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A bem da Nação

UM VETO QUE NÃO O É

 

 

Na minha opinião, a não plebiscitada Constituição da República Portuguesa contém um certo número de contradições, aspectos fortemente antidemocráticos e alguns até caricatos. Os que a fizeram - e talvez porque tenham visto isso nalgumas outras - atribuíram ao Presidente da República o direito de vetar qualquer diploma que a Assembleia da República lhe apresente. Mas, ou porque nesta matéria não queriam dar-lhe poderes ditatoriais - que, absurdamente, lhe atribuíram noutros artigos - ou porque viram que isso acontece noutros países, como os Estados Unidos, incluíram uma cláusula que manda que o documento vetado volte a Assembleia da República, onde pode vir a ser aprovado, sendo então o Presidente da República obrigado a promulgá-lo.

 

"Esqueceram-se" - ou não perceberam - que para o veto possuir alguma validade, sem ser absolutamente ditatorial, deve ser acompanhado duma outra condição, que é a exigência do documento ser aprovado pelo menos por dois terços do total dos deputados (como sucede nos Estados Unidos), para poder suplantar o veto presidencial. Caricatamente, na nossa Constituição não há essa exigência e um documento vetado pode ser aprovado pela mesma maioria (que pode ser de apenas mais um voto) que anteriormente o aprovou. Isto é, o veto, realmente, não existe e o Presidente da República bem o assinalou na sua declaração ao país em 17-5-2010, mostrando que não valia a pena vetar um documento que, em tais condições, voltaria a ser aprovado por aqueles que antes o tinham votado. Ou seja, temos na Constituição um veto que, na realidade, não o é.

 

O que é ainda mais espantoso é ver a reacção de pessoas que tinham obrigação de ver claro, a declararem que ficaram muito desapontadas por o Presidente não vetar o diploma, mesmo sabendo, e como o Presidente declarou, que esse veto seria completamente inútil e apenas faria gastar mais algum tempo da Assembleia da República, com nova discussão e votação. O Presidente deixou bem claro que é absolutamente contra o que aquele diploma define e que não o vetou pela total inutilidade desse veto. Se a nossa Constituição tivesse lógica e o diploma vetado só pudesse ser aprovado por uma maioria de dois terços, é óbvio que valeria a pena vetá-lo. Um veto nas actuais condições só serviria para os deputados que produziram e aprovaram o diploma clamarem a grande vitória que tinham obtido contra o Presidente. O Presidente cortou-lhes essa vasa. Na televisão vimos e ouvimos alguns dos tais desapontados a dizerem que, assim, já não vão votar no Prof. Cavaco Silva e nos jornais já veio que "a direita anda a procura de alternativa a Cavaco", algo que bem sabem que não encontram mas será uma grande ajuda ao bando de Argel.

 

 Miguel Mota

ESTUDA!

 

Vais ter relações sexuais?

– O governo dá preservativo

 

Já tiveste?

– O governo dá a pílula do dia seguinte.

 

Engravidaste?

– O governo dá o aborto.

 

Tiveste um filho?

– O governo dá o Abono de Família.

 

Estás desempregado?

– O governo dá Subsídio de Desemprego.

 

És viciado e não gostas de trabalhar?

– O governo dá o Rendimento Mínimo Garantido!

 

AGORA... experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha, para ver o que é que te acontece!

- VAIS GANHAR UMA BOLSA DE IMPOSTOS COMO NUNCA VISTA EM LUGAR ALGUM DO MUNDO!

 

(Autor desconhecido, recebido por e-mail)

Coesão Europeia

 Comunicado do Instituto da Democracia Portuguesa

 

 

A crise económica de 2010 – cujos indicadores são relativamente bem conhecidos – está a expor as vulnerabilidades da Zona Euro a que Portugal pertence. Esses pontos fracos vão exigir decisões políticas a muito curto prazo se a União Europeia quiser continuar a ser uma união interdependente e um modelo de coesão entre Estados, e não se degradar num modelo de dependência, como é, por exemplo, a NAFTA, com grandes disparidades entre Estados membros.

 

Com a presente crise, estamos a assistir ao derrubar de vários mitos:

 

1. Que a moeda comum da zona euro continua forte mesmo em tempos de recessão, porque os seus membros se comprometeram a não ultrapassar défices orçamentais superiores a 3% do PIB.

 

2. Que a UE, ao contrário dos E.U.A. não está preocupada com a prossecução de uma política monetarista (moeda de reserva forte) à custa do crescimento.

 

3. Que o modelo de integração da UE, em contraste com o modelo de "dependência" da NAFTA, continuará a ser o elemento-chave para atrair novos membros e expandir o maior bloco económico mundial com a mais forte economia e moeda.

 

4. Que a integração na Zona Euro diminui a economia paralela e fortalece o comércio legal para benefício de todos, devido ao crescimento constante.

 

5. Que os membros da Zona Euro estão mais protegidos contra ciclos de depressão global do que o resto do mundo.

 

A crise actual está à trazer à superfície, a realidade de que a Zona Euro depende da decisão dos membros mais fortes, determinados a competir com outras economias dotadas dos seus próprios blocos regionais, especialmente os E.U.A. e Japão, mas também os BRIC.

 

Tanto o FMI, como grandes bancos privados e as agências de rating estão a alvitrar que 2010 será um ano de recuperação para a China, Índia, e para muitos dos países avançados como os E.U.A. e Alemanha. Esse optimismo baseia-se no crescimento empresarial das grandes empresas, mas não abrange o que se passa com as pequenas empresas, nem com o poder de compra da classe média.

 

Dentro da UE, essas entidades apontam más perspectivas de crescimento para Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, a que fazem corresponder o acrónimo “PIIGS”, de evidente factura WASP. Estes países estão a ser alvo de especuladores de títulos e acções, em grande parte os responsáveis pela queda do euro e do mercado de acções desde Janeiro de 2010.

 

O Crédito vai ficar muito mais restrito à medida que subirem as taxas de juros e os bancos ficarem relutantes em conceder empréstimos. Como houve bancos a receber a ajuda de fundos públicos para se consolidarem, e reinvestiram no reforço da sua própria posição e / ou na compra de outros bancos, o crédito à economia real está estrangulado e, de acordo as previsões de vários bancos centrais da EU, as taxas de juro vão subir em 2010.

 

Ao mesmo tempo, para diminuir os défices orçamentais até ao limite de 3% do PIB, o sector público dos Estados membros da UE vai realizar cortes drásticos de despesas nos próximos três anos. Isto significa que para a maioria dos países europeus - e não apenas Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha - cujo sector público corresponde a metade do PIB, haverá uma sangria das economias a expensas da classe média.

 

Não é difícil prever que vão crescer as greves e distúrbios sociais em muitos países europeus em 2010. Significativamente, vai continuar a perda de confiança na economia política e a erosão do prestígio das elites políticas e financeiras. A existência de sistemas democráticos essencialmente "bipartidários" em toda a Europa, com alternância de forças de centro esquerda e centro direita, que representam políticas económicas semelhantes e as mesmas elites políticas; e a ausência felizmente alcançada de uma ameaça revolucionária, vai ter um efeito perverso na relativa liberdade de acção dos governos pedirem sacrifícios às populações sem considerarem políticas económicas alternativas.

 

Tal como os Estados escolheram a intervenção para ajudar as elites financeiras a recuperar força, o Banco Central Europeu poderia muito simplesmente ter desenvolvido um “fundo de crise ", para as emergências que Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha estão a enfrentar. Porque não o faz?

 

Para desviar de si a responsabilidade, muitos dirigentes políticos da UE estão a culpar os especuladores pela queda do euro. Outros analistas sugerem que os E.U.A, juntamente com o Reino Unido como seu procurador europeu, querem uma UE mais fraca. Todos os indicadores, contudo, mostram que os verdadeiros beneficiários são os investidores alemães que estão a comprar títulos para financiar a dívida consolidada da Zona Euro.

 

Com as vulnerabilidades da Zona Euro à vista de todos, a questão é que acções vão decidir os dirigentes da UE para moldar o futuro comum. Será o papel da Zona Euro unicamente manter-se competitiva com os E.U.A, a China, o Japão, e outros blocos regionais, através do reforço do capital financeiro em detrimento da classe média e do desenvolvimento desigual no seio da União? Ou continua a ser missão da UE contribuir para a coesão dos estados membros e reduzir as disparidades internas, a fim de promover um bloco regional democrático que continue a ser atraente para todos os membros associados?

 

Foi em nome dos objectivos da coesão de todos os Estados membros que Portugal aderiu em 1986 à Comunidade Europeia. O Instituto da Democracia Portuguesa entende que este objectivo deve ser constantemente explicitado e utilizado para explicar que a crise actual resulta em parte do seu esquecimento; para desmentir as explicações monetaristas da crise que ocultam interesses especulativos de alguns; para exigir dos nosso parceiros do norte da Europa a sua prossecução em termos claros e iniludíveis.

 

Congratulamo-nos que as recentes tomadas de posição do Presidente da República e do Ministro das Finanças, bem como do director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), tenham vindo neste sentido, Mas considerando que existe uma escassa consciência da eficácia deste princípio basilar da União, apelamos à comunicação social para passar mais e melhor essa mensagem.

A UNIÃO DE HOMOSSEXUAIS…

 … e o Presidente da Republica

 

O título mais exacto do comentário que se segue seria “A pirueta da triste figura”. Senti um arrepio, quase vómito, quando acabei de ouvir o Prof. Cavaco Silva. Que vergonha, senti. Por ele, claro. E pelo país. Assim ficou para a história como o padrinho (the best man) dos homossexuais, por incoerência da sua decisão, quando poderia ter passado à História como alguém que sem disfarce piedoso e paternalista segue as suas convicções, independente de votos e oportunismos. Seria bem preferível que, sem mais, tivesse promulgado o tal “casamento”, porque sim, porque assim o achava. Mas vir dizer a todo um país que ele pensou bem e não está de acordo e deu provas disso, que há outros modos e figuras jurídicas para o caso que são seguidas nos países que ninguém se atreve a chamar de atrasados; mais, que só uma minoria na Europa assumiu esta forma e, depois, num salto mortal, conclui ao contrário e promulga! O dito por não dito. Claro, arranjou duas “razões”. Falsas. E uma delas é ofensiva da dignidade e inteligência de um povo: estamos tão em crise e tão miseráveis que não nos podemos distrair com este tipo de debates! Ora, estes temas humanos é que são sérios, até porque a verdadeira crise é de valores. O Senhor Presidente pode ter a certeza de que o povo, “na sua menoridade” o que vai discutir é sobre futebol em África e o campeonato do Mundo. A outra razão também é “enorme”! A Assembleia vai aprovar outra vez e já não será possível vetá-lo. Pois não seria, se não houvesse outras coisas a fazer. Até dissolver a Assembleia seria possível. Aliás ninguém pode garantir em absoluto que uma lei passe (ou não) e que não haja mudanças de opinião, sobretudo quando a maioria não está assim tão garantida! De facto, usar tal argumento e agir assim com tal pirueta é como se alguém dissesse “vou-me suicidar porque é certo que dentro de algum tempo morrerei”.

 

Eis aqui um exemplo de um mau discernimento, do que é deixar-se levar pelas aparências de bem, do que é não clarificar nem assumir as verdadeiras motivações e arranjar “boas” razões, saídas airosas para proteger as próprias conveniências. Enfim, não se podem julgar as pessoas, mas as piruetas, sim.

 

 

Vasco Pinto de Magalhães SJ

HISTÓRIA DE NAMPULA…

 

 

… em livro escrito por Paulo Pires Teixeira

 

http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/Mocambique/FernandoAlmeida/Nampula/05_fernandoalmeida_nampula_agosto_1966.jpg

 

 

 

Nampula, sede de província do mesmo nome e capital do norte de Moçambique, é a cidade mais jovem do país, tendo sido fundada a 7 de Fevereiro de 1907, pelo Major Neutel de Abreu, oriundo de Figueiró dos Vinhos.

 

Paulo Pires Teixeira lançou-se a escrever a história desta jovem cidade africana num livro que vai estar disponível a partir de Dezembro. Apesar do percurso recente mas rico de acontecimentos não existe uma obra condensada da história de Nampula. Ciente desse facto, Paulo Pires Teixeira, natural daquela província mas com ascendência em Figueiró dos Vinhos, mudou-se para Moçambique para, entre outras obras, concluir as suas pesquisas e investigações sobre a história da cidade.

 

A obra começa a fazer história entre o período de 1896; ano em que foi identificada a região do Régulo Terela M’Phula (Nampula) como estratégica para a construção de um posto militar e assim viabilizar a sua ocupação e pacificação, iniciativa que seria materializada por Neutel de Abreu a 7 de Fevereiro de 1907; e vai até 1956, ano da elevação de Nampula a cidade e, nesse âmbito, as inaugurações da Catedral de N. Sr.ª de Fátima, Museu Regional Comandante Ferreira de Almeida, Estádio Municipal, Estátua do Major Neutel de Abreu e o Hospital-Granja de Namaíta.

 

A Cronologia História naquele período é o capítulo mais apelativo em termos de informação sobre a cidade, que vai desde o ano de reconhecimento da região pelo 1.º Governador do Distrito de Moçambique, Capitão Eduardo Costa, criação da localidade e povoação de Nampula e elevações a vila e cidade, passando pelo primeiro estabelecimento comercial, visitas ministeriais e presidenciais, construção de edifícios emblemáticos, até à fundação das escolas, dos Colégios N. Sr.ª das Vitórias e Vasco da Gama e um desenho de 1941 do Arquitecto Raul Lino, que serviu de esboço para o projecto da sua autoria da Catedral. As circunstâncias históricas que levaram Neutel de Abreu àquela região, uma biografia e algumas curiosidades, constituirão o tema de alguns de outros capítulos.

 

As cerca de 500 fotografias antigas e recentes, desenhos, gravuras e mapas, serão argumentos que tornarão dinâmica e viva esta obra. O período compreendido entre 1957 e 2010 está em elaboração e será remetido para um segundo volume a ser lançado em finais de 2010.

 

Por se tratar de uma edição limitada os eventuais interessados poderão garantir a aquisição efectuando a respectiva reserva através do endereço livro.nampula.reserva@gmail.com 

 

A obra começa a fazer história entre o período de 1896, ano em que foi identificada a região do Régulo Terela M’Phula (Nampula) como estratégica para a construção de um posto militar e assim viabilizar a sua ocupação e pacificação, iniciativa que seria materializada por Neutel de Abreu a 7 de Fevereiro de 1907

 

In «Moçambique para todos» – http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/

 

Uma de rãs

 

Toda a gente conhece,

Se bem me parece,

A fábula da Rã que quis igualar em tamanho

O Boi, o que foi muito mal, por sinal

Para uma bichinha

Tão enfezadinha

- Coitadinha! -

Que não se apercebia

De que com isso ia

Deixar este Mundo, 

E parar ao Profundo,

E sem mais aquelas

Deixar as mazelas

Das várias querelas

Em que na sua vida

Andou entretida.

 

Assim nós

Bem nos esforçamos

Por parecermos

Do mesmo tamanho

Dos povos poderosos

Rasgando as várias vias

Das nossas vaidades

E atamancando

Razões, sem-razões,

Para podermos parecer

Tamanhos como eles.

E assim esticamos

Até rebentarmos. 

 

Eis de Fedro, a fábula

Desta pequena rábula:

   

“A Rã que rebentou e o Boi”

 

«O pobre, quando o poderoso quer imitar

Só pode o pernil esticar.

Num prado, um dia, uma Rã viu um Boi.

E tolhida de inveja por tanta grandeza

A sua pele rugosa se pôs a inchar;

Então aos filhotes decidiu inquirir

Se, ao Boi, em tamanho era superior.

Os trastes negaram e ela, de novo,

A pele esticou num esforço maior

E voltou a interrogar quem era o maior.

- O Boi, responderam, com ar enfadado.

Então, Com grande indignação,

Pôs-se a esticar com tanta certeza

Tanta firmeza,

Que ficou com o corpo rebentado,

Sem qualquer beleza.»

Eis, seguidamente,

A fábula de La Fontaine

Tão viva no original

E que a minha tradução liberal

Amorteceu, por meu mal.

Mas o fundo da questão

É que não é precisa explicação,

Por ser tudo tão evidente.

Tão evidente Infelizmente,

E saliente Para a gente:

 

A Rã que quer fazer-se tão grande como o Boi

 

«Uma Rã viu um Boi

Que lhe pareceu de bela estatura

Ela, que em tamanho

Não atingia mais do que a altura

De um ovo, invejosa

E de má catadura,

Incha, estende-se, esforça-se, viçosa,

Para igualar o animal em grossura,

Dizendo:

“Vede, minha irmã, com atenção;

É quanto basta? Dizei-me; ainda não cheguei lá?

- Ná! –Agora então? – Não! - Foi agora?

– Nem por sombras, ora!”

A frágil bestazinha

Inchou tanto que rebentou

 Arrasadinha, arrasadinha.

 

O mundo é cheio de pessoas

Que não são mais sensatas do que esta tolinha:

Todo o burguês quer construir

Como qualquer grande senhor:

Todo o principezinho

Precisa de embaixador,

Todo o marquês deseja manter

Pajens ao seu serviço,

Mesmo sem ter Posses para isso.»

 

Berta Brás

 

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MUSEU DE MARINHA

 Museu de Marinha CXXII

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Na época de contenção da Despesa Pública por que atravessa Portugal, terá o Governo decidido instituir o Museu da Viagem nele integrando o Museu de Marinha.

 

Não veio ainda a público se se trata de uma mera mudança de nome para justificar a mudança de tutela para o Ministério da Cultura ou se as alterações assumirão outras dimensões.

 

Se a questão é a de o Ministério da Cultura passar a usufruir das receitas de bilheteira do Museu de Marinha, então é conveniente lembrar que essa operação tem efeito nulo para o Erário Público pois que se trata de tirar a um Departamento do Estado para dar igual montante a outro Departamento do mesmo Estado; se as alterações têm a ver com a integração num só Museu de vários meios de transporte, então vamos por certo ter numa só instituição o espólio dos actuais Museus de Marinha, dos Coches e do Ar sendo que, bem vistas as coisas, pouco ou nada têm a ver uns com os outros, nomeadamente nos públicos que a cada um acorre. Fazendo blague, então junte-se-lhe o Museu da Carris.

 

O Museu de Marinha está muito bem localizado junto aos Jerónimos que simbolizam a nossa epopeia dos descobrimentos; o dos Coches tem a sua nova sede em construção junto ao antigo Picadeiro Real; o do Ar situa-se em Sintra nas instalações da Força Aérea. Não dá para acreditar que o Governo pense na construção de uma única sede para exposição conjunta destes três espólios. As contingências financeiras a que ele próprio, Governo, nos conduziu, exigem que não se façam despesas não reprodutivas num prazo razoavelmente curto. Esse tipo de «coisas» só se fazem quando não se pedem esforços suplementares ao Contribuinte, quando a Conta do Estado apresenta resultados positivos, quando os mercados internacionais de capitais não nos batem à porta a perguntar se estamos bons do juízo…

 

Portanto, sugerindo a sensatez que o Governo não vai fazer um único edifício para albergar estes espólios museológicos relacionados com a viagem, resta a hipótese de o objectivo consistir na consolidação dos três Quadros de Pessoal, ou seja, na anulação da multiplicidade funcional de 3 para 1 único Chefe da Contabilidade. Sim, porque os Guardas, os Cicerones, os Porteiros, esses continuarão todos a ser indispensáveis.

 

Senhora Ministra da Cultura: ou Vossa Excelência se explica ou teremos que admitir que «a montanha se prepara para parir um rato».

 

Entretanto, para que Vossa Excelência possa tomar conhecimento da panóplia de sentimentos que está a provocar, eis o comentário que o Professor Doutor Miguel Mota incluiu na Petição Pública que ontem assinámos:

 

Como filho do Almirante Alfredo Mota, que tanto se bateu pelo Museu, antes dele estar instalado nas actuais instalações; que fundou o Grupo de Amigos do Museu de Marinha, de que foi durante anos Presidente da Direcção (e de que sou um dos sócios mais antigos); e por saber a importância excepcional daquele museu, a notícia não podia deixar de me chocar profundamente. Vi posteriormente um desmentido e os meus votos são que o desmentido seja autêntico e não se cometa mais um atentado como aquele que recentemente destruiu o local da sede da antiga Aviação Naval, donde partiram, para o que eu considero o feito maior dos portugueses no século XX, a I Travessia Aérea do Atlântico Sul, esses dois grandes aviadores, Sacadura Cabral e Gago Coutinho. Esse local deveria ser algo como um centro de visitas elucidativo do que foi a Travessia, um feito heróico e científico, muito mais importante que o de Lindberg. Por incúria dos portugueses – que até o ignoraram totalmente na Expo e desperdiçaram a mais fantástica oportunidade de mostrar ao mundo esse feito, quando o tema até eram os oceanos! - todo o mundo conhece o nome de Lindberg e são raríssimos os que sabem quem foram e o que fizeram Sacadura Cabral e Gago Coutinho.

 

Resta a convicção de que há muitas outras rubricas da Despesa Pública onde Vossa Excelência pode cortar para grande gáudio do Contribuinte. Onde? Por exemplo, nos subsídios a essas troupes de cómicos que se auto-intitulam Grupos de Teatro de Vanguarda que esmolam ao Governo pois de antemão sabem que o público não os procura nem lhes paga as trampolinices.

 

O que está bem não carece de mexidas. O Museu de Marinha está bem!

 

Maio de 2010

 

Henrique Salles da Fonseca

ASSIM SE FEZ O TRIANGULO DAS MINAS

 

 

Rugendas: Derrubada de uma floresta

Fonte: Wikipedia

 

Em tempos passados, o centro-oeste brasileiro exemplo de prosperidade e de auto-sustentabilidade, destaque na economia nacional, foi palco de conflitos entre homens que procuravam novas terras para viver e índios aguerridos, senhores daquele espaço. Nas disputas entravam também negros aquilombados, padres gananciosos, aventureiros desassombrados, facínoras, fugitivos da lei, “mulheres de vida fácil”, todos à procura oportunidades e riqueza.

 

As sesmarias distribuídas pela política pombalina, como premio ou a quem as dispusesse desbravá-las, custaram a ser ocupadas. Dificultavam o intento aqueles que aterrorizavam os caminhos das minas e as tentativas de estabelecimento dos novos donos das datas.

 

Área de passagem, pontilhada por aldeamentos indígenas e quilombos que, destruídos pelos militares e bandeirantes contratados, depois de muitos anos de ferrenhas lutas, deram lugar a arraiais e mais tarde a cidades. Na maioria das vezes, os pioneiros chegavam com a família. No início, depois que se instalavam, chamavam os irmãos, cunhados, parentes e amigos e com eles dividiam as terras e os trabalhos. Assim conseguiam sobreviver. Abriram clareiras nas matas cerradas, construíram casas, formaram pastos e plantaram para a subsistência. Os fazendeiros mais abastados deram terreno para a construção de igrejas. Em volta delas apareceram os cemitérios, ruas de terra batida, moradias e pequenas lojas de comércio e delegacias. Com a migração (nacional e estrangeira) e o passar do tempo chegaram as modernidades; portos fluviais, estações, ferroviária e rodoviária, escolas, câmara de deputados, hospitais, até cinemas. Os coronéis, ricos fazendeiros que influíam na segurança, economia e política da região, tinham autoridade conferida pelo governo. Nas vindas à cidade, construíam palacetes, participavam das festividades, traziam os filhos para a escola, faziam compras de elementos industrializados e importados, comercializavam gado e produtos artesanais. As cidades cresciam, mas era ainda a fazenda a base das suas vidas. Isso se inverteu, à medida que as necessidades mudaram com o evoluir dos tempos.

 

Em 1808, quando a Corte portuguesa chegou ao Rio de Janeiro, cansada e faminta, quem abasteceu de carne a cidade carioca foi principalmente o gado que vinha de Minas Gerais. Conta ainda a história, como facto pitoresco que, à falta de moradias, o príncipe regente mandou que se dispusessem das melhores casas para a nobreza. Para tal, as escolhidas tinham as letras P.R. (propriedade real) colocadas na porta para indicar que os moradores teriam que sair para dar lugar aos recém-chegados do reino de Portugal. Os cariocas logo interpretaram jocosamente como Ponha-se na Rua!

 

Naquela ocasião, a população da cidade triplicou de repente. A solução para muitos desses chegados e deslocados foi migrar para outras bandas com seus familiares e escravos, para tentarem novas fontes de renda. Com o fortalecimento do comércio, desenvolvimento de lavouras, pecuária e usinas, o interior ganhou um sopro civilizacional, onde surgiram ricas famílias com ares de nobreza, agora interiorana.

 

Mas se o isolamento – motivado pelas grandes distancia e instigado pela ancestral política de segredo da Coroa, no intuito de esconder as riquezas brasileiras à cobiça do estrangeiro – facilitou a impunidade e despotismo dos primeiros mineiros, também propiciou ao aparecimento de uma nova sociedade, com costumes arraigados, fundamentada no poder patriarcal dos grandes latifundiários, homens que fizeram daquele espaço seus reinos.

 

 

 Foto: Donato Rispoli Borges

Livro: Memórias de Conquista

 

Muitas são as histórias que se ouvem sobre a vida dos antepassados recentes dos actuais triangulinos. Através dos rios, das ferrovias e estradas, abertas pelos antigos bandeirantes, chegavam noticias e novidades dos centros urbanos importantes e iam as riquezas minerais e as rezes, tocadas pelos tropeiros. Nas épocas festivas, como no natal, eleições, comemorações cívicas e na chegada do circo, a cidade recebia visitantes. As bandas desfilavam e tocavam no coreto, alegrando a praça que se enchia de gente para congraçamento. As moças casadoiras, faceiras, em grupos, como andorinhas, passeavam entre as barraquinhas de quitandas (roscas, pão de queijo, biscoitos de polvilho, bolo de mandioca,...), ou caminhavam de num lado da rua, enquanto do outro os rapazes as observavam atentamente. Ao som da música, o “correio elegante” levava e trazia recados na tentativa de futuros compromissos. Às vezes, daí saía até casamentos.

 

Altas horas, depois da sessão de cinema, os enamorados faziam serenatas para as suas eleitas, recebendo, vez por outra, baldes de água fria atirada pela janela em pagamento!

 

Nas biroscas, desordeiros e valentões, com a “moringa” cheia de cachaça falavam alto, mediam forças e se desafiavam a “maneirar” – (luta de punhal ou de tiro onde os contendores têm as camisas amarradas entre si, e que só termina com a morte de um deles, ou dos dois).

 

Nos idos 1900, naquelas bandas do Triangulo era comum andar-se armado. Crimes encomendados, desafios, disputas amorosas, políticas e de terras, com frequência levavam a tiroteios, não raras vezes com mortes e evasão dos assassinos para paradeiros ignorados.

 

Na nossa região, ficou famoso o caso do filho do Barão de Jaguara, Manoel Pereira, por todos conhecido como Neca Pereira. Homem rijo, de princípios, abastado, influente, exímio atirador, despertava respeito e inveja. Era capaz de acertar com rapidez e precisão a boca de garrafas dispostas em fila, pelo gargalo. Praticava todos os dias e andava sempre com a sua Winchester papo – amarelo junto à perna, enfiada no cano da sua bota. Não se sabe ao certo, porque motivo e quem encomendou o seu extermínio. Para tal contrataram quatro pistoleiros goianos, profissionais competentes na arte de matar. Estes escolheram a noite em que ele pegou o trem de Rifania para Uberaba. Embora rico, preferia viajar na segunda classe, confortavelmente instalado nos bancos laterais, que lhe davam visibilidade geral do que se passava no ambiente. Ao parar na estação intermediária do Erial, um amigo o reconheceu e chamou-o pelo nome. Num relance, ao se virar, recebeu uma saraivada de balas dos bandidos. Mesmo mortalmente ferido, puxou da sua arma e fuzilou um a um, sem perder um tiro, os quatro. Quando chegou ao hospital, em Uberaba, exangue, já muito fraco, não suportou a cirurgia e morreu no acto operatório.

 

Assim era o Triangulo Mineiro do passado e que ainda se pode ver, agora com outras regras e nuances, num outro palco e com protagonistas dos tempos actuais...

 

Uberaba, 16/05/2010

 

Maria Eduarda Fagundes

 

Dados históricos e fotos:

Memórias de Conquista (Donato Rispoli Borges)

Rugendas-Derrubada da floresta Internet (Wikipédia)

A oeste das Minas ( Luis Augusto Bustamante Lourenço)

1808 ( Laurentino Gomes)

SUGESTÃO DE LEITURA - 4

 

 

Título: Correios

Autor: Charles Bukowski

Tradução: Rui Lopes

Editora: ANTÍGONA

  

 

Correios, o primeiro romance de Bukowski, é baseado na sua experiência como empregado dos Serviços Postais dos Estados Unidos ao longo de uma década, e foi publicado num momento em que o seu nome ascendia ao plano do reconhecimento literário universal.

 

Ponto de partida ideal para qualquer leitor que se queira iniciar na prolífica obra de Bukowski, encontramos em Correios as qualidades dos seus restantes trabalhos. Repleto de cenas hilariantes, este romance é também um retrato fiel das frustrações de um funcionário público sofredor.

 

As suas personagens, entre a ficção e a realidade, captam a essência e a universalidade do ser humano e nós, leitores, continuaremos a topar, em Bukowski, com bebedeiras, mulheres, zaragatas, eventuais rebates de consciência

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