém, é que ninguém fale do nevoeiro espesso que sempre envolveu o “caso BPN”, mesmo muito antes de ele ter estoirado.

 

v      Começa por só se conhecerem (e não é fácil descobri-las…) as Demonstrações Financeiras Individuais do BPN/Banco até 2007 (incl.). Daí para cá, nada. Ora, as garantias de que falei no escrito anterior dizem respeito, exclusivamente, aos depositantes do BPN/Banco – nada tendo a ver com as Demonstrações Financeiras Consolidadas (onde o património do Banco aparece diluído no meio de um montão de empresas) que, até à data da intervenção, SLN/Galilei fazia o obséquio de publicar sob a referência SLN/SGPS – mas com explicações que pouco esclareciam.

 

v      As Demonstrações Financeiras do BPN/Banco que estiveram na base do negócio com o Banco BIC também nunca vieram a público. Sabe-se de um número aqui, de outro acolá, sem grande certeza – e é tudo.

 

v      Outro segredo ciosamente guardado é o do valor pelo qual foram cedidos a umas Sociedades Instrumentais (PARVALOREM, etc.) criadas expressamente para o efeito, créditos e respectivas garantias que constavam no Balanço do BPN/Banco à data em que o BdP resolveu intervir. Ora, é precisamente esse valor que vai determinar quanto os contribuintes poderão ser chamados a pagar.

 

v      Em que situação se encontrava o BPN/Banco quando a crise estalou?

 

v      No fecho de 2007 (último exercício antes do descalabro), para o que interessa, as Demonstrações Financeiras Individuais (só disponíveis no site do BdP, que SLN/Galilei nunca as trouxe a público) revelam o seguinte (em milhões de €; a haver, com sinal +; a pagar, com sinal -):

 

-        Disponibilidades imediatas, +512.9

-        Posição líquida nos mercados interbancários portugueses, +901.2

-        Posição líquida junto de Bancos estrangeiros, -939.2 (estes Bancos não estão identificados)

-        Depósitos Totais, -4,084.6 (cerca de 2% dos depósitos bancários totais, um peso insignificante no sistema de pagamentos)

-        Para um Total de Balanço de 6,684.5

 

v      Em vista disto, forçoso é concluir:

 

-        Que a estabilidade dos mercados interbancários nunca esteve ameaçada – o BPN/Banco era credor líquido (+474.9), pelo que não se punha a questão de o BdP ter de intervir para bloquear este canal de contágio sistémico;

-        A reduzida quota de mercado que o BPN detinha só justificaria receios de uma “corrida aos Bancos” se o Fundo de Garantia de Depósitos fosse inoperante (um facto incontroverso) e se os restantes Bancos, também eles, não inspirassem confiança por aí além (o que talvez acontecesse);

-        Só se o restante património do BPN/Banco (com o valor contabilístico de +5,547.6) não valesse um chavo é que os contribuintes teriam de desembolsar a diferença: 3,609.7 (no máximo).

 

v      Em vista disto, uma pergunta se impõe de imediato: porque não se liquidou logo, calma e ordenadamente, o BPN/Banco, sem mais aquelas?

 

v      A resposta é simples – e tem vários ângulos:

 

-        Porque a legislação em vigor (à data e ainda hoje) não permite a liquidação em boa ordem de um Banco – antes impõe que se tente recuperá-lo custe o que custar;

-        Porque, de acordo com a bem meditada lei portuguesa, os depositantes só são pagos depois de terem sido integralmente satisfeitos o administrador judicial, os empregados, os credores garantidos pelo património do Banco insolvente e mais uns quantos pelo caminho;

-        E porque, suspeito, o BdP não saberia como proceder, uma vez que o Fundo de Garantia dos Depósitos é uma ficção mal amanhada.

 

v      Alguém se lembrou de pedir responsabilidades ao legislador incompetente? Alguém deu um passo sequer para alterar este estado de coisas? Alguém, na nossa cultura jurídica, tem consciência de que as leis não podem continuar a ser concebidas como se a realidade fosse tal qual o remanso dos gabinetes? Alguém, entre políticos e governantes, se preocupa em ver como se comportam as nossas leis (das leis do trabalho às leis financeiras, passando pels leis fiscais) em cenários de crise? Não duvide, Leitor: outros BPN nos esperam.

 

v      Uma pergunta bem mais inquietante é esta: porque diabo se fala sempre em Balanços Consolidados quando só algumas rubricas do Balanço Individual do BPN/Banco deveriam estar em cima da mesa? Avanço possíveis respostas, no final.

 

v      Entretanto, o BPN (aparentemente, o BPN/Banco, apenas) foi reduzido à sua expressão de menor risco – e vendido.

 

v      Não vem agora ao caso comentar como um património líquido de € 180-220 milhões é vendido por € 40 milhões, garantindo ainda o vendedor cobrir eventuais menos valias até à concorrência de € 400 milhões (ou € 600 milhões, noutras versões). Muito menos vem ao caso especular sobre se, num futuro não muito distante, os contribuintes não terão de ir em socorro, agora, do “novo” BPN.

 

v      Mas já vem ao caso saber que o comprador: (i) assumiu a responsabilidade por cerca de € 1,800 milhões de depósitos; (ii) adquiriu uns € 2,200 milhões de activos financeiros, já deduzidas possíveis perdas de valor (menos valias).

 

v      Ou seja, em Março de 2012, quando a venda do BPN/Banco se consumou, os contribuintes: (i) viram reduzir-se para não mais de € 1,810 milhões a garantia que prestavam aos depositantes do BPN/Banco; (ii) em contrapartida, viram diminuir para um pouco mais de € 3,350 milhões o património que determinará o desembolso que terão de efectuar. E a insolvência do BPN/Banco só lhes custará dinheiro se no que resta não houver, pelo menos, € 1,810 milhões (54%) recuperáveis.

 

v      Mas continua-se a anunciar que vêm aí perdas de € 5, 6, 7 milhões, ou mais. Porquê?

 

v      A explicação mais simples é que o BdP confunde Demonstrações Financeiras Individuais com Demonstrações Financeiras Consolidadas – sendo estas últimas a base da supervisão prudencial, mas que têm uma importância muito secundária quando se trata de liquidar um Banco (como resumi no escrito anterior).

 

v      Uma explicação mais rebuscada, na linha das teorias da conspiração, é a de se pretender fazer crer (a contribuintes ingénuos e a decisores políticos pouco versados em temas financeiros) que, para bem do sistema bancário português, há que garantir não só os depositantes do BPN/Banco, mas também todos os devedores reconhecidos nas Demonstrações Financeiras Consolidadas da BPN/SGPS – e, dessa maneira, accionistas e outros credores desta Holding (e, em última análise, a SLN/Galilei) poderão reaver os capitais que a insolvência, fatalmente, irá reduzir a nada, ou quase.

 

v      Mais rebuscada ainda é a explicação de que tudo isto não passará, afinal, de uma cortina de fumo. Porque o que está verdadeiramente em causa é a futura posse de uns quantos terrenos (como os da Herdade de Rio Frio que rodeiam o local do futuro aeroporto, além de outros mais, poucos) que, neste momento, jazem esquecidos nas tais Sociedades Instrumentais a valores, apenas, simbólicos.

 

v      Interesses rapaces, que não se cansam de manipular a economia portuguesa como um “cubo de Rubik”, há muito que trazem estes terrenos debaixo d’ olho.

 

FIM

Janeiro de 2013

 A. Palhinha Machado

O ASSASSINATO DAS TRADIÇÕES - 2

 

Com o evoluir a que estamos assistindo, em Portugal não tarda será proibido dançar o “Vira” ou cantar o Fado, Fátima como já tem nome árabe virará uma grande mesquita assim como os Jerónimos. Em Paris a Notre Dame onde, por amor, tanto sofreu Quasimodo, será outra mesquita, o cemitério do Père Lachaise arrasado como estão agora a fazer os Al-Qaeda no Mali, assim como as estátuas de Joana d’Arc, e... e... e...

 

Os portugueses queixam-se, lastimam a vergonha que foi a “descolonização exemplar”! Uma tremenda vergonha, covardia, e ainda agora muitos, muitos, daqueles que viveram nas antigas colónias mantém uma lágrima de saudade daquele tempo, daqueles países, daquelas gentes.

 

A descolonização portuguesa foi um crime. E a belga, no Congo que já mudou de nome três vezes e onde continuam a matar-se entre si aos milhares e milhares? E os franceses com a Argélia? O governo francês do novo holande, há pouco pediu publicamente desculpa da França pela morte duns tantos argelinos pela polícia de Paris, durante uma manifestação pela independência do seu país. Fez muito bem.

 

Mas não consta que a França tenha feito alguma coisa de grande, como seria de esperar do país dos grandes pensadores do século XIX, pelos pieds noirs e pelos harkis! Os que conseguiram fugir da Argélia ou foram totalmente abandonados ou metidos em campos de concentração, em França, donde alguns, até hoje, meio século passado, ainda vivem sob o estigma de estrangeiros!

Entre os dois grupos, quase dois milhões de pessoas.

 

Os que quiseram ficar no magrebe... foram todos assassinados.

 

Tudo isto por MEDO.

 

Na altura tudo podia ter sido feito com espírito cristão. Entre irmãos. Sem se zangarem nem combaterem.

 

O tempo passa muito mais depressa do que nos parece, sobretudo quando, por exemplo, enfrentamos uma fila para sermos atendidos num hospital! Ou mesmo quando, pelo telefone, queremos reclamar com algum fornecedor.

 

E com o tempo a memória da nação vai-se perdendo, os valores tradicionais abandonados. O que conta hoje é a estupidez colectiva dos grandes shows das ladys gagás, madonas e outras sem vergonha que se exibem oferecidas em figuras obscenas e em cantigas com frases e gestos que até os homens do meu tempo teriam vergonha de pronunciar entre si.

 

Quem se atreve a esquecer que no pós 25/04 os “gloriosos” esquerdistas quiseram condenar, como no tempo da inquisição, a memória de Vasco da Gama e Afonso de Albuquerque, e cantar a internacional socialista para enaltecer stalin e outros açougueiros? Porque se continua a venerar assassinos como che guevara e outros?

 

Já falámos que nalgumas escolas em França proibiram a visita do afável “Père Noel”, noutras as professoras de ciências foram ameaçadas se por acaso se “lembrarem” de ensinar aos alunos a teoria da evolução e que teríamos um antepassado comum que seria um primata... como nós! E milhões, só nos Estados Unidos, condenam a Teoria da Evolução. Que belos cientistas se preparam, e que belos tempos se adivinham!

 

No Brasil do “politicamente correcto”, com base nos ensinamentos de fidel, chavez e outros gangsters, uma dos mais famosos contos infantis, “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, está condenado porque o conselho nacional de educação entendeu que esta passagem, “a Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou [numa árvore], que nem uma macaca de carvão”, era ofensiva para os negros! Livro escrito há mais de 50 anos... que nunca ofendeu ninguém!

 

Há pouco surgiu nova polémica sobre uma pequena cantiga infantil, com música de Villa Lobos, O Cravo e a Rosa! Algumas “tias”, como aqui chamam às profs, ultra... estúpidas acham que estes versos estimulam as brigas entre meninos e meninas! (Falaremos mais neste caso no próximo texto).

 

Acreditar em Papai Noel é coisa infantil. Proibir isso às crianças com medo dos fundamentalistas ou da cretinada dos des-governos é covardia. Nós não podemos matar a criança que sobrevive dentro de cada um.

 

Um dia, quando a cova começar a mostrar a profundidade que nos aguarda, será tarde para nos lembrarmos dos ensinamentos dos nossos pais e avós. E ficamos a pensar: nestas circunstâncias o que teriam eles feito para manter a tradição, os costumes, a fé no seu país e no seu povo?

 

Eu tenho vários amigos muçulmanos, da Tunísia, de Marrocos e outros lugares. É um prazer muito grande estar com eles e suas famílias. Conversamos sobre tudo que nos vem à cabeça, mas jamais nos passou pela cabeça estar a condenar o outro pelas suas convicções e tradições. Estes meus amigos são, simplesmente, pessoas normais.

 

Felizmente não tenho amigos nos des-governos. Deus me livre dessa!

 

Para finalizar lembro este “pensamento” que há muitos anos me foi contado mais ou menos assim:

 

Aos 6 anos eu não sabia nada

Aos 10 comecei a aprender alguma coisa

Aos 13 já sabia muito

Aos 20 sabia quase tudo, até mais do que o meu pai

Aos 25 descobri que o meu pai afinal também sabia umas coisas

Aos 35 era difícil discutir com o meu pai. Ele sabia sempre mais

Aos 50 sempre ia pedir conselho ao meu pai

Aos 60 choro por não poder mais ter o seu conhecimento ao meu lado

 

Estamos a deixar perder os nossos valores, a abandoná-los. Parece haver desinteresse pela história que igualmente está a ser alterada para não ferir susceptibilidades ou induzir os jovens a condenarem o seu glorioso passado.

 

Até dentro das famílias esse conceito de pais, irmãos, filhos, netos, etc., está agonizando!

 

Mas até aqui as novas “igrejas-comerciais” vão encarregar-se de abrir caminho à desunião.

 

O que nos resta? Que 2013 faça o milagre de transformar bestas em gente? A minha fé não chega para acreditar em tanto.

 

Rio de Janeiro, 31/12/2012

 

 Francisco Gomes de Amorim

NÃO HÁ CAMINHOS INDOLORES

 


Ninguém quer mais impostos mas também ninguém está disposto a discutir cortes na despesa pública. Todos querem o que não existe: uma saída indolor

Andou-se durante um ano a exigir ao governo que, em vez de remendos, fizesse reformas estruturais. O governo, finalmente, consentiu. Anunciou que, até final de Fevereiro, definiria um plano de reformas a implementar. Pediu ao FMI o seu contributo, ao qual outros se juntariam. Solicitou que a instituição internacional fizesse a sua análise e, a partir do seu diagnóstico, sugerisse reformas para enfrentar os problemas identificados. Assim aconteceu. O relatório foi elaborado e tornado público. E à boa maneira do debate público português, o que terá levado meses a fazer foi julgado, na praça pública, em alguns segundos.

As reacções encavalitaram-se. Primeiro, as corporações. Os juízes viram dados falsos no relatório. As forças armadas acharam-no desfasado da realidade. A PSP considerou as suas conclusões pouco rigorosas. A Ordem dos Médicos opôs-se às propostas e o Movimento de Utentes, perante as mesmas, indignou-se. A Fenprof, ao seu estilo, apontou à destruição do sistema educativo, enquanto a FNE ameaçou com o bloqueio ao funcionamento das escolas. Para a Frente Comum, as propostas para a função pública estão feridas de ilegalidade. A UGT, mais directa, acusou o FMI de atacar a Constituição. E a CGTP viu no relatório o falhanço das políticas do governo. Depois das corporações, os partidos da oposição. Do PS, António Arnaut qualificou as propostas do FMI de "subversão do regime". Manuel Alegre não quis ficar atrás e inventou uma "declaração de guerra a todos os portugueses". Na extrema-esquerda, o PCP insistiu que o governo só sabe roubar os portugueses. E o BE apelou, como sempre, às ruas e ao levantamento popular contra o governo e o FMI.

 

O que têm estas reacções em comum, para além da precipitação? Todas vêm de instituições que criticam o aumento de impostos. Todas vêm de instituições que, pretendendo cortes na despesa pública, não os querem no seu quintal. E (quase) todas são declarações mais radicais do que as propostas que constam no próprio documento do FMI. Mais do que caricato, este é o retrato do beco sem saída em que nos encontramos.

Ninguém contesta que o relatório dos técnicos do FMI não é perfeito. Está, até, longe disso. Contém dados desactualizados, alguns erros, conclusões discutíveis e propostas de duvidosa exequibilidade (ou mesmo inaceitáveis). Mas contém igualmente análises pertinentes e propostas válidas para as reformas estruturais que o país precisa. E muitas delas nem sequer são novidade para o debate público. Compete agora ao governo fazer a distinção. Pelos vistos, neste que é um momento determinante, terá infelizmente de o fazer sozinho, pois não há quem esteja disposto a participar no debate.

 

Assim estamos nós. Ninguém quer mais impostos mas, aparentemente, também ninguém está disposto a discutir cortes na despesa pública. Faz sentido: as melhores reformas são as que não saem do papel. Mas qual a alternativa? Todos querem o que não podem ter. Todos querem percorrer aquele caminho indolor para fora da crise e das dificuldades, de que tantos falam e que só por malvadez o governo não vê. É esse o beco sem saída. Porque esse caminho não existe.

 

 Alexandre Homem Cristo Alexandre Homem Cristo,

 

14 Jan. 2013

E se nós fizéssemos um clube?

 

 

        Intima-me o engenheiro António Félix da Cruz a enviar-lhe um artigo sobre o mesmo assunto de um que publiquei num dos últimos números da Gazeta das Aldeias: “Os clubes agrícolas para a juventude”.

 

Resolvi, então, dirigir estas palavras não a ele, nem aos agricultores, mas sim a todos os rapazes e raparigas que vivem no campo, principalmente aos que têm contacto com a lavoura e seja qual for a sua categoria social.

 

Vim aqui exactamente para lhes dizer:

 

E se nos fizéssemos um clube?. . .

 

Mas não se trata dum clube de futebol ou de outro género semelhante. Trata-se, muito simplesmente, disto: um clube agrícola.

 

Estou mesmo a ver que vocês já estão a pensar:

- Mas que diabo quer ele que a gente faça num clube desses? Que andemos a brincar aos lavradores?

Pois é exactamente isso, ou, pelo meno s, uma coisa semelhante.

 

Desde que haja uma dúzia de rapazes e raparigas que queiram fazer alguma coisa, o clube já tem possibilidades de vida. Imaginemos, pois, que estão ao pé de mim esses dez ou doze jovens e que lhes tenho que explicar o que é e como vai ser o nosso clube.

 

Como regra, é conveniente que não pertençam ao clube os homens já feitos, assim como não parece lógico que façam parte dele crianças de mama. Parece-me que dos 10 aos 20 anos é uma idade boa.

 

Vocês, no vosso clube, vão fazer coisas tal e qual como se fossem pequenos lavradores mas, lembrem-se! os trabalhos são para ser feitos pelas vossas próprias mãos.

 

Claro que têm que aprender, mas já tratamos disso.

 

A primeira coisa é arranjar onde exercer a “actividade”. De quase todos vocês o pai é lavrador. Não será fácil conseguir que ele lhes empreste um talhão para cultivarem? Pensará, naturalmente, que são uns metros quadrados de terreno deitados fora mas... talvez não. E os produtos que conseguirem colher nessa horta podem vendê-los... à própria família. O que pode suceder é o pai depois exigir o "aluguer” do terreno, mas uma “lavoura” tecnicamente bem montada deve dar para isso...

 

Para os outros, os que não têm à mão um terreno, é preciso arranjar qualquer coisa... Espera! Estou-me a lembrar agora daquele bocado de chão mesmo junto a escola, que pertence ao Joaquim da Silva. Ele nem cultiva aquilo, não lhe faz falta nenhuma, de forma que talvez não se importe de o emprestar dizendo-se para o que é. E até os miúdos da escola, nos intervalos, são capazes de dar uma ajuda.

 

As raparigas ? Pois claro que também! Um sacho e um ancinho não fazem mal a ninguém. Estragam o verniz das unhas ? Deixem lá isso! Lavrem-nas bem, depois do trabalho e digam-me se até não ficam mais bonitas. E que diriam a fazer também umas compotazinhas saborosas no tempo em que a fruta é barata? Hein? Já havia sobremesa para o jantar de confraternização dos sócios do clube...

 

Tu, que tens aquele quintalório junto à casa podes construir ali um cortelho higiénico (não és agora capaz de fazer de pedreiro!...) e criar um porquito.

 

Se o teu tio fosse capaz de nos emprestar aquele barracão onde não costuma ter nada, a gente fazia ali uma sede toda catita. Podíamos pôr lá um armário que seria o início da nossa biblioteca. Faziam-se ali as reuniões, discutiam-se os problemas, aprendiam-se as coisas necessárias para os trabalhos, guardavam-se os relatórios, etc. Vê lá se consegues isso... com um bocado de diplomacia...

 

Vocês já calcularam o que podem aperfeiçoar-se com uma coisa deste género? Pensem que uma geração tem o dever de ser sempre melhor que aquela que passou; só assim podemos, de facto, provar que somos diferentes dos outros animais.

 

Preparem-se para que, quando tomarem o vosso lugar ao leme deste grande barco que é a Agricultura, no render da guarda duma geração a outra, possam caminhar mais velozes e com maior segurança por terem mais conhecimentos que aqueles que vos precederam e que tão galharda e honradamente souberam cumprir o seu dever e que, se mais não conseguiram foi porque não lhes deram melhores oportunidades.

 

É verdade! E o ensino, a orientação para todos esses trabalhos? Já me ia esquecendo…

 

Olhem, como vocês são todos aí do concelho de Óbidos, vão ter com o engenheiro agrónomo António Félix da Cruz. Tenho a certeza de que ele lhes dará todas as indicações e terá muito orgulho em apresentar, dentro em pouco, o primeiro clube agrícola de Portugal.

 

 Miguel Mota

 

Nota do autor

– Este artigo foi publicado há 64 anos (“Óbidos Agrícola” nº 28, de 15 de Junho de 1948) mas, infelizmente, continua actual.

 

O ANIMAL INFERIOR

 

 

Enjoa-me profundamente – não acentuando muito neste advérbio de intensidade – a insistência que se dá na generalidade à "crise" económica, e ao materialismo do caso. São tudo euros, milhares de euros, milhões de euros.

 

Por outro lado, agonia-me também, a fraca qualidade da nossa TV, também ela assoberbada pelas "coisas" do nosso tempo.

 

Não se vive, "coisa-se".

 

O ser humano, esse animal superior, é "superior" pelo que tem, não pelo que é.

 

Sem nada, ele é um macaco miserável, o macaco nu. Alma não tem.

 

Por isso tem de ter, inveja e faz a guerra. E quando tem, é melhor? Não é, porque não sabe ser.

 

Para ele ser é ter. E sucede este aparente paradoxo: um animal "inferior", porque é indiferente ao ter, torna-se ipso facto superior ao homem.

 

Este homem perdeu qualidade. É um animal enfeitado com bugigangas.

 

É um "animal" alienado da sua condição nobre.

 

Tenho medo deste "animal".


Joaquim Reis

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