«Vejo esta crise com muita apreensão, com muito desgosto, com alguma vergonha.
Estou convicto que esta crise era evitável se à frente do país estivessem pessoas competentes, isentas, pessoas que não se considerassem responsáveis por clubes, mas que se considerassem responsáveis por todo um povo, cuja sorte depende muito deles.
E fico muito irritado quando, por parte desses senhores, que nós escolhemos e a quem pagamos generosamente, vejo justificar que esta crise impensável por que estamos a passar, é resultante de uma crise mundial. Há pontas de verdade nesta justificação.
Esta crise, embora agravada por situações internacionais, é uma crise que já podia ter sido debelada por nós há muito tempo, se nós não andássemos a estragar o dinheiro que precisávamos para o pão de cada dia.
(...)
Estas situações, da maneira como estão a ser agravadas e, sobretudo, da maneira como estão a ser mal resolvidas, podem ser focos muito perigosos de um incêndio que em qualquer momento pode surgir e conduzir a uma confrontação e a uma desobediência civil generalizadas (...).
Mete-me uma raiva especial quando vejo o governo a justificar as suas políticas e as suas preocupações de manter e conservar e valorizar o estado social do país. Pois se há alguém que esteja a destruir o estado social do país, é o governo, com o que se passa a nível da saúde, a nível da educação, a nível da vida das famílias, dos impostos, dos remédios, mas que tem só atingido as pessoas menos capazes, enfim as pessoas que andam no chão, as pessoas que estão cada vez com mais dificuldades em viver o dia-a-dia, precisamente por causa destas medidas do governo.»
Entrevista à Antena 1 da RDP em 8 de Abril de 2011
Vem um Senhor muito empertigado abrir mas logo diz, peremptório: - Tenha paciência! - e fecha a porta.
Truz, truz – batem novamente à porta.
Regressa o empertigado e afirma: - Já lhe disse que tivesse paciência; não damos esmolas.
Mas antes de ter tempo de fechar a porta, vem lá de fora a voz do forasteiro: - Mas, meu Senhor, eu não venho pedir esmola. Eu venho pedir-lhe um empréstimo, já que o Senhor é o chefe de um país tão rico como este.
- E quem é Você? - pergunta o empertigado.
- Eu sou o chefe de um país muito pobre mas quero fazer umas obras para deixar de ser tão pobre.
- E que obras quer Você fazer?
- Quero construir um caminho-de-ferro para trazer os minérios do interior do meu país para a costa, quero construir um porto para poder embarcar esses minérios e quero comprar uns navios para fazer o transporte até aqui ao seu país tão rico.
- Ah! Muito interessante esse seu projecto. Mas é claro que lhe empresto o dinheiro todo de que Você vai precisar e até lhe arranjo os construtores do caminho-de-ferro, do porto, dos comboios e dos navios. E é claro que também lhe posso sugerir uma ou outra empresa mineira que lhe poderá prestar o serviço de extracção desse minério todo.
- Ah! É muito gentil da sua parte.
Acertado o montante de 100 mil milhões e assinados os contratos de empréstimo e de fornecimento do caminho-de-ferro, do porto, dos comboios e dos navios, logo o chefe do país muito rico se prontificou para pagar aos fornecedores do caminho-de-ferro, do porto, dos comboios e dos navios à medida que eles fossem cumprindo os respectivos contratos. E assim foi que o chefe do país muito pobre se viu livre de todo esse trabalho tão burocrático e tão maçador. Mas nem sequer viu a cor do dinheiro uma vez que este nem sequer chegou a sair do país muito rico passando directamente dos cofres do seu chefe para os dos fornecedores do caminho-de-ferro, do porto, dos comboios e dos navios.
Cumpridos os contratos de fornecimento, logo o chefe do país muito rico telefonou ao chefe do país muito pobre a perguntar se estava satisfeito com o caminho-de-ferro, com o porto, com os comboios, com os navios e com a empresa que iria extrair o minério. Ao que o chefe do país muito pobre lhe respondeu que sim mas...
- Mas quê? – perguntou um pouco ansiosamente o chefe do país muito rico.
- É que nós não temos ninguém que organize a circulação dos comboios, faça a manutenção da via-férrea, organize o funcionamento do porto que ainda não tem guindastes e quem ponha os navios a navegar.
- Ah! O meu caro amigo não se preocupe com isso que eu lhe arranjo todos esses técnicos e quem lhe forneça os guindastes. Só há um pequeno problema.
- Sim, qual? – agora foi a vez do chefe do país muito pobre a ficar ansioso...
- É que essa gente é cara: não vai para fora sem ganhar muito mais do que o que lhe pagamos cá. E vamos também ter que reforçar a linha de crédito por causa desses guindastes em que não pensámos logo no princípio da nossa conversa.
- Ah! Pois é. E quanto acha que vai ser preciso mais?
- Bem, até que a mina se comece a pagar a si própria, devem ser precisos aí mais uns 20 mil milhões...
- Seja, então. Que remédio...?
E assim ficou o país pobre a dever 120 mil milhões sem sequer lhes ver a cor. Mas, há que reconhecê-lo, tudo começou a funcionar até que...
- Trrriiimm, trrriiimm – toca o telefone do chefe do país muito pobre.
- Então como estão as coisas a correr? – pergunta o chefe do país muito rico.
- Ah! Que surpresa tão agradável receber uma chamada sua! – responde o chefe do país muito pobre, surpreso pelo telefonema do chefe do país muito rico. – As coisas estão a correr muito bem. Já começámos a exportar o nosso minério e estamos à espera do primeiro pagamento.
- À espera de quê?
- Do pagamento da primeira remessa de minério.
- Ah! Eu julgava que Você sabia que esse dinheiro já foi pago mas que nós ficámos cá com ele para amortizar os juros do empréstimo.
- Juros? Quais juros?
- Os juros da dívida que Você tem para connosco.
- Mas nós nunca falámos sobre isso...
- Você não perguntou e eu julguei que não quisesse saber. Mas é claro que todo o empréstimo vence juros.
- Então quando é que nós vamos começar a receber algum dinheiro?
- Quando tiverem pago toda a dívida e respectivos juros.
- E quando é isso?
- Olhe: será tão mais rápido quanto mais minério recebermos.
- E será que a mina tem minério suficiente para pagar tudo isso?
- Ah! Isso é coisa que não lhe sei responder. Julguei que Você soubesse.
- Mas como é que eu haveria de saber se quem fez as sondagens foram os vossos técnicos?
- E então eles não vos disseram nada?
- Não. Nós nada sabemos quanto aos resultados dessas sondagens.
- Mas esses técnicos estão a ser pagos com o dinheiro que vocês nos pediram emprestado. Eles deviam ter-vos dito alguma coisa.
- Mas não disseram nada. E se as reservas não são suficientes para podermos pagar a dívida?
- Vão ter que arranjar outra fonte de rendimentos para nos pagarem o que nos devem e entretanto vão contando com os juros sobre o que estiver em dívida.
- Mas...
- É assim!
- Então nós vivíamos pobremente mas não devíamos nada a ninguém e agora continuamos pobres mas carregados de dívidas.
- Foi Você que veio ter comigo a pedir um financiamento.
- Isso significa que devíamos ter tentado crescer apenas com base na nossa poupança interna.
- Nunca iriam chegar a qualquer lado.
- Mais valia termos seguido lentamente em frente do que bruscamente para o fundo.
- Deram um passo maior do que a vossa perna.
- Então o que deveríamos ter feito?
- Ah! Isso, eu não sei. Apenas sei que nós começámos há muitos anos por educar e formar a nossa gente e foi essa gente que nos fez subir até ao nível em que hoje nos encontramos.
- E como se ensina as pessoas a enganar os outros? Na Escola dos Gatunos?
- Se quiser...
Cai rapidamente o pano da cena do Teatro do Terceiro Mundo.
Ouvir missa diária das 23h às 24h é possível por meio duma antena parabólica orientada para o satélite "Hotbird", que capte o canal "Nuursat", católico maronita, emitindo a partir de Beirute, em língua árabe. Ouço-a por vezes.
Em árabe, o Evangelho diz-se "al'iinjiil (الانجيل), a Missa diz-se "al-kudaass" (القداخ), e Jesus Cristo diz-se "iassii: al-massiah" (ياسع المسيح), O Senhor diz-se "ar-rab" (الرب).
Quando por aí se ouvem maus agouros quanto ao futuro do Cristianismo (مسيحية), perseguido e difamado pelos judeus e ateus, é admirável ver e ouvir um canal católico ali na Terra Santa tão perto dos seus tradicionais inimigos, ocupantes usurpadores da Palestina e seus lugares santos. Beirute já foi por duas vezes criminosamente bombardeada pelos israelitas, e a Nuursat continua imperturbável as suas emissões diárias, lançando pelo éter ondas de paz para a alma dos devotos cristãos.
Como este mundo anda virado às avessas bem podemos dizer que os israelitas, maioritariamente não semitas (?), são os verdadeiros anti-semitas, pois os árabes, esses sim, são os verdadeiros descendentes de Sem, filho de Noé, como o são também os hebreus. Mas os israelitas de hoje serão hebreus, verdadeiros semitas, ou antes descendentes dos povos túrquicos, os Ashkhenazim, que outrora fizeram o reino medieval judaico da Khazária?