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A bem da Nação

DISCURSO DO ESTADO DA NAÇÃO

 

Universidade Católica Portuguesa

 

1) A média do crescimento económico é a pior dos últimos 90 anos. Fonte: Santos Pereira (2011)

 

 

 

2) A dívida pública é a maior dos últimos 160 anos Dívida pública portuguesa em % do PIB, 1850-2010. Fonte: Santos Pereira (2011)

 

 

 

3) A dívida externa é, no mínimo, a maior dos últimos 120 anos (desde que o país declarou uma bancarrota parcial em 1892) Dívida externa bruta em % do PIB, 1999-2010. Fonte: Santos Pereira (2011)

 

 

4) O desemprego é, no mínimo, o maior dos últimos 80 anos. Temos 610 mil desempregados, dos quais 300 mil são de longa duração Taxa de desemprego em Portugal, 1932-2010. Fonte: Santos Pereira (2011)

 

 

 

5) Voltámos à divergência económica com a Europa, após décadas de convergência PIB per capita português em % do PIB per capita da Europa Avançada. Fonte: Santos Pereira e Lains (2010)

 

 

6) Vivemos actualmente a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos Emigração portuguesa (milhares de pessoas), 1850-2008. Fonte: Santos Pereira (2010)

 

 

7) Temos a taxa de poupança mais baixa dos últimos 50 anos Taxa de poupança bruta, 1960-2010. Fonte: AMECO, Santos Pereira (2011)

 

O QUE VAI FICAR SÃO OS “ACÓRDOS”

 

 

Mostrei a minha indignação a respeito dos “acórdos” de que falou imoderadamente o nosso PM, opinei sobre a visível satisfação que nele provocaram os seus “acórdes” musicais de sintonia com os do PR da China e respectiva esposa – do Presidente, não da China – a quem o povo português de uma localidadezinha lusa onde se vai fabricar mais um “acordo” de o fechado, ofereceu um bule para o chá, que me pareceu piroso – o bule, não o chá - mas não tive tempo de o averiguar, distraída com o ar fechado da madame e do respectivo esposo orientais, talvez apreensivos, talvez arrogantemente depreciativos, mais uma vez falei doutoralmente em metafonia, que faz abrir certos ós plurais, como o de “fógos”, enquanto se mantêm fechados outros, como os de “acôrdos”, lembrei que a moda do “o” aberto em “acordos” pegou mesmo, pois muitos são os ilustríssimos – alguns até advogados da nossa banca ou políticos e jornalistas da nossa praça – que o proferem, sem terem o cuidado de consultar uma gramática que os esclareceria, embora isso não me admire tanto no nosso PM, que, se despreza a sua língua e a sua nação, com provas irrefutáveis, muito mais desprezará a gramática dessa língua, de preferência acedendo ao dicionário, para nele se ilustrar a respeito da deturpação capciosa do pensamento, para uma acção política caprichosamente mistificatória.

 

Logo a minha amiga, tristemente, concluiu:

 

- O que vai ficar são os “acórdos”.

 

Mas continuou, profusamente, sobre os novos habitantes:

 

- Estes vinte mil que cá estão já fecharam lojas portuguesas aos molhinhos. E não dão trabalho a ninguém. Nós sabemos muito bem como são os chineses. Ficaremos de gatas e de olhos em bico. Os gajos estão em Angola a construir sem empregados angolanos. Não compram uma pá. Tudo os acompanha. Eles trazem tudo, todo o material lá da China. Não é que o chinês não seja um povo trabalhador!

 

- Isso é – consegui meter a minha colherada – mas nunca tive confiança no “made in China”, ao contrário do “made in England”, de qualidade sólida.

 

- As coisas mudaram muito, com a fabricação em série. Mas a louça e as mobílias trabalhadas eram de grande valor e perfeição.

 

- Nunca gostei. Gosto mais do liso das nossas porcelanas e mobílias. E não confio nas comidas.

 

Mas a minha amiga não concordou, embora lamente os nossos comerciantes:

 

- O comércio mais pequeno está nas mãos deles. Cascais está cheio deles.

 

- Estamos perdidos. Mas será que entre os “acórdos” se conta o reverdecimento dos nossos campos, mesmo com as alfaias vindas da China?

 

- Não acredito. Eles lá trabalham nos campos, mas cá é no seu comércio.

 

- De quinquilharia, digo, agoniada.

 

Mas de facto também já lá comprei, que é mais barato e tem de tudo, desde roupas aos esfregões da louça, de papel de carta aos cortinados e aos chapéus de chuva… Estamos perdidos.

 

Berta Brás

AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS BRASILEIRAS

 

 

Descrição do Rio de Janeiro no século XVI (Fernão Cardim)

 

O jesuíta Padre António Vieira

Autor desconhecido

Fonte: Enciclopédia Delta Universal

 

A cidade está situada em um monte de boa vista para o mar, e dentro da barra tem uma baía que parece que a pintou o “supremo pintor e arquitecto do mundo,” Deus Nosso Senhor, e assim é coisa formosíssima e a mais aprazível que há em todo o Brasil, nem chega à vista do Mondego e Tejo. É tão capaz que terá vinte léguas em roda, cheia pelo meio de muitas ilhas frescas de grandes arvoredos, e não impendem a umas as outras, que é o que lhe dá graça; tem a barra meia légua da cidade, e no meio dela uma lájea de sessenta braças de comprimento, e bem larga que a divide pelo meio, e por ambas as partes tem caudal bastante para naus da Índia. Nesta lájea manda El Rei fazer fortaleza e ficará coisa inexpugnável, nem se lhe poderá esconder um barco. A cidade tem cento e cinquanta vizinhos com seu vigário, e muita escravaria da terra.”

Narrativa Epistolar de uma viagem

 

Fernão Cardim nasceu em ano incerto, na década de 1540 em Viana do Alentejo (Portugal), e morreu em 1625, na Aldeia de Abrantes, Bahia (Brasil). Foi um jesuíta português que em 1566 ingressou na Ordem fundada por Inácio de Loyola e que em 1583 veio para o Brasil com o governador Manuel Teles Barreto e com o visitador Cristóvão de Gouveia. Depois de percorrer as capitanias da Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, e São Vicente (São Paulo), escreveu cartas e textos importantes para a Companhia de Jesus sobre as terras do novo mundo. Suas anotações seriam posteriormente fonte de pesquisa histórica e etnográfica para colonos, missionários e estudiosos dos primeiros tempos do Brasil Colónia.

 

Fernão Cardim foi reitor do Colégio dos Jesuítas na Bahia e do Colégio de São Sebastião, em 1596, no Rio de Janeiro.

 

Em Roma é eleito Provincial do Brasil. Na viagem de volta ao país, em 1601, o barco aonde vinha é tomado pelo corsário inglês Francis Cook. Aprisionado, é levado para Londres e seus manuscritos sobre as terras, as plantas, o clima, e os índios do Brasil são confiscados. Após ser resgatado pela Companhia de Jesus, volta pela segunda vez ao Brasil e assume finalmente em 1604 o cargo de provincial. Vinte e quatro anos depois, em 1625, ano da sua morte, parte do seu trabalho (Do clima, e da terra do Brasil. Do principio e da origem dos índios do Brasil) é editado em Londres pela primeira vez, na língua inglesa, dando como autor Manuel Tristão, português que viveu muito tempo no país. Porém, no final do século XIX, o historiador brasileiro Capistrano de Abreu identificou o verdadeiro autor.

 

Após publicações em Portugal e Brasil no século XIX, Rodolfo Garcia reuniu e editou em 1925 todos os textos conhecidos da obra de Fernão Cardim sob o título Tratado da Terra e gente do Brasil.

 

No Brasil, os trabalhos escritos pelos jesuítas dos séculos XVI e XVII são na maioria das vezes descritivos, informativos, voltados principalmente para a educação e catequese dos colonos e indígenas, são as primeiras manifestações literárias brasileiras.

 

  Maria Eduarda Fagundes

Uberaba, 22/02/11

 

Fontes:

Enciclopédia Delta Universal

António Salles Campos (Português Colegial)

Wikipédia

REVOLUÇÕES E PARTIDOCRACIA

 (*)

 

 

Ter coragem física não é muito difícil;

o que é difícil e valioso é ter atitudes

racionais e coragem moral.”

(Armando Martins Janeira em

Introdução a “Antologia” de

Wenceslau de Morais)

 

Este mundo não é um mundo de anjos;

quem o julgar assim e for desiludido,

só tem que culpar a própria ingenuidade.”

Wenceslau de Morais .

 

 

Parece, só parece, que a democracia, será a menos pior forma de governo. Mas essa “coisa” de democracia há muito que sumiu da maioria dos governos do mundo. Sobram só uns tantinhos, que insistem, insistem, bradam, bradam, mas o seu exemplo não é seguido. Basta ver, por exemplo, a velha República DEMOCRÁTICA da Alemanha, a democracia em Angola, Congo, etc.!

 

A tal democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indirecta"), onde o povo expressa sua vontade (ou ignorância?) através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram, só funciona onde o nível cultural dos eleitores for MUITO alto.

 

Ao que normalmente se assiste é a um partido, por qualquer razão maioritário, alcançar o poder, e depois governar-se; a si e sua camarilha. Quando forma coligações, o escândalo aumenta, pela constante compra de votos, ficando a esperança, ao povo, o tal eleitor, que eles um dia se entendam. Porque governar para o bem de todos, do país como um todo, sem privilegiar os compadrios, ou compartidários, isso é coisa rara. Deve ser até uma espécie louca.

 

Mas é nessa espécie que os olhos do mundo se põem, à espera do milagre acontecer em todo o lugar, ou aguardando séculos de instrução e cultura, ou através de revoluções.

 

Lembram da Revolução Francesa e os anos, largos anos, de terror e total anarquia, antes da chegada de Napoleão? Se não fosse a disciplina deste homem talvez, até hoje, a França estivesse na anarquia.

 

E a bolchique, seguida de setenta anos de profundo desprezo pelo povo, em todas as repúblicas democráticas soviéticas!

 

A famosa revolução no Irão contra o babaca do Xá, transformou uma monarquia no pior governo deste planeta: a teocracia.

 

Outra revolução “popular” foi em Cuba. Deu na democracia fidelista. Há cinquenta anos!

 

A chamada Revolução dos Cravos em Portugal, teve passagens curiosas e dolorosas. Em primeiro lugar não foi uma revolução popular, como a que assistimos, torcendo para que vencessem... na Tunísia e Egipto. Os cravos que quase não existiam em Portugal chegaram na manhã da “revolução”, de Paris, aos milhares e milhares, encomendados com a devida antecedência pelo único partido organizado, clandestino, o comunista! Uma “revolução” de capitães que não queriam a concorrência de milicianos e estavam cansados da infindável “guerra colonial”; num instante foram dominados pelos comunistas que mandaram e desmandaram, enquanto, pela violência, o que lhes era ingénito, aproveitaram para saquear o país e destruir a sua economia. Quando ao fim de alguns anos se conseguiram fazer eleições, os comunistas que dominavam tudo, ou quase, receberam 10 ou 12% dos votos, grande parte deles oriundos dos que se tinham apropriado de explorações agrícolas, indústrias, bancos, etc. Que deixaram destroçados.

 

Na Polónia, no fim da II Guerra, com o exército soviético a ocupar o país, fizeram-se eleições. Os comunistas tiveram 9% dos votos e... com os outros 91% dos canhões, ali ficaram e desmandaram até ao, esse sim famoso, movimento do Solidarinosk, que culminou com eleições livres em 1989.

 

Estava aceso o rastilho que derrubaria o Muro de Berlim e logo a seguir o regime soviético.

 

Foi uma época vivida com imensa intensidade e entusiasmo por quem queria liberdade, e por aqueles que já se sentiam livres.

 

Hoje estamos numa conjuntura semelhante. A Tunísia deu o “grito” e as monarquias/ditaduras/sultanatos/sheikatos, e outras “democracias” árabes começaram a cair, mas...

 

Ninguém ainda pode prever o que se vai passar no mundo árabe. Mas sabe-se que tanto na Tunísia, como no Egipto, e ainda na Argélia, Iemen, etc., “Los Hermanos Musulmanes” são a única força organizada! Podem não ser maioria, mas...

 

Apesar de terem sido dois movimentos populares maravilhosos, os olhos do mundo estão voltados para o desenrolar dos acontecimentos, e para a esperança de autêntica, ou quase, democracia, que todos almejam e merecem, e que seria um profundo golpe nos fundamentalistas, a Al Qaeda.

 

Em Portugal havia uma sólida estrutura administrativa que nada tinha a ver com política, nem partidos (aliás só havia um, a União Nacional) e todos os serviços funcionavam normalmente. Até isso os vermelhos conseguiram desestabilizar.

 

E nestes países árabes, será que as estruturas administrativas, que estavam fortemente manietadas, vão conseguir organizar-se e funcionar, independente de quem ficar com o poder?

 

O problema se repetirá: se um partido só ganhar a maioria, pode dar mau ou péssimo resultado. Se houver que fazer coligações e os descendentes de milhares de anos de história quiserem, MESMO, um país democrático, vão ter que continuar a sair às ruas para imporem o bem geral.

 

Que Deus, Allah, Jeová, Nzimbo ou que tenha qualquer outro nome, os ajude e proteja.

 

Vamos cantar com Verdi “Gloria all' Egipto

http://www.youtube.com/watch?v=sGJOpCkEzjU

 

Rio 13/02/2010

 

Francisco Gomes de Amorim

 

(*)http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.treehugger.com/osama-bin-laden.jpeg&imgrefurl=http://www.treehugger.com/files/2010/10/bin-laden-floods-climate.php&usg=__r9Lrkm1JiUe3R4JiHAuf7itWYIo=&h=336&w=486&sz=41&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=z8N4hgKPqggewM:&tbnh=159&tbnw=213&ei=APNmTeDpB4mLswbE6bDtDA&prev=/images%3Fq%3DBin%252BLaden%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D681%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=140&oei=APNmTeDpB4mLswbE6bDtDA&page=1&ndsp=15&ved=1t:429,r:3,s:0&tx=103&ty=82

POSTAIS ILUSTRADOS L

 (*)

Libertação do influxo diabólico

 

 

 

Requiem por um sonho. Um País à deriva…

 

 

Convém não perder de vista o essencial.”

A. Palhinha Machado, do artigo sob o título

“DA MÁQUINA PARA O HOSPÍCIO – XV”,

Blogue, “A Bem da Nação”,

14 de Dezembro de 2011

 

Rapaz, aquilo que começou com flores,

vai acabar mal. Apareceram, de repente,

do nada, muitos “antifascistas encartados”

e “democratas de pincel”...

O desenvolvimento, acartado pelo progresso

inevitável, trará sofrimento e desumanidade,

se for feito sem controlo e por oportunistas

incompetentes.”

Pio Santiago

 

 

Eis a grande máxima que, este autor de textos literários, o Dr. Palhinha Machado, nos recorda: “não perder de vista o essencial”. Mas, não há volta a dar-lhe: estamos perdidos!

 

“Remoem hoje, amanhã, sempre, as mesmas palavras vulgares, para não pronunciarem as palavras definitivas.” (1)

 

Estamos perdidos! A nós, como Povo, não nos dizem coisa alguma em definitivo, nem nós temos a coragem de exigir e tomar decisões definitivas.

 

Os adiamentos, os atrasos das decisões essenciais, resultam numa catarse silenciosa e o cheiro pútrido dos gases do sistema político, assalta-nos as narinas.

 

“Aqui não andam só os vivos - andam também os mortos… todos os dias os mortos se misturam à nossa vida” (2)

 

Passámos ao estado vergonhoso da incúria pública e indeterminada por haver responsabilidades e responsáveis sem rosto que vivem da burocracia e da tecnocracia, (irmãs gémeas), que alimentam os incompetentes que vivificam nos serviços públicos e são protegidos pela classe política em troca de um voto miserável, oportunista e sandeu. Refiro-me ao caso dos idosos encontrados nas suas casas já cadáveres. É necessário um produto natural para depurar, aquele produto natural que elimina as gorduras… O Estado está gordo e engorda muita gente…

 

E o tal produto depurante, bem podia ser aquele rasgo popular bem português de 1640! Venham as fiandeiras do Porto com as maçarocas e as pedras, para alertar o Estado, este Ente gastador descontrolado, indisciplinado e alheio às dificuldades concretas do Povo, submetendo-o a taxas, entre Ministérios e Autarquias, que se duplicam todos os dias, apesar de tal prática ser inconstitucional…

 

Restauremos o 25 de Abril de 1974, mas, desta vez, com saneamentos sérios dos comprovadamente corruptos, não saneamentos ideológicos, nem manipulados por votações de braço no ar, (todos temos direito à Liberdade de Pensamento conquistada pelos Militares de Abril e ao segredo do voto.). Usando as maçarocas das fiandeiras do Porto, mocas de Rio Maior e paus de Trás-os-Montes, manuseados por pauliteiros competentes, podemos restaurar a Democracia, a verdadeira, a única tolerável, com Partidos, mas sem ditadura partidocrática.

 

Exijamos a presença e estimulemos a presença de políticos novos, inteligentes e honestos para conduzirem o país e estabeleçamos, logo à partida, a seguinte regra: “Quem estiver em lugares públicos de desempenho político mais de 25 anos, reforma-se e dá lugar a outros”. Uma sugestão aos Ministros do Trabalho e Segurança Social e da Administração Interna: Srs. Ministros, V. Exas. criam uma pareceria com as Autarquias e põem esta gente a trabalhar como voluntários em equipas de contacto de proximidade a apoiar os idosos solitários e, em resultado, chamam à responsabilidade os familiares directos pelo acompanhamento dos seus velhos, propondo a criação, no ordenamento penal português, da figura do crime de abandono de familiar idoso. Se o Sr. Primeiro-Ministro quiser até faço o texto do artigo e não cobro nada por isso.

 

Como escreveu Mário Crespo, esta gente deve-me muito dinheiro. É altura de pagar, saindo da vida pública política da engorda e passando ao trabalho voluntário a bem da comunidade. Se os Srs. Ministros não sabem fazer isso, eu apresento um esquema em projecto ao Sr. Primeiro-Ministro, com exemplos e tudo, e faço de graça.

 

O essencial é não perder o essencial de vista, para não virmos amanhã a cantar uma missa de defunto ao sonho de 1974 e podermos regressar conscientemente à rota do caminho marítimo para a Democracia.

 

Isto que agora temos é que é coisa nenhuma…

 

Fico-me, por aqui, deixando-vos com Winston Churchill: “Os homens tropeçam por vezes na verdade, mas a maior parte torna a levantar-se e continua depressa o seu caminho, como se nada tivesse acontecido.”

 

Luís Santiago(3) Luís Santiago

 

(*)http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20P%C3%A1gina/As%20Grandiosas%20Ora%C3%A7%C3%B5es/Ora%C3%A7%C3%A3o%20para%20pedir%20a%20Deus%20a%20liberta%C3%A7%C3%A3o%20do%20influxo%20diab%C3%B3lico.htm

CATURRICES 22

 (*)

SAIR DA CRISE A NAVEGAR E A VOAR - XIX

 

 

 Não restam dúvidas de que o Brasil é, e será, o Estado ribeirinho dominante no Atlântico Sul – onde projecta uma presença assaz discreta, diga-se de passagem. Mas isso não chega para fazer de “el charco” (é assim que os argentinos se referem carinhosamente ao oceano) um pólo geoestratégico. Terá de haver parceiros à altura na margem oposta.

 

 Angola é o primeiro candidato que vem à ideia, apesar das suas actuais debilidades. Mas, para tal, são imprescindíveis:

(1) portos marítimos eficientes ligados ao interior do continente (para Norte, para Leste e para Sul) por ferrovias capazes;

(2) e um hub intercontinental que satisfaça os padrões internacionais da aviação comercial.

 

 Uma possibilidade que desaparecerá se esse hub vier a ser localizado na Zâmbia (Lusaka?). Se isso acontecer, Angola ficará, no melhor dos cenários, como um território:

- Por onde transitam mercadorias;

- Que gera, apenas, procuras de transporte aéreo que aí tenham origem ou destino (designadas por “procuras locais” de transporte aéreo);

- Remetido para a periferia distante dos pólos geoestratégicos, em cujos mercados a sua economia (dos minérios à produção agro-pecuária, a indústria ainda vem longe) terá de competir onerada pela distância;

- Totalmente dependente do que acontecer nos restantes países da SADC (Southern African Development Community).

 

 A oferta de transporte aéreo (passageiros e carga) à roda do Globo está hoje perfeitamente estruturada em torno de 3 Grupos (indico, para cada um deles, as companhias aéreas de referência no Atlântico Sul, apenas): Sky Team (Air France/KLM), One World (British Airways, IBERIA, LanCHILE), Star Alliance (TAP e, em menor escala, Lufthansa).

 

 O que não está ainda completada é a rede mundial de aeroportos, que será formada por hubs intercontinentais, hubs regionais e aeroportos locais (escrevi sobre isto no semanário “O Independente”, entre Janeiro e Março de 2006, e nas Curtinhas 36 a 40 e 42 a 48, entre Abril e Setembro de 2007).

 

 Para atingir a máxima rentabilidade numa rota intercontinental (ou “de longo curso”) é determinante que o tempo de viagem, em condições normais de voo, não exceda 9 ½ horas. Só assim:

(1) uma aeronave poderá fazer diariamente uma rotação completa (ida e volta no mesmo dia), já contando com pequenos imprevistos;

(2) será possível minimizar, simultaneamente, o custo imputado da aeronave e o custo da permanência em aeroportos.

 

 9 ½ horas é o tempo médio de viagem entre S. Paulo (ou Rio de Janeiro) e Lisboa (Portela ou Alcochete). Para Madrid (Barajas) há que adicionar 50-55 minutos - e para Paris (Charles DeGaulle ou Orly) ou Londres (Heathrow ou Gatwick) mais 2 ¼ horas (aprox.).

 

 Uma vez que S. Paulo é (porque reúne todas as condições para ser) o hub intercontinental de referência na América do Sul, a rota transoceânica S.Paulo/Lisboa é a que permite o menor custo por lugar oferecido – um custo significativamente inferior aos das rotas que têm no outro extremo Madrid, Paris ou Londres. E a TAP (sem concorrência nessa rota, após o desaparecimento da VARIG) tem tirado bom proveito disso (com preços exorbitantes, forçoso é reconhecer).

 

 Por outra parte, é de prever que a tecnologia na aviação comercial conheça, no futuro próximo, substanciais avanços nos vectores “fiabilidade”, “capacidade/payload” e “consumo/poluição”, mas não quanto a “velocidade de cruzeiro” – pelo que o raciocínio acabado de expor deve permanecer válido, mesmo com a nova geração de aeronaves.

 

 A rota Lisboa/Luanda (mas poderia se Lisboa/Saurimo ou Lisboa/Huambo) fica confortavelmente aquém das 9 ½ horas (e a TAP faz uma rotação completa/aeronave). Tal como não excedem essa duração limite as rotas Madrid/Lusaka (One World) ou Paris/Lusaka (Sky Team).

 

1ª conclusão (óbvia): um hub intercontinental da África Austral localizado em território angolano só terá vantagens competitivas se existir um hub intercontinental em Lisboa.

 

2ª conclusão (não tão óbvia): o pólo geoestratégico do Atlântico Sul só surgirá se o hub intercontinental da África Austral ficar localizado em território angolano.

 

3ª conclusão (ainda menos óbvia, mas perfeitamente demonstrável): o pólo do Atlântico Sul conferirá à economia portuguesa uma posição de charneira incontornável (entre a Europa a América do Sul e a África Ocidental), tanto para passageiros como para mercadorias (uma espécie de EUA em ponto pequenino, irrepetível noutra qualquer parte do mundo).

 

4ª conclusão (igualmente demonstrável): se o pólo do Atlântico Sul não conseguir ganhar expressão, a economia de Angola perde (remetida como fica a uma posição periférica na SADC) e será mais difícil rentabilizar plenamente o hub intercontinental de Lisboa.

 

5ª conclusão (não menos demonstrável): a maior vantagem que o pólo do Atlântico Sul terá para oferecer ao Brasil consiste no preço das passagens aéreas de e para a Europa Ocidental - pelo que não é de esperar que esta perspectiva lhe desperte um entusiasmo por aí além.

 

6ª conclusão (óbvia): sem o pólo do Atlântico Sul o primeiro perdedor, entre nós, mas longe de ser o único, será a TAP, que terá mais dificuldade para se afirmar como membro proeminente do exclusivo clube dos carriers intercontinentais.

 

7ª conclusão (óbvia): os estudos que fundamentam o NAL, na medida em que colocam a tónica nas procuras locais de transporte aéreo e ignoram a função hub intercontinental, são completamente inúteis para o que interessa decidir.

 

8ª conclusão (também óbvia): Jo’burg não deverá manter a posição de hub intercontinental para a África Austral por muitos mais anos.

 

9ª conclusão (de palpite): Brasil e Angola são dois países unidos pela língua, com interesses comuns em quase todas as actividades económicas (nomeadamente na agricultura e pecuária), mas que o petróleo tende a separar – por isso, o pólo do Atlântico Sul necessita de ser triangular, cabendo ao vértice português, desde logo, assegurar que a ligação (por mar e pelo ar) dessa área à Europa Ocidental seja optimizada.

 

 Resta a pergunta fatal: neste contexto multipolar, o NAL será, ou não, mais um “elefante branco”?

 

 Neste momento, não tenho condições de responder com segurança. Mas, caro Leitor, se quiser ter a resposta, não encomende estudos a consultores de grande prestígio internacional - que só perde tempo e dinheiro:

- Meta-se no avião (de preferência acompanhado por alguém qualificado da TAP);

- Vá à sede da Lufthansa (Star Alliance) e pergunte se lhes interessa dispor de um hub intercontinental em Portugal (isto é, que volume de tráfego preveriam passar por aqui) e em que condições;

- Se a resposta for positiva (como aposto que será), no regresso passe por Paris e faça as mesmas perguntas à Sky Team;

- Baseado nas previsões de tráfego assim recolhidas, estimar as receitas potenciais do NAL está ao alcance de uma simples folha de cálculo – e o custo máximo admissível para o investimento ficará logo claramente determinado;

- Assegurar a cobertura financeira do investimento (sempre que aquele custo máximo seja respeitado), tendo presente as utilizações previstas por Star Alliance e Sky Team, é coisa para uma meia dúzia de telefonemas, não mais – sem que o Estado gaste 1 ¢.

 

 Complicado? Só se o Governo quiser:

- Sobrecarregar o investimento (que pouco terá a ver com as procuras locais de transporte aéreo) com uma ponte exuberante num local pouco apropriado (quando um túnel, um pouco mais a montante do rio, é a solução apropriada).

- E, de caminho, imitar Salazar quando ele decidiu, de dedo em riste: “Quero obra que se veja. Ponte!”. E é assim que hoje nos orgulhamos da Ponte sobre o Tejo.

 

FIM 

 

 A.PALHINHA MACHADO

 

(*)http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.wings900.com/cms/images/stories/jreviews/32204_TAP01_1227063164.jpg&imgrefurl=http://www.wings900.com/cms/reviews/commercial/herpa-wings-tap-a340-1-500.html&usg=__2Z0i8IVYJgfW395knYIM3hgdlH8=&h=394&w=800&sz=42&hl=pt-pt&start=60&zoom=1&tbnid=n3nQBk6lafFpKM:&tbnh=127&tbnw=258&ei=M9hkTfDMKMKu8gP8neHvBg&prev=/images%3Fq%3Dtap%2Bportugal%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D681%26tbs%3Disch:10%2C2757&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=405&vpy=213&dur=171&hovh=157&hovw=320&tx=108&ty=98&oei=DthkTbH7JYLsOYe_-d4F&page=6&ndsp=10&ved=1t:429,r:1,s:60&biw=1007&bih=681

OBESIDADE MENTAL

 

 

O professor Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.

 

Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.

 

«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses

 

Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas.

 

Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.

 

«Os cozinheiros desta magna fast food intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação

 

O problema central está na família e na escola.

 

«Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas. Com uma “alimentação intelectual” tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada

 

Num dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma:

 

«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular

 

O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.

 

 «Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais

 

Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.

 

«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».

 

As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.

 

«Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia.»

 

Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.

 

Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade.

 

O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.

 

O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.

 

Autor não identificado

 

CATURRICES 21

  (*)

 

SAIR DA CRISE A NAVEGAR E A VOAR - XVIII

 

 Como assim? Num momento como este, de sufocante aperto financeiro, quando parece que nada saiu certo nestes últimos vinte anos, vir defender o NAL, um óbvio “elefante branco”? É mais um que a crise ensandeceu!

 

 Calma, Leitor, eu explico. Mas terá de ter a paciência de me acompanhar numa longa caminhada.

 

 Com a Conferência de Berlim (1885), o mundo passou a ter, pela primeira vez na História, um único centro de gravidade: a Europa Ocidental. A 1ª GG (com a ajuda da Grande Depressão de 1929-33) vai deslocá-lo mais para o Ocidente, para o Atlântico Norte – nada de mais. E por lá se manteve até ontem.

 

 Mesmo com o surgimento económico do Japão, nos anos ‘60, e, mais recentemente, dos Tigres Asiáticos, o epicentro do mundo continuava a ser o Atlântico Norte:

(1) era para lá que confluía o capital financeiro;

(2) era de lá que partiam os grandes fluxos de investimento;

(3) era a procura aí gerada que justificava tecnologias e absorvia excedentes.

 

 A entrada em força da China (e, em menor escala, da Índia) no comércio mundial e a crise financeira de 2007/2009 puseram fim a este estado de coisas – apanhando de surpresa Europa Ocidental e EUA, que tinham a situação de privilégio por imutável e eterna.

 

 É banal afirmar, agora, que está em gestação um mundo multipolar. Mas já terá interesse investigar o que é que isso significa para nós, portugueses. E, como veremos, significa muitíssimo.

 

 Desenham-se presentemente quatro pólos geoestratégicos caracterizados pelas manchas de maior intensidade na movimentação de capitais, mercadorias e serviços (mas não tanto, de pessoas):

- O que vem do passado, o Atlântico Norte – e que continuará a ter o inglês como língua franca;

- O Pacífico Norte, que promete ser o mais pujante no futuro próximo – também com o inglês (aqui made in USA) como língua franca;

- O Índico Oriental, que se encontra ainda em embrião, a aguardar que a Índia desponte em força – de novo, o inglês (ou, talvez, o “Hinglish”) como língua franca;

- O Atlântico Sul, envolvendo a África Ocidental e praticamente toda a América do Sul – que ainda hesita entre o inglês e o português (falta à língua castelhana uma presença forte na África Ocidental para ser um candidato a língua franca com hipóteses).

 

 Nesta nova arquitectura mundial:

(1) os EUA continuarão a dominar - já que serão a única potência a integrar dois pólos (o Atlântico Norte e o Pacífico Norte) e a ter um outro (o Atlântico Sul) ao alcance do braço;

(2) e a Rússia, uma super-potência do passado recente, será remetida, de novo, para uma posição periférica. Mas é o pólo do Atlântico Sul que aqui interessa (pelo menos tanto quanto interessa ao Governo dos EUA).

 

 O Atlântico Sul tem por alicerces “naturais” o Brasil (a Ocidente) e Angola (a Oriente). Com dois arquipélagos (Cabo Verde e São Tomé e Príncipe) a servirem de barreira de contenção (numa espécie de cobertura à zona) a outros candidatos ribeirinhos bem posicionados para determinar a geometria deste pólo: Senegal, Guiné/Conakri e, principalmente, Nigéria (pela dimensão populacional e pela riqueza em combustíveis fósseis).

 

 A África do Sul encontra-se demasiado distante do Atlântico Norte e do Pacífico Norte, e não conseguiria dar resposta economicamente satisfatória ao problema da movimentação de mercadorias de e para o interior do continente africano.

 

 Angola, Brasil, Cabo Verde e S.Tomé, países de língua portuguesa. Senegal e Guiné/Conakri (com fracos argumentos a favor, até porque estão localizados muito a Norte), de língua francesa (com nulas hipóteses para se tornar a língua franca deste pólo). Nigéria, cuja língua oficial é o inglês - que se imporá, fatalmente, como língua franca, caso seja este país, e não Angola, a economia dominante na margem oriental do Atlântico Sul.

 

 Neste pólo, o Brasil tem lugar cativo:

(1) nenhum outro país lhe disputa a dominância na margem ocidental do Atlântico Sul (a Argentina está demasiado a Sul);

(2) dispõe de uma base industrial importante, inovadora, competitiva e muito dinâmica;

(3) é rico em minerais e em combustíveis fósseis (ainda que de difícil acesso e com custos de extracção muito altos);

(4) acima de tudo, domina como ninguém a agricultura e a pecuária tropicais (ou de “cerrado”) - o que lhe permite produzir grandes volumes de excedentes alimentares exportáveis e o torna parceiro privilegiado no desenvolvimento dos países da África a Sul do Sahara.

 

 Angola:

(1) também é excepcionalmente rica em combustíveis fósseis e numa vasta gama de minérios (diamantes, ferro, prata, areias finas, etc.);

(2) tem bons portos naturais;

(3) dispõe de excelentes pesqueiros;

(4) possui o que são, talvez, as últimas grandes extensões de solos férteis ainda por cultivar;

(5) e, mais que tudo, tem em abundância a água que falta ao cone sul de África.

 

 Mas tem contra ela o facto:

(1) de ser deficitária em bens de toda a ordem (sobretudo, alimentares) que tem de importar;

(2) de se encontrar numa fase muito preliminar de um processo de desenvolvimento económico que tem sido gerido de forma algo inconsequente;

(3) de carecer de base industrial;

(4) de, por lá, ser ainda ténue a segurança jurídica. Nada disto é irresolúvel, mas vai demorar o seu tempo a resolver.

 

 Outros alicerces possíveis para o pólo do Atlântico Sul, no caso de Angola não oferecer condições suficientes, são:

(1) a Nigéria – que lhe proporcionaria uma configuração típica, onde predominariam os hubs de transporte marítimo de mercadorias;

(2) a Zâmbia – que, por ser um país interior, descaracterizaria o Atlântico Sul como verdadeiro pólo geoestratégico, ficando, então, tudo como até agora (os países do Atlântico Sul manteriam ligações de periferia com os dois pólos já em actividade: Atlântico Norte e Pacífico Norte).

 

 Apesar de todas as suas fragilidades, Angola tem um trunfo forte para jogar: a sua localização geográfica – ideal para a concentração e distribuição de pessoas (transporte aéreo) e mercadorias (transporte marítimo) em viagens intercontinentais.

 

 Os seus portos marítimos são incontornáveis para as economias do interior do continente africano a Sul do Equador, até mesmo para a ligação da África do Sul ao Atlântico - assim existam ferrovias fiáveis. E na região do Golfo da Guiné, são vários os portos candidatos a desempenhar essa função em benefício das economias circunvizinhas.

 

 A sorte do Atlântico Sul como pólo geoestratégico depende, então, da capacidade de Angola criar um hub intercontinental para o transporte aéreo de passageiros – que pode ser: em Luanda, em Huambo (antiga Nova Lisboa) ou em Saurimo (antiga Henrique de Carvalho). Seria o hub da margem oriental do Atlântico Sul – de par com Rio de Janeiro e S. Paulo, na contra-margem.

 

 É aqui que entra em cena o NAL.

 

(cont.)

 

 

  A.PALHINHA MACHADO

 

 

(*)http://g.imagehost.org/0681/1055229.jpg

NA ESCRITA...

 

...A ORDEM DOS FACTORES NÃO É ARBITRÁRIA

 

Quentura de alma e queixume de corpo” é uma frase que ouvi a António Torrado quando há dias entrevistado na Antena 2 da RDP.

 

Se a ordem dos factores fosse arbitrária, a frase transformar-se-ia em “quentura de corpo e queixume de alma” o que, convenhamos, adquire um significado bem diferente do da frase original.

 

Continuemos…

 

Lisboa, Fevereiro de 2011

 

Henrique Salles da Fonseca

George Bernard Shaw

(*)

 

Disse George Bernard Shaw, o famoso e espirituoso escritor irlandês: "A generalidade das pessoas só pensa duas ou três vezes por ano. Eu, porém, ganhei uma reputação internacional, pensando duas vezes por semana".

 

Consta que Shaw um dia encontrou-se com uma também famosa actriz ou bailarina inglesa, Isadora Duncan, se não estou muito em erro. Diz-lhe ela: "Imagine, Sr. Shaw, como seria um filho nosso com a sua inteligência e a minha beleza...".

Responde Shaw: " E se tivesse a minha beleza e a sua inteligência?".

 

Certo dia arengava a uma pequena multidão em cima duma barrica de madeira, quando esta rebenta...: "É para verem o peso dos meus argumentos!"

 

Homens destes são preciosos, pois dão um extraordinário encanto à vida. Rendamo-lhes homenagem. Não se deixam ofender, nem ofendem. O seu espírito tem a leveza duma morna brisa matinal em campo aberto, puro e perfumado.

 

Nós, Portugueses (e julgo por mim) não temos esta graça. A nossa é pesada, com socos nos pés, e barrete saloio na cabeça. Somos directos, não sabemos cobrir a nossa rudeza com um leve véu de encanto, e quando somos poetas, somos chorões. Ah, meu Deus, quantos defeitos eu não tenho! E já não tenho tempo de me emendar! Mea culpa!

 

 Joaquim Reis

 

(*)http://www.google.pt/imgres?imgurl=https://1.bp.blogspot.com/_HqzvwtKwIiA/S8oPQk8lPoI/AAAAAAAAA1k/LFZOdVjhMBA/s1600/2.jpg&imgrefurl=http://conexaobrasilirlanda.blogspot.com/2010_04_01_archive.html&usg=__lu1P-xV2qb6snIXIceyA2kBIgfQ=&h=599&w=448&sz=42&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=a8YTeWSN-xPmIM:&tbnh=126&tbnw=97&ei=MH5fTcP1FoudgQeZpdzFAQ&prev=/images%3Fq%3DGeorge%252BBernard%252BShaw%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D681%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=221&vpy=182&dur=1888&hovh=260&hovw=194&tx=79&ty=137&oei=MH5fTcP1FoudgQeZpdzFAQ&page=1&ndsp=28&ved=1t:429,r:8,s:0

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