Temos, então, que uma saída possível para a crise em que nos atolámos envolve:
(1) um “pacote financeiro” (que só FMI/FEEF podem);
(2) mudanças profundas na nossa maneira de viver e trabalhar (poderemos nós?);
(3) a procura externa e o IDE/Investimento Directo Estrangeiro (sobre os quais FMI/FEEF e Governo de cá nada podem).
É claro que essas tais mudanças profundas teriam de sair das nossas próprias mãos - ainda que com o beneplácito de FMI/FEEF. Mas a presença tutelar destas organizações sempre equivaleria a uma apólice de desresponsabilização que os nossos políticos tanto apreciam.
Por outra parte, o que traria IDE até nós seria, exclusivamente, a procura externa: somos um mercado demasiado pequeno e predestinado a encolher ainda mais. Daí que as primeiras mudanças profundas a introduzir apontariam para a diminuição drástica dos custos “de actividade” e “de contexto” que por cá grassam. Talvez não para os igualar aos do Sueste Asiático. Mas, de certeza, para os nivelar pelos do Leste Europeu.
Em cenários como este, as coisas passam-se assim:
- As mudanças ditas estruturais têm de atrair procura externa (e IDE) – ou nada feito;
- O período de reajustamento não pode ser muito longo, para que o “pacote financeiro” não se esgote, deixando a tarefa a meio - uma vez que o acesso da economia em “cuidados intensivos” aos mercados financeiros internacionais fica, quase de certeza, cortado enquanto FMI/FEEF por lá andarem;
- A inovação e a iniciativa empresarial com origem nessa economia dificilmente são assumidas como objectivos prioritários - podem, quando muito, apanhar a boleia do IDE;
- Em nenhuma circunstância está assegurado que o pleno aproveitamento da procura externa e o afluxo de IDE sejam suficientes para baixar a Dívida Externa Bruta a um ponto que abra, de novo, as portas da finança internacional.
Para se fazer uma ideia do que teriam de ser essas tais mudanças profundas, nada melhor do que revisitar a história recente da economia portuguesa – ou seja, a partir do ponto de viragem que foi a adesão à CEE (1985). É uma história que se conta em poucas palavras.
Uma vez na CEE, o Governo seguiu a estratégia de aproveitar totalmente os fundos comunitários disponíveis. O que significou:
(1) dar prioridade ao investimento em obras públicas;
(2) encaixar toda e qualquer indemnização por encerramento de actividades que a Comissão Europeia considerasse, ou obsoletas, ou em sectores já com excesso de oferta.
Paralelamente, a inflação endémica era combatida por intermédio das grandes cadeias de distribuição – tolerando-se que elas espremessem até ao último sopro os produtores nacionais (preços esmagados, prazos de pagamento esticados até ao absurdo).
Para equilibrar a Balança de Pagamentos, lá estavam:
(1) as remessas de emigrantes (como sempre);
(2) os fundos comunitários (uma novidade rapidamente convertida no grande desígnio nacional);
(3) a colocação de Dívida Soberana em modestas emissões privadas;
(4) e a venda de uns quilos de ouro, se a urgência apertasse.
Os Bancos de cá, esses, tinham de se governar com a prata da casa porque o risco cambial e a opacidade das suas contas mantinham à distância Bancos estrangeiros e investidores interessados em instrumentos de dívida.
E entretinham-se a financiar:
(1) as Empresas (especialmente aquelas cujas receitas provinham directamente da actividade financeira do Estado) – porque a lei fiscal estimulava o endividamento sem limites (os encargos financeiros, fosse qual fosse o respectivo montante, eram sempre fiscalmente dedutíveis);
(2) as Famílias - na compra de casa própria, que o crescimento dos rendimentos nominais facilitava.
Estava-se ainda longe da “bolha” de crédito bancário que se formaria na viragem do século. Mas Governo e Bancos de cá caprichavam em despejar liquidez a rodos sobre as actividades orientadas para a procura interna (Construção, Obras Públicas e Distribuição), que iam ganhando cada vez mais peso no tecido económico - enquanto sectores inteiros eram praticamente varridos do mapa (agricultura, pescas, indústrias do tempo da substituição de importações), baixos custos laborais continuavam a ser o mais forte argumento das exportações e o Escudo lá ia deslizando para compensar a inflação.
Quando a entrada de Portugal na Zona Euro passou a ser uma certeza (1998), criou-se a ideia, cá dentro e lá fora, de que o risco cambial tinha desaparecido de vez, e que a moeda única, por milagre, transformava as economias participantes em clones da solidez alemã.
O Governo não viu razões para rever e alterar a estratégia que até então seguira, apesar da anunciada redução nas transferências comunitárias e do crescente desequilíbrio da BTC. Pelo contrário, o acesso franqueado a mercados financeiros com excesso de liquidez, como eram os da restante Europa, animou-o a mais Gastos Públicos (correntes e “de capital”) – pois havia a convicção de que os investidores estrangeiros tudo financiariam.
Para os Bancos de cá, o Euro foi uma bênção. Com o esfumar do risco cambial, iriam aproveitar, finalmente, da regra (Acordo de Basileia de 1988) segundo a qual todos os Bancos de todos os países membros da OCDE eram sólidos e estáveis como o BuBa.
Agora, os Bancos estrangeiros poderiam emprestar aos Bancos de cá fundos sem limite, porque nem tinham que afectar Capitais Próprios a esses empréstimos (a tal regra), nem ficavam expostos ao risco cambial. E os Bancos de cá não perderam tempo.
Endividavam-se cada vez mais no mercado monetário interbancário europeu para competir, cá dentro, por quota de mercado. Na realidade, era uma dúzia de Bancos, não mais, que lhes emprestava dinheiro (a captação de fundos no mercado de capitais, com a titularização de créditos, só começou mais tarde e de forma esporádica).
O mercado em que disputavam quotas era o da procura interna - agora ampliada pelo consumo das Famílias (bens duradouros, turismo, “dinheiro de algibeira”, tudo). Ou seja, perante o olhar aprovador do Governo e do BdP, os Bancos de cá estimulavam, com o crédito, a propensão para importar - e pagavam os enormes deficits da BTC endividando-se lá fora. Parte desta Dívida Externa teve que ser resgatada pelo BCE recentemente.
Foi esta “bolha de crédito bancário” que nos conduziu à situação em que nos encontramos hoje:
(1) empolou as receitas fiscais da última década, sem que os sucessivos Governos se apercebessem disso;
(2) deu às actividades destinadas a satisfazer a procura interna (da Despesa Pública ao Consumo das Famílias) um peso desmesurado;
(3) afectou a parcela maior do emprego a actividades que hoje não é possível financiar.
Restam-nos “ilhas” de actividades exportadoras, bastante competitivas no comércio mundial, mas que, por muito que prosperem, absorverão sempre uma fracção relativamente pequena da população activa.
Aqueles para quem FMI significa “Fada Madrinha Infatigável”, surpreender-se-ão talvez ao tomarem consciência das maravilhas que dela esperam:
(1) a eficácia dos remédios habituais anteriormente descritos;
(2) procura externa abundante e IDE q.b.;
(3) credores estrangeiros pacientes e compreensivos;
(4) migração (profissional, sectorial e geográfica) massiva para as actividades exportadoras – espontânea e alacre como uma marcha nos Santos Populares.
Para quem nasceu quase no tempo em que um só pelo da barba seria garantia suficiente para o compromisso de qualquer negócio... e assiste hoje a um capitalismo, aliás não é já capitalismo mas financismo desenfreado, louco, absurdo, ignóbil, doentio e violento, pára para pensar qual o destino da humanidade!
Não estaremos no fim do mundo, se bem que o pareça, mas no início, no caos. E isto é o único consolo que se pode encontrar, para as gerações vindouras. As actuais vão sofrer muito.
Saiu há dias, em Portugal, uma nova “Revista de Cultura – Finis Mundis”, com uma série de textos interessantes, mas um deles chama especialmente a atenção, “O Financismo, Estágio Intermédio do Capitalismo”, escrito por um professor russo, Aleksandr Dugin. Mas, ao ler o texto com atenção, encontram-se afirmações, que nem suposições são, que nos levam a pensar sobre o que se passa neste mundo. “O pensamento marxista padece de uma incapacidade para escapar aos limites do paradigma industrial, e o drama do derrube do sistema soviético materializa na história esta falha conceptual de contornos inequívocos.” (até aqui...) Continua:
"O sistema liberal soube:
- Dissolver o proletariado;
- Prevenir a sua consolidação num partido revolucionário à escala mundial.”
Com o contínuo esmagamento, que o actual financismo desenfreado impõe à classe trabalhadora, ou proletária, que o dito professor diz que acabou, à escala mundial, com um contínuo, e aparentemente interminável crescimento do desemprego nos países do ocidente, não parece ser difícil de antever que não faltará muito para estourar uma revolução, se não socialista, em termos marxistas, mas social. Na Europa e Estados Unidos o desemprego aumenta, apesar de todas as manobras dos governos para financiar o crédito a oligopólios a custo zero, e a particulares que pagam a diferença, e a indústria automóvel que só leva a gastos e poluições, em África a fome continua, na Europa e Estados Unidos para lá caminham, o fato é que cada vez mais o tal proletário vai ter que enfrentar um tremenda luta. Nos países árabes, onde as revoluções estão acontecendo, ainda não se percebe se é o avanço do fundamentalismo, se um grito da democracia, ou do tal proletariado com fome.
Por ora as opiniões divergem, mas se os fundamentalistas querem, à força, dominar todo o mundo árabe, há muitos outros, mesmo sendo muçulmanos, que já não aceitam a lei do Corão, a xaria, etc. A luta que ainda agora começa e já fez muito rei, sheik, ditador, e até os aiatolás, porem as barbas de molho, parece antever uma tremenda guerra entre eles. E todos nós vamos pagar por isso.
O petróleo irá atingir preços astronómicos, as comodities, se já estão em preço absurdo vão aumentar ainda mais, com a escassez e o custo dos transportes, e, esses tais financistas, que ganham, ou perdem fortunas, com um simples toque de tecla na Internet, e estão a promover, com desculpas climatéricas, o brutal aumento dos produtos alimentares básicos, vão aproveitar ainda mais o momento da desgraça.
O trigo, pelos fogos na Rússia, disparou; mas, e a soja, o café, o milho, e outros? Houve secas e inundações, mas aumentar alguns dos produtos básicos da alimentação, em até cinquenta por cento, só pode dar revolta. Em todo o mundo. Voltemos ao prof. Dugin:
“O financismo é um módulo de estádio do desenvolvimento do paradigma capitalista.”
“O financismo coroa a lógica do capitalismo e representa em si o último “supremo” estádio da alienação.”
“O financismo representa em si o cume do desenvolvimento da economia moderna.”
“O financismo não é um problema mecânico, um desvio do paradigma (o tradutor gosta de paradigmas!) económico do capitalismo, mas sim uma etapa normal do seu desenvolvimento, a etapa do triunfo mundial.”
E, só mais este brilhante “paradigma”:
“Lamentarmo-nos pelo fato dos volumes de especulação das bolsas mundiais superarem em muito os balanços dos países desenvolvidos, ou porque as transferências fictícias de capitais impedem o desenvolvimento dos sectores produtivos, desviando os investidores para as esferas da economia ilusória, é estúpido ou irresponsável.”
Após outros considerandos, o professor termina:
“É impensável conceber uma Alternativa a partir das esferas simplesmente económicas. A Alternativa deverá ser transcendente no que diga respeito a todos os discursos modernos. O anti-financismo deve ser o nível superficial de uma mais profunda e radical luta contra o capitalismo e o liberalismo, luta que tem como condição prévia a exigência de não derivar de interesses pragmáticos, mas sim da dignidade da espécie humana, espécie que tem vindo a clamar demasiado no abismo do mundo desencantado e da morte de Deus, espécie que não nasceu para perpetuar o niilismo, mas sim para reconhecer-se numa elevada ontologia, na sacralidade, justiça, fraternidade, liberdade e igualdade.”
Por fim, o que pensar de tudo isto, quando sabemos já que comunismo só é praticável na teoria e no verdadeiro amor a Deus e ao próximo, o que praticamente não existe nos primatas, as democracias e as liberdades que têm levado os homens ao ponto que parece não ter retorno – a destruição das famílias, o sexo desenfreado e demasiado explícito em todos os horários da TV, a violência, crimes de toda a ordem, cadeias cheias, o uso de drogas e o consequente e brutal narcotráfico imparável, etc. – ou as monarquias como um símbolo, rico e inoperante, quando para símbolo basta uma palavra?
Estamos a viver uma época extremamente perturbada, difícil, sobretudo para os jovens, e por muito que se pense não se consegue, nem antever, quanto mais propor, a tal Alternativa.
A bomba atómica não vai resolver. Mas... com o caminho que tudo está tomando, não será para admirar que algum louco se atreva a lançar a primeira, para em seguida surgirem pelos ares mais umas dúzias.
Talvez o caos em que estamos, acalme. Nessa altura os engenheiros, os professores e os mestres, que sobreviverem, serão os primeiros a morrer de fome. Poucos já sabem plantar uma batata ou um pé de milho.
Voltará a humanidade umas dezenas de milhares de anos para trás, para recomeçar a evoluir e chegar ao mesmo patamar de podridão em que hoje se encontra!
E repetirá; mais uma vez, e outra, e outra, e assim por essa eternidade.
(Teresa, para os botões do seu corpete, após o recontro de S. Mamede - que ela venceu)
“Por fim, tenho ao alcance das minhas mãos o reino que foi de meu tio e que meu pai me negou. A mim, a sua filha preferida, só porque os senhores bispos ousaram fadar-me de ilegítima por ter nascido fora do ritual que Roma agora nos impõe. Para Urraca, minha irmã, a legítima que a Igreja incensava, tudo: reinos e senhorios, um primogénito para desposar (que de pouco lhe valeu, se não ela não teria chamado o meu Henrique para seu condestabre e sabe-se lá para que mais). E eu que me bastasse com um filho segundo que não tinha onde cair morto e um condado feito de bocados, cheio de gente rude que não conhece senhor e de moçárabes, os de Coimbra, que não são de fiar. Foi isto que de meu pai, Alfonsus Imperator, recebi. Ah! Mas eu ambicionava um reino, que só um reino era digno de mim. E reino havia. A Galiza, que meu avô Fernando fizera reino e doara a seu filho Garcia, morto este, quedara sem suserano a quem chamasse seu. Os grandes condes galegos, os Travas, os Toroños, os de Orense, instigados pelo bispo Xelmirez (que eu nunca o tenha por inimigo), bem se levantaram contra Leão, uma e outra vez. Não lhes faltava pretexto, ao verem tantos Francos a insinuarem-se nos favores reais e a instalarem o seu poder e as suas linhagens onde, até há pouco, era só terra de Godos. Faltava-lhes, sim, quem tivesse estirpe igual à da leonêsa que queriam expulsar. De mais sabia eu o que atormentava Xelmirez. Não era a sorte do reino galego e dos seus ricos-homens. Era, sim, o medo de perder para o bispo de Toledo, Primaz das Espanhas desde os tempos dos reis antigos, e para mais um Franco, a veneração e o temor que Compostela, qual Compostela! que ele, Xelmirez, inspirava na nossa cristandade. O bispo de Braga, manhoso como todos os da sua raça, lá tem manobrado entre Compostela e Toledo para ver se agarra umas quantas mais sés sufragâneas, que sempre vão rendendo bons proventos. Durante anos e anos apoiei-o nessa lide, na esperança de fazer do condado portucalense um reino. Tarde me apercebi que Urraca nunca mo permitiria. Ainda esperei que ela, ora entretida a fazer guerra ao seu segundo marido, o navarro Alfonso (dizem que pouco dado à peleja amorosa...), ora distraída nos braços do seu amante Haro, me desse azo. Nunca mo deu. Estava escrito que o reino da Galiza seria o meu destino. Por ele lutei. Por ele venci. Mas não foi fácil. Aquela ideia de desposar uma filha minha com o meu amante Bermudo (quando este, por morte de seu pai, Pero Froilás, encabeçou o condado de Trava ) para assim ter do meu lado os condes galegos e os seus homens d’armas, ia deitando tudo a perder. Incesto! Vociferava a nobreza de Entre-Douro-e-Minho. Incesto! Acusava o bispo bracarense e, com ele, todo o clero nas igrejas. Incesto! Repetiam cavaleiros vilãos e herdadores. Qual incesto! Estes, o que temiam era a sede insaciável dos nobres por terras, honras e senhorios. Disse-lhes que só uma rainha poderia reprimir tais apetites – e eles acreditaram. Hoje, não estiveram por mim, mas também não pegaram em armas, Deo gratias. Ao bispo de Braga não demovi, por mais que lhe jurasse que eu (não já condessa, mas rainha) nada ganharia com tornar Compostela a sé maior dos meus domínios. Os nobres portucalenses, esses, sabia eu, não queriam ver-se arrastados pelos seus senhores galegos para uma guerra com Leão da qual não esperavam tirar, nem honra, nem proveito: perdida a causa, não escapariam à vingança que de lá viria; em caso de vitória, só algumas migalhas lhes tocariam. Razão tinham, pois os fossados por terras de sarracenos sempre rendem melhores presas. Foi isso mesmo que eu lhes mostrei. Comigo rainha, seriamos, nobres galegos e nobres portucalenses, suficientemente fortes para fazer como meu pai e meu avô: assolar as cidades mouras, submeter os seus príncipes e obrigá-los a pagarem párias em ouro, prata, armas, cavalos, enfim, em tudo aquilo que serve para reter fidelidades e curar despeitos. Alguns convenceram-se, e estiveram hoje sob o meu pendão. Outros, na sua cegueira, arrastaram o meu filho contra mim. Bem lhe disse que este era o momento de eu ser rainha e de ele, um dia, ser rei. E mais lhe disse que, condes, só o seriamos enquanto soprassem bons ventos da corte leonêsa. O momento era agora. Desaparecida a minha irmã (de parto! com quarenta anos já feitos!), com o meu sobrinho Alfonso ainda mal sentado no trono, Leão levaria tempo a reagir. E levou, se é que pensou fazê-lo. Os de Bragança, chamados em auxílio pelos que se me opunham, ainda devem estar à espera da ordem para avançar do seu suserano leonês, porque no campo de batalha não se fizeram ver. Laus Deo, que à vista das hostes dos Travas e de tantos outros cavaleiros galegos, mais aqueles que de cá se me juntaram, os que se escondiam atrás do meu filho acharam melhor furtar-se à peleja. Antes assim, que não se semearam novos rancores. E agora? Ala para Compostela, a preparar-me para quando Leão ripostar. Afonso Henriques virá comigo. Assim os que me combateram vão ficar a saber que também sei perdoar (e como necessito deles para o embate que aí vem!). Disputarei a Leão as párias das taifas mouras: Badajoz, Sevilha, Córdova e mais além, mas não impedirei que os meus cavaleiros, nobres e vilãos, continuem a lançar os seus fossados e correrias por terras de infiéis. Aos poucos, despojarei Leão das fontes que lhe têm dado riqueza e poder. Aos poucos, a corte leonêsa, sem mais riquezas para distribuir, desmembrar-se-á. Será esse o dia de eu entrar em Leão. Mas deixarei o condado de Castela seguir o seu caminho. É melhor assim. Castela, em permanentes lutas com navarros e mouros saragoçanos, jamais reunirá forças para me ameaçar, e sempre irá mantendo longe de mim aqueles que hoje a guerreiam. Toledo não tardará a ser minha também. E, então sim, farei do Douro, do Tejo, do Guadalquivir e do Mar os fortes esteios de um grande reino que ninguém poderá alguma vez destruir. O domínio absoluto sobre metade da Hispânia, do mar ocidental às pastagens da Meseta, das Astúrias às costas da Bética e, porque não? de Múrcia - talvez um Império, se o Papa se deixar convencer – eis o que será de Afonso Henriques quando eu morrer. E morrerei em paz, reparada que fica a injustiça que meu pai me fez.”
Ao sexto dia estava Deus todo atarefado, a fazer horas extraordinárias, quando aparece um Anjo e diz: Está a levar muito tempo nessa criação Senhor! O que tem de tão especial esse homem?
Deus respondeu: Já viste o que me pedem neste modelo? Um Polícia tem que correr 10 km por ruas escuras, subir paredes, pular muros, entrar em matagais, invadir casas que nem um delegado de saúde pública ousa penetrar. Tem que estar sempre em boa forma física, quando nem sequer lhe dão tempo para comer. Tem que investigar um homicídio, procurar provas nessa mesma noite, fazer o expediente e no dia seguinte ir ao tribunal prestar depoimento. Também tem que possuir quatro braços, para poder conduzir, disparar e ainda chamar reforços pelo rádio.
O Anjo olha para Deus e diz: quatro braços? Impossível!
Deus responde: não são os quatro braços que são o problema, mas sim três pares de olhos que necessita.
Também pedem isso nesse modelo? - Pergunta o Anjo.
Sim, necessita de um par com raio-X, para saber que são os criminosos de entre a multidão e o que escondem nos seus corpos; necessita de outro par para zelar pela segurança do seu companheiro e outro ainda para conseguir zelar pelas vítimas que estejam feridas. Ter o discernimento necessário para julgar tudo numa fracção de segundo, e dizer que tudo vai corre bem, quando sabe que isso nem sempre corresponde à verdade.
Nesse momento, o Anjo diz: Descanse e poderá trabalhar amanhã.
Não posso, responde Deus! Além disso ele tem ainda que ser capaz de acalmar ou dominar um drogado ou um bêbado de 130 quilos sem nenhum incidente. Estar sempre pronto para morrer em serviço de arma em punho com o sentimento de honra correndo nas veias e ao mesmo tempo manter uma família com o seu pequeno salário.
Espantado o Anjo pergunta a Deus: Mas Senhor! Não é muita coisa para colocar em um só modelo?
Deus rapidamente responde: É, e para acrescentar tudo isso vou ter de tirar algumas coisas. Vou tirar: - o orgulho pois, infelizmente, para ser reconhecido e homenageado ele terá que estar morto. Ele também não irá precisar de compaixão, pois, verá todos os dias da sua vida o que ninguém vê, a dor das vítimas despedaçadas, jovens ou velhas, vidas destruídas e ao sair do velório de seu companheiro, ele terá que voltar ao serviço e cumprir sua missão normalmente.
Então ele será uma pessoa fria e cruel? - Pergunta o Anjo.
Claro que não - responde Deus. Ao chegar a casa, deverá esquecer que ficou frente à morte e dar um abraço carinhoso aos seus filhos dizendo que está tudo bem. Terá que esquecer os tiros disparados ao dar um beijo apaixonado a sua esposa. Terá que esquecer as ameaças sofridas e fazer contas à vida com o seu magro salário. E terá que ter muita, mas muita coragem para no dia seguinte, acordar e retornar ao trabalho, sem saber se irá voltar para casa novamente.
O Anjo olha para o modelo e pergunta, confuso: E com tudo isso, ele poderá ainda pensar?
Claro que sim! - Responde Deus. Poderá investigar, procurar e prender criminosos em menos tempo que cinco juízes levam discutindo a legalidade dessa prisão... Poderá suportar as cenas de crimes às portas do Inferno, consolar a família de uma vítima de homicídio e interrogar e vasculhar as almas dos criminosos alheando-se dos sentimentos, e no outro dia ler nos jornais notícias de como os Polícias são insensíveis aos "Direitos dos Criminosos".
Por fim, o Anjo olha para o modelo, passa-lhe os dedos pelas pálpebras e diz: Meu Deus, ele está deitando água. Eu acho que está a pôr muita coisa nesse modelo!
Não é água, são lágrimas... - Responde Deus.
E porquê lágrimas? - Perguntou o Anjo.
Deus respondeu: Por todas as emoções que carrega dentro de si... Por uma mãe morta... Por uma criança estropiada... Por um companheiro caído... E por um sentimento chamado justiça!
És um génio! - Responde-lhe o Anjo.
Deus olha para o Anjo e em tom sério diz: Não fui eu quem lhe pôs as lágrimas... Ele chora porque é simplesmente um homem!
Da apresentação deste romance, acima em citação, lê-se na contra-capa. “...um surpreendente registo policial que prende o leitor pela originalidade estilística tanto como pelo próprio enredo arrebatador e imprevisível”.
A originalidade e a “imprevisibilidade” são duas das características de fazer política em Portugal. Tudo é novo; mas velho; tudo é descaradamente previsível.
O nosso estilo de fazer política roça um comportamento social marginal recorrente.
Nas avaliações de carácter, os candidatos aos vários cargos julgam-se superiores à “populaça” que vota e à qual não são devidas quaisquer explicações, quanto ao seu comportamento político e social.
E os candidatos, esquecem-se sempre de uma coisa simples e banal: um candidato perde a sua privacidade enquanto ente público e tem de se explicar à “populaça” quando é apontado e lhe são imputados quaisquer actos menos próprios, ainda que sejam legais; mas que o vulgo considera socialmente discutíveis e condenáveis, pelo menos enquanto não forem cabalmente esclarecidas todas as circunstâncias que os envolvem, e, para que não haja dúvidas, mesmo raras ou enganos, sublinho e repito, todas as circunstâncias.
É!... O risco que corremos quando enveredamos pela vida pública tem o ónus de sermos forçados a explicar-nos quando somos postos em causa.
A privacidade desaparece para dar lugar à exposição pública e, nesse terreno, toda a gente, mas, mesmo toda a gente, sem excepção, tem de prestar contas e de ser responsabilizado pelos seus actos e responder por eles, em juízo político ou judicial; quer no “tribunal” da opinião pública, quer no Tribunal Comum, como órgão de soberania e instrumento para fazer respeitar as Leis.
É este o princípio mais nobre da Democracia, como modelo político ocidental.
Enquanto nós, portugueses, não pensarmos assim e não formos exigentes connosco próprios e com os que nos governam; eliminando, através do voto, em participação maciça, aqueles que não nos interessam, estaremos sempre no passado, à espera do D. Sebastião e do nevoeiro de onde este emergirá.
Nevoeiro que nos esquecemos, esconde gente perversa...
Com tudo isto informo-vos, caros Leitores, que subscrevi a petição do «Correio da Manhã» para inscrever o enriquecimento sem causa na tipologia dos crimes; petição esta, que, consultada hoje, já se aproxima das 18 000 assinaturas.
Quando for entregue na Assembleia da República, fico à espera das reacções dos nossos lídimos e legítimos representantes.
Até breve...
Luís Santiago
Sintra, 20 de Janeiro de 2011
(*) Prémio Nobel da Literatura 2010. O Livro vai, em Portugal na 2ª Edição da Editora Publicações Dom Quixote.
1) Afinal, por que razão Galiza e Portugal nunca conseguiram reunir-se? A razão deve ser esta: o suposto descobrimento em 813 do túmulo do apóstolo Tiago (Santiago). Como se explica isto? As autoridades religiosas predominantes na Galiza, com sede em Santiago de Compostela, ensoberbaram-se e quiseram roubar a Braga o prestígio arqui-episcopal desta, por meios pouco sérios e mesmo anti-cristãos, como foi o "Pio Latrocínio" (roubo à Sé de Braga por agentes compostelanos de relíquias sagradas mais veneradas do que as do próprio 'apóstolo' -- o principal facínora foi o Bispo Gelmires). O enorme prestígio criado por Santiago de Compostela, a que acorreram sempre milhares de peregrinos, serviu os interesses do imperialismo castelhano, que sujeitou o reino de Leão/ Galiza. Portugal neste contexto não podia aspirar em chamar a si a Galiza, mas tinha de defender-se, e conseguiu, resistindo ao ímpeto imperialista de Castela, que pretendia reuni-lo a uma Galiza domada e submetida. No tempo da nossa fundação, o poder e a grandeza estavam do lado da Galiza, e o Condado Portucalense, desejoso de independência sob a chefia dum jovem príncipe, era a parte fraca, que tinha poucas probabilidades de êxito. O plano iberista de Castela, que inicialmente era um condado do Reino de Leão, surgiu cedo e prosseguiu através dos séculos até hoje, quando ainda há uns portugueses tolos e ignorantes que nele colaboram.
Há tempos, disseram-me que se Portugal e Galiza não estavam reunidos num só Estado, a culpa tinha sido de D. Afonso Henriques que lutara contra a sua mãe, envolvida como estava com Fernão Peres de Trava, um poderoso da Galiza compostelana. Certo e errado! Se a independência de Portugal, a Galiza do sul, não se tivesse conseguido, hoje estaríamos a falar castelhano, nação submetida, em situação cultural muito pior que a da Galiza de hoje.
[Recomendo a leitura do artigo do galego Alexandre Banhos "Podemos nós, os galegos da Galiza espanhola, reclamar o nome de galego para a língua comum?" Este artigo pode encontrar-se no Google.]
2) As nações celtas cobriam muito provavelmente a maior parte da Europa antes da dominação romana. A Gália, que Júlio César conquistou, era certamente habitada por celtas. O mesmo sucedia nas Ilhas Britânicas. A julgar somente pelos topónimos, o mesmo sucedia no ocidente da Península Ibérica (Galiza), na Polónia/Ucrânia (Galitzia) e ainda na Anatólia, actualmente a Turquia asiática, (Galácia).Todos esses povos falavam certamente línguas celtas. Onde estão hoje as nações celtas e onde se fala o celta? A Gália romanizou-se, passou a falar latim, e acabou sendo povoada pelos Francos, povo germânico. A Galiza tem apenas dos celtas uma vaga memória e fala latim. A Galitzia, tanto quanto eu sei, é apenas um nome. Agora é habitada por eslavos e fala uma língua eslava. A Galácia, como nome apenas, nem sequer sei se ainda existe. Se existe, nela se falou grego e agora se fala turco.
Apenas na Grã-Bretanha, ainda existe uma nação sujeita, que se diz celta e fala minoritariamente uma língua celta. É o País de Gales (Wales), cujo nome celta é Cymru, sendo o nome da língua Cymraeg. Tentei em tempos estudar um pouco esta língua para ter uma ideia dela. Essa tentativa foi breve e a ideia que me ficou da língua é que é simplesmente intragável. Pareceu-me que o Cymraeg nem sequer era língua do grupo indo-europeu. Mas é.
Na Irlanda, a língua celta é a língua oficial, mas muito pouco se fala. A língua da Irlanda é muito predominantemente o inglês.
Na Bretanha francesa (Armórica), chamada Bretanha porque para lá emigraram bretões da Grã-Bretanha, ainda subsiste muito precariamente a língua celta trazida por esses bretões. E tende a desaparecer por completo. Na Galiza ninguém fala celta, mas sim o neo-latim português (galego), desprestigiado, e o castelhano, a língua do invasor ibérico.
Onde eu quero chegar com este arrazoado é que os celtas, por razões que me ultrapassam a inteligência, são suicidas. Perdem a raça, perdem a língua, perdem o enorme prestígio de que gozaram. E de tal maneira, que até perdem não só a língua celta, que já não conhecem, como a língua que adquiriram como substituta. É o caso muito nítido da Galiza, nação que foi grande e prestigiosa na Alta Idade Média, e hoje sofre as penas de terra alienada e língua, o Galego, em decadência.
Este caso particular interessa-nos, Portugueses, sobremaneira, porque a origem da nossa nacionalidade é galega, fomos na Antiguidade também celtas, tivemos e perdemos imensos territórios espalhados pelo mundo, a nossa língua foi a língua franca no Oriente, tivemos grande prestígio internacional, e agora estamos reduzidos a uma nesga de terra, e a nossa língua está ameaçada, se bem que se mantenha no mundo como uma das línguas mais faladas, graças ao Brasil e ao Ultramar Português.
A acção dos nossos políticos hodiernos parece ser a de uma auto-destruição, tão denegridora tem sido da nossa História e dos nossos grandes políticos de outrora. E os Portugueses, sempre pessimistas e sempre ciosos duma hipotética grandeza, hoje voltam-se para as ingloriosas 'glórias' do futebol.
3) Sabe-se que o Reino de Portugal se originou no Condado Portucalense. É verdade, mas talvez pouca gente saiba que antes houvera um primeiro condado de Portucale, cujo primeiro conde fora Vimara Peres (820-873), o fundador da cidade de Guimarães (Vimaranes). Foi Vimara Peres que libertou Portucale do domínio mouro, em nome do rei galego/asturiano Afonso III, o Grande. Vimara Peres é relembrado na cidade do Porto por uma estátua equestre levantada no largo em frente da Sé do Porto.
[A propósito: foi nesta Sé que o Mestre de Avis, já rei D. João I de Portugal, vencida a Batalha de Aljubarrota, se casou com D. Filipa de Lencastre, a princesa inglesa, mãe da "ínclita geração"].
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Também condessa de Portucale foi D. Mumadona Dias, cuja estátua comemorativa se encontra em Guimarães) entre 924 e 950, a que se deve a construção do Castelo de Guimarães, não para defesa contra os Mouros, já então expulsos, mas contra os piratas vikings que nesse tempo faziam incursões atrevidas pelo interior do território. O último conde desta dinastia foi Nuno Mendes até 1065. O Conde D. Henrique de Borgonha pai de D. Afonso Henriques foi Conde de Portucale a partir de 1096.
De tudo isto, que eu só aprendo agora, concluímos que como Nação viemos da Galiza e nos podemos orgulhar de que somos os galegos modernos, livres da "Doma e Castração" que representa a hostil dominação castelhana. Peçamos a Deus que saibamos conservar forte esta liberdade nacional, por muito que pese a só cretinos e calinos. Haja Deus!
Não será novidade para ninguém ver tantos governantes, democráticos, tipo Fidel (há mais de 51 anos a imperar), Gadaffi (há 40 anos), Zé Du (30), Mugabe (30), Hosni Mubarak (28), Obiama Nguema (30), Paul Biva (27),Omar al-Bashir (25), Yoweri Museveni (24), Blaise Compaore (22), Zine Al-Abidine Ben Ali (22), Kim Jong-Il (16, fora os 48 do papai), Hugo Chavez (há 12 et sempiternum), Hafez al-Assad (depois de 30 deixou o trono a seu filho) Bashar Al Assad (10 anos), Abdelaziz Bouteflika (12), sem esquecer o grande gabonês Omar Bongo (42) e agora o Gbagbo (leia-se o bembom!), e outros mais, como gostam de compartilhar o poder! E ainda aparecem na “mídia” a sorrir! Como a hiena... a rir de quê?
Estes são os linha dura. Depois há os linha “soft” aplaudidos, também, mundo fora, que choram ao largar a faca e o queijo da mão, e há ainda a linha dos xicos espertos que lutam anos, depois de terem estado no bem-bom uns quantos, para imporem um herdeiro para o trono, enquanto a sua fama de bonzinho lhe não faltar, porque esperam ansiosamente retornar. E escolhem para isso uma pessoa doente, com câncer.
Se ela – a pessoa – morrer, há sempre uma, vaga, hipótese de voltar a pôr a mão na massa, e olha que tem havido “massa” para deitar e rolar!
Pois é. Por aqui essa “jogada” também tão bem se fez, e de tal modo que o herdeiro/a recebeu a faixa presidencial, imperial.
O imperador de recesso (!), nos últimos dias da sua imperialidade, ainda quis deixar bem patente a sua marca, ao dizer que saía feliz com a crise que atingiu os EUA, a Europa e Japão (sic), declarou com veemência que não permitiria redução no orçamento do PAC (lá voltaremos), contrariou a extradição do assassino italiano, inaugurou tudo quanto pôde e não pôde, como obras ainda nem iniciadas, e tantas foram que nos últimos dias passou a inaugurá-las via Internet! E ainda inaugurou a famigerada Ferrovia Norte-Sul, prometida e jurada para terminar durante o seu mandato, da qual só se concluiu um – 1 – quilometro, que assim mesmo foi inaugurado com pompa e locomotiva enfeitada com a bandeira do Brasil! Os cem -100 – quilómetros que faltam não foram feitos... o povo não sabe disso.
Mas, a herdeira, que não é da base do PT, e nunca tinha sido política, mas burocrata, e inteligente, mesmo que aparentemente de saúde duvidosa, começou logo no primeiro dia de trabalho a mostrar quem manda:
- reduziu em 3 biliões o orçamento do PAC;
- diz que será implacável com a corrupção (isso é o que todos, em primeiro lugar querem ver);
- declarou que o assunto da extradição do tal assassino Battisti é da competência dos tribunais e não da presidência;
- lamentou a atitude do Brasil na ONU em relação ao Irão;
- declarou que a política da nossa diplomacia vai voltar ao tempo antigo! Nada de andar a bajular Fideis, Chavezs, Ahmanidejads e outras troglodíticas e perigosas cabeças. É preciso não esquecer que o Brasil, pré palhaço, teve uma das melhores e mais respeitadas diplomacias do mundo;
- e, não anda a exibir-se no espavento como o grande big líder por todo o mundo, sempre, e somente, fez!
- também afirmou que ia acabar a brincadeira de abrir embaixadas! Só no governo do imperador, abriram-se 68 – sessenta e oito – novas embaixadas, em países da maior importância estratégica/económica, como Burkina Faso, Bahamas, Belize, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis (alguém sabe onde fica?), São Vicente e Granadinas, Omã, Azerbeijão, Chipre, Botsuana, Mali, Sudão, Togo, Bangladesh, Mianmar, Coreia do Norte, e outras tantas. Fica difícil entender como não se abriram nas Maldivas, Ilhas Tonga, Niue, ou Tuvalu, onde poderia mandar construir um palácio para a nossa representação trabalhar, na sua capital, Funafuti!
Mas, enfim, ninguém dava nada pela herdeira. Era somente para ser um período tampão para o falastrão poder voltar, porque ele acha que a doença dela, com a carga do ofício a vai levar ao caixão!
Mas... parece que as coisas não vão ser tão fáceis! Mulher que lutou, deu a cara, esteve presa e torturada, não vai fazer-se agora de carneirinho às ordens do imperador, a quem, segundo noticiário, já trata pelo diminutivo: lulinha!
A crítica está atenta. Sabe-se que os primeiros seis meses vão ser muito difíceis. Mas se já começa a acreditar que ela vai mesmo tomar as rédeas na mãos, e decidir por sua própria cabeça.
Prometeu dar grande prioridade à educação (aplausos), lutar para acabar com a miséria, não pela distribuição de esmola-famílias (muito mais aplausos) mas com a criação de emprego e promover o desenvolvimento de infra-estruturas para o país poder crescer.
Se tudo isto for verdade, e todos queremos crer que sim:
- que tenha muita saúde;
- que saiba rodear-se dos melhores e não dos corruptos e devassos habituais;
- e que, pode até ter muita pena, mas tem que mandar o ex-imperadorzinho ficar quieto e não interferir, ou mandá-lo até p’ra...
O Brasil merece isso e muito mais.
Dona Dilma, os duzentos milhões de brasileiros, e o mundo inteiro, querem acreditar que a palhaçada acabou. Não os, e nos, desengane.