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A bem da Nação

ALIANÇA NAVAL

 

Castelo de Tavira e torre da Igreja de Santa Maria, ex-minarete da mesquita

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Corria o ano de 1156 e, submetido o Gharb ao novo poder Almóada, decidiu o Emir aniquilar a resistência que se mantinha no Al Andaluz nomeando o seu próprio filho Ibn Said para o cargo de Governador de Córdova e de Sevilha. Pouco depois de assumir a função, Ibn Said nomeou novos Governadores para Silves e para Beja mas nada conseguiu relativamente a Tavira e a Alcácer do Sal, verdadeiras «repúblicas marítimas», que haviam estabelecido uma Aliança de protecção mútua e que, dispondo de importantes frotas militares, facilmente resistiam aos cercos almóadas.

 

Tavira era dirigida pela família Banu al-Wahibi à qual pertencia Ali Ibn al-Wahibi que em 1158 foi convidado pelos habitantes de Alcácer do Sal a assumir a governação da «república» do Sado. Mas a cidade estaria um tanto depauperada pelos frequentes confrontos militares com as forças cristãs e o novo Governador conseguiu secretamente estabelecer um período de tréguas com Ibn al-Rink, o filho de Henrique, ou seja, Afonso Henriques. O pior é que a população descobriu o segredo e, irada, decapitou-o espetando a cabeça na ponta da lança que se dizia ter-lhe sido oferecida pelo nosso Rei fundador.

 

Alcácer do Sal

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4f/Alcacer_do_Sal_Sado.jpeg

 

Alcácer do Sal não caiu na posse dos Almóadas pois foi conquistada em 1160 pelas forças portuguesas; Tavira manteve o seu estatuto de Taifa independente até 1168 integrando-se então no Califado até que em 11 de Junho de 1239 foi conquistada por D. Paio Peres Correia, Grão-mestre da Ordem de Santiago. Até hoje, sempre cristã.

 

Abril de 2010

 

 Henrique Salles da Fonseca

 

BIBLIOGRAFIA

Mattoso, José – D. Afonso Henriques, Clube de Leitores, Lisboa, Ed. 2006

“Olhai os lírios do campo”

 

 

O texto é de António Cerveira Pinto. Saído no blog “A Bem da Nação”. Um texto extremamente bem escrito sobre o problema da Educação, a propósito do programa “Plano Inclinado” da SIC, que Cerveira Pinto considera arrastado, com alguma pertinência. Também me parece a mim, mas pela inutilidade de uma chamada à razão de uma Nação que cada vez mais vai petrificando numa irracional bestialidade de mau agoiro, comandada por dirigentes que tudo fizeram para estilhaçar o sentido nobre do termo, de formação do espírito, instrução, reduzindo-o ao sentido primeiro, de criação dos animais, cultivo das plantas.

 

Cerveira Pinto acentua duas tendências no ensino, desde a década de setenta, o da “massificação” e o da “qualidade”, este “diversificado, cada vez mais especializado e sujeito a critérios exigentes de avaliação”.

 

O primeiro “orientado para as estatísticas e para a ocupação de exércitos crescentes de indivíduos sem lugar no mercado de trabalho, nem sequer nas actividades de diversa índole, burocrática, educativa, médica, social, ambiental, etc, que os governos têm vindo a promover... Um ensino tolerante, sobretudo destinado a ocupar os tempos livres da juventude enquanto cresce, proporcionando-lhes ambientes cognitivos e criativos tendencialmente imersivos... Tudo o que as mais recentes e escandalosas reformas educativas têm vindo a introduzir no nosso sistema de ensino...”.

 

“Mas também houve, há e haverá sempre um ensino reservado à formação das elites dirigentes e à produção efectiva do saber, onde a exigência e a competição são cada vez maiores...”.

 

Em tempos passados havia também duas espécies de ensino: o técnico, mais voltado para as técnicas comerciais ou industriais, dizia-se mais tolerante do ponto de vista cultural, o liceal sendo um ensino direccionado para os quadros futuros, naturalmente de formação cultural mais exigente.

 

Dei aulas no ensino liceal e no ensino técnico, nunca soube distinguir tais disparidades, e ajudei a formar brilhantes alunos na Escola Comercial que, ingressados na Secção Preparatória, correspondente ao 6º e 7º anos do liceu, puderam singrar pelo ensino superior.

 

Sei quanto a unificação do ensino, concomitante com a massificação geral, técnicas e liceus reduzidos à designação genérica de escolas secundárias, conduziram ao estado caótico que a tal tolerância pedagógica, acompanhada que foi pela permissividade a todas as indisciplinas propostas pelas “mais recentes reformas pedagógicas” contribuiu para fortalecer.

 

Não vejo é como, num país com tais parâmetros educativos, se pode falar em ensino dirigido às elites, como afirma Cerveira Pinto. Sabemos o modo de formação apadrinhado de algumas dessas elites governativas ou outras. Por altura da Queima das Fitas vemos a falta de compostura de tanta dessa mocidade de futuros educadores, saída das universidades. Não vemos razão para acreditar nela, a não ser naqueles que, vivendo à margem desses desconchavos educacionais, por motivos vários – interesse cultural, acompanhamento familiar, bom nível educativo, etc – podem formar as tais elites referidas.

 

Transcrevo os dois parágrafos finais deste enigmático texto:

 

“Enquanto não formos capazes de pensar numa sociedade pós-capitalista, onde a actividade humana substitua a exploração do trabalho, ou pelo menos possa caminhar a seu lado como horizonte possível de libertação sem se ver castigada por regimes irracionais e improdutivos de sujeição disciplinar ao Estado fiscal, a discussão sobre a crise educativa será sempre um tumulto de vozes sem sentido.

 

"Olhai para os artistas livres, apreciai o perfume de um botão de rosa prestes a desabrochar e só depois falai de educação. Não é trabalho aquilo de que precisamos no futuro. Mas sim de arte, de partilha de bens e serviços, de festas e de um novo horizonte amoroso. É muito mais difícil do que disputar as migalhas minguantes dos orçamentos. Mas é sem dúvida muito mais estimulante para a nossa sensibilidade e para a nossa inteligência”.

 

Decididamente, não compreendemos a tese de Cerveira Pinto. Podemos aceitar a discordância sobre um programa condenatório, dum modo geral, do que vai mal no ensino, ou no país, atribuindo tal discordância a uma visão cegamente chauvinista, ou, como neste caso, a um entendimento superior e vaidoso de um problema já sem solução, e cuja discussão na praça pública fere os nervos desse alguém superior.

 

Mas após uma análise pertinente do ensino, em que se parece condenar as políticas educativas, concluir com observações utópicas sobre as transformações sociais que implicam uma mudança radical das estruturas mentais humanas referentes aos interesses que têm regido o evoluir das sociedades – a luta natural pelo capital, o esforço de cada um para alcançar o seu bem-estar, passando embora pelos atropelos de quem consegue alcançar mais, para finalizar com o apelo a uma vivência na liberdade sem sujeições, nem a princípios nem a convenções, parece isso antes uma proposta de troça, uma inesperada consideração anárquica bastante desonesta.

 

Em boa verdade vos digo que longe vão os tempos em que Cristo pregava esses desprendimentos materialistas, ou, segundo o Evangelho de S. Mateus (6. 34): “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo”.

 

Por isso finalizo este comentário alargado com o breve comentário que nesse texto apus, com a indignação de quem discorda destas formas perversas orientadoras da opinião pública com a autoridade de um pseudo-saber que não é mais do que armadilha para converter inocentes. Ou idiotas.

 

“Parece-me bem leviana a forma como se avalia o actual sistema educativo português. Para docentes briosos, para discentes também, que vivem actualmente as misérias de uma contínua degradação nos saberes e nos comportamentos escolares, para os portugueses que desejariam para o seu país um desenvolvimento que não lhes pode ser proporcionado no actual estado de coisas, sujeitos sempre à infâmia de serem considerados os últimos a nível europeu e não só, considerar que arte é do que se precisa para a resolução das nossas misérias culturais, morais, económicas etc, creio que só para rir. Se é que não se esteve a rir de todos o senhor que subscreve o texto.

 

Berta Brás

REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE PORTUGUESA PELOS JUDEUS SEFARDITAS

http://www.aran.pt/adm/images/Assembleia%20da%20Republica.jpg

 

 

Assembleia da República

 

Grupo Parlamentar do CDS-PP

 

PERGUNTAS (parlamentares) [entrada: 10MAI10]

 

Assunto: Retorno de judeus expulsos. O problema da reaquisição da nacionalidade portuguesa pelos judeus sefarditas.

 

Destinatários: Ministro da Justiça e Ministro da Administração Interna

 

Exmº Sr. Presidente da Assembleia da República

 

Considerando que:

 

(a) Fui abordado por representantes da comunidade de judeus sefarditas, residentes no estrangeiro, que desejam poder recuperar a nacionalidade portuguesa que foi a de seus antepassados.

 

(b) Os judeus sefarditas foram expulsos de Portugal ou forçados ao exílio a partir das perseguições de finais do século XV, continuando a considerar-se e a referir-se a si mesmos como “judeus portugueses” ou “judeus da Nação portuguesa”.

 

(c) Presentemente, constituem um grupo pequeno, tendo alguns membros cidadania israelita, sendo que a maioria vive no Brasil na maior parte do tempo e correspondendo quase todos a indivíduos com educação de nível superior, em geral profissionais liberais e que, na maioria, falam mais do que o português.

 

(d) Há muitos judeus sefarditas que aspiram a recuperar a nacionalidade portuguesa, de que se encontram privados mercê da expulsão e/ou exílio forçado dos seus antepassados.

 

(e) A Espanha – que fez expulsões similares às ocorridas em Portugal – já adoptou legislação, desde 1982, que permite a naturalização dos judeus sefarditas de origem espanhola ao fim de dois anos de residência em Espanha, à semelhança da norma aplicável a um conjunto limitado de origens específicas. E, em 2008, adoptou a possibilidade por “carta de natureza” e atribuiu a nacionalidade espanhola, independentemente de residência, a judeus sefarditas, mercê unicamente de um conjunto de indicadores objectivos (apelidos, idioma familiar) e competente certificação pelo rabino da comunidade.

 

(f) Os judeus sefarditas interessados em recuperar a nacionalidade portuguesa sublinham que outros países, como a Grécia, já adoptaram legislação de reaquisição de nacionalidade por judeus expulsos e seus descendentes e que a própria Alemanha o fez, face à tragédia mais recente.

 

(g) Portugal é dos poucos países, senão o único, que não dispõe de normas para reaquisição de nacionalidade pelos descendentes de judeus expulsos.

 

Assim, tendo presente as normas constitucionais e regimentais aplicáveis, O Deputado do CDS-PP, abaixo-assinado, vem por este meio requerer ao Ministro da Justiça e ao Ministro da Administração Interna, por intermédio de Vossa Excelência, nos termos e fundamentos que antecedem, a resposta às seguintes perguntas:

 

1. Tem conhecimento da situação e desta aspiração dos judeus sefarditas de origem portuguesa?

 

2. Considera que é possível atender a sua pretensão de reaquisição da nacionalidade portuguesa, no quadro da lei e da regulamentação vigentes? Por que modo?

 

3. Não havendo legislação vigente que possa satisfazer a aspiração dos judeus sefarditas de origem portuguesa, está aberto a que possa ser adoptada proximamente? Concorda nomeadamente com a adopção em Portugal de um regime de naturalização dos judeus sefarditas originários de Portugal similar ao que já vigora na vizinha Espanha?

 

Palácio de São Bento, 10 de Maio de 2010

 

O Deputado

José Ribeiro e Castro

SUGESTÃO DE LEITURA – 1

 

Título: GEORGE ORWELL, UMA BIOGRAFIA POLÍTICA

Autor: John Newsinger

Tradução: Fernando Gonçalves

Editora: ANTÍGONA

 

 

John Newsinger traça a evolução do pensamento político de Orwell, desde os tempos de polícia colonial na Birmânia, quando despertou para a violenta e cruel realidade do Império Britânico, passando pelos seus dias de penúria em Paris e em Londres, até à sua morte.

 

Marcado pelas experiências na Guerra Civil de Espanha em que viu a utopia feita revolução traída pelos comunistas ao serviço de Estaline, Orwell viria a tornar-se socialista revolucionário, opondo-se ferozmente ao estalinismo. Esta posição, que manteve até ao fim, valeu-lhe o exílio por parte da esquerda e da direita que, ironicamente, se aproveitaram e ainda aproveitam da sua obra literária.

 

Episódios controversos como a famigerada «denúncia» de nomes associados à ideologia comunista, ou a sua aversão às atitudes pacifistas de Ghandi, são aqui vistos a uma nova luz e analisados no seu contexto. Num retrato distanciado e bem documentado, Newsinger desvenda-nos um Orwell menos conhecido do leitor comum, mas fundamental para a compreensão das suas concepções políticas – o Orwell combatente, jornalista e ensaísta – e das realidades que viveu.

 

Autor de diversas obras e artigos, John Newsinger é professor de História na Bath Spa University, em Inglaterra

OS FOGOS FLORESTAIS NA ECONOMIA DO PAÍS

 

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Aprendia qualquer engenheiro silvicultor ou qualquer engenheiro agrónomo que o combate aos fogos florestais se faz principalmente (talvez 90 a 95 %) por prevenção e, seguidamente, por detecção precoce.

 

A razão do facto é que, depois de desencadeados e de terem tomado alguma amplitude, o combate a esses fogos é muito difícil, relativamente pouco eficiente e muitíssimo dispendioso. Aos custos dos meios de combate há a somar o valor do material vegetal ardido, os prejuízos de natureza ecológica, às vezes casas destruídas pelo fogo e, não raramente, a perda de algumas vidas.

 

A prevenção faz-se de várias formas. A primeira é um bom ordenamento florestal, evitando um contínuo vegetal da mesma espécie, com dimensão exagerada. Na implantação (ou posteriormente, se se está perante uma qualquer mancha florestal já instalada) é necessário deixar suficientes aceiros, orientados conforme a orografia e os ventos dominantes na época estival. A área de floresta “perdida” nestes aceiros é compensada, não só pela defesa contra os fogos, mas por facilitarem os acessos aos diferentes pontos da floresta, importantes para as diferentes operações e transporte dos produtos. Podem ter ainda outras utilizações, como para pastagens, para a instalação de apiários e para o turismo.

 

A “limpeza” das florestas, de que tanto se falou recentemente, só raramente é viável, dado o seu elevado custo e outros inconvenientes. Era normal quando os matos eram usados em camas de gado, por exemplo. Mas sob coberto é possível ter uma boa flora melífera, plantas aromáticas e medicinais ou de pequenos frutos, assim aumentando muito o valor da produção da área ocupada. Os cogumelos podem ser, em muitos casos, outra excelente fonte de rendimento.

 

A detecção precoce era, no passado, feita essencialmente com postos de vigia, localizados em pontos altos. Pelo menos nalguns casos, penso que continuam a ser usados.

 

Em tempos recentes, um novo processo veio a ser adicionado aos existentes: a vigia feita do ar por aviões ligeiros ou mesmo ultra-ligeiros que patrulham uma área bastante vasta e assinalam qualquer fumo ou chama que avistem desse excelente ponto de observação. Nos aeroclubes há normalmente pilotos desejosos de voar, sem qualquer remuneração; apenas há o encargo da hora de voo, relativamente barata nesses aparelhos e infinitamente mais barata que a de helicópteros comerciais ou grandes aviões. A existência do GPS tornou fácil e de grande precisão a localização de qualquer ponto a assinalar.

 

Quando o fogo já tomou grandes proporções, apagá-lo é quase impossível, como temos visto. Chamas intensas progredindo numa extensa frente, só são eficazmente combatidas com o contra-fogo. Para isso faz-se arder, controladamente, uma parte da floresta onde o fogo iria certamente chegar, normalmente junto a um aceiro, de forma a criar, na frente, uma área já ardida. Com a detecção precoce e a rápida intervenção, é geralmente possível apagar o fogo antes que ele tome grandes proporções.

 

Porque as características dos fogos florestais são diferente das de todos os outros, o seu combate deve ser da competência do sector florestal do Ministério da Agricultura.

 

As prestimosas e valiosíssimas corporações de bombeiros não podem sentir-se diminuídas por esse facto e são de preciosa actuação sempre que o fogo se encontra perto de áreas urbanas, para imediata protecção destas, de forma a evitar os prejuízos materiais e a perda de vidas que temos visto nos últimos anos.

 

A acção no solo é também importante, especialmente o patrulhamento pelos guardas florestais, a pé, a cavalo ou em veículos motorizados, conforme as condições locais. Eles são factor particularmente relevante no combate aos casos de fogo posto, pois são entidade oficial armada.

 

Remonta a muitos anos atrás a criação do corpo de “guardas florestais”, os homens a quem sempre coube a fiscalização e a preservação da natureza, especialmente nas zonas de floresta. Os serviços que prestaram, ao longo dos tempos foram de grande valor e justificam plenamente a sua existência. Fardados e armados, os zelosos guardas florestais são, no Ministério da Agricultura, quem tem a seu cargo as funções que agora alguns, desconhecendo o que existe no País, declaram - como já li nos jornais - ser Portugal o único país da União Europeia que não possuía tais agentes. E, em vez de reforçar muito esse corpo de guardas florestais, vá de criar outros corpos paralelos!

 

A corporação dos guardas florestais (polícia florestal), que por legislação de 1901 já tinha tido uma reorganização, teve diversas outras, como a do Decreto nº 12.625, de 3 de Novembro de 1926, revogada pelo Decreto-Lei nº 39.931, de 24 de Novembro de 1954. Em tempos mais recentes, pela Portaria nº 1.269/93, de 15 de Dezembro, do Ministério da Agricultura, entrou em vigor o "Regulamento de uniformes dos mestres e guardas florestais - policia florestal", onde se definem os uniformes, distintivos e armamento a usar pelos guardas florestais. O armamento, aliás, já tinha sido actualizado em 1986, pelo Decreto Regulamentar nº 20/86, de 1 de Julho, por se considerar necessário alterar o que estava em vigor desde 25 de Novembro de 1959, pelo Decreto nº 42.683.

 

É assim que, ignorar a existência e funções dos guardas florestais e, em vez de se ampliar e reforçar o seu conjunto, criar outros corpos paralelos, constitui mais uma machadada - aliás no seguimento de outras recentes – no importante sector da Economia Portuguesa que é a sua Agricultura.

 

O enorme e anormal volume que nos últimos anos os fogos florestais tomaram em Portugal fez com que o seu combate se tornasse um negócio de muitos milhões. Será conveniente estar atento porque, como é sabido, sempre que há interesses de grande vulto, é possível que alguém tudo faça para que tão bela fonte de receita não desapareça, não diminua e, quiçá, que ela aumente.

 

*

 

É o que aqui, duma forma simples, descrevi, que julgo ser importante fazer para combater os fogos florestais. O Ministério da Agricultura faz hoje menos destas acções do que fazia. Mas isso não surpreende quem tenha acompanhado o que se tem passado nas últimas décadas, com uma evidente e descarada destruição da agricultura portuguesa - e, consequentemente, destruição da natureza e do ambiente - com o respectivo ministério, com diferentes governos, a cometer uma sucessão de erros e a ignorar pontos fundamentais. É bem claro que estes actos são apenas mais alguns passos nesse sentido.

 

Acontece que não é só a agricultura que sofre. Toda a economia – e, portanto, o bolso de todos os portugueses – está a pagar caríssimo essa acção governamental destruidora. Não surpreendem esses erros em governos que, desde 1995, pelo menos, “não sabem”, sequer, que a agricultura é parte e muito importante da economia, não só por ela própria - o que já é muito – mas também pelos sectores, nomeadamente comércio e indústria, que dela dependem, a montante e a jusante.

 

Os governos mostram essa “ignorância” dando ao simples Ministro do Comércio e Indústria, pomposa e erradamente, a designação de “Ministro da Economia”. Os únicos beneficiários dum tal sistema são os importadores de produtos agrícolas, que ganham milhões à custa da destruição da economia nacional.

 

Com o Ministério da Agricultura a funcionar eficientemente – e ainda possui recursos materiais e humanos para fazer muito melhor - a economia portuguesa muito beneficiaria, no aumento do PIB (pelo aumento do PAB e seus reflexos, a montante e a jusante), na redução do défice comercial (pela redução das importações e aumento das exportações), no desemprego e na inflação. Nem o exemplo de alguns outros países da União Europeia, como a Holanda, a Dinamarca e mesmo a França e até a Espanha, chega para ensinar aos governos o que eles devem fazer para, em vez de destruir, aproveitar cabalmente as grandes potencialidades da agricultura portuguesa como, ao longo dos anos, em tantos escritos tenho demonstrado. Ainda há poucos anos (em 2001) o Presidente do prestigiado Institut National de la Recherche Agronomique, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento da agricultura da França, declarou o mesmo numa excelente conferência que proferiu na Estação Agronómica Nacional, em Oeiras.

 

 O resultado da inépcia está à vista de todos. Basta ir a qualquer super ou hipermercado para ver os produtos agrícolas que aí se encontram, provenientes de países estrangeiros, alguns bem longínquos. É natural que isso aconteça com bananas, abacaxis, mangas e variados outros frutos que aqui não produzimos. Mas como se explica a presença de tantas batatas, cebolas, cenouras, alhos, alfaces, tomates, pimentos, feijão verde, melões, melancias, laranjas, limões, ameixas, pêssegos, nêsperas, maçãs, peras, uvas, morangos, etc. etc. etc. vindos, à vezes de bem distantes terras? O que considero o cúmulo dos cúmulos é encontrar à venda, nos nossos mercados rabanetes vindos da Holanda, algo para que já chamei a atenção. Para todos aqueles produtos não há desculpa para a nossa agricultura não ser capaz de os produzir melhor e mais barato.

 

Ainda sobre os fogos florestais, não tenho visto indicados os valores das muitas toneladas de CO2 e de alguns produtos nocivos - especialmente de resinosas - que são lançadas na atmosfera e que constituem enorme poluição.

 

Para terminar, um pormenor curioso. Julgo que, no cálculo do PIB não entram, como factores negativos, as perdas consequentes do valor ardido embora entrem os ordenados e outros custos do combate aos fogos. Assim, quanto mais e maiores forem os fogos… mais aumenta o PIB!

 

 Miguel Mota

 

Publicado na "Floresta e Ambiente" Nº 65, Αnο 16, Abril/Junho, 2004

Fábula domingueira

 

  http://www.intersonic.com.br/sonicbiologia/doninha.png

 

La Fontaine tem fábulas em qualquer área

E para quaisquer ocasiões.

Não tenho dúvidas quanto a esta verdade,

Nem indecisões

A respeito da universalidade

Da sua produção extraordinária.

 

A doninha que entra magra num celeiro,

Por um buraquinho,

E não consegue sair Nem fugir

Porque o buraco ficou apertadinho

Para quem, como ela, comeu que se fartou

E muito inchou,

Tem uma consagração

Tão geral

- Direi mesmo global -

Que nem precisa de explicação,

Tal a frequência da sua aplicação

Antiga e actual.

 

Mas ainda mais hoje em dia

Com tanta doninha

Entrada magrinha

No buraco estreito da casinha

- Ou sequer Nação –

Em enorme proliferação

Que em breve o celeiro

Perde o alimento inteiro

Nada sobrando

Para a maioria

Cuja soberania

Só ficou na canção

Da vila alentejana consagrada,

Mas apenas como poesia

Falhada.

 

Aliás, ninguém mesmo pensa em passar

O buraco estreito do celeiro

Preferindo ficar por inteiro

Até findar

A refeição,

Sem pensar

Em emagrecer

Ou o peso perder.

 

Vejamos então

A tradução

Sem mais questão,

Que o La Fontaine

Também dá a explicação:

 

“A doninha que entrou no celeiro”

 

Donzela Doninha,

Corpo longo e sinuoso

Entrou num celeiro

Por um buraco manhoso.

Saíra de doença recente

Mas, sempre tesa,

Comeu à tripa forra no celeiro,

Cheia a mesa,

Comeu, roeu, sabe Deus com que fervor,

E o toucinho desapareceu,

Sem nenhum pudor.

Ei-la, em conclusão,

Gorda, opada, como o Sebastião

Comilão.

 

Ao fim de uma semana

Tendo comido a seu prazer, 

Ouve um ruído sacana,

Quer abalar,

Pelo buraco não consegue passar,

Julga que se enganou

Depois que tanto o procurou.

Diz ela então:

- É este o buraco, sem objecção,

Há cinco ou seis dias por ele passei

Bem sei.

Um rato que a viu em aflição

Comentou desta feita:

- É que, então,

A sua pança estava mais estreita:

Entrou magra, magra deve sair

Não há que discutir.

O que lhe estou a dizer

Digo-o a muitos mais,

A outros que tais,

Mas não confundamos, para não aprofundar,

Nem me prejudicar,

Os negócios deles,

De ambição sem solidariedade,

Com os seus, doninha,

De mera voracidade.

 

Berta Brás

LÉXICON DA CRISE

 

 

Dívida soberana - Termo enganador. Quanto maior a dívida menor a soberania.

 

O subsídio externo fomenta o desenvolvimento - Falácia. A ajuda externa estimula sobretudo o consumo, a corrupção e a dependência (1).

 

Não temos que andar atrás da turbulência dos mercados financeiros - Afirmação gratuita. Quem manda hoje é o especulador e este governa-se pela margem de lucro previsível. Se a margem prometida for maior do lado do short, ele opta pelo short e empurra-nos para o buraco com a maior sem-cerimónia. Não pede licença e nem sequer avisa.

 

A Grécia não é Portugal -  Verdadeiro. Grécia e Portugal só se assemelham em termos de efetivo populacional: - pouco mais de 10 milhões num caso e noutro. No resto é tudo diferente.

Na Grécia, o estado é pobre e está endividadíssimo, mas os cidadãos são ricos e solventes. O nível de poupança é elevado; a economia tem vitalidade. O PIB grego é de US$339.2 mil milhões; o português fica-se pelos US$ 232 mil milhões. O per capita grego é de $29,881, enquanto o português não ultrapassa os $21,700. Na Grécia, menos de 2% da população vive abaixo da linha pobreza; o índice equivalente português é de 14%.

A força de trabalho grega - 4,9 milhões - é a segunda mais industriosa dos países filiados à OCDE (2). Só fica atrás da sul-coreana. Entre 1995 e 2005, os gregos trabalharam a uma média de 1900 horas por ano, enquanto o português se ficou pelas 1800. Apesar dos altos índices de produtividade alcançados na sucursais portuguesas de companhias estrangeiras, o Global Competitiveness Report 2008-2009 coloca Portugal na posição de 5ª país europeu e 43º mundial com mais baixa qualidade de trabalho. Maria da Conceição Cerdeira, autora de um estudo publicado pelo ISEG, concluiu que "de uma maneira geral não se verifica em Portugal alta intensidade de trabalho ou pressão psicológica exercida nesse sentido." Na Grécia é diferente: eles governam-se mal mas trabalham bem.

 

Estoril, 7 de Maio de 2010.

 

 Luís Soares de Oliveira

 

[1] Em 1966, com forte oposição do Professor  Marcello Caetano, defendi em concurso público a tese de que a ajuda externa era instrumento subtil de ingerência deletéria nos negócios internos dos Estados. Hoje não teria oposição: o efeito é patente. 

 

[2]  Dados coligidos pelo  Groningen Growth & Development Centre

BURACO MORAL

 

 

Perante o ataque especulativo contra a dívida portuguesa, Governo e oposição perceberam finalmente que a situação é grave. Pode-se criticar a lentidão, mas mais vale tarde que nunca. Quais foram então as medidas tomadas para provar ao mundo a nossa seriedade no combate ao défice? Especulou-se sobre muito mas na reacção inicial foram tocadas apenas duas áreas: o subsídio de desemprego para descer e as grandes obras públicas para manter.

 

O que mais espanta é a naturalidade com que se tomou esta atitude. Um Governo do Partido Socialista não encontra nada para cortar, num Orçamento de Estado que ocupa metade do produto nacional, a não ser os pagamentos aos desempregados?! Os responsáveis explicaram que as condições de atribuição dos apoios eram demasiado generosas, desincentivando a procura de emprego.

 

Mas se é assim então deviam ter sido alteradas logo, não quando os mercados duvidaram das contas. Afinal, o desemprego não começou a subir ontem.

 

Há várias explicações para este comportamento insólito, mas a mais assustadora é a mais plausível. A nossa classe política (e a oposição não se pode pôr fora) está tão estrangulada pelos interesses instalados que, perante a emergência financeira, vai atingir os mais fracos para não beliscar os poderes superiores.

 

Esta reacção, muito mais que a instabilidade nos mercados, revela a gravidade da nossa situação. Quando os socialistas não encontram ninguém para prejudicar senão desempregados, o país está mesmo num grande buraco. Não económico-financeiro, mas político-moral.

 

 João César das Neves: "O ...  João César das Neves

 

In DESTAK | 05 | 05 | 2010

EDUCAÇÃO

 

 

Ao ouvir uma vez mais o já um pouco arrastado Plano Inclinado da SIC-N, abordando neste fim-de-semana as supostas causas da degradação do ensino, percebi duas coisas: que não podemos simplificar demasiado o que não é simples, nem devemos exagerar o alarido. Ambas as atitudes comportam uma redução do pensamento e da compreensão dos fenómenos, e por conseguinte, insistir num tal estilo de retórica acaba por estiolar a motivação primeira, porventura generosa, do aviso à navegação.

 

A massificação do ensino caminha desde a década de 1970 ao lado do que poderíamos chamar, para facilitar, um ensino de qualidade, diversificado, cada vez mais especializado e sujeito a critérios exigentes de avaliação, tanto do lado de quem aprende, como do lado de quem ensina. Há por conseguinte um ensino de massas orientado sobretudo para as estatísticas e para a ocupação de exércitos crescentes de indivíduos sem lugar no mercado de trabalho, nem sequer nas actividades de diversa índole, burocrática, educativa, médica, social, ambiental, etc., que os governos têm vindo a promover no rescaldo das crises estudantis ocorridas nos Estados Unidos e na Europa na década que vai sensivelmente de meados de 1960 até meados de 1970.

 

Mas também houve, há e haverá sempre um ensino reservado à formação das elites dirigentes e à produção efectiva do saber, onde a exigência e a competição são cada vez maiores. Curiosamente, cresceram ambos a ritmos verdadeiramente exponenciais! Para entender com alguma consistência a complexidade deste fenómeno recomendo sempre a leitura do muito elucidativo The End of Work, escrito por Jeremy Rifkin.

 

Portugal apenas chegou tarde à educação de massas, cuja competição estatística externa estimula precisamente a substituição do ensino baseado no funil do numerus clausus, nos TPC (Trabalhos Para Casa), nos exames e nos chumbos por faltas ou mau comportamento, por um ensino tolerante, sobretudo destinado a ocupar os tempos livres da juventude enquanto cresce, proporcionando-lhe ambientes cognitivos e criativos tendencialmente imersivos.

 

Tudo o que as mais recentes e escandalosas reformas educativas têm vindo a introduzir no nosso sistema de ensino tem que ver com esta adaptação a uma tendência pedagógica geral no Ocidente pós-industrial. A rápida expansão desta tendência no âmbito do que poderíamos chamar a reprodução pós-moderna da força de trabalho conduziu a uma degradação dos níveis de aptidão pedagógica dos milhões de professores que foi preciso preparar ao longo deste processo de massificação educativa — cujo perímetro, por sua vez, foi sendo sucessivamente alargado, desde o infantário até às universidades da terceira idade, passando pela criação de níveis sucessivos (e de acesso alargado) de pós-graduação: mestrado, doutoramento, pós-doutoramento.

 

De um ponto de vista estatístico, a base de recrutamento profissional, nomeadamente para as áreas avançadas de conhecimento, aumentou exponencialmente. Mas o resultado paradoxal desta massificação é o desemprego estrutural crescente entre licenciados, mestres, doutores e pós-doutores!

 

Outro resultado, ainda mais nefasto para as economias, é a insustentabilidade orçamental desta fuga em frente perante os desafios da destruição tecnológica do trabalho humano. O que hoje se esconde na demagogia dos discursos políticos, corporativos e sindicais sobre a educação, é a motivação original do projecto da sua massificação.

 

Enquanto não formos capazes de pensar numa sociedade pós-capitalista, onde a actividade humana substitua a exploração do trabalho, ou pelo menos possa caminhar a seu lado como horizonte possível de libertação, sem se ver castigada por regimes irracionais e improdutivos de sujeição disciplinar ao Estado fiscal, a discussão sobre a crise educativa será sempre um tumulto de vozes sem sentido.

 

Olhai para os artistas livres, apreciai o perfume de um botão de rosa prestes a desabrochar, e só depois falai de educação! Não é trabalho, aquilo de que precisamos no futuro. Mas sim de arte, de partilha de bens e serviços, de festas e de um novo horizonte amoroso. É muito mais difícil do que disputar as migalhas minguantes dos orçamentos. Mas é sem dúvida muito mais estimulante para a nossa sensibilidade e para a nossa inteligência.

 

Maio de 2010

 

[autoRbw.jpg] António Cerveira Pinto

ESPÍRITO SANTO – SALVAÇÃO DE PORTUGAL

  

 

 

Nos grandes lances de vida, quando o homem se sente chamado para alguma coisa importante, não o move tanto o conhecimento, mas basicamente o instinto gravado no seu DNA. O impulso ganha movimento, marcha, vai em frente, através do valor do seu juízo pessoal, na busca de um ideal de felicidade, força motivadora que o leva a um tipo de atitude perante o mundo e a ele mesmo.

 

Sentimento como o patriotismo advém de uma emoção incutida por comportamentos racionais, aprendidos e exercidos com respeito e crença. O Português nasceu sob o signo da fé, tendo nas veias o germe da curiosidade, da aventura, do comércio. Desde remotos tempos, guiado por um ideal divino, nele ganhou força, desenvolveu coragem, criou asas.

 

Como nação unificada, primeira da Europa, ergueu-se como produto das Cruzadas. Subjugou os mouros, cresceu, dominou os mares, conquistou outras terras, levou e trouxe para outros povos coisas, conhecimentos, riquezas, culturas novas. Sob a égide da Cruz da Ordem de Cristo, lutou, matou e morreu, construiu um império, criou uma identidade reconhecida em todo o mundo. Religioso, submeteu-se à Igreja católica romana, sua luz e cadeia.

 

Para além da necessidade material, a crença que o homem se liga ao Ser Supremo, através da fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, leva-o a comportamentos intrépidos, heróicos, que a racionalidade ateia desconhece. Portugal identificou-se com as crenças do Cristianismo, nele achou respostas aos sofrimentos e injustiças humanas. Espera a recompensa divina na imortalidade da alma que Deus promete, num mundo esclarecido, sem desigualdades sociais, de paz para todos, de força para fazer o que é preciso, de temor para refrear o orgulho, de conselho para tomar cuidado, de piedade para combater o egoísmo; dons que o Espírito Santo representa.

 

Com D. Sebastião, Portugal morre como expoente na Civilização Ocidental do século XVI. Após Alcácer-Quibir, o Império Português desmorona aos poucos, vítima de uma sequência de factos históricos e secretos, que o prostrou ao Espanhol, à Igreja Romana, ao mundo civilizado. Com a Inquisição tolheram aos portugueses o domínio do saber e da economia. Com a Espanha, encimando as coroas ibéricas, perderam feitorias africanas e asiáticas, frotas mercantes, armas, fortunas familiares, compradas aos morgados. Quase perderam o Brasil para os Países Baixos.

 

Esvaziado de riquezas, ideias e de ideais, em ciclos de prosperidade passageira, Portugal viu seu povo entrar em depressão, negligenciar-se nos estudos e na defesa, afastar-se da evolução da modernidade europeia. Se não fosse Salazar, um patriota que pôs a soberania do país acima de qualquer coisa, talvez até os Açores fossem americanos agora, coisa que o ressentimento contra o Continente deixaria muitos ilhéus contentes.

 

Mas o tempo tudo muda, as situações, o ambiente, fica só o gene das pessoas, também modificado pelas misturas.

 

Hoje Portugal globalizado, parcialmente modernizado, deficientemente educado, insuficientemente produtivo, inchado por governos burocráticos e pouco eficientes, com problemas ético-administrativos para resolver, vê-se outra vez economicamente submetido ao estrangeiro (vizinho), tentando superar os desafios de se manter uma nação idónea, numa comunidade que o encara com pouco crédito.

 

Entre tudo isso, o que mais assusta é perceber uma juventude apática, sem ideias próprias, com a identidade esquecida, com a história da pátria ignorada, com valores estranhos à sua cultura, sem um ideal comunitário que puxe para adiante o país. Talvez, na actual conjuntura, o que se precisa é recorrer à Reserva Espiritual de Portugal, os Açores. Quem sabe não seja o Culto ao Espírito Santo, preservado na memória e exercido na cultura insular, a fonte anímica e restauradora da identidade nacional? Quem sabe não seja o arquipélago atlântico a mostrar o caminho, o desígnio profético da Nova Era?

 

Numa época materialista, fria de sentimentos, que cultua o individualismo, o egoísmo e a indiferença ao que se passa com o irmão, resta-nos buscar, como antigamente, respostas na fé que anima a alma e revigora o espírito. Afinal somos produtos da criação de alguma força sobrenatural que nos submete e que ao mesmo tempo nos fortalece, que dá a ilusão que, embora tão pequenos, nos sintamos tão grandes.

 

 Maria Eduarda Fagundes

Uberaba, 21/04/2010

 

Fonte da Foto: Livro “O Culto do Espírito Santo” (Tomaz Duarte Jr.)

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