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A bem da Nação

Fundação Evangelização e Culturas na Guiné-Bissau 2011/2012

 

 

ANÚNCIO DE VAGAS

 
A Fundação Evangelização e Culturas (FEC) convida à apresentação de candidaturas para provimento de seis vagas para o programa da FEC na
Guiné-Bissau 2011/2012:

 - Coordenador(a) de Programa da FEC na Guiné-Bissau com formação superior em Gestão, Economia, Ciências Sociais e
Humanas ou experiência comprovada em funções similares.


 - Coordenador(a) para a área da Educação com formação superior ou pós-graduada na área da educação/formação de adultos, preferencialmente em língua portuguesa.


- Coordenador(a) de Comunicação com experiência relevante de trabalho na rádio e em Países em Vias de Desenvolvimento, em especial em Países Africanos Lusófonos.


- Ponto Focal para Gestão e Administração Escolar com formação e experiência de trabalho no sector da educação e da formação.


- Supervisor(a) Pedagógico(a) Regional com formação superior ou pós-graduada na área da educação/formação de adultos, preferencialmente em língua portuguesa.


- Técnico de Diagnóstico e Avaliação com formação na área das ciências sociais ou gestão e experiência em gestão e avaliação de projectos.


Por favor, enviar respostas e Curriculum Vitae para etelvina.cardeira@fecongd.org

 

até ao dia 17 de Junho

 

indicando a posição para que se candidata no assunto do e-mail. O CV deverá ser acompanhado de uma carta de motivação e da indicação de
duas pessoas de referência e o seu contacto.

 

Em caso de dúvida contactar Etelvina Cardeira em 00351 218 861 710.

Obra Católica Portuguesa de Migrações

 Quinta do Cabeço, porta D,

 1885-076 Moscavide

 Telefone: +351 218 855 470

 Fax: + 351 218 855 469

 ocpm@ecclesia.pt / www.ecclesia.pt/ocpm





RESTAURAR PORTUGAL

 

Caminhos para Sair da Crise

 

 

REFORÇAR A IDENTIDADE NACIONAL

 

1. A grave crise económica e ética que abala Portugal, (e outros países, pelo mundo a fora), precisa ser considerado, com certo repúdio a governos perdulários e entreguistas, que vêm inviabilizando as finanças e o civismo do país e inquietando a nação.

 

O país foi levado a uma  constrangedora condição política, económica e social, por governos irresponsáveis e fracos, manchando a dignidade da Nação.

 

Temos de nos envergonhar de governos golpistas  e não do país ou do povo, que deles são vítimas.

 

Portugal é um país de muita grandeza, que muitas pessoas das novas gerações desconhecem. A história do país real foi-lhes sonegada.  pequenez é de alguns cidadãos fracos e não do povo, que sofre as consequências.

 

Portugal é um país de grande projecção na história da humanidade. E um país pelo qual todo o globo se preocupa, porque todo o globo recebeu de sua presença alguns benefícios. Os portugueses têm grande responsabilidade por seu país diante dos outros povos que lhe querem bem. O que aqui se fizer ou deixar de fazer a muitos interessa. Mas interessa fundamentalmente aos 260 milhões de Lusófonos que vivem nos quatro cantos do mundo.

 

2. Durante mais de 35 anos, o país, com sua identidade épica, de quase 900 anos, vem sendo ocultado ao povo, na ânsia de
descaracterizá-lo e transformá-lo numa nação amorfa, manipulável, humilhando seu orgulho natural de uma nação sempre vitoriosa, de dimensões planetárias.

 

A história do país, há 35 anos vem sendo escamoteada. Os jovens perderam a visão conjuntural de seu país.

 

Dos muitos desafios com que o país se depara, referimos cinco que trazem outros: a baixa competitividade da produção económica do país; a baixa taxa de natalidade; a educação de baixa produtividade e os desperdícios de divisas; a perda de valores éticos e humanísticos. Estas são as armadilhas que precisamos superar.

 

Outros desafios decorrem da perda valores éticos e humanísticos:

                                                            A falta de alguns princípios que vão sendo esquecidos

 

O primado da honra e da honestidade, da generosidade e da alteridade, do valor do trabalho e da responsabilidade, da busca da competência e de melhorias contínuas, da convivência e dos valores espirituais, da solidariedade e da sustentabilidade ambiental, da educação séria e sólida.

 

 

3. Em meio a essa situação, precisamos recuperar o orgulho nacional, e superar a desilusão e a desconfiança geral, em má hora forjada, nos gabinetes golpistas ou despreparados. Depressão não é solução.

 

Precisamos recuperar o orgulho nacional, com a altivez natural, como convém. Recuperando a autoconfiança, virá a solução, que não é teórica; é prática.

 

O país está em crise de identidade, capitaneado por mentes medíocres e “apátridas”.

 

Frente a frente, com a crise e suas artimanhas, ainda pensamos com Tagore: “Mais vale acender um fósforo do que maldizer a escuridão”.

 

Devemos nos revoltar e reagir com veemência ao menosprezo, com que vêm, sendo tratados e levados ao esquecimento os
monumentais feitos heróicos da nação e seus heróis extraordinários, ao nível dos melhores que produziu a nossa humanidade. Mas, por outro lado, devemos compactuar alguns conceitos: reagir não é agredir, nem humilhar ninguém; devemos respeitar a dignidade de todos, como seres humanos, ainda que hajam com indignidade, em algumas circunstâncias. Só não podemos elogiar actos indignos,
mas lastimá-los e até repeli-los, quando ofensivos e ajudar a saná-los...

 

 José J Peralta

O Q. E. DO SUBDESENVOLVIMENTO

 

 

Durante mais de um século, desde que Alfred Binet criou o coeficiente de inteligência (QI) que o mundo rotula os indivíduos em inteligentes acima da média, medianos, e abaixo da média.  A partir daí os testes de inteligência passaram a ser usados como
indicadores da capacidade individual e aplicados como instrumentos de decisão e selecção humana. A sociedade passou a dividir então os homens em inteligentes (os intelectualmente mais capazes) e os inferiores (aqueles intelectualmente incompetentes). Nessa rotulação o factor emocional não era levado em conta, até que o Prof. Luiz Machado, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), após um estudo de mais de 20 anos, trouxe a constatação que ansiedade, a auto-estima e até a timidez são aspectos fundamentais para o desenvolvimento da inteligência. Segundo o professor, o homem não é, ele está no contexto do mundo. Isso falava a favor do QE (coeficiente emocional), onde a capacidade resolutiva estava intrinsecamente correlacionada com a resposta ao estímulo emocional actuante no indivíduo. Teoria esta que ganhou destaque na mídia, após os Best-Sellers dos psicólogos Daniel Goleman (U. Harvard) e Antonio Damásio (U Yowa).

 

O racismo cultural verificado entre os países deve ser combatido, pois ele é discriminatório e ilusório, pois joga com a ideia preconcebida, incutida pelos que se acham mais desenvolvidos, aqueles que ditam as regras e conceitos, que os outros, achatados nos seus valores, emocionalmente reprimidos, são inferiores, e, portanto menos capazes, menos qualificados a serem «ouvidos».

 

Todos nós nascemos com capacidades cerebrais inatas de ordem genética que estão à espera dos estímulos certos para se desenvolver, para despertar o génio que cada um traz consigo.

 

Quantas pessoas brilhantes, reconhecidamente inteligentes, não chegam a bom termo nas suas escolhas.
 

Quantos indivíduos considerados de inteligência mediana ou mesmo abaixo da média conseguem atingir sucesso em seus projectos e sonhos. Nos conceitos modernos, a inteligência seria mais que a capacidade de apreensão rápida de conhecimentos, ou de visualização e resolução de problemas, seria a capacidade de bem administrar e resolver os embates da vida.

 

Como tantos outros na história da humanidade, Albert Einstein, considerado incapaz intelectualmente pela escola, apontou o problema:

Devemos tomar cuidado para não fazer do intelecto o nosso deus. Ele tem, é claro, músculos poderosos, mas não tem personalidade.

 

Mª Eduarda Fagundes 2010.jpg Maria Eduarda Fagundes

Uberaba, 25/05/11

 

Nota:

Dados: Revista Diálogo Médico (Ano 11- n.º 4)

O DIA SEGUINTE

 (*)

 

Portugal sofreu nestes últimos anos graves danos morais, porque se tornaram quase normais comportamentos antes censuráveis – mentira, ocultação, grosseria, compadrio, manipulação, discricionariedade, ilusão, autoritarismo – sobretudo, porque quem deveria apontar ideais exemplares foi quem tornou vulgares e, por isso, aparentemente aceitáveis esses comportamentos.

 

Estes resultados eleitorais não anulam ou sequer corrigem esses danos, apesar de poderem criar circunstâncias mais favoráveis a uma inversão de sentido no regresso a uma moral pública orientada para ideais de verdade, justiça, honestidade, rigor e verdadeira democracia.

 

Cabe também a cada um de nós fazer com que o verdadeiro interesse comunitário permita vencer pequenos e grandes interesses pessoais e corporativos; em cada âmbito pessoal procuremos ter um ponto de vista patriótico maior que o nosso egoísmo

 

  Pedro Aguiar Pinto

 

(*)http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.dnoticias.pt/sites/default/files/imagecache/body_640_slide/O_DIA_SEGUINTE_12_Small.jpg&imgrefurl=http://www.dnoticias.pt/multimedia/fotoreportagem/254232-o-dia-seguinte-a-tragedia-no-japao&usg=__pssYEbgTIOOC9VyDOmQttMpNnvY=&h=480&w=347&sz=66&hl=pt-PT&start=0&zoom=1&tbnid=uKBIS3vdXCLWFM:&tbnh=137&tbnw=98&ei=DNrsTaKrPM3ysgaRurCBCQ&prev=/search%3Fq%3Do%252Bdia%252Bseguinte%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26biw%3D1024%26bih%3D753%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1&iact=rc&page=1&ndsp=20&ved=1t:429,r:14,s:0&tx=54&ty=67&biw=1024&bih=753

TOMATINA

 

 

- Perde-se  tanto tempo a discutir a economia! Agora estão mais ou menos quase todos de acordo para os defeitos da economia feita. Tudo desanca no Governo. Então podiam-se juntar e fazer uma salvação.

A minha amiga é especialista na arte da descodificação das expressões, daí que a tal Junta de Salvação tenha aparecido desfigurada pelo grotesco da sua perífrase. Mas continuou impávida:

-  Mas não vejo. A única coisa que eles podem travar é o  TGV.

Eu lembrei-lhe o Professor José Hermano Saraiva como um apaixonado pelo nosso país, patriota não dos quatro costados, de exaltação chauvinista, tendenciosa,  bairrista e popularucha, mas de um patriotismo são, reflectido, que tanto revela os aspectos nacionais merecedores de elogio pela organização, trabalho ou competência por alguns demonstrados, como condena o desleixo, o abandono a que é votado  tanto  do que nos definiu e poderia definir ainda como pátria verdadeiramente com P maiúsculo. Vi-o num dos programas que o canal “Memória” tem exibido, numa objurgatória contra os que vão passar férias nas praias de sonho estrangeiras e deixam ao abandono sítios esplêndidos do nosso turismo actual, das casas recuperadas, com piscina, cadeiras  e o sol, que, segundo a minha amiga, se devia vender ao grama, no nosso país.

Vários são os programas do professor, que mostram as iniciativas de tantos empresários, de recuperação desses espaços do Portugal velho, transformados em sítios esplêndidos  para turismo. E entre esses, apresentou um quadro desolador pelo vazio, de um belo espaço desse turismo rural recuperado, com piscina contígua à casa, rodeada de cadeiras e mesas, um sol bendito, uma casa reconfortante, sem viv’alma a preenchê-lo.

- Podíamos, de facto, vender o sol ao grama, mas nós nem em turismo somos bons. Em 1990 estive numa terra de Las Palmas. Terra pequena, cheia de turistas, mas com uma praia com casino, restaurantes, hotéis de cinco estrelas. Como não tinham água, fizeram o transporte de água para aquele sítio. Nós nem turismo sabemos fazer. Hotéis, só no verão. Vila Moura, por exemplo, no inverno, é a maior pasmaceira.

Contrapus que não bastam o sol nem a areia para se fazer turismo. Por isso Londres, Paris, as grandes cidades da cultura, da arte, das livrarias, dos espaços da história, têm turistas aos milhões, com os seus atractivos enriquecedores do espírito. Não basta o sol. E as boas comidas que os nossos programas alardeiam, como as grandes formas da nossa cultura. E o folclore, os santos populares… quanta pasmaceira em tudo isso, e um povo que os jornalistas entrevistam para darem opiniões sobre os chefes dos partidos, ou sobre os enamoramentos dos casais dos velhos, sobre os casos da vida… como poderemos competir com povos intelectualmente mais desenvoltos, se não temos para lhes dar senão o tal sol e a boa sardinha algarvia? Porque tendo  as paisagens tão belas como as mostram o professor Hermano Saraiva e a televisão que o acompanha, a nossa movimentação nos espaços da nossa terra é, geralmente, sem horizontes espirituais que não sejam os da religiosidade ou do fandango.

E a minha amiga insistiu:

- A Espanha faz turismo de Verão e de Inverno. Mas sabem fazer. Olha o Algarve! Sendo a zona com mais possibilidades turísticas, a auto-estrada para lá foi a última a fazer-se. Que raio de visão! E o Algarve, que é a terra do Cavaco, e não quis saber!

- Foi por modéstia, veio-lhe do Salazar, que muito poupou para juntar para o futuro, amachucando o presente na mediania em que nos educou, avesso a modernices, sobretudo do pensamento. Mas é porque era inteligente, sabia que o colapso viria com a liberdade, habituados que estávamos à sujeição.

- Mas o Cavaco fez muitas auto-estradas, ora essa! Não havia razão para deixar a do Algarve para o fim, como estrutura rentável imprescindível, com o sol e as praias fabulosas que o Algarve tem!

- Mas talvez o Algarve também falhe porque os empresários, querendo enriquecer depressa, exploram e abotoam-se com as massas ganhas na safra. Não há turismo – nem país, de resto,  que resista a tanta desordem.

- Não, não somos povo para progredir em nada. Então não é que no Sábado, em Braga, se destruíram toneladas de tomates? Então vai-se copiar isto dos espanhóis? Há 45 anos faz-se tomatina em Espanha. Este ano fez-se em Braga, ouvi a notícia. Estamos sem cheta e jogamos ao tomate.

- Mas nunca a crise limitou a diversão, vá lá vai! Até dá para se mostrar aos outros que não temos falta dessa fruta! São hábitos que nos vêm de Aljubarrota. Da padeira.

 

 Berta Brás

BRASIL – A BOLHA

 

AUMENTO DE CRÉDITO, EUFORIA. É A BOLHA

 

 

Talvez apenas nos anos 70 tenhamos observado tal facilidade de acesso ao crédito para compra de imóveis. Mas havia um provedor de crédito, o já falecido BNH

 

 

Nas décadas posteriores à segunda guerra mundial o Japão encorajou fortemente a poupança. Com mais dinheiro nos bancos, o crédito se tornou farto. Ao mesmo tempo, o país tinha enormes superávites na conta corrente, e o Yen se valorizou frente às moedas estrangeiras. Os activos financeiros se tornaram muito lucrativos. Muito dinheiro associado a uma grande euforia sobre o futuro - afinal o Japão ia superar os Estados Unidos em pouco tempo - trouxe como resultado mercados altamente especulativos. Principalmente o mercado imobiliário. Imóveis foram vendidos por 1 milhão de dólares o metro quadrado no distrito de Ginza! A bolha estourou em 1990 e os imóveis passaram a ser negociados por preços em torno de 10% do seu valor no pico da euforia. Apenas em 2007 os preços voltaram a subir, mas voltaram a cair em 2008 em função da crise financeira.

 

Porque começar um artigo sobre imóveis no Brasil com uma história sobre o Japão? É que temos que aprender com a história. E os factos ocorridos no Japão são recorrentes. Aumento no crédito somado à euforia em geral leva a bolhas.

 

E no Brasil? Será que vivemos uma bolha imobiliária ou simplesmente estamos um pouco atrasados na tendência observada no início deste milénio em diversas economias centrais onde os preços de imóveis subiram muito?

 

Para responder a esta questão temos que analisar alguns tópicos.

 

O primeiro é a demanda por imóveis. Ela subiu brutalmente nos últimos anos onde observamos que novos imóveis são vendidos rapidamente, muitas vezes em questão de dias ou horas. E essa demanda é fortemente sustentada pelo crédito. Talvez apenas nos anos 70 tenhamos observado tal facilidade de acesso ao crédito para compra de imóveis. Mas nos anos 70 só havia um provedor de crédito, o já falecido BNH-Banco Nacional da Habitação. Hoje a oferta vem de diferentes fontes como bancos e incorporadoras. E com prazos muito longos. O resultado é uma pressão de demanda como nunca observamos. E essa pressão tem trazido aumentos de preços enormes. O índice Fipe ZAP mostra que em São Paulo entre Janeiro de 2008 e Março de 2011 o preço dos imóveis subiu 57% já descontada a inflação. No Rio de Janeiro o aumento foi ainda maior, igual a 74,5%. Isto em reais. Se calcularmos os preços em dólares, os aumentos serão ainda maiores já que o real teve uma valorização neste período da ordem de 12%.

 

Um segundo indicador importante da saúde do segmento imobiliário é a relação entre aluguer e preço do imóvel. Para que um imóvel seja um investimento com uma rentabilidade mínima, seu aluguer mensal deve corresponder a algo em torno de 0,6% ou 0,7% do seu valor de mercado. Isso nos daria uma rentabilidade anual da ordem de 7%, compatível com as taxas de juros vigentes. Aqui estamos desconsiderando as variações nos preços e custos associados à manutenção dos imóveis. Será que hoje é possível obter esses índices? A resposta é não. Vimos no parágrafo anterior que o preço dos imóveis subiu 57% e 74,5% em São Paulo e no Rio entre Janeiro de 2008 e Março de 2011. Nesse mesmo período os alugueres subiram, novamente em termos reais, 29% e 40,5% respectivamente. Isto é em São Paulo e no Rio de Janeiro o preço dos imóveis subiu praticamente duas vezes mais que os alugueres. É fácil observar nos anúncios de jornais que os alugueres de imóveis residenciais estão por volta de 0,2% ou 0,3% do seu valor. É fácil entender porque. Hoje em São Paulo e no Rio de Janeiro é fácil encontrar apartamentos de classe média negociados a 10 ou 12 mil reais o metro quadrado. Isso significa que um apartamento de 100 metros quadrados custa R$ 1.000.000 ou pouco mais. E por quanto é possível alugar um apartamento desses? Não mais que R$ 3.000,00 mensais, e não os 6 ou 7 mil que deveríamos ter para que o imóvel fosse um investimento rentável.

 

Mas será que é o aluguer que está errado ou o preço dos imóveis? Se olharmos a renda per capita da classe média, fica nítido que é o preço dos imóveis. Temos a receita clássica de uma bolha: excesso de crédito que leva a excesso de demanda. E os sintomas também clássicos: preços elevados e rentabilidade baixa.

 

E a estouro não deve estar longe. Algumas indicações já surgem, como a redução na venda de imóveis e medidas governamentais de restrição ao crédito. E é importante lembrar que o estouro de uma bolha nem sempre é realmente uma explosão, mas pode ser um processo lento com duração de anos. De toda forma é importante estar atento e não se deixar levar pela euforia.

 

William Eid Junior

PROFESSOR TITULAR, COORDENADOR DO GV CEF (CENTRO DE ESTUDOS EM FINANÇAS) – FGV/EAESP – ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

 

In O Estado de S. Paulo - 13/05/2011

NÃO NOS DEIXEMOS ANESTESIAR

 

 

 

“Uma civilização é evoluída na medida em que favorece o valor de cada pessoa. Mas estamos numa época em que, pelo contrário, se favorece uma grande confusão sobre o conteúdo da palavra «eu»”.

 

Esta preocupação manifestada pelo padre italiano Luigi Giussani, no final do século XX, não pode ser mais actual, porque não diminuiu esta pressão por parte do mundo que nos cerca – através dos media, da escola, da política – que influencia e acaba por bloquear qualquer tentativa de tomada de consciência de si próprio.

João Paulo II alertou, aliás, para “o perigo da abolição do homem pelo poder”, que altera o sentido de si mesmo, que atrofia o coração, ao ponto de o anestesiar totalmente.

Por isso, em tempo de eleições, é fundamental despertar desta espécie de sonolência que o poder tenta incutir em nós.

Não nos deixemos, por isso, reduzir nem formatar por outros.

O valor de cada português é único e precioso.

 

 Aura Miguel

 

RR on-line 03-Junho-2011

E então a Junta?

Raramente conseguimos silenciar facetas dos eventos diários nacionais, na nossa bica fofoqueira, sobretudo as que nos ferem mais as sensibilidades educadas em valores que as mudanças políticas e sociais foram eliminando gradativamente.

Hoje falou-se da esperteza de Passos Coelho que, quando as sondagens o aproximavam de Sócrates, se mantinha modestamente pouco exigente nos pedidos de votos, aceitando a maioria com o CDS-PP para governar a nação. Nessa altura era Paulo Portas que parecia inchado, os seus companheiros de partido, e ele próprio, falando já em elevá-lo a primeiro ministro, facto que intimamente me deslumbrava, achando que, como pessoa inteligente e já longamente amadurecida nas tramas da política, com uma seriedade moral que, tal como a de seu irmão Miguel Portas parece credível, além de não se furtar ao estudo e trabalho que um cargo de tanta responsabilidade política exige, ele teria todo o direito de assumir tal cargo, desde que fosse responsável o dirigente do PSD, pondo a salvação da Nação acima das suas vaidades e ambições pessoais, que terão o seu tempo de realização, Passos Coelho não parecendo, no seu discurso moralista, sem grande precisão ainda nos dados ideológicos e pontuais - que adquirirá, certamente, com a experiência – não parecendo, digo, preparado ainda para assumir tantas responsabilidades de um país desgovernado, que tem dívidas a saldar e que tem de desenvolver difíceis meios para o conseguir.

Parecia-me que a Portas – a ambos os Portas - não faltavam as capacidades destacadas outrora por um grande poeta nosso como imprescindíveis – “honesto estudo, longa experiência, engenho” – a que acrescento a tal “seriedade” – indispensáveis para levar a empreitada da salvação do país a bom porto. Por isso, a seu tempo, se falara em Junta de Salvação Nacional.

Mas o povo parece ter mudado de parecer, ter aberto finalmente os olhos a respeito da governação que desgraçou o país, e se prepara para eleger Passos Coelho.

E Passos Coelho, mais confiante na vitória e menos humilde na ambição, já não pede só a maioria – a dois – quer a maioria absoluta, quer o bolo todo para ele, tal como Sócrates, aparentemente para ter sozinho a glória da salvação nacional – ou pessoal - sem Junta a atrapalhar.

Como sempre, o “Vanitas vanitatum, et omnia vanitas”, a provar que nem a experiência da desgraça, trazida por uma governação de tanto dolo, de tanto engano, modera os triunfadores actuais, num pensamento mais cordato, menos ambicioso, de real empenhamento para salvar um pequeno país de vetusta idade e de ampla história.

Que é dela, a Junta, que unisse no mesmo barco pessoas dos diferentes partidos, que desejam, de facto, salvar a pátria portuguesa, Jerónimos, Louçãs, os irmãos  Portas , os bons do PS, do PSD, a Heloísa Apolónia…

Que é dela, da Junta?

 

E só o provérbio nos acode, do gato escondido com o rabo de fora. Que é, como quem diz,  as garras.

 

 

 Berta Brás

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