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A bem da Nação

EFEMÉRIDE

 

 

 

VULGATA

 

Hoje é dia de São Jerónimo, o padroeiro dos estudos Bíblicos.  Nascido na região  que hoje corresponde à Croácia, filho de gente abastada,  dedicou-se aos estudos de história e das escrituras. Culto, viajado, foi secretário do Papa Dâmaso que lhe deu a incumbência de traduzir a Bíblia do hebraico e do  grego para o latim. Tradução esta que recebeu o titulo de Vulgata e que foi adoptada (Concilio de Trento) até os tempos modernos como a versão mais fidedigna da Bíblia para o Ocidente.

 

 São Jerónimo por Domenico Ghirlandaio
São Jerónimo
(por Domenico Ghirlandaio)
 
São Jerónimo morreu em 30 de Setembro de 420, data que ficou convencionada como o dia dos Estudos Bíblicos e de São Jerónimo.
 
 Maria Eduarda Fagundes
 
BIBLIOGRAFIA: Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

Os “finalmentes”

 

 
 
 
 
Mesmo com toda a tecnologia, descoberta de medicamentos e atividades para a terceira idade que prolongam e melhoram a qualidade de vida, a velhice continua sendo a fase final do ciclo existencial, onde o idoso, ao fim e ao cabo, está condenado, na maioria das vezes, ao desconforto das dores funcionais e ao ostracismo que o estilo de vida moderno trás.  Que diferença para a sociedade oriental que encara o senescente como fonte de conhecimento e sabedoria!
 
Ter apoio familiar, independência financeira, atividades salutares adequadas à idade, lúdicas e culturais, médicos e medicamentos, fazer viagens, são benefícios que trazem conforto para a velhice, acessíveis, no Brasil, só para uma minoria.
 
A senelidade pode ter assistência, mas ainda não tem uma medicina com dados e pesos específicos para os mais velhos, que são avaliados e tratados geriatricamente de maneira empírica, tendo como referência o adulto hígido. Embora a velhice não seja uma patologia, assim como não é a infância,  adolescência e a menopausa feminina, é a fase da vida onde o individuo é mais vulnerável às doenças. Como a criança, mas sem a sua capacidade de reação, o velho tem o equilíbrio orgânico lábil, fronteiriço à anormalidade,   pré-disposto à patologia. Ser senescente é ter menor capacidade de adequação às mudanças físicas e psíquicas. É ser mais suscetível ao estresse emocional e às alterações bruscas de clima e ambiente. Potencialmente, é ser um depressivo, desidratado, hipotônico, lento e hipoventilado. Para combater essa fragilidade natural da idade temos os recursos antigos como o amor familiar e a assistência social, os modernos,  como terapêuticas fisioterápicas (exercício respiratórios e posturais,  hidroginástica, massagens,...) e  a medicina alternativa ( homeopatia , macrobiótica, acupuntura, cromoterapia, aromatoterapia, climatoterapia, fitoterapia, hidroterapia,...) usada em todos os tempos. O idoso merece cuidados maiores com a lida e com as doses de medicamentos. Ao se observar sempre o estado físico, evita-se problemas iatrogênicos, intoxicações e dependências.
Estar na terceira idade, com mais de 60 e bem, é estar, hipoteticamente, com a vida já ganha, no lucro, aproveitando os” finalmentes”.
 
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 20/09/08.   

CARTA ABERTA AO GENERAL RAMALHO EANES

 

 
 
O País teve, há uns dias, oportunidade de ouvir novamente falar de si.
E pelas melhores razões: porque terá recusado receber retroactivos de valor superior a um milhão de Euros, que lhe seriam devidos por passar a ser abrangido pela lei que permite, aos ex-Presidentes da República, acumularem a respectiva pensão com outras a que tenham direito.
 
Um gesto raro (embora não inédito) de desprendimento dos bens terrenos, por que tantos, de forma ostensiva, lutam muito para além do razoável.
 
Recordo que, já em tempos distantes (a seguir ao 25 de Novembro de 1975), o Senhor General recusou receber o diferencial do vencimento do seu posto efectivo (tenente-coronel) para aquele em que foi graduado (general de 4 estrelas) para as funções de Chefe do Estado-Maior do Exército. Não tenho ideia do quantitativo mensal, mas passaram-me pelas mãos documentos que referiam a transferência dessas importâncias para instituições de solidariedade social, o que aconteceu, pelo menos, até à sua eleição para Presidente da República, em Junho de 1976.
 
É por isso que não concordo inteiramente com a sua atitude recente.
 
De facto, aceito – e aplaudo – que recuse o benefício pessoal desse mais de um milhão de Euros.
 
Mas entendo que não é legítimo deixar nas mãos rotas de uma administração pública tão esbanjadora de recursos (como é a nossa) uma importância que faria a felicidade de muitas instituições.
 
A começar pela Liga dos Combatentes, de que é Sócio de Mérito, que tem em carteira projectos de criação de vários Lares para ex-Combatentes idosos e desprotegidos.
Continuando pelas associações de militares (AOFA, Associação de Oficiais das Forças Armadas; ASMIR, Associação dos Militares na Reserva e Reforma; ANS, Associação Nacional de Sargentos; APA, Associação de Praças da Armada; e outras) que lutam, por todos os meios legais mas com manifesta escassez de meios, contra os desmandos do Estado que recusa pagar (desde há longos anos) o que a Assembleia da República, por unanimidade, entendeu ser de justiça atribuir aos Militares.
 
E muitas instituições de solidariedade social (entre as quais se incluem algumas de militares, como a Associação de Comandos) que, à semelhança do que aconteceu em 1975, muito agradeceriam a parte do óbulo que lhes coubesse, certamente melhor aplicado do que o poço sem fundo que será o seu destino fatal – se não for por si aceite e logo distribuído como melhor entender.
 
Se ainda for a tempo, Senhor General Ramalho Eanes, reconsidere: mantenha a recusa de usar esse dinheiro em proveito próprio, mas aceite recebê-lo e distribuí-lo para fins filantrópicos.
 
Espero poder voltar a felicitá-lo em breve.
 
Atenciosamente
Alberto Ribeiro Soares
Coronel do Exército
2008-09-23

PASSE DE MAGIA – 15

 

 
MEDIDAS DE POLÍTICA PROPOSTAS PELO
DR. PAULO VITAL ROSA
 
 
Quer queiramos quer não, vivemos num dos países mais desenvolvidos do mundo. E esquecemo-nos muitas vezes disso...
 
Do meu ponto de vista, há duas áreas fundamentais a mexer: educação e peso do Estado (é lógico que áreas como a justiça, a segurança, o "apoio social", merecem, também, muita atenção).
 
Tanto quanto sei, a Noruega tinha, há 100 anos atrás, 10% de analfabetos. Trataram disso e o resultado está à vista. Este deve ser o valor que Portugal tem hoje. Que dizer? Parece que, por cá,  estão a tratar do assunto... Julgo que nem é preciso estudar muito para"passar de ano". Ficamos bem nas estatísticas mas...
 
O Estado está em todo o lado. É complicado o relacionamento com os contribuintes. Regras complicadas, atendimento moroso... A economia não precisa de ajudas, linhas de crédito... Precisa que a deixem andar.... Com regras, é claro.... Mas regras objectivas e alcançáveis....
 
Infelizmente, isto não se resolve em meia dúzia de anos. Mas parece-me que está na altura de dar início ao processo... Parece-me inevitável...
 
Resumidamente, é este o meu ponto de vista.
 
 
 

CRÓNICA DO BRASIL

 

A crise e a crise !
 
Crise é como mosca, mosquito e jacaré: existe há centenas de milhões de anos e não se antevê que acabem. Nem os jacarés, tão perseguidos por causa da sua pele.
Diz a Bíblia que houve uma “crise” quando se construía a Torre Babel, e assim a construção foi interrompida; houve graves crises nos vários impérios que se esfumaram na história – sassânida, egípcio, persa, romano, inglês e até o pseudo português – e agora chegou a crise que demorou a manifestar-se: a da ganância e da roubalheira!
O presidente do Lehman Brthers, quando o banco em 2007, já deveria estar a pedir esmola para sobreviver, ganhou algo como 45 milhões de dólares pelo seu “brilhante” desempenho! Qualquer coisa como uns mil e quinhentos salários médios de trabalhador americano! Não foi só este “presidente”. Todos os presidentes dessas maravilhosamente fortes e seguras empresas, recebiam algo no mesmo padrão.
Os juízes do supremo americano são bem mais modestos: ganham por ano US$ 208.000 e só o presidente dessa suprema corte tem direito a automóvel, a que aliás renunciou! Um dos juízes ia para o trabalho no seu carrinho. Um Fusca! Nem Cadillac era.
No Brasil, o país do futuro brilhante e da vergonha presente, os juízes do nosso supremo, têm um salário semelhante aos americanos, mas... todos têm carro com motorista à custa do Zé. Alguém ficou admirado com isto? Não é caso para tanto, já que aqui o salário mínimo é de cerca de US$ 245, o que significa que sexas ganham, fora o carro, importado, que podem trocar a cada dois anos, mais o salário do motorista, alguma coisa como cerca de sessenta salários mínimos nacionais!
Mas aqui não há crise, como também não há vergonha nem educação e muito menos cultura. O povo come o que lhe dão, salgado, e, em média trabalha cinco meses e meio por ano só para pagar impostos, que equivalem a 45% do PIB bruto. Mais do que em França que luta para diminuir seu déficit. A classe média, quase considerada “rica” já vê fugirem-lhe do estômago e do seu lazer 75% do que ganha!
Apesar da euforia luliana petista, qualquer dia a “crise” vai chegar.
E atingirá quem? Os mais desfavorecidos. É óbvio
 
Rio de Janeiro, 23 de Setembro de 2008
 
Francisco Gomes de Amorim

Status ao contrário

 

 
 
 
 
É frequente as pessoas com menos estudo e preparo dizerem que quem não estudou tem que ganhar a vida no trabalho duro, suado, quando o individuo fica de pé, do amanhecer ao final do dia. E que emprego bom é aquele em que o sujeito fica sentado, no bem-bom, escrevendo ou lendo, num escritório ou consultório, de preferência com ar refrigerado e computador, com o mundo ao alcance de uma tecla. Será que essas pessoas têm razão?
 
Estudos médicos de reumatologia e ortopedia dizem que na realidade não é bem assim. Dependendo do tipo de serviço, trabalhar ao ar livre e em movimento é melhor para a saúde em geral e para as articulações e coluna em particular que ficar enfurnado num ambiente fechado, preso a uma cadeira.
 
Desde os tempos antigos o acto de receber sentado era considerado sinal de importância e distinção social.  Das varandas das fazendas do século passado, o Coronel assistia, sentado, ao trabalho dos seus peões nas cocheiras e currais. Era ainda nessa posição que os recebia para conversas ou recomendações. Nas sociedades antigas os deuses e reis tinham à sua disposição cadeiras sumptuosas, tronos, onde acomodados, davam entrevistas e a graça de suas aparições. Ficar sentado perante os seus congéneres representava status e autoridade. Só após a revolução francesa e a independência dos USA, com o advento da democracia, onde todos os indivíduos eram considerados “iguais” perante a sociedade, os governantes do Estado e as autoridades constituídas passaram a se levantar para cumprimentar ou receber os seus concidadãos e a conversar de pé, ombro a ombro, ressalvando algumas regras de etiqueta. Às senhoras e pessoas idosas se manteve essa distinção, agora como prova de boa educação e consideração.  
 
Se com a queda da nobreza caiu o hábito de ficar sentado para receber, com a democracia surgiu a ideia que seria mais cómodo e prestigioso trabalhar dessa maneira, sinal de status ao contrário!
 
 
 
 
 
Sob o aspecto médico, tudo é relativo. Dependendo do caso, trabalhar sentado pode ser mais confortável, mas só para as pernas daquele que tem problemas de ordem circulatória. Mesmo assim é necessário movimentar os pés, e levantar-se periodicamente para ativar a circulação. Já para os ortopedistas, o ficar de pé e em movimento, é mais salutar para as articulações, músculos, ossos e coluna, pois o acto de sentar-se exige rotação e cifose lombar forçadas, onde as articulações lombo-sacras ficam estiradas pelo desencaixe que a coluna sofre ao sair da sua posição erecta e anatómica. Ficar sentado muito tempo, estira os músculos entre as vértebras, provocando uma contração constante e, em consequência, uma má circulação local, com dor e desconforto na região das costas.
 
Logo, como se vê,... nem tudo é o que parece!
 
  
 
 
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba,19/09/08

PASSE DE MAGIA – 14

 

 
MEDIDAS DE POLÍTICA PROPOSTAS PELO
PROF. DOUTOR EDUARDO MIRANDA
 
 
 
Por mais que se tentem encontrar justificativas para os males de hoje, a nível global, que afligem muitos dentro de cada espaço fronteiriço, temos de as procurar no que está mais subjacente.
 
Este sistema político dito democrático [Democracia - Sistema político que permite aos cidadãos participar nas decisões políticas ou (o sublinhado é meu) eleger representantes nos órgãos governamentais (Anthony Giddens – ‘Sociologia’, pág. 877>], a que todos se agarram, está obsoleto e à pala dele tudo serve. Vejamos os critérios para se pertencer a este clube:  as eleições. Depois é variável. Os subsistemas vão de razoáveis, maus, muito maus e péssimos. Por isso é que cada país apresenta um primeiro mundo, um segundo mundo, um terceiro mundo,  etc.
 
Em alguns casos no último destes estão aqueles que morrem de fome não obstante a riqueza do país. Penso que revivemos uma época semelhante à época Feudal em que os Senhores constroem, a seu belo prazer, os seus primeiros mundos. Os Servos, esses, apertam cada vez mais o cinto. Nesta situação, fala-se em progresso, desenvolvimento, justiça social, maior bem estar, maior participação, maior transparência, etc. Tudo isto não passa de demagogia e de  psico-social em que cada vez menos se acredita "Uma ideologia pode ser definida como um sistema de ideias amplamente partilhadas, crenças padronizadas, normas e valores orientadores e ideais aceites como verdade por um determinado grupo de pessoas... Ao fazê-lo, ajudam a organizar a tremenda complexidade da experiência humana em imagens razoavelmente simples mas frequentemente distorcidas, que servem de guia e bússola norteadora da acção política." (Manfred B. Steger, ‘A Globalização’, pág. 95.).
 
Eduardo Miranda     
 
 

PASSE DE MAGIA – 10.1

 

 
SUGERIR PORTUGAL
 
O Senado. Introdução
 

“A metade do caminho da vida
numa selva obscura me encontrava porque a minha rota havia perdido”
Divina Comédia, Inferno, Canto I Dante Alighieri

 
Antes de mais, gostaria de deixar bem claro que a figura do Senado não é nem pretende ser uma Câmara dos Lordes mas uma Câmara do Povo; e, muito menos pretendo que seja mais um Órgão de Soberania para arranjar mais uns tantos nomes nas listas dos Partidos. Estarão nas listas dos Partidos mas não serão mais uns tantos. A sua essência é a da representação regional, local e directa. O número de 100 Senadores e 200 Deputados que referi no texto anterior, SUGERIR PORTUGAL foi pensado nas 5 regiões-plano. É claro, muito claro para mim, que não é só a regionalização que conta, mas, primeiro devemos construir a casa administrativa de Portugal, que está feita em retalhos e depois mobilá-la desviando-nos de esquemas centralistas; cuidando de ordenar o território de cada região compatibilizando esse ordenamento com os interesses específicos dessa região, tendo o cuidado de não criar meros órgãos administrativos e, se possível, criando menos órgãos administrativos. Aliás, sou adepto convicto das concepções neoclássicas de menos Estado. A constituição do Senado será, nas minhas sugestões, um misto de regionalidade e municipalidade; temo, porém, que ao tentar expor o que proponho, sugerindo, pode ser entendida como uma sugestão discriminatória e preconceituosa, mas não o é. Arrumada a casa tudo o resto se alterará normalmente, obedecendo à dinâmica de mudança. Também não sou defensor de mudanças bruscas, por que quem paga o pato daspressas e precipitações, somos nós, pois como diz o ditadodepressa e bem não há quem. È necessário regionalizar, é necessário alterar algumas leis e simplificá-las, é necessário não serem sempre os mesmos como diz o Povo, apesar de eu ser obrigado a reconhecer que o Povo ao aceitar esta situação com alguma indiferença quando tem nas suas mãos a arma do voto, também não comunga muito das minhas privadas preocupações, mas, de facto, é preciso limitar os mandatos à exclusividade do exercício de funções para acabar com os denominados tachos e limitar o tempo, para evitar o escândalo de vermos a repetição nas listas dos Partidos de certos nomes que já cá andam há 30 anos. Umas vezes em Vila da Feira, outras vezes em Lisboa, outras no Porto etc... etc... É preciso regionalizar e renovar. Se pensarmos nas 5 regiões-plano, classificando-as de: Norte; Centro-Norte; Centro; Centro-Sul e Sul; o ordenamento do território na Região Sul teria de ser diferente do da Região Norte. E porquê? Têm uma geografia um solo e um clima, diferentes, têm economias e indústrias diferentes, têm gentes diferentes, têm sotaques e dialectos diferentes, têm números populacionais diferentes. Destes diferentes aspectos e mais se poderiam listar; têm uma coisa em comum: São portugueses! Por isso, dos métodos para ordenar o território da região Sul, só poderiam ser aproveitados aqueles que já tivessem sido usados nas outras Regiões de Norte para Sul e que interessassem às populações desta região, e não daquelas, no seu modo de estar económico e cultural. Para isso é preciso estudar e propor com rapidez. Não sou defensor e desconfio dos resultados das velhas comissões, mas de equipas de trabalho, com prazos, (dead line), parâmetros, linhas de orientação e objectivos, acredito. O sentido de responsabilidade tem de ser imprimido na nossa Cultura. Temos de nos obrigar a cumprir prazos e horários, com persistência chegaremos lá! Temos de ser rápidos, concisos, eficientes e eficazes. No caminho que vamos percorrer juntos, os leitores e eu, procurarei imprimir no vosso coração o sistema que idealizei, fruto de tanto matutar. E que destruirá a ditadura do tempo; é que temos, ainda, uma Democracia muito imperfeita, apesar de baseada no voto popular. Virei aqui a estas páginas falar-vos um dia da Democracia (que não é um sistema nada perfeito e caríssimo, mas é o que se pode ter). e falar-vos, também, das maiorias, dos direitos das minorias e da ditadura do tempo. A Política, em geral, é sinal de teatralismo, encenação, espectáculo. Os partidos são máquinas de guerra social, preparados e tendo como objectivo conquistar o Poder. Só que esta é uma guerra ingrata porque os fins (instalar-se no Poder), não justificam os meios (espectáculo, promessas não cumpridas, arrogância das maiorias, etc... etc...). Desde a fartura dos blocos de cimento, betão e alcatrão foi um passo até estarmos de tanga. Depois veio o dogma do défice que levou Jorge Sampaio a alertar “que há vida para além do Orçamento”. Exactamente a nossa vida.Depois vieram sociólogos, politólogos, Opinion makers. E descobriu-se a Crise. A Crisedas ideias fossem elas boas ou más é que nunca deixou de existir. Falta-nos a capacidade para sonhar.Vou levar-vos a percorrer um caminho, metodicamente, como se fosse num filme Terão oportunidade de verificar que não vos vou vender gato por lebre e que vos estou a colocar no meio da acção (quem somos nós senão o Povo), dentro do País geopolítico concreto e como podemos organizar-nos e fazer-nos representar democraticamente numa sociedade evoluída, com métodos simples e sem dramas no seio dos Partidos; é que nós temos a solução na mão: o poder do voto!
Parece-me que fui claro. Isto é muito difícil de fazer, mas faz-se, se houver vontade política e popular para tal. Numa palavra: consciencialização! Agora vou continuar em próximo texto com considerações concretas sobre o Senado que idealizo.
Com o Senado que idealizo não se assistiria à elaboração de Leis que permitissem medidaspopularuchas, como por exemplo, aquela que reduziu o tempo de férias dos Juízes e os prazos judiciais, quando toda a gente sabe que o problema da Justiça não é do pouco ou muito trabalho desenvolvido pelos Magistrados, mas sim das leis processuais mal feitas e da burocracia desorganizada instalada, da ancilosada máquina administrativa a jusante dos Magistrados e das suas condições de trabalho. Não me repugna, que um Juiz devesse passar uma semana em cada mês em casa, no recesso do seu lar, para poder estudar, ponderar e tomar decisões num ambiente tranquilo.
No Senado que idealizo não se passaria o facto de um Órgão da Soberania a estatuir sobre outro Órgão de Soberania, Os Tribunais, que são e deveriam ser independentes, na sua forma de trabalhar e no conteúdo do seu trabalho. Levanta-se o debatido problema de se os Juízes são funcionários públicos e têm de obedecer às mesmas regras do funcionalismo público, como por exemplo, no regime de férias – um mês – adaptado por conveniência processual ao mês de Agosto. Os funcionários podem escolher. Sem comentários. Aliás as regras da sua (dos Juízes) aposentação são as mesmas dos funcionários. E os Senhores Deputados que regime de férias têm? Que regime de reformas têm? Não vou por aí porque sei que não quero  ir por aí.
                                                                                            
Vamos tirar o pó ao hemiciclo do Senado?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   
Com o Senado que idealizo não se assistiria à elaboração de Leis, determinada pela agenda política ou por pressão de grupos. Vai assistir-se à autorização dos homossexuais casarem. Não me choca, nem me move qualquer preconceito, mas a ideia de casamento desde os confins das Ordens Jurídicas mais antigas, é, juridicamente, a união entre pessoas de sexos diferentes. Porque é que se chama casamento à união homossexual? Porque é que não se lhe chama contrato de união, por exemplo? Por birra? Por imposição de ideias? Para não sermos discriminatórios ou preconceituosos? Porque se exige a igualdade nestes termos? Mas os Homens e as Mulheres não são sexualmente diferentes? A sua união chama-se: casamento. A homossexualidade masculina ou feminina não é diferente da heterossexualidade? A sua união chamar-se-ia: contrato de união... Tão simples! Por aqui andam outros dedinhos... e interesses de dividendos políticos.
Por hoje, chega, detesto textos longos mas ou sou muito conciso e analítico, ou sou muito prolixo e generalista. Tem dias. Agradeço, desde já, os comentários que fizeram ao meu primeiro texto SUGERIR PORTUGAL quer por e-mail (especialmente o do meu filho), quer neste BLOG. Para finalizar, no tocante, a Regionalizar e Renovar sim, mas com prudência e firmeza, para não acontecer que 3 anos depois do início da tão propalada Regionalização temos quase-nada! Misteriosos são os caminhos do Senhor. Ainda não estamos no inferno, ainda podemos encontrar a nossa rota!
 
Luís Santiago
Cidadão Português

PASSE DE MAGIA – 13

 

 
MEDIDAS DE POLÍTICA PROPOSTAS
PELO DR. NUNO POTES CORDOVIL
 
 
 
 
Se o Presidente me fizesse esse convite declinava com muitas vénias.
Como estou a fazer o mestrado em gestão e vou tentar debruçar-me sobre Sustentabilidade – Responsabilidade Social das Organizações, considero importante dar formação aos pequenos e médios empresários na área da Responsabilidade Social das Organizações;

Vejo que o país está mergulhado em leis e normas de carácter obrigatório que por vezes não são as melhores: daria mais liberdade de decisão exigindo mais responsabilidade quando se fosse contra a liberdade do 'outro';

Considero que a formação profissional e o ensino superior não estão tanto ao serviço das necessidades reais dos formandos mas são resposta à situação profissional de professores e formadores;

Daria um prémio aos ladrões para assaltarem os deputados e juízes a fim destes começarem a sentir na pele o resultado das leis e sentenças;

Considero que 'As novas oportunidades' são uma forma de 'atirar poeira para os olhos' pois dá-se equivalência do 12º ano a pessoas que têm assim muito menos trabalho que os alunos do secundário recorrente.

Nunca fui político e detesto política.
Detesto promessas.
Sou pragmático.
 
Nuno Potes Cordovil

Burricadas nº 42

 

UMA CRISE, AFINAL, DÉJÀ VUE - II
v    Ninguém hoje duvida que a crise começou (algures pelo 1º semestre de 2007) na esfera nominal da economia norte-americana - mais exactamente nos mercados financeiros que lidavam com os empréstimos hipotecários subprime. E que só mais tarde (já na segunda metade desse ano) se fez sentir no mercado imobiliário propriamente dito (ou seja, na esfera real), primeiro, travando de supetão a escalada dos preços das casas, depois, fazendo-os cair 18% até ao momento (segundo o Índice S&P Case-Schiller). [Mesmo assim os preços continuam acima dos valores médios de 2005; o FMI prevê que o ajustamento chegue aos 30% (número mágico em crises do imobiliário)]
v    Tempos atrás, esbocei, a traço grosso, o modelo originador/distribuidor, o percurso que os empréstimos hipotecários seguiam até ao investidor final e os previsíveis efeitos da primeira onda de choque nas Entidades de Investimento Colectivo. Esses esboços davam a entender que a crise seria sentida principalmente por estas últimas e que os Merchant Banks sair-se-iam airosamente do imbróglio que tinham gerado. Hélàs! As coisas não estão a passar-se exactamente assim.
v    Sabe-se agora que o modelo de negócio dos Merchant Banks na titularização dos créditos hipotecários era, afinal, bem menos sofisticado do que se dizia:
Ø         (Fase da originação) Adquiriam créditos hipotecários a Thrifts, brokers, operadores locais, enfim, a todos os que aparecessem com um contrato de empréstimo em devida forma - e pagavam à vista o correspondente preço com fundos que tomavam por prazos muito curtos e a custo insignificante nos mercados interbancários (que, por esses dias, nadavam em liquidez);
Ø         (Fase da estruturação, ou da “armazenagem”) Guardavam esses créditos hipotecários no Balanço só o tempo (que, nos casos mais complicados, como os CDO, podia chegar aos 120 dias) estritamente necessário para, através de “corte e cose”, formar carteiras de “derivados hipotecários” (obrigações titularizadas, ABCP e instrumentos semelhantes) que correspondessem ao apetite dos investidores por rentabilidade e risco – e, além disso, aceitavam encomendas;
Ø         (Fase da distribuição) Posto que o modo como financiavam o negócio exigia rapidez, despachavam essas carteiras de “derivados hipotecários” para os Fundos de Investimento que, eles próprios, patrocinavam se, entretanto, não surgisse alguém que as quisesse comprar;
Ø         (Fase da retenção do risco) Para os investidores mais exigentes em matéria de risco, os Merchant Banks, ou assumiam-se fiadores (captando, então, contra-garantes através de CDO e CDS), ou arranjavam quem o fizesse (e é aqui que a AIG entra em cena);
Ø         O ganho dos Merchant Banks estava nas comissões cobradas (principalmente, pelos serviços que prestavam aos Veículos de Titularização) – cujo volume era proporcional ao número de ciclos originação/estruturação/distribuição que conseguissem concluir.
v    Tudo indica que estas verdadeiras linhas de montagem continuaram a funcionar sem que os Merchant Banks se dessem conta de que os investidores tinham perdido o apetite por “derivados hipotecários” – e as consequências de tamanha desatenção foram funestas:
Ø         Uma vez que as carteiras de “derivados hipotecários” acabadas de formar já não encontravam comprador tão facilmente, o dinheiro para pagar o que deviam nos mercados interbancários começou a escassear – e a angústia do roll over cresceu;
Ø         Onde a literatura falava de corridas aos Bancos para levantar depósitos, via-se agora uma corrida aos Fundos de Investimento para resgatar unidades de participação – com a diferença de que estas, ao contrário daqueles, não contavam com a garantia dos contribuintes.
Ø         A pressão dos resgates colocava os Merchant Banks perante um dilema: (a) ou injectavam liquidez nos Fundos de Investimento patrocinados (já, subscrevendo unidades de participação; já, recomprando os “derivados hipotecários” que lhes tinham vendido, a começar pelas classes de maior risco); (b) ou viam a sua reputação pelas ruas da amargura.
Ø         Nos Balanços dos Merchant Banks o malparado nos créditos hipotecários que por lá andavam à espera de comprador, apesar de não ter ainda um efeito por aí além nas tesourarias, começava a “consumir” Capitais Próprios por força das regras prudenciais;
Ø         As unidades de participação subscritas por favor (melhor dizendo, por necessidade) e os “derivados hipotecários” recomprados eram mais uns títulos fadados para menos-valias substanciais, arrastados pelos riscos de crédito e de mercado – e havia que afectar também Capitais Próprios a essas potenciais perdas de valor;
Ø         Enfim, com a queda dos preços no mercado imobiliário, eram cada vez mais as hipotecas que não cobriam a dívida que visavam garantir - e a diferença ia absorver mais uma fatia dos Capitais Próprios.
v    Nestas circunstâncias, os Merchant Banks viam aproximar-se a passos largos os dois fantasmas da insolvência: (a) a ruptura da tesouraria (os créditos hipotecários permaneciam cada vez mais tempo nos seus Balanços, a renovação (roll over) das operações nos mercados interbancários era cada vez mais difícil, as previsões de cobrança iam falhando cada vez mais e os Fundos de Investimento patrocinados eram um sorvedouro de liquidez); (b) a erosão dos Capitais Próprios (“consumidos” pelas menos-valias no Trading Book e pelos créditos inadimplentes no Banking Book).
v    Se este cenário já não inspirava grande confiança, outros factos iriam revelar-se fatais:
Ø         As responsabilidades contingentes (CDO, CDS, fianças várias e estratégias credoras em “derivados”), contabilizadas “fora do Balanço” (em contas extra-patrimoniais), apesar do volume que atingiam, não eram suficientemente divulgadas, não estavam sujeitas a exigências de Capitais Próprios semelhantes às do passivo firme (em que se converteriam provavelmente) e os supervisores olhavam-nas com a veneração que as inovações merecem – ou seja, ninguém sabia ao certo o que é que daí poderia resultar;
Ø         Alguns Merchant Banks, resta saber porquê, operavam continuamente com níveis de endividamento muito superiores àqueles que os Bancos Comerciais eram obrigados a respeitar (ultimamente, o passivo do Lehman Brothers era 35 vezes os Capitais Próprios);
Ø         Desde o Basileia I (1988) que prevalecia a ideia de que os Bancos, só porque estavam sujeitos a supervisão, representavam no dia a dia um risco insignificante – e, talvez por isso, as posições individuais (sobretudo, a evolução temporal das posições líquidas) nos mercados interbancários não eram convenientemente escrutinadas;
Ø         Os Merchant Banks, convencidos de que podiam passar sempre o diabrete (o risco), não se davam ao trabalho de medir os riscos que injectavam no sistema financeiro, nem paravam um momento para reflectir sobre as consequências “macro” do cúmulo de risco que os “derivados hipotecários” envolviam;
Ø         Os supervisores (são vários nos EUA), esses, não davam mostras de ter uma visão clara sobre aquilo que os seus supervisionados andavam a fazer;
Ø         E todo o debate em torno da adequação dos Capitais Próprios ao perfil de risco tropeçava, justamente, nesta última parte – como medir a exposição ao risco?
v    Há quem pergunte se esta crise permanece ainda confinada aos empréstimos hipotecários subprime (e à pirâmide de “derivados” que sobre eles os Merchant Banks construíram), se alastrou entretanto aos empréstimos hipotecários em geral ou se não terá chegado já a todo e qualquer tipo de valores mobiliários, nomeadamente às dívidas soberanas.
v    Isto porque todos nós, no fundo, no fundo, tememos que, tarde ou cedo, a crise se propague aos depósitos bancários e contamine os esquemas de pagamentos que sustentam a esfera real das economias.
(continua)
Setembro de 2008
A. PALHINHA MACHADO

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