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A bem da Nação

CASAMENTO É HETERO

 

 
A orientação sexual de cada um, a cada um diz respeito. Já quanto ao casamento, outro galo canta. Casamento, dizem todos os dicionários, significa união legítima entre homem e mulher. Se casamento significa isto mesmo, então, casamento não pode significar união entre homem e homem ou mulher e mulher ou... Não. Casamento significa união entre homem e mulher. Sendo assim, uma relação ou parceria entre homossexuais não será nunca um casamento. Conscientes disto, há quem admita apelidá-la de união civil. Mas toda esta discussão, para quê? Para, à pala do politicamente correcto conceito da não discriminação, se conferir aos homossexuais um estatuto que outros indivíduos não têm, nem nunca tiveram, a não ser que se tivessem casado. Todavia, o casamento não confere direitos e deveres a ninguém em razão da heterossexualidade do homem e da mulher. Estes adquirem-nos sim, uma vez unidos pelo matrimónio, em razão da família que pretendem constituir. O casamento existe por causa da família que se gera pela filiação e esta supõe naturalmente a heterosexualidade. E conferir ou retirar qualquer estatuto a pessoas em razão da sua específica sexualidade é que é discriminatório. Dir-se-á: então é preciso alterar a Lei da União de Facto por forma a que esta deixe de equiparar casais heterossexuais e homossexuais. De facto, em coerência com o que digo, assim é. Mas, então, e os pares homossexuais que vivam em conjunto? Ficam com os direitos que devem ser regulados para quem vive em regime de co-habitação. Ou será que quem vive em regime de co-habitação deve ser discriminado por não ser homossexual?
 
 Martim Borges de Freitas

LIDO COM INTERESSE – 29

 

 
 
Título: Cristóvão Cólon era Português
Autores: Manuel Luciano da Silva / Sílvia Jorge da Silva
Editor: QUIDNOVI – Editora e Distribuidora, Lda.
Edição: 2ª, Junho de 2006
 
 
 
Se se perguntar a um português letrado quem foi Salvador Fernandes Zarco, muito provavelmente a resposta será: - Não sei. Mas se se fizer a pergunta a um português inculto, não faltarão as tentativas de invenção de resposta afirmativa que poderão variar entre idílica personagem de telenovela ou algum herói do futebol.
 
E qual a razão para tanta ignorância? É simples: aos ignorantes importa dar a entender sabedoria; aos letrados há que desculpar a defeituosa instrução que lhes foi dada logo na Instrução Primária.
 
Nascido na Cuba, filho bastardo do primeiro Duque de Beja e portanto meio-irmão do Rei D. Manuel I, neto de João Gonçalves Zarco, o nosso Ensino Oficial insiste em chamá-lo em conformidade com o lobby italiano, o mesmo é dizer espanhol: Cristóvão Colombo.
 
Profusamente demonstrada a tese da portugalidade do oficialmente reconhecido descobridor da América, acham os Autores que é chegado o momento de se proceder à prova final e irrefutável comparando o ADN de D. Manuel I e o do navegador. Resta saber se Espanha não vai desenvolver as suas habituais manobras mais ou menos diplomáticas e mais ou menos tauromáquicas para impedir que se reescreva a História retirando-lhe alguns dos méritos que ela tanto gosta de se atribuir. E como Espanha considera que tudo o que favoreça Portugal a desfavorece no seu prestígio imperial, há que insistir no nome Colombo e manter apagado qualquer vestígio português.
 
Só que essa vontade castelhana não nos deve impedir a nós, portugueses, de tratarmos o assunto com verdade: o navegador que «descobriu» a América era português e chamava-se Salvador Fernandes Zarco.
 
Mas o assunto não fica por aqui: não há notícia de quem efectivamente descobriu a América pois em 1424 um veneziano cartografou o Atlântico norte tomando como base as informações que recolheu em Lisboa e essa carta encontra-se actualmente na Biblioteca da Universidade do Minnesota. Quem foi o primeiro europeu que avistou o continente americano depois de ter cruzado o Oceano Atlântico? Alguém levou esse segredo para a tumba mas do que não restam dúvidas é de que ou foi um português ou alguém de outra nacionalidade ao serviço de Portugal. As provas abundam neste livro de leitura ávida.
 
Mais ainda: a Pedra de Dighton exibe a data de 1511 e a assinatura de Miguel Corte Real pelo que Américo Vespucio é creditado de mérito alheio que em boa verdade cabe aos portugueses de Tavira.
 
Dera-se em tempos a circunstância de D. João II «pedir» à família Costa – frequentadora da sua Corte – que fosse para Tavira a fim de ali assegurar o cumprimento das determinações régias. E como essa família vinha da Corte do Rei, os locais passaram a chamar-lhes de Corte Real.
 
Em defesa dos interesses de quem acedia tão voluntariosamente a um «pedido» real, o monarca atribuiu-lhes várias propriedades na região circundante da cidade sendo que uma delas incluía uma antiga passagem para gados transumantes, uma canada. Daí, o nome da propriedade que nos dias actuais nem sequer tem direito a placa toponímica no Concelho de Tavira. Daí, o nome que os irmãos Corte Real atribuíram à região que hoje, em virtude do sotaque francês, conhecemos por Canadá.
 
Livro cheio de provas, é de leitura obrigatória para todos os portugueses, políticos europeístas incluídos.
 
Ou seja, está na hora de reescrever a História, a começar pela que ministramos no Ensino Oficial. Por que esperamos? Que sejam os espanhóis ou a União Europeia a darem-nos autorização?
 
Lisboa, Julho de 2008
 
 Henrique Salles da Fonseca

Curtinhas nº 58

 

COMPUTADORES, ESSES INCOMPETENTES ÚTEIS
 
v    Corre por aí que a GALP emitiu umas facturas onde mencionava o IVA novo (20%), mas aplicava ainda o antigo IVA (21%).
v    “Erro informático” apressaram-se logo a esclarecer uns quantos porta-vozes autorizados, quando a coisa foi descoberta. E de pouca monta, poderiam ter acrescentado, pois trata-se de uma diferença para mais de, tão-só, 0.83% no total que estaria correcto.
v    Que é um erro em programas informáticos ninguém duvida – e, por isso, o esclarecimento tão prontamente prestado nada esclarece. De facto, não passa pela cabeça de nenhum de nós que a GALP faça ainda as suas facturas à mão.
v    Que é um erro da GALP também todos nós já sabíamos. Pelos vistos só a GALP é que não, já que se referiu sempre aos seus serviços de informática com o mesmo distanciamento com que relataria um episódio bizarro na longínqua corte do Bei de Tunes.
v    Obviamente, não tenho acesso às altas esferas por onde se passeia a nata dos nossos gestores – e onde será, por certo, tido e achado quem dirige, hoje em dia, os destinos da GALP.
v    Mas se o Leitor, por feliz acaso, tiver, peço-lhe que recorde a esses seres sublimes duas ou três verdades comezinhas.
v    Que estamos perante, não de um simples erro de sintaxe num programa esquecido, como os tais porta-vozes querem fazer crer, mas de dois “erros informáticos”.
v    Desde logo, de um erro grave na concepção global da aplicação de facturação (concepção que se designa habitualmente por análise funcional ou especificação funcional) – que, em vez de arrumar todos os parâmetros necessários numa única tabela que as fórmulas de cálculo vão ler, os repartiu por vários programas (pelo menos, um programa de cálculo e outro de edição, como este caso revela à saciedade) a exigir outros tantos carregamentos/actualizações do mesmo valor (aqui, a taxa do IVA).
v    Seguidamente, de uma falha grave nos testes a que a própria aplicação terá sido submetida antes de entrar em uso (Esses testes terão sido feitos? Agora já é legítimo duvidar).
v    E uma falha grave mais. Esta imputável aos auditores da GALP, que não verificaram a fiabilidade da aplicação informática que está na base das receitas correntes da empresa.
v    Se as coisas se passam como este caso deixa entrever, daquela aplicação pode sair tudo, o imaginável e o inimaginável. E qualquer factura pode ser viciada, quer em favor da GALP, quer em seu prejuízo, que ninguém, lá dentro, detectará nada. Ela, a aplicação, coitada, é que não tem culpa de ter sido tão mal parida.
v    Que não é com os 0.83% a mais que a GALP se deve preocupar. Mas com a sua reputação – que ficou pelas ruas da amargura.
v    E mais. Que se tudo isto acontecesse num daqueles países que os nossos experientes gestores tomam como medida das remunerações que crêem merecer, alguém da GALP já teria tido a hombridade de pedir a demissão para não ser liminarmente despedido.
v    Brandos costumes e belo passadio, tudo no mesmo cesto, é ter de dois mundos que são estruturalmente antagónicos o melhor. Dito por palavras simples: é uma sem-vergonhice.
v    A não ser que as coisas não se tenham passado exactamente assim. E que o erro não foi, afinal, erro, mas apenas uma tentativa um bocado canhestra de arrebanhar mais uns cobres, que sempre dariam o seu jeito. Se assim foi, o episódio até tem a sua graça, por associar a golden share do Estado a uma burla desajeitada.
Lisboa, Julho de 2008
 A. PALHINHA MACHADO
 

CRÓNICAS DO BRASIL

 
 

 

Hipocrisia ou escárnio ?
 
 
Conforme foi largamente noticiado, faleceu há dias uma Senhora - letra maiúscula - chamada ex primeira dama do Brasil, nome que ela, culta, inteligente e simples, não gostava.
Foi irrepreensível e extremamente louvável a sua passagem por Brasília, onde criou as bases dum serviço social sério e não esmoler e eleitoreiro, como aquele a que se assiste hoje, sem jamais se ter ouvido falar que alguma vez se tenha imiscuído na política.
O país sempre considerou esta Senhora como digna do seu respeito e admiração, e basta ver o quanto gente de todos os «credos» políticos a elogiaram.
Ao seu velório compareceram, por obrigação, os membros do actual desgoverno. O big líder abraçou o ex presidente FHC como se fossem íntimos amigos de infância depois de ter passado os últimos 15 anos a falar mal dele e do seu Governo!
Pior do que isso, foi a presença da ministra chefe da casa civil, ex terrorista, ar compungido, aquela que mandou elaborar um dossier, com dados sigilosos, querendo invadir, divulgar e meter ao ridículo a vida íntima do ex presidente FHC e da D. Ruth.
Cara de pau é pouco! Hipocrisia é quase elogio. Escárnio talvez seja o termo mais apropriado para quem não tem vergonha na cara e decência perante um momento de luto nacional.
É assim que o desgoverno monta o teatro. Mente até nas atitudes que deveriam envolver um mínimo de educação e vergonha.
Vergonha acabamos por ter todos nós ao ver que até perante a morte essa gente não recua na sua ganância de aparecer e manter o poder.
Por favor, mais respeito.
 
Rio de Janeiro, 27 de Junho de 2008
 
Francisco Gomes de Amorim

O preço do biocombustível

 
 
 
 
 
 Acordei com a sensação desagradável de boca seca e narinas ardendo. Fui à janela, no ar parado um cheiro de queimada. Cobria o chão da varanda de minha casa uma fuligem preta de palha de cana incinerada. O noticiário avisava:
-Nas estradas uma névoa seca, espessa de fumaça, prejudicava a visibilidade.
Ao chegar da fazenda, passando pela minha casa, meu genro dá-nos a notícia que no canavial um dos empregados foi picado por uma cobra, e precisou ser levado para o hospital. Felizmente passava bem, o bote foi de raspão, não o feriu gravemente. Apesar de saber da importância histórica e econômica dessa planta para nós, confesso , tive vontade de praguejar contra aqueles que a  trouxeram  para o Triangulo.  
 
O cerrado mineiro tem verões chuvosos e quentes, e invernos secos e pouco frios,  clima ideal para esse tipo de cultura, agora transformada, pela política do governo, como a" salvação da pátria”. Com a possibilidade não muito distante do esvaziamento dos recursos energéticos fósseis, querem os políticos do país, através de planos estratégicos, transformar a velha cana colonial, matéria prima do nosso álcool combustível, no produto brasileiro da vez.
Embora o governo diga que não, pelo menos na nossa região, muitos agricultores trocaram boa parte da área plantada com soja, milho e feijão pela cana. O motivo é o estimulo financeiro dado aos produtores para que se tenha mais álcool, combustível mais barato e que pode ser utilizado também nos carros mais novos, os que bebem os dois tipos de combustível (gasolina e álcool), os FLEX.
 
Depois que o álcool derivado da cana passou a ser empregado, através do domínio de novas tecnologias, em áreas criticas e essenciais como no transporte, o Brasil levantou a bandeira:
É um produto renovável, “quase limpo", que tem pouco impacto ecológico sobre o meio ambiente, que poderá transformar o país numa espécie de Arábia Saudita Verde do novo milênio. Mas nem todos aceitam essa possibilidade. Os Estados Unidos gritam:
-. Estão prejudicando a produção de alimentos, contribuindo com a fome crescente do mundo, ´”esquecendo” do biocombustivel que tiram do milho. A Europa alerta;
 -Com a crescente área plantada a  Amazônia está ameaçada, “esquecendo” que após a exploração da madeira em florestas primárias, ao longo de séculos,  tem as menores áreas verdes de reserva nativa do mundo. O Oriente Médio “ se preocupa” com a falta de petróleo,  e o rei saudita declara, para o alivio geral, que seu país vai aumentar a produção diária  de cru e que parte do dinheiro arrecadado será repassado para os países mais pobres, imaginem,  para que apliquem em tecnologia!
 
Enquanto o mundo se debate entre a possibilidade da exaustão dos recursos fósseis não renováveis, e o desenvolvimento de outras fontes alternativas de energia, de preferência menos poluentes, aqui no Cerrado Mineiro, a gente  já está pagando pela produção renovável e "quase limpa” do biocombustível.
 
Maria Eduarda  Fagundes
Uberaba, 25/04/08

 

ESCOLA MÉDICO-CIRÚRGICA DE GOA

 

 
 
         Em 1842, a educação médica em Goa foi radicalmente revolucionada com a criação da “Escola Médico-Cirúrgica de Nova Goa”.
 
        Foi planeada pelo Físico-mor Matheus Cesário Rodrigues Moacho
formado pela Escola Médica de Lisboa e Doutor em Medicina pela
Universidade de Louvaina - Belgica.
 
         Esta Escola foi criada por Portaria do Governador Conde das Antas,
de 5 de Novembro de 1842.
O general Francisco Xavier da Silva Pereira, o 1.º conde das Antas (numa gravura de Jules-Constant Peyre, c. 1840).
(Valença,1793-Lisboa,1852)
 
          Fizemos um apanhado da história da educação médica na Índia
Portuguesa desde a sua origem.
 
          Passaram 1.327 médicos e 469 farmacêuticos pela Escola Médico-Cirúrgica de Goa desde a sua fundação em 1842 até 1963, ano da sua extinção ofical.
 
          É curioso que só em 1899 se formou o prineiro hindu, o Dr. Sacarama Borcar e em 1908 o primeiro farmacêutico da mesma comunidade. A primeira médica, Drª. Joana Joaquina Lucinda Pinto, formou-se no ano 1919 e a primeira farmacêutica, Maria Luisa de Cardoso e Alves, em 1924.
 
        De acordo com Menezes Braganca, uma das características mais salientes da história da Escola Médico-Cirúrgica de Goa e como tal se deve mencionar em particular, é a devoção e zelo dos Directores e do corpo Docente. É quase indescritível o sacrificio que fizeram para desenvolver e melhorar o ensino da dita Escola. Porém, as diferntes e succesivas propostas de reforma para aperfeiçoar o ensino e eficiência da Instituição foram ignoradas, com indiferenca, por muito tempo, pelo Governo Metropolitano.
 
       Há que destacar o espírito patriótico e a acção dos Directores e Vogais do Conselho Escolar que sempre apoiaram qualquer moção oficial do Director, aceitando generosamente a sobrecarga de trabalho sem nenhuma remuneração extraordinaria.
 
       Os Governadores deste Estado também apoiaram as determinações, aprovando as potencialidades administrativas das reformas: não só assumiram responsabilidades como suportaram esta Instituição em momentos criticos. Sem este esforço a Escola ter-se-ia extinguido.
 
      Não será fora de propósito acentuar que o ensino médico em Goa teve início no século XVII. Desde as últimas décadas do século XVI Goa era o cemitério doa portugueses, na expressao do Vice –Rei Conde de Alvor. A insalubridade da Velha Cidade era manifesta, dada a densidade da população a que se juntavam a falta de higiene e de assistência médica. Só num século, uma população de 400.000 habitantes reduziu-se a 40.000, dizimada por epidemias mortíferas.
                                                                    
 
      Desde o Vice-Rei D. Garcia de Noronha, que morreu em 1540 de doença de câmaras – disintería de hoje - até o conde de S. Vicente que morreu em 1668 de tifóide, dez Vice-Reis ou Governadores pagaram o tributo da morte. Em 1690 morreu o Governador D. Rodrigo da Costa e, um ano depois, o Governador D. Miguel de Almeida.
 
     De 1602 e 1632, ou seja, num espaço de trinta anos morreram no Hospital Real de Goa cerca de mil soldados!
 
      Este terrível ambiente levou o Vice-Rei D. Cristóvão de Sousa Coutinho a dirigir à Metrópole um pedido de «dois ou três Mestres para ensinar medicina a muitos naturais, que são mui agudos e com facilidade a aprenderiam».
 
       No século XVI, os jesuitas portugueses fundaram no Japão a Aula de Medicina com a rudimentar Escola de Cirurgia, formando discípulos japoneses de maneira que Portugal foi não somente o pioneiro da introdução da medicina europeia, mas também do seu ensino no Oriente, realizando assim um dos maiores empreendimentos históricos, como percursor da ideologia humanitária de confraternização e cristainização.
 
 
        A Escola Médico-Cirúrgica de Goa é, pois, o primeiro e o mais antigo estabelecimento de ensino médico nas possessões europeias da Ásia e da África – «mãe carinhosa», que na expressão do saudoso Dr. Wolfango da Silva, «embalou nos seus braços amorosos tantos filhos que, na sua Pátria e nas duas Áfricas, deram o melhor do seu esforço para amparar a vida de tantos pioneiros da civilização».
 
 
         Foi tão brilhante a influência da Escola de Goa, tão releventes os serviços por ela prestados, que o Decreto de 2 de Dezembro de 1868 garantiu aos seus diplomados a percentagem de 2/3 de lugares de facultativos de 2ª classe de todo o Ultramar Português. Assim, em 1881, do total de 67 facultativos em serviço no Ultramar, 43 eram habilitados pela Escola Médica de Goa.
 
 
         Em 1945, o Decreto nº 34.417 criou o Quadro Complementar de Medicina Geral, no qual podiam ingressar, por contrato, os médicos formados pela Escola Médica de Goa, ressalvando-se assim os direitos destes, reconhecidos pelo Decreto de 11 de Janeiro de 1847.
 
 
         Por fim, o decreto nº 35.610, de 24 de Abril de 1946, reoganizou a Escola em moldes novos, intregrou-a na orientação que regia o ensino médico na Metrópole e separou-a dos Serviços de Saúde. Este Decreto deu-lhe vida nova. Tornou o seu ensino mais prático, a assistência hospitalar mais eficiente e organizou os Serviços Médico-Cirúrgico e Obstétrico.
                                                                                            
 
     Deve-se essa remodelação ao espirito eminentemente criador do então Ministro do Ultramar, Prof. Doutor Marcelo Caetano, que compenetrando-se dos benefícios que adviriam duma reforma ampla e criteriosa, procurou fornecer-lhe um ambiente propício onde a Escola Médica de Goa pudesse realizar uma obra de envergadura nacional no campo cultural e humanitário.
 
 
      Bem compreendeu o Governo da Metrópole a necessidade e o interesse de dar à Escola Médico-Cirúrgica de Goa a atenção merecida pois apesar das deficiências de meios materias e de toda a ordem – como refere o preâmbulo do Decreto – são todavia inegáveis os serviços prestados pela Escola de Goa, mormente durante o período da ocupação pacífica das colónias de Africa.
 
    
       A partir desse Decreto, a Escola Médico-Cirúrgica de Goa mereceu os maiores desvelos por parte do Governo Central e dos Governos locais, tendo sido atribuida, em 1947 a verba de cerca de 475 contos com o objectivo de adquirir material para o Hospital Escolar e seus diversos laboratórios e a quantia de 1440 contos para fins didácticos, aplicada no Insituto de Análises, mas também em dietas e medimantos, proporcionando à assistência hospitalar maior amplitude e eficiência. Em 1955 o Governo da Metrópole dotou a Escola de material laboratorial no valor de quase 250 contos.
 
 
       E a culminar o particular interesse que vinha merecendo a Escola de Goa, esboçavam-se perspectivas de construção de um edifício em linhas modernas e com condições que habilitassem o seu estabelecimento a fim de desempenhar cientificamente a sua missão e manter gloriosamente as tradições seculares, alimentadas pelo saber vivificante daqueles que carregariam as pedras que fariam dele um monumento perene.
 
 
       No curso de mais de um século de existencia sairam da Escola Médica de Goa professores, cirurgiões militares, médicos hospitalares e das instituições de beneficência, delegados de saúde e clínicos. Muitos destes ganharam renome e fama quase lendária. Dos professores da Escola houve alguns nomes que galgaram fronteiras pelos seus brilhantes trabalhos no domino da investigação.
 
 
        Os médicos formados pela Escola de Goa contribuiram, sobretudo no Ultramar, de um modo notável para a sanidade destas províncias, tanto no combate às epidemias como nas companhas coloniais, como no auxílio às populações indígenas. A Metrópole reconheceu, no entanto, os servicos destas almas dedicadas, por isso prestou as devidas honras aos pioneiros da colonização cientifica em terras portuguesas da África e de Ásia.
     
 
 
Panjim, Junho de 2008
  Jorge Renato Fernandes

LIDO COM INTERESSE – 28

 

 
 
Título: Almeirim / Cronologia
Autor: Jorge Custódio
Editor: Câmara Municipal de Almeirim / Edições Cosmos
Edição: 1ª, Março de 2008
 
 
Nos campos consolidados do vale do Tejo nasceu uma nova povoação a partir de uma quinta e de um paço régio. A quinta pertenceu ao fundador da Dinastia de Avis, era ponto de apoio para o seu desenfadamento, próximo da charneca onde nasceu a Coutada. O topónimo era antigo e tal como noutros campos da margem esquerda do Tejo referia-se a um paul, lagoa ou braço do rio – assim reza parte da breve introdução.
 
Segue-se uma cronologia em quatro colunas sendo a primeira correspondente ao ano das ocorrências, a segunda ao GERAL/NACIONAL, na terceira enquadram-se os acontecimentos de dimensão REGIONAL e na quarta os de expressão LOCAL.
 
Rápida passagem pela pré-história e tudo ganha maior interesse a partir do ano 138 a.C. Visigodos, árabes, reconquista, D. Afonso Henriques a cobrar os dízimos das lezírias e eis que nos vemos em 1162 cercados por personagens com nomes fantásticos tais como o desse Alcaide de Santarém, D. Gaião e o de sua mulher D. Ermezenda que nesse ano compram uma propriedade entre Alpiarça e Almeirim a um casal com nomes igualmente estranhos para os ouvidos do séc. XXI: ele chamava-se Mendes (sim, nome próprio significando que era filho de Mendo) Rutura e ela chamando-se Aulenda (nada se refere a que tivesse adoptado o apelido do marido, Rutura). A transacção ficou registada para a posteridade até aos nossos dias – e de nós para o futuro – como tendo sido feita pelo preço de 500 Morabitinos. Dá para imaginar que o valor da moeda era grande pois não se está a imaginar um Alcaide de Santarém a comprar uma propriedadezita qualquer. E se uma propriedade agrícola nos campos de Almeirim digna de ser comprada por personagem relevante valia 500 unidades monetárias, não correremos risco de grande erro afirmando que um Morabitino valia então bastante mais do que um Euro vale hoje. Mas isso era no tempo em que Portugal emitia moeda própria. Como se diz nas histórias infantis, isso era «no tempo em que os animais falavam».
 
Por esta interessante publicação fiquei também a saber que as primeiras obras para edificação do Paço de Almeirim datam de 1411 por iniciativa de D. João I e que os últimos vestígios desse palácio foram demolidos em 1889.
 
O Rei passou a permanecer em Almeirim durante longos períodos e os documentos de chancelaria mais antigos emitidos naquele Paço datam de 1423, um ano antes da feitura da Carta Náutica desenhada pelo cartógrafo veneziano Zuane Pizzigano onde representa as descobertas já então feitas pelos navegadores portugueses naquelas paragens nórdicas a que hoje chamamos Terra Nova, Nova Escócia e Ilha do Príncipe Eduardo.
 
Mas nem tudo foram glórias na cronologia almeirinense pois em 1531 o grande terramoto provocou graves danos em toda a Vila levando o poeta eborense Garcia de Rezende a escrever que:
 
                                             Grutas, buracos fazia
                                             A terra se abriu
                                             Água e areia saía
                                             Que enxofre fedia
                                             Isto em Almeirim se viu
 
Almeirim foi centro político principal e lá se realizaram várias Cortes, nomeadamente as de 1544 em que o Príncipe João – sim, esse filho esquecido de D. João III que viria a morrer em 1554 vitimado por diabetes – é jurado futuro Rei de Portugal. Teria sido o IV Rei João de Portugal se as diabetes não entrassem na escrita da História. Foi também naquela Vila que em 1579 o Cardeal-Rei fez reunir Cortes para debater a questão sucessória mas antes de se extrair qualquer conclusão, o monarca mandou prender D. António, Prior do Crato, que se passou para uma situação de quase clandestinidade. Morto o Cardeal-Rei, reuniram novamente as Cortes no Paço de Almeirim em 1580 para continuar a discussão sucessória. É então que Febo Moniz, em nome dos procuradores do povo, profere um aceso discurso contra as pretensões da Coroa espanhola assim provocando a aclamação em Santarém de D. António, Prior do Crato, como Rei de Portugal. Sim, devíamo-lo considerar o nosso Rei D. António I.
 
A inequívoca glória política de Almeirim decorreu durante a segunda dinastia pois os Filipes preferiram outras paragens e pouco eficazes foram as obras a que mandaram proceder no Paço.
 
Entretanto, com Corte ou sem ela, a vida foi andando e os vinhedos mostraram ser resistentes às cheias anuais do Tejo até que o Marquês de Pombal deu ordens para se arrancarem todas as vinhas da região. Prevaleceu o lobby duriense. Outras culturas se seguiram pois as populações não vivem do ar e como naquelas épocas não havia BCE que nos sustentasse o improdutivo consumismo, havia que produzir para viver.
 
Saindo da ribalta política, Almeirim consolidou-se como uma das regiões agrícolas mais importantes do país mas, mesmo assim, recusou-se a entrar no esquecimento e em 1811 as tropas luso-britânicas, acantonadas na Vila, evitaram a travessia do Tejo pelas tropas de Massena sedeadas em Santarém. Com os franceses estava a Legião Portuguesa a que pertencia o 3º Marquês de Alorna, D. Pedro de Almeida Portugal, que após os conhecidos desaires militares seguiu para França. Acompanhando Napoleão até à Rússia, este natural de Almeirim acabou por suportar a derrota que em 1812 lhes foi imposta pelo célebre General Inverno e morreu em 1813 bem longe da terra natal, na principal cidade da Prússia Oriental, Königsberg.
 
Foram por certo a vontade de progresso, uma certa raiva contra os símbolos que lembrassem o passado e sobretudo muita ignorância histórica que conduziram à eliminação dessa relíquia que foi o Paço de Almeirim. Em 1927 Raul Proença comentava: Hoje, todo este quadro desapareceu. Do palácio nada resta. As suas derradeiras ruínas foram demolidas estupidamente no Verão de 1889.
 
E se hoje nada podemos fazer para remediar tanta estupidez no passado, pois que fique a memória dos males que a ignorância pode provocar. O que hoje podemos e devemos fazer é substituir a ignorância pelo conhecimento e, de preferência, pela Cultura.
 
Resta-me a esperança de que os Professores de História dando aulas no Ribatejo façam desta cronologia leitura obrigatória dos seus alunos e espero que outras Autarquias se inspirem neste belo exemplo para nos contarem o que se passou nas suas terras.
 
Lisboa, Julho de 2008
 
Henrique Salles da Fonseca
 

Trabalhadores, valentes, de antanho !

 

 
Há quanto tempo terão sumido do cenário de trabalho, em Portugal, os rogas, os charnecos ou cortilhões, os caramelos de estar e os de ir e vir, os gaibéus, os talvez mais conhecidos ratinhos, e as saudosas varinas? Só prevalecem talvez alguns saloios!
Vai sumindo, e ainda bem, este tipo de trabalhadores, substituídos por equipamentos modernos, mas é pena que se apague da memória dos portugueses, quem foram, o que faziam e porque se chamavam assim!
As célebres varinas devem ser as mais lembradas, sobretudo na área de Lisboa! Com a deslocação de pescadores da região de Aveiro, Ílhavo, Ovar, que procuravam melhores condições de vida, assim se estabeleceram em Sesimbra e nas margens de Lisboa, e fizeram surgir esta figura impar, que ficou a dever o seu nome a uma origem geral: Ovar. As ovarinas! As «mulheres de andar flexuoso e língua pronta, que em canastras graciosamente equilibradas à cabeça vendem peixe nos bairros populares».
 
  Varina
 
E os ratinhos? Ainda hoje recordados, com saudade, no Alentejo, os trabalhadores idos das Beiras e até de Trás-os-Montes, na altura da ceifas. Chegavam às centenas, nos primeiros tempos a pé ou em carros de bois, mais tarde em autocarros, sempre alegres, cantando, e desempenhando o seu trabalho com muito cuidado e conhecimento. Nos momentos de laser, juntos cantavam, dançavam e davam àquele Alentejo de gente rude e cantigas arrastadas, como o clima e o terreno, a sua alegria trazida das terras agrestes!
Os rogas? Quem sabe o que eram? Gente das terras altas da margem do Douro, homens, mulheres, crianças e por vezes até idosos, desciam a encosta, também cantando e bailando para ir colher as uvas que davam, e dão, o famoso vinho do Porto. Vinham alegres porque era uma das raras oportunidades para ganhar algum dinheiro, comer uvas e se distraírem da vida pobre das serranias despidas. Os rogas!
Os charnecos ou cortilhões, gente da Beira Baixa, sempre das terras altas e pobres de xisto, que desciam para a tirada da cortiça e apanha da azeitona nos campos da Raia, onde lhes puseram estas alcunhas (apelidos) desprezíveis, que lembram as serras de matagais de onde vinham e as pobres casas de pedra onde viviam, semelhantes aos cortelhos, nome dado aos abrigos para porcos!
Para trabalhar valas e arrozais eram especialistas os caramelos, da Beira Litoral, que sabiam preparar para culturas os terrenos alagadiços do baixo Mondego, da Ria de Aveiro e mais tarde nas charnecas e brejos da península da Arrábida. Alguns acabaram por se fixar à volta de Setubal: os caramelos de estar! Os que continuaram a ir e voltar das suas terras para novos trabalhos, eram os caramelos de ir e vir! Caramelos, talvez porque parte das novas terras conquistadas aos brejos se destinavam à cultura da cana de açúcar de onde se faziam os caramelos (do latim cannamellis, cana doce como o mel!).
Com a mesma finalidade iam do norte do Ribatejo para as lezírias os gaibéus. Dormiam em abrigos improvisados que se infestavam de malária, mas voltavam sempre que os seus serviços eram requeridos. Este seu ir e vir fez com que na região de Lisboa o termo gaibéu ficasse na gíria como vadio, o que é uma tremenda injustiça, visto tratar-se de gente trabalhadora e sofrida.
Muitas outras profissões desapareceram. Para os saudosistas é uma pena. Para essa gente foi uma benção!
Só devem sobrar hoje os saloios, gente brava sempre da região de Sintra, onde já na época da moirama (de onde vem o nome) eram conhecidas as suas maçãs como as maiores e melhores que o mundo conhecia! As deliciosas reinetas! Eram os saloios que abasteciam Lisboa de frescos, e como à entrada da cidade havia que pagar um imposto, este ficou também conhecido como «o saloio»!
Bons tempos... ou saudade?
 
Fonte principal: Geografia de Portugal - III - O Povo Português. O.Ribeiro, H. Lautensach, S. Daveau
 
 
 
Rio de Janeiro, 24 de Junho de 2008
 
Francisco Gomes de Amorim

NONSENCE

 



- Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode pôr um piercing.

- Para se divorciar, um cônjuge basta pedir.

- Um empregador, para despedir um trabalhador que o agrediu precisa de uma sentença
judicial que demora cerca de 5 anos a ser produzida.

- Na escola, um professor é agredido por um aluno mas nada de substancial pode fazer porque
 a sua própria progressão na carreira depende da nota que dá ao aluno.

- Um jovem de 18 anos recebe € 200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe € 236 de
Reforma depois de toda uma vida de trabalho com descontos irrisórios.

- Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao Fisco.

- O mesmo Fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a
corrigir o erro.

- O Governo decide gastar 6 mil milhões de Euros num novo Aeroporto mas recusou durante
muito tempo baixar Impostos com o argumento de que não tinha dinheiro mas agora que se aproximam as eleições parece já haver dinheiro para baixar Impostos...

- Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 Polícia para cada 2.000 habitantes,
cada Ministro tem 4 Polícias guarda-costas mas o Governo diz que não precisa de mais Polícias.

- Numa empreitada pública, os trabalhadores são imigrantes ilegais que recebem abaixo
do salário mínimo mas a Administração Pública pouco ou nada fiscaliza.

- Num café, o proprietário vê o seu estabelecimento ser encerrado porque não tinha uma
placa a informar ser proibido fumar.

- Um cão ataca uma criança e o Governo faz uma lei mas quando um professor é sovado por
um aluno o Governo diz que a culpa é das causas sociais.

- O IVA de um preservativo é 5% mas o IVA de uma cadeirinha de automóvel, obrigatória para
quem tem filhos até aos 12 anos, é 20%.

(Autor desconhecido, recebido por e-mail)
 
 

Mais de 18.000 ilhas!

 

 
Ainda há poucos anos o mundo inteiro (?) reclamava, zangado com a Indonésia, por causa de Timor! A maioria das pessoas talvez não saiba que a Indonésia só conseguiu livrar-se da Holanda, de que era colónia, depois de 2ª Grande Guerra e assim mesmo contra a vontade dos EUA que queriam ajudar os holandeses a manter aquela situação e só se tornou independente depois de 4 anos de luta!
Poucos tempo depois, vergonhosamente, Portugal abandona Timor Leste (assim como todos os outros povos das suas colónias) e «ofereceu» este território ao Sr. Suharto que, pela lógica geográfica e com o apoio do mundo inteiro, o incluiu na sua nação.
Levou tempo e foi necessário surgir o petróleo nas suas águas, para que os timorenses, depois também de muita luta e muito sangue vertido, alcançassem a sua independência.
É complicado aquele país, a Indonésia, com mais de 18.000 ilhas e quase seiscentas línguas e dialectos, além de diversas variações dentro destes, quando se anda de uma ilha para a outra. O que diferenciava os timorenses do leste das restantes milhares de ilhas (e mais «meia», Timor Oeste!) foi a «quase» unidade e especificidade da sua língua, o tétum.
As línguas na Indonésia têm origens imensas: malaio, sânscrito, árabe, chinês, além das influências do holandês e inglês e muito do português que, durante três séculos, foi o idioma «oficial» do comércio no país das especiarias.
Os tipos humanos também variam, com ilhas onde os indivíduos têm a pele clara, mais ou menos influenciados por feições orientais, a outras com ela muito escura, cabelo crespo e liso, além de todos os tipos intermédios.
No Bali, onde o islamismo não entrou (e daí ter sofrido aqueles criminosos atentados à bomba) o hinduísmo mantém-se com grande actividade e respeito e o sânscrito é estudado e seguido para melhor continuarem a compreender essa tão antiga religião.
No meio de tamanha confusão num país que tem dezenas de milhares de quilómetros de costa e fronteiras, o governo ainda procura identificar e dar nome a todas as ilhas! Região vulcânica, é habitual ver desaparecer uma ou outra ilha e mais adiante surgirem novas! Algumas houve que se dividiram, com os movimentos tectónicos!
Se os satélites já têm capacidade suficiente para localizar até uma moeda perdida no deserto, é fundamental que a seguir, cada ilha, por menor que seja, tenha o seu nome nas cartas, para poder ser identificada.
Com esta finalidade o governo mantém uma equipa de geógrafos que procuram não só corrigir, mas identificar cada uma das mais pequeninas ilhas, algumas que não passam de minúsculas rochas emergentes.
Uma das que não tinha identificação nas cartas geográficas, lá bem nos confins do leste da Indonésia, era, e é, conhecida pelos habitantes vizinhos como Ilha Mutu. Até aqui nada demais. Mas essa gente explicou aos geógrafos o que significava Mutu:  Homem!
Qual o espanto? É que «mutu» com este significado é, sem dúvida, de origem africana, sendo «tu» = homem, com o prefixo «um» = singular! Já meio mundo deve ter ouvido a palavra «ban-tu» quando o prefixo «ban» indica o plural, e daí «gente»!
Há quantos anos chegou esta palavra à Indonésia, e ainda por cima lá ao extremo leste, o mais afastado de África? Quem a levou para ali? Que outras palavras de origem africana, vamos dizer «bantu» para facilitar, por lá existirão? Trabalho interessante para um filólogo pesquisar!
Será que a vovózinha Lucy tem alguma coisa a ver com isso?
 
Rio de Janeiro, 24 de Junho de 2008

Francisco Gomes de Amorim

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