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A bem da Nação

ALGUMAS FAMÍLIAS FAIALENSES (açorianas) DE ORIGEM ESTRANGEIRA

 

Arriaga.png Arriaga-  família açoriana proveniente de João de Arriaga, francês de Baiona, mas oriundo de família espanhola (Basca), que se estabeleceu na Ilha do Faial como cônsul de França e mercador, no século XVII. Dela provém o primeiro presidente de Portugal, o faialense Manuel de Arriaga.

 

Berquó.png Berquó- família faialense procedente de Jacques Berquó, natural de Mont-de- Marçan, França, que se estabeleceu na Ilha do Faial no inicio do século XVI.

 

Bettencourt Bettencourt (Betancourt) nos Açores essa família procede de três ramos franceses da Picardia que na época dos descobrimentos se dirigiram via Espanha para Portugal e Ilhas. ( Canárias, Madeira e Açores). Seus descendentes:

Antão Gonçalves Ávila Bettencourt, Francisco Bettancourt e Gaspar Bettencourt deram origem aos Bettencourt açorianos.
 
Bom Dia – família açoriana procedente de Francisco de Bom Dia, soldado espanhol de Villa Maior, que se instalou no Faial na época filipina e de seu sobrinho Pedro Rodrigues Carrascosa, filho de Paula Bom Dia.
 

Brum.jpg Brum- família açoriana procedente de Wilhelm Van Der Bruym Kamash (Guilherme Brum), flamengo de Maestricht que emigrou para a Madeira e depois se transferiu para o Faial.

 
Bulcão- família procedente de Gaspar Buscamp (Bulcão), fidalgo flamengo que fixou residência na Ilha do Faial no século XVII.
 
Curry- família açoriana procedente do inglês Andrew Curry, que se estabeleceu em São Miguel e depois no Faial, no século XVIII.
 
Labat-  família açoriana procedente de Jacques Labat, natural de Arrochele, França, que se instalou no Faial com parentes.
 

Silveira.gif Silveira-  a família açoriana descende de Willem van der Haghe (Guilherme da Silveira), fidalgo flamengo que passou ao Faial com o primeiro donatário da ilha, o também flamengo Josse Hurtere (Jorge Dutra), no final do século XV e que depois se transferiu para as Ilhas das Flores, Terceira, e por fim São Jorge.

 
Street- família açoriana descendente de Willan Street, comerciante londrino que se estabeleceu na Ilha do Faial no século XVII.
 
Terra- família açoriana procedente de Josse van Aard (Jorge da Terra), fidalgo flamengo colonizador da ilha do Faial no século XV.
 
Dutra- (d´utra) família açoriana procedente do primeiro donatário da ilha do Faial, Josse Hurtere (Jorge Dutra), flamengo de Bruges,  e de sua irmã Josina dÚtra.
 
Whytons- família açoriana procedente de John Whyton (João Whyton), inglês que se fixou no Faial no século XVIII.
 
Grotas- família faialense provém do flamengo colonizador Groot (séc.XV)
 
Rosa- família açoriana procedente do flamengo colonizador Pieter Roose, (Pedro Rosa), séc.XV
 
Cornélio - família açoriana procedente do flamengo colonizador Antonio Cornelius (Antonio Cornélio) séc. XV.
 
Arnequim – família faialense procedente do colonizador flamengo Herrn Jannequim.
 
Bruges- família açoriana proveniente do colonizador flamengo Jácome de Bruges.
 
Vernes-  família açoriana procedente de Tristão de Vernes
 
Uberaba, 08/01/09
 
 
 
Maria Eduarda Fagundes
 
 
Dados:
Anais do Município da Horta (Marcelino Lima)
Famílias Faialenses (Marcelino Lima)

AMÉRICA – IV

 

 
THE AMERICAN DREAM
 
 
A expressão foi inventada por James Trulow Adams no seu livro The Epic of America, publicado em 1931, quando afirma: «O “Sonho Americano” é aquele desejo de uma terra em que a vida seja melhor, mais próspera e rica para todos, com oportunidades para cada um em conformidade com as suas capacidades de realização. (…) Não é um sonho de automóveis e grandes ordenados mas sim um sonho de ordem social na qual cada homem e cada mulher consiga alcançar a mais elevada estatura de que seja genuinamente capaz e pelo que efectivamente seja – não pelas circunstâncias fortuitas de posição ou pelo que herdou – assim sendo reconhecido pelos demais.»
 
E a pergunta que se impõe é hoje muito pertinente:
- Depois de tanta desgraça será que ainda existe o sonho americano?
 
Vamos por partes recorrendo sobretudo às estatísticas publicadas no último Relatório do Desenvolvimento Humano do PNUD[1], o de 2007-2008:
·         Poder-se-á hoje viver melhor nos EUA do que nos outros lugares do planeta?
No cômputo geral entre vários parâmetros calculados para 177 países, diz-nos o Relatório que a Islândia era onde se verificava o melhor nível, que a Noruega ocupava a 2ª posição, os EUA a 12ª, Portugal a 29ª e a Serra Leoa a 177ª.
Mais concretamente, o PIB per capita (US$ PPC[2]) era então como segue:
·         EUA = 41.890.
·         Islândia = 36.510.
·         Portugal = 20.410.
·         Serra Leoa = 806.
 
·         Será a vida americana mais próspera do que no resto do mundo?
Em percentagem da população activa, o desemprego de longa duração era como segue:
·         Islândia = 0,2
·         EUA = 0,5
·         Portugal = 3,8
·         Serra Leoa =???
 
·         Será que nos EUA a riqueza está melhor distribuída?
O Índice de Gini mede a distribuição da riqueza entre 0 (a riqueza distribui-se igualmente por toda a população) e 1 (toda a riqueza pertence a uma única pessoa) sendo a informação disponível como segue:
·         Islândia = não calculado
·         Noruega = 0,258
·         Portugal = 0,385
·         EUA = 0,408
·         Serra Leoa = 0,629
 
·         O acesso aos mais altos cargos é democrático?
A eleição de Barack Obama revela que o tema é axiomático nos EUA.
 
·         O status é publicamente reconhecido?
Repito: a eleição de Barack Obama revela que o tema é axiomático nos EUA.
 
Então continua ou não a existir o sonho americano?
 
Sim, creio que ainda existe o American Dream mas, na situação pastosa a que chegaram, resta a esperança de que não se confunda com «american cream». Todos querem que esta situação de incómodo político e descrença nas instituições financeiras tenha sido apenas um episódio triste da História americana.
 
"A busca da felicidade" foi proclamada pelos «Pais Fundadores» do Estado Americano assim ficando como parte essencial da vocação daquela grande Nação.
 
 
 
No dia em que toma posse o Presidente que foi eleito por quem decidiu apostar no futuro rompendo com o passado recente, só o sonho americano faz sentido.
 
Para o bem de todos nós, sugiro a quem me lê que diga comigo: Ámen!
 
Lisboa, Janeiro de 2009
 
 Henrique Salles da Fonseca


[1] -PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento http://hdr.undp.org/en/media/HDR_20072008_PT_complete.pdf
 
[2] - PPC – paridade de poder de compra

ENTENDIMENTO E INTEGRAÇÃO

 

DOIS EXCELENTES EXEMPLOS
DE
ENTENDIMENTO E INTEGRAÇÃO
PARA OS NOSSOS TEMPOS CONTURBADOS
 
 
Moses Mendelssohn
(1729 Dessau-1786 Berlin)
 
Filósofo alemão judaico, avô do compositor. No fim da vida, com a saúde precária afirmou: ´decidi dedicar o que me resta da vida para o benefício dos meus filhos, e da minha nação´ [alemã e judaica]; os segregados dos alemães como foram os judeus do país onde viviam e aonde apenas falavam yiddish.
 
Com esse intuito fez uma tradução do Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia (Tora), em letra hebraica que quando lida resultava em alemão. Assim fez um grande contributo para integrar o povo judaico, de uma forma nunca antes registado.
 
 
 
Akbar O Grande
(1556 Paquistão-1605 Índia)
 
Akbar era Muçulmano e passou à história como um Sultão tolerante. Abriu uma ´casa de adoração´ onde realizavam discussões religiosas em que participavam Ulamas, Sunitas, Sufis, Hindus, Zoroastrianos, Judeus e Jesuitas de Goa.
 
Começou uma nova fé, Din-i-Ilahi, que representava o seu próprio culto ecléctico, mas o seu principal objectivo era o de mesclar e integrar o Islão e as diversas crenças.
 
A sua mensagem: ´não sejam estranhos em vossa própria terra´.
 
 
John Howard Wolf

 

 

POSTAIS ILUSTRADOS XI

 

Às vezes também há postais ilustrados ao Domingo
 
 
 
O ROSTO ANÓNIMO DA SOLIDARIEDADE
 
Domingo, 11 de Janeiro de 2009 – Sabíamos os meus Colegas e eu – era pelo menos a indicação que o nosso Presidente da Delegação de Lisboa (*) nos tinha dado – que esta intensa operação de auxílio aos sem-abrigo em Lisboa, iria terminar amanhã, Segunda-Feira, dia 12.
 
A decisão iria ser tomada à tarde, em reunião com o nosso Presidente da Delegação de Lisboa, os responsáveis no terreno, da Câmara Municipal de Lisboa e da Protecção Civil. Esta operação destinou-se a aliviar, por uns dias, o enorme tormento dos sem-abrigo em Lisboa, que sofrem todo o tipo de vergastadas violentas com que os elementos da Natureza nos atacam nesta época do ano.
 
Dei comigo a ter dois pensamentos contraditórios: [que decidissem não suspender a ajuda humanitária por este tempo ainda estar escabroso - o frio era muito - e, simultaneamente, desejei que tivessem motivos para suspender a operação – que a vaga do frio terminasse – para minorar osofrimento daqueles que pernoitam ao relento, em bancos de jardins, soleiras de portas, escadas de prédios velhos, arcadas de edifícios e outras “habitações”, onde dormem (?) recolhidos e protegidos das intempéries que têm de suportar].
 
Mas, num outro tempo das minhas cogitações, desejava, também, que estas acções humanitárias fossem todos os dias, para que estes seres humanos pudessem ser acompanhados e mitigados na sua solidão, - a solidão, meus Amigos, é pior que a fome e o frio - e que a nossa sociedade em geral, friamente, ignora. Sem tecto, com fome, com frio, com solidão, sobrevivem com a dignidade que a vida e a sociedade madrasta lhes permite; estão na escala infra humana, muito abaixo do zero da vida.
 
Sou, com muito orgulho, Voluntário da Cruz Vermelha Portuguesa, qualidade que os meus Amigos e visitantes assíduos deste blog só hoje conhecem porque sempre escondi esta condição por ser uma escolha da minha vida privada que só a mim e à minha consciência cívica diz respeito. Hoje dou o meu rosto com um objectivo que ficará desvendado no fim deste meu texto.
 
Falemos então desta operação de ajuda humanitária que faz parte, segundo me informaram, de um plano de contingência elaborado há muito tempo. Estiveram no terreno a Câmara Municipal de Lisboa, a Protecção Civil, a Cruz Vermelha Portuguesa e a Associação de Solidariedade Social Novos Rostos... Novos Desafios (**). E, além, destas organizações, estiveram, outrossim, no terreno, pessoas de todos os extractos sociais que nos apoiaram, designadamente alguns proprietários de restaurantes de Lisboa, estes com comida – sopa e sandes – e aqueles com roupa, sapatos e pacotes de leite, chá, açúcar, etc..; e em todos eles uma inexcedível boa vontade e solidariedade, demonstrando que alguma parte dos nossos concidadãos ainda têm consciência cívica; e que no nosso País não estamos tão perdidos de todo como Sociedade. Estiveram sempre presentes médicos; psicólogos; assistentes sociais; agentes da autoridade civil e municipal; Corpo do Centro Operacional da Cruz Vermelha Portuguesa (no Prior Velho) e o Corpo de Voluntários da Cruz Vermelha; bem como, o Corpo de Sapadores Bombeiros de Lisboa cujo Comandante manteve presença assídua na tenda que foi instalada para o efeito nas instalações da D. Carlos I (***), (****).
 
Entre os cidadãos anónimos que a nós chegaram, apareceu-nos no Sábado, 11, em que eu estava escalado para o turno das 18 às 20 horas (apesar de os Voluntários e os responsáveis directos no terreno da CVP se auto-considerarem permanentemente de serviço) um Grupo de Senhoras acompanhadas de 5 jovens entre os 13 e os 15 anos, provenientes de Torres Vedras, que nos trouxeram comida e apoio pessoal. As Senhoras são do Centro de Saúde de Torres Vedras e mostraram desejo de ser Voluntárias e as jovens queriam, logo ali, sereminformadas como podiam ser voluntárias. Todas elas foram esclarecidas e remetidas para quem na Cruz Vermelha as poderia informar e decidir mas quanto às jovens existia o óbice da idade pelo que teriam de esperar para serem mais velhas. Vimos-lhes a decepção no olhar, mas deixámo-las trabalhar ali a servir sopa, sandes, leite... e logo os olhares voltaram a ter o brilho com que nos abordaram (estou a escrever estas palavras comovido). Num gesto de as homenagear tirámos os escapulários e pusemos-lhos. A alegria de poderem ajudar os outros foi comovente. Tiraram uma fotografia que me enviaram por e-mail com estas singelas palavras que reproduzo:
 
Obrigado por nos ter deixado ser voluntárias por uma noite”.
 
Eu é que vos agradeço, minhas queridas, e a Cruz Vermelha também. Com jovens como vocês, Portugal não tem de ter medo do Futuro... e os sem-abrigo também não: Bem hajam!
 
E a mensagem e pedido que aqui deixo é o seguinte, em homenagem ao exemplo destas jovens e futuras mães portuguesas:quem tiver tempo disponível e não souber o que fazer com este, ofereça-se como Voluntário na Cruz Vermelha ou em qualquer outra organização com o mesmo fim. A vossa consciência cívica agradecer-vos-á pelo bem-estar e tranquilidade que sentirão.
 
 
Luís Santiago
 
(*) Que apoia os Voluntários local e pessoalmente sempre que necessário;
(**) Que me perdoem se me esqueci de alguém;
(***) Bem como a Srª Vereadora responsável, da Câmara Municipal de Lisboa;
(****) Uma palavra de agradecimento pessoal ao Srº Comandante pela prontidão e simpatia com que atendeu os meus pedidos de ajuda extra.
 
 

Ordem e Progresso, o desafio do governo

 

                                                           
 
                                                                          
 
 

 

O presidente Lula tem razão quando diz que tem sorte. Recebeu um país onde a inflação galopante estava dominada, encontrou uma economia caminhando sozinha, independente da ajuda do governo, acertou quando ampliou as oportunidades de negócios com paises em desenvolvimento, e na sua gestão descobriu-se mais petróleo, aumentando as reservas petrolíferas do país. 
 
Mas,  apesar tudo isso e dos muitos  programas de políticas públicas para o desenvolvimento, educação e cultura, para a defesa da Amazónia e do consumidor, para a proteção do menor, da mulher, do deficiente e do trabalhador, continuamos a ter os mais baixos índices de educação e aproveitamento escolar, os mais altos níveis de corrupção e violência urbana e rural, e os mais deficientes sistemas de transportes e assistência à saúde.
 
Nas áreas produtivas, agrícola e pecuária, onde o sucesso agro-industrial alavanca a economia, o governo dá pouca atenção. Prefere investir boa parte dos recordes de arrecadação, que tão bem soube auferir, através dos numerosos impostos, nos programas de assistência, distribuindo bolsas de todos os tipos e aposentadorias até para quem nunca trabalhou, para tirar o país da miséria! A ordem é repartir o “bolo” que uns poucos fizeram, indicando que é mais fácil "comê-lo" que "fazê-lo."
 
 Com esse tipo de política paternalista o PT  ganha poder e deixa a população cada vez mais acomodada, dependente das “esmolas” do governo. Será que este é o caminho para atingirmos o que diz o emblema da nossa bandeira:  "Ordem e Progresso"?
 
 Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 05/01/09
 

DA CONQUISTA DE GOA

 

 
A Propósito do texto de John Howard Wolf
“Da Repulsa dos muçulmanos”
 
 
Meu Caro John Wolf (Sénior),
 
Permita-me que assim amistosamente o trate.
 
 
Peço-lhe desculpas antecipadas do meu comentário ao seu texto que vou fazer de seguida, mas, sou conhecido entre os meus Amigos por não ter “papas na língua” e fiquei surpreendido com as citações do seu texto “Da repulsa dos muçulmanos” de que não percebi muito bem o sentido, ou, intimamente, recusei-me a perceber. Repulsa de quê? Religiosa? Militar? Social? Moral? O sentido que tiro do seu texto é que os muçulmanos são um povo coitadinho perseguido pelos “malvados” dos portugueses. E surpreendeu-me de o seu texto só ver esta “mania” dos portugueses de perseguir não católicos.
 
Provavelmente, se recuarmos à península hispânica do Século XII, os Sarracenos que por aí “passeavam” eram umas vítimas nas mãos do Rei D. Afonso I e dos Reis de Leão, de Castela e de Aragão. Mas voltando a Goa, a mentalidade dos descobridores portugueses de quinhentos não é, com certeza a de agora. Vou referir algumas das suas citações que fez porque as considero ofensivas como português e eu posso não ser muito “british”, mas, em casa de ingleses eu nunca me atreveria a passar a fronteira da minha condição de visita em casa de anfitriões simpáticos e que me merecessem respeito e consideração. O Dr. Henrique editou o seu texto (espero que faça o mesmo ao meu e com igual destaque), foi um democrata e um “gentleman”. Eu digo-lhe, claramente, que não o editaria. Não é que não respeite as suas opiniões e de toda a gente, mas, na minha “casa” elas não teriam lugar se ofendessem o espírito da História de Portugal e, em minha casa mando eu e os meus familiares. Eu respeitaria e respeito as suas opiniões num qualquer forum de debate, onde é legítimo que todas as opiniões se expressem livremente.
 
Comecemos pelas citações: A Genevieve Bouchon (historiadora francesa), não reconheço autoridade nenhuma à Senhora quando conclui que os homens são umas ”bestas” (sic). Mas quais “Les Portugais”? ou “Les Maures”? ou “Les Français”. Então a Senhora não sabe que em França teve um Napoleão, o Hitler do Século XVIII e uma Revolução Francesa com um Robespierre e o período denominado historicamente de terror? Bem vistas as coisas a Senhora Historiadora “esqueceu-se” da mentalidade dos Homens de Quinhentos e que deram novos mundos ao mundo (Luís de Camões). Boxer e Denvers são historiadores ingleses, portanto, não os considero com moral para falar da História Portuguesa, quando a História Inglesa está pejada de brutalidades. Só lhe recordo o que se passou na Índia e nas Américas quando eram colónias inglesas e lutaram pela sua independência. No império colonial que o UK ainda hoje mantém disfarçadamente sob a designação de Commonwealth, esquecemos facilmente a luta por manter, por exemplo, a posição britânica nas Maldivas. E nós é que somos colonialistas!!! É perigoso falar do argueiro no olho do vizinho quando o nosso tem uma trave...
 
No Foral de Goa estamos a ler a discrição de uma operação militar. Creio que em operações militares não estamos propriamente a falar de beijos e abraços... Do Papa, em 1452, estamos também em presença da mentalidade religiosa do Homem de Quinhentos, Papa Calisto III (Cardeal Alfonso de Borja, espanhol).
 
Quanto ao Senhor Teotónio de Souza, além de a sua opinião ser suspeita e tendenciosa por ser indiano – não é que ser indiano tenha algum mal - gostaria de saber, se é possível, identificar qual o texto mais próximo da época onde tenham sido descritos os acontecimentos e que tenha servido de fundamentação histórica ao Senhor Teotónio de Souza, porque ao que me é dado conhecer - e eu de História de Portugal tenho a humildade de reconhecer que sei muito pouco - não há elementos históricos fiáveis de que a maioria dos habitantes muçulmanos de Goa tenham sido “exterminados” (pressupõe frieza e desumanidade na decisão) pelo Almirante Afonso de Albuquerque.
 
É pena que em relação ao meu Cardeal Patriarca, D. José Policarpo – sou católico, apostólico romano, vou todos os Domingos à Eucaristia do meio-dia na minha paroquia – o Amigo John tenha tido a deselegância de ser tão parcial e se tenha ficado por uma referência que cerceia o pensamento mais global do meu Cardeal e tinha sido muito interessante identificar (o pensamento) para não ficarmos só com um lado e com menos de metade da questão.
 
Juro que não percebi “E o atraso continua...” (sic), com que rematou o seu texto.
 
Somos atrasados? Provavelmente somos, mas não somos xenófobos, racistas, não temos “hooligans” e Lisboa ainda é considerada uma das Capitais mais seguras do Mundo.
 
Quanto à prática religiosa e de costumes, poderemos debater isso um dia, mas informo-o que já fui convidado para uma refeição em casa de muçulmanos e esclareço-o que as Senhoras comeram depois dos Homens e sentadas na cozinha... Talvez a historiadora Genevieve se sentisse honrada com este “tratamento” social. Eu por mim, nunca mais aceitei convites de pessoas com este comportamento social porque me senti ofendido com a desumanidade esclavagista de tal prática. Mas, não me atrevo a condenar, porque em suas casas cada um prossegue os costumes que entende.
 
A finalizar, cito-lhe um comentário que li acerca desta polémica de Goasobre um artigo de opinião que procura fazer um balanço sobre a herança portuguesa em Goa de Augusto Pinto (certamente conhecerá), em que este disserta sobre a lusofonia da identidade goesa e sobre os debates que esta matéria tem suscitado em vários planos ideológicos e com esta linha de orientação contra os “abusos” dos portugueses.O comentário ao artigo: “The Goan indentity is linked definitively to the portuguese and the indian. That is his originilaty and specificity. Why always commenting about Portugal’s abuses and don’t know else if what it makes goan identity is this mix??? Good or not, portuguese is part of goan identity, not only, but we can’t renegate our origines....our past and history”.
 
Sensato e justo, não? Pedi-lhe desculpa no início das minhas palavras? Retiro o pedido. Afinal de contas o ofendido sou eu... e os portugueses.
 
Os meus cumprimentos
 
 Luís Santiago
Cidadão Português
 

AMÉRICA – III

 

 
A ESPERANÇA
 
 
 
John McCain, o candidato presidencial derrotado, deve ter respirado fundo quando soube que o adversário era o vencedor. É que os trabalhos ciclópicos que esperam a nova Administração americana não deixam margem para dúvidas: só uma grande tenacidade, um espírito inovador, uma grande independência relativamente ao passado e uma sabedoria exímia conseguirão levar por diante um programa de acção que rapidamente relance a economia por ter recuperado a confiança nas instituições financeiras, impeça um surto inflacionista ao estilo do Zimbabwe ou da República de Weimar, resolva a questão iraquiana, restabeleça algum pudor no equilíbrio orçamental, traga de volta alguma estabilidade aos preços das matérias-prima, reponha a justiça social donde a Administração anterior a retirou e recupere o orgulho nacional.
 
E tudo isto sobre os ombros de um único homem, o Presidente.
 
Mas se estas são as minhas esperanças, o resto do mundo espera estas e muitas outras coisas. Tantas que não dá para as enumerar.
 
O que me espanta é ouvir os inimigos dos americanos dizerem que «agora, sim, as coisas vão melhorar». E quem são esses inimigos? Toda a esquerda política mundial e seus aliados; todos os inimigos de Israel; todos os “coitadinhos” do terceiro mundo (mas com fabulosas contas bancárias pessoais nos mais escandalosos paraísos fiscais); todos os guerrilheiros espalhados pelas selvas mais recônditas; todos os que não sabem lidar com eles; todos os que se serviram deles para iniciar o processo de desenvolvimento e agora os querem escorraçar; todos os que perante eles têm complexos de inferioridade. E são tantos…
 
Acham que Barack Obama lhes vai fazer todas as vontades: que vai desvalorizar o dólar para que os produtos americanos fiquem relativamente mais baratos; que vai valorizar o dólar para que as exportações para a América fiquem relativamente mais fáceis; que vai apoiar os palestinianos e suspender o apoio a Israel pondo «os judeus americanos na ordem» e abdicando das mais valias do negócio dos diamantes; que vai trazer de volta da China as indústrias que para lá foram transferidas em busca de mão-de-obra barata e simultaneamente vai ignorar os títulos do tesouro americano em mãos chinesas; que vai lançar um ror de dinheiro nos circuitos monetários para relançamento dos mercados financeiros e combater a inflação; que vai permitir a importação de petróleo pago em moedas estrangeiras e aumentar o apoio ao desenvolvimento; que vai reforçar a segurança mundial mas reduzir o esforço militar; que vai reforçar a globalização mas reduzir o imperialismo económico; que vai abdicar da defesa dos interesses estratégicos americanos a favor de quem os conteste. Eis como a lista de incongruências não tem fim…
 
E acham tanta coisa contrária aos mais profundos interesses da Nação americana que não tardará muito para que digam que Obama é uma decepção, um imperialista, um «bandido» igual aos outros todos que passaram pela Casa Branca.
 
Todos, cá fora, temos muita esperança na actuação de Obama como homem do nosso bem mas ele recebeu um inequívoco mandato para exercer o cargo de Presidente dos EUA e não o de traidor ao seu país.
 
Outra coisa é o «american dream».
 
Lisboa, Janeiro de 2009
 
 Henrique Salles da Fonseca

CRÓNICA DO BRASIL

 

Fauna, números, etc.
 
O Brasil é um continente de fauna riquíssima. Única. Milhares de espécies de peixes de água doce, milhares de pássaros, a maioria deles lindíssima e 394 macacos, mais um animal, estranho, descoberto há pouco tempo, a que é dado o nome, em ortografia hodierna, de «KXK brasiliensis» (leia-se, com sotaque irlandês, ou viseense, kaxike!).
É uma espécie nova de primata, exemplar exclusivo, tipo homo mudus, homo cegus e homo surdus. Ao contrário da quase totalidade dos outros primatas, não gosta de ver televisão, nem de ouvir rádio, muito menos ainda de dar entrevistas, sobretudo as coletivas.
 
Talvez pela raridade do fenómeno a população do país tem por ele grande estima! E pasmem, ó gentes, admiração! Tudo quando ele sabe do que se passa ao seu redor é o que lhe contam os seus aduladores, os homo corruptus.
 
Manipulando a bel prazer a res publica, o país viu assim aumentados os seus gastos públicos burocráticos, e reduzidos de forma dramática os investimentos, surfando alegre e vaidoso na onda dos altos valores das commodities que levaram, em 2008, o mundo à bancarrota!
 
Agora, quando já algumas centenas de milhares de trabalhadores perderam os seus empregos... a música vai tocar de outro jeito.
Pelos quadros abaixo vê-se que o (des)governo tem sido uma calamidade, malgré a plebe aplaudir, eufórica e sorridente o descaso e o abandono.
 
O primeiro quadro compara a diferença entre 1995 e 2005. Com receitas quase 283% acima, o custo da máquina administrativa aumentou 1.280%, e os investimentos no país, no desenvolvimento, somente 10,5%.
 
 
 
Pior ainda quando se analisa o ano de 2008, no quadro nr. 2! Chamar calamidade a esta (des)governação, é pouco. Vejam e comparem com atenção:
 
 
 
Este é país dos absurdos! Houve agora mudança na governança dos municípios.
 
Num deles o prefeito de saída, à última hora, assinou a compra de 290.000 embalagens de papel higiênico! Dá para uns três anos de muita dor de barriga em toda a administração municipal! Já um outro, que não conseguiu segurar o cargo mandou colocar debaixo da mesa do novo eleito um presentinho: uma cobra coral, uma das mais venenosas do país!
 
Assim o país vai sendo levado, ao sabor da estupidez e do descaso, valendo-lhe o povo que trabalha e aquela benção deixado por Caminha: “planta, planta, que em se plantando tudo dá”!
Até estas espécies de mentecaptos, homos ineptus e corruptus.
 
Rio de Janeiro, 12 de Janeiro de 2009
 
 Francisco Gomes de Amorim

Breve história de Portugal

 

 Da repulsa dos muçulmanos
 
Citações
 
Genevieve Bouchon (historiadora francesa): ´La méfiance ancestrale des Portugais dês Maures…´Grâce à Notre Seigneur de nous avoir tires dês mains de pareils hommes qui ne possadaient pás plus de raison que dês bêtes…´
 
 
Boxer (historiador inglês): ´Moors´ and ´Saracens´ as Muslims were termed, were regarded as doomed to hellfire in the next world. Consequently, they were not likely to be treated with much consideration in this one´.
 
Eduardo Lourenço: Portugal regarded as Catholic Israel
 
Foral de Goa: Antes que Hidalcão efectuasse o corte total de passagem pelo rio aos barcos portugueses, Afonso de Albuquerque manda matar todos os mouros que tinha aprisionado…Vão ser agora perseguidos e assassinados sem contemplação…
 
Papal Dun Diversa 1452: O Papa autorizava a Rei de Portugal a atacar, conquistar e submeter os Sarracenos…e outros inimigos de Cristo a apoderar-se dos seus bens e terras…e a reduzi-los a escravatura
 
Danvers(historiador Inglês 1894): Albuquerque ordered a great quantity of cement to be prepared, and threw down the sepulchres of the Moors to provide stone for the fortifications.
 
Teotónio de Sousa (historiador Indiano/Goês): A seguir à conquista de Goa, Afonso de Albuquerque exterminou a maioria dos habitantes muçulmanos da cidade
 
D. Policarpo 2009: não recomenda casamentos com muçulmanos e alerta para os perigos decorrentes dessa decisão.......
 
E o atraso continua…!
 

 

 

John Howard Wolf

COISAS LIDAS - 3

 

 Mediabooks.pt - A sua livraria online

 

E o ano de 2008 não haveria de fechar sem  nos trazer uma importante referência literária sobre a complexa personalidade de Maxim Gorki e o seu improvável mas fecundo relacionamento com Lenine. Situa-se o principal da acção em Capri, no ano de 1913. Ao longo de dez dias, os dois exilados pelo Czar de Todas as Rússias encontram-se na atmosfera paradisíaca da ilha mediterrânica, partilham a mesa na taberna de Constantino Patella, antigo companheiro de Garibaldi, e conversam horas sem fim sobre a Rússia,   sobre as maleitas da sociedade burguesa e  sobre a Revolução  que é obsessão para um e o outro encara com crescente cepticismo. Melhor, Lenine fala enquanto Gorki ouve e regista. Aí estão, frente a frente, o homem que desejava mudar o mundo e o homem que conseguiu criar a ilusão de que o tinha mudado. O diálogo é fascinante e o autor, Marcello Duarte Matias, soube relatá-lo com um brilho, uma vivacidade e um dramatismo que nos tira o fôlego.
 
“Encontro em Capri”, edição Oceanos, um livro a não perder.
 
Estoril, 13 de Janeiro de 2009
 
Luís Soares de Oliveira

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