Zubin Metha é o nome artístico de Zerome Mendes nascido em Salcete, Goa.
Basta que este super-maestro tenha nascido antes de Dezembro de 1961 para que tenha sido português.
O seu primeiro emprego foi como condutor de autocarros entre a praia e a sua terra, mais no interior mas depois foi para Bombaim e ninguém mais o parou numa deslumbrante carreira musical.
Lindo, maravilhoso, o gesto do poderoso Mao Tsé Chavez ao atropelar o presidente da Colômbia para falar diretamente com o seu colega revolucionário Mao Tsé Marulanda Vélez, o dono das FARC, o braço armado do partido comunista colombiano, que vive nababamente na selva com os bilhões que lhe rendem as drogas, e com o seu amante.
Sorte para os três reféns que são libertados, uma delas que entretanto se envolveu com um dos terroristas assim que foi sequestrada e com ele fez um filho.(A selva colombiana deve ser muito erótica).
Para assistir ao solene acto de entrega dos reféns, irão emissários de alguns países, neles incluído o Brasil. E quem vai representar o Brasil? Sexa Mao Tsé Marco Aurélio Garcia, o soviete supremo brasiliense.
Estará também presente um dos afilhados do Mao Chavez, ex da Argentina e marido da atual presidente, que se elegeu com vultuoso apoio financeiro do sheik Mao venezuelano.
Não é necessário pensar muito para ver que esta operação deve envolver uma cartada decisiva em cima do sr. Uribe, presidente da Colômbia, não comuna.
Juntam-se os maus todos, aliás os maos; o Mao Hugo Chavez incentiva o colega revolucionário colombiano, com o apadrinhamento do brasiliense, e a Amazônia poderá ser um corredor perfeito para fornecimento do que quer que seja às FARC (armamento pesado?), com dinheiro da cocaína ou do petróleo, e os olhos fechados do Brasil, que nem forças armadas têm para controlar o território.
Na cara dura, a guerrilha avança, livre, apoiada pela loucura do caudilhismo «a la Fidel» e dos saudosos dos sovietes, que mandavam e aterrorizavam os seus povos.
O mundo assiste, não intervém, porque no fim das contas, o fabrico da cocaína é também um bom negócio para os EUA de onde saem os produtos químicos para a sua elaboração.
Com tecnologia militar actual, satélites, GPSs e tudo o mais não seria possível desmantelar o exército das FARC? Seria. Mas quem está interessado nisso?
De um lado vai a matéria prima e talvez do outro as armas. É um grande negócio.
Muita gente, miúda e graúda, a mamar nas costas da progressão dos débeis mentais.
1 chávena de leite para o recheio e outra para o bolo
4 ovos
2 colheres de sopa bem cheias de manteiga
2 colheres de chá bem cheias de fermento em pó Royal
Uma pitada generosa de sal
Uma pitada de noz moscada
2 chávenas bem cheias de nozes picadas
Nozes inteiras descascadas para decorar
Modo de fazer o bolo
Misturar numa tigela a manteiga, as 4 gemas, uma chávena de açúcar, a pitada de sal e de noz moscada. Bater até ter um creme uniforme. Acrescentar a chávena do leitecaramelado, já frio (ver com se faz na receita do recheio). Mexer bem. Aos poucos colocar a farinha. Misturar bem e tornar a bater até ter uma massa lisa e uniforme. Por fim, acrescentar as 4 claras batidas em ponto de neve e as 2 colheres de chá de fermento em pó, com movimentos delicados, sem bater, incorporando as claras e o fermento à massa.
Untar e polvilhar uma forma redonda de tamanho médio, despejar a massa e colocar para assar no formo numa temperatura de 180 a 200º, C por mais ou menos 45 minutos. O bolo está pronto quando toma uma cor dourada escura e ao se espetar um palito, ele sai seco. Retire-o do forno, e quando tiver frio abra-o, no sentido horizontal para recheá-lo. Use linha grossa ou fio dental para abrir o bolo
Modo de fazer o recheio.
Enquanto o bolo está assando faz-se o recheio da seguinte maneira.
Numa panela queime uma chávena de açúcar até o ponto de caramelo forte. Acrescente aos poucos uma chávena de leite morno, com a panela fora do lume, para que o leite não ferva e suba escapando do recipiente. Vá diluindo o caramelo com o leite, levando-o de vez enquanto ao lume até derreter, sempre com cuidado para não ferver. Obtem-se um leite cor de caramelo. Acrescente uma colher de sopa bem cheia de manteiga e as duas chávenas de nozes picadas. Mexa com cuidado em fogo brando até o ponto de recheio, ligeiramente pastoso. Não deixe endurecer se não vira ponto de rebuçado ou bala. Deixe resfriar ligeiramente, sempre mexendo, e recheie o bolo. Cubra-o com o restante da pasta de nozes enfeitando com meias nozes inteiras.
O recheio pode-se fazer também com manteiga batida com um pouco de creme de leite, sem soro, açúcar e nozes até se obter o ponto de pasta.
O segredo do bolo está no ponto do recheio que não pode virar caramelo e sim uma pasta fluida e grossa que recheia e cobre o bolo de maneira generosa e deliciosa.
Nota:
Receita centenária, aprendida com minha avó que aprendeu com a mãe dela, na Ilha do Faial, Açores.
Desde há muitos anos, muitos mesmo, talvez desde os tempos de criança, a época do Natal, me envolve com um misto de alegria, por manter vivo o contacto com alguns amigos que a geografia nos separa e ao mesmo tempo uma sensação de amargor, de peso, até de tristeza, insiste em não me largar.
É muito bonito e alegre ver as crianças à nossa volta, a abrir, com os olhos a brilhar, os embrulhos com os presentes, SIMPLES, que todos lhes dão, e como são muitas, a algazarra é também muita.
Nesses momentos não consigo deixar de pensar naqueles que nada têm, muitos nem sequer conhecem o significado desta festa de Família, e o meu coração ali fica, procurando sorrir com a alegria de uns e num profundo aperto com o abandono ou tristeza dos outros.
Árvores de Natal imensas enfeitam cidades, como o Rio, Paris, Porto, e centenas ou milhares de outras, numa doente fobia por aumentar o movimento comercial, algumas almas caridosas trabalham com muito amor para aliviar a sorte de uns tantos, poucos, pouquíssimos, mas a imensa maioria das crianças, e das famílias, deste mundo em que quer queiramos ou não, todos somos irmãos, passa a noite de consoada fugindo às balas dos terroristas, chorando de fome ou a ver os seus entes queridos a morrer abandonados num mundo de mentira, onde não se comemora a Família, mas as vendas, as vendas, o lucro a qualquer custo.
Lembro ainda todos aqueles que fizeram parte da nossa vida, família ou amigos, como irmãos, com quem passámos dias animados ou em outras tribulações, e a quem já nem um cartão de Boas Festas podemos mandar.
Esta quadra é da Família. E Família engloba não só aqueles que a genética une mas ainda TODOS os outros que a ganância do lucro não deixa que se juntem e se abracem.
vO Governo quer estender o regime do funcionalismo público aos juizes – e os juizes barafustam.
vO Governo argumenta que se trata tão-só de tornar coerentes todas as remunerações que se alimentam do Orçamento Geral do Estado – e os juizes respondem que nem pensar! São titulares de um órgão de soberania, o que os torna credores de um estatuto remuneratório muito só deles.
vOs juizes têm razão? Nem tanto (ainda que o Governo capriche em argumentar de forma canhestra, mas essa é outra história).
vE não têm razão em três pontos que eles, juizes, cuidadosamente evitam abordar.
vPrimeiro, contrariamente ao que se passa com os titulares dos restantes órgãos de soberania, o cargo de juiz é não-electivo e vitalício – como a generalidade dos funcionários públicos, aliás.
vDepois, porque sendo o cargo não-electivo e vitalício, haverá que fixar-lhe condições de admissão, carreira, passagem à situação de reforma, regras de assistência e por aí adiante – como na generalidade da função pública, aliás.
vEnfim (e esta é, sem dúvida, a razão mais forte), enquanto titulares de um órgão de soberania democrática, deveriam prestar, de tempos a tempos, umas contas ao Estado (isto é, a todos nós, cidadãos, politicamente organizados). Não o fazem, porém. Nem querem ouvir falar em tal.
vProtegem-se os juizes com o princípio da irresponsabilidade – que, forçoso é reconhecer, interpretam com generosa amplitude. Ora este princípio visa, de facto, afastar a possibilidade de um juiz ser chamado a reparar os danos que as suas sentenças causarem na esfera de terceiros. O que não deve ser confundido com a recusa de lançar pública luz sobre as doutrinas, melhor, as subjectividades doutrinárias em que eles, juizes, se inspirem para administrar justiça.
vAdministrar justiça? Ou fazer (no sentido de criar) justiça? Toda esta querela parece girar em torno desta alternativa ambígua – já que não prestar contas, não explicar o como e o porquê fora do círculo fechado da corporação, nada mais é que ir fazendo, ao sabor dos casos, uma justiça muito sua.
vEsta aversão visceral que o corpo de juizes tem à accountability (o verdadeiro reverso de qualquer poder que seja democraticamente exercido) remete-nos direitinhos para a Época das Luzes - e traz-nos à ideia as lutas que dilaceraram a nossa 1ª dinastia.
vFalemos sem rodeios. Os juizes crêem-se possuidores únicos das “luzes da justiça” – e é por isso que, para eles, prestar contas é um ferro inútil: como pode um iluminado fazer-se entender por quem só conhece a escuridão?
vÉ que, desde a queda do absolutismo, geração após geração, cultivamos com desvelo, por pensamentos, palavras e obras, um aparelho estatal que se arroga das “luzes” do soberano absoluto – e que trata como brutos empedernidos todos aqueles que não têm a fortuna de o integrar. Neste particular, os nossos juizes não são excepção.
vPara nós, o Estado é sinónimo de poderes que não têm que dar satisfações. À imagem do Absolutismo que, na verdade, nunca abjurámos - e dos poderes feudais que esperamos um dia também nos caiam no regaço (o fidalgote de província que todo o bom português sonha ser).
vAo longo dos primeiros séculos de Portugal as coisas passaram-se assim também, mas de forma certamente mais crua: (1) uma nobreza que queria apropriar-se dos três poderes públicos fundamentais (o de definir o que é bem e o que é mal - ou seja, a justiça; o de administrar a “sua” justiça, impondo as “suas” sanções; e o de proceder a exacções) para com eles subjugar os não nobres - e, mesmo, alguns que outros nobres de mais baixa estirpe ou menos aguerridos; (2) os homens livres, ciosos de direitos costumeiros que só se distinguiam dos poderes feudais pelo facto de serem detidos, e exercidos, por instituições diferentes - onde o papel das linhagens era mais esbatido; (3) um soberano que se apoiava ora nuns ora noutros (por norma, os reis buscavam o apoio dos homens livres; os príncipes herdeiros, impacientes, punham-se à frente das hostes feudais) para afirmar o seu próprio poder sobre reino, território e gentes – poder que só os nobres feudais lhe disputavam.
v(Não, Leitor, nos idos da 1ª dinastia os grandes combates não foram nem contra mouros, nem contra castelhanos, como a historiografia oficial, de pendor acentuadamente romântico, faz crer. A luta que a todos arrastava era uma guerra civil sem descanso que só terminou quando o Rei conseguiu, por fim, ser o Soberano - o detentor do poder absoluto. A partir daí, as intrigas de Corte passaram a ser a continuação dessa guerra civil por outros meios. Definitivamente arredados de cena ficaram os homens livres que não tivessem acesso franqueado às antecâmaras palatinas. Déjà vu?).
vEssa luta entre nobres e vilões (repare, Leitor, como também nesses tempos se recorria à arma ideológica – uma ideologia que se impôs até aos dias de hoje), este dualismo de doutores e futricas não mais nos abandonou.
vOs juizes são, apenas, um exemplo vivo (outros há) das “luzes” enquanto instrumento ideológico de poderes tipicamente feudais a que, no fundo, nunca renunciámos.
vÉ certo que os juizes não reclamam já o poder de lançar os seus próprios tributos - sempre que o dinheiro dos contribuintes dê para pagar aquilo a que se sentem com direito.
v(Mesmo assim, ainda há pouco, as taxas de justiça eram encaminhadas por inteiro para o Cofre de Previdência do Ministério da Justiça – ou seja, dos juizes e das “pessoas de suas casas”, num toque inconfundivelmente feudal.)
vNão exigem eles, às claras, fazer a “sua” justiça. Mas administram justiça como se o seu arbítrio pessoal, e a aprovação pelos seus pares, fossem o critério último da justiça. Um senhor feudal não lhes estranharia o modo - se visse neles, não vilões, mas nobres, seus iguais.
vEm resumo: os nossos juizes crêem-se nobres num Estado retalhado por poderes feudais e numa Sociedade hierarquizada, com doutores (nobres e iluminados) no topo e futricas (vilões e brutos) rés vés o chão. E, quanto a isto, têm razão.
Na morte de Benazir Bhutto julgo interessante meditar um pouco sobre o que se passa no Paquistão. Melhor: sobre o que se passa no mundo islâmico. Melhor ainda: sobre o que se passa no relacionamento dos sunitas wahabitas com os demais habitantes desta nave espacial a que chamamos Terra.
Foi por meados do nosso séc. XVIII que Ibn al Wahab disse a Ibn Saud, mais importante rei da região sul da Península Arábica, que se quisesse manter o poder temporal tinha que lhe reconhecer a ele, Wahab, o poder espiritual. Desde então e até aos dias de hoje, à família real saudita cumpre o proselitismo wahabita, ramo mais radical dos sunitas. Quando essa missão assenta numa montanha de petrodólares, facilmente se compreende a dinâmica de tal corrente de pensamento. Ben Laden é saudita.
Como nota intercalar, refira-se que sunitas são os seguidores de Maomé e xiitas os de Ali, genro de Maomé. Os sunitas têm uma filosofia de conquista; os xiitas de sacrifício. Os sunitas fazem uma interpretação literal e estática do Corão; os xiitas interpretam o Corão numa perspectiva de significado não estritamente literal e desenvolvem essa interpretação ao longo dos tempos.
Dá para imaginar a acção decorrente da interpretação literal do Versículo 5 da 9ª Surata do Corão que diz: (…) Quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras, onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os (…)
É claro que para crente militante sunita wahabita tanto o cristão como o ateu ou o muçulmano xiita são infiéis idólatras que devem ser espreitados, acossados, perseguidos, capturados e mortos.
E o Paquistão é hoje o grande coito dos sunitas mais radicais pois é lá que se refugiam os talibãs perseguidos pelas tropas da NATO no Afeganistão.
Assim se compreendem as confusões permanentes por que passou o Paquistão durante a governação de Ali Bhutto, pai da hoje assassinada Benazir. E o que pretendiam eles? Muito simplesmente instaurar um regime democrático à moda ocidental ou, de preferência, ao estilo do vizinho indiano ou do longínquo México em que o seu Partido governasse perenemente com breves interregnos que a História rapidamente esqueceria.
Perfilam-se, pois, três actores no cenário paquistanês: o radical talibã comandado pelo clero sunita, o seu arqui-inimigo que lhe responde com os mesmos métodos e cuja figura de proa é Pervez Musharraf e uma linha dita democrática que não assume (ou não tem coragem para assumir) laicismo e muito menos agnosticismo.
Todos sabemos que “quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão” e nunca vimos ninguém no seu perfeito juízo meter-se entre o toiro e o forcado.
Por isto tudo me parece que o projecto Bhutto não faz sentido nesta era no Paquistão pois estão a lidar com um problema de feudalismo clerical e não será com “falinhas mansas” que lhe poderão fazer frente.
Para quem não entende nada de economias mundiais, como eu, há-de achar estranho que, de repente, essas economias estão todas a melhorar, os PIBs crescem, as cidades transbordam de gente e de carros, os ares estão cheios de aviões cheios e os mares de imensos navios carregando milhões de contentores de um lado para o outro, enfim um frenesi que poderia estar a diminuir a fome e a pobreza no mundo, mas está a fazer cada vez mais biliardários.
Só em Londres, catalogados, há cerca de uma centena. A loja da Rolls-Royce tem uma lista de espera de oitenta clientes, desde 2004, para um modelo de 460 mil Euros!
Mas este frenesi econômico cheira a falso.
Em 1973 o preço do barril de petróleo que era de US$ 2,90 saltou para $13 chegando no final de década a quase $80. O mundo parecia sufocar com esse aumento, gerando uma tremenda crise mundial. Depois baixou para cerca de $30. E a economia continuava em crise, porque nenhum produto, móvel ou imóvel, acompanhara a valorização louca do petróleo. Os sem petróleo resolveram que para injectar mais dinheiro em circulação a solução era o aumento do custo dos imóveis que a classe média leva 20, 30, 50 anos para pagar, o que significa que estão indefinidamente a alimentar os comilões.
Como commodities são mercadorias úteis que se podem vender e comprar em futuro, com movimento de imenso manancial de dinheiro, é óbvio que quanto mais caras as tais commodities, maior o lucro dos negociantes envolvidos, desde o produtor ao retalhista. Uma coisa é ganhar 10% sobre 10 e outra é ganhar os mesmos 10% sobre 100 ou 500! E assim o petróleo está a bater na casa dos US$100, as grandes companhias distribuidoras a ganhar cada vez mais dinheiro, os produtores a esbanjarem, como alguns sheiks, entre os quais o venezuelano e o nigeriano, sem que o povo consiga mais uma migalha que seja para se alimentar e instruir.
Enquanto isso os chineses, para garantirem o fornecimento actual e futuro desse desgraçado combustível, invadem África, investindo em obras imensas que os países depois se obrigam a pagar com os tão cobiçados barris.
Cresce o movimento das tais commodities, surgem milionários como cogumelos em esterco na floresta, cresce a economia chinesa à velocidade de foguete e o povo, o povo... sempre o povo ficará a ver passar Rolls-Royces de ouro, enquanto luta desesperadamente para sobreviver no meio de guerras fratricidas, AIDS e Ebolas, secas e inundações, terrorismo de esquerda e de direita, jogado como bola de farrapos e esquecido dos governantes que se pavoneiam em mansões no Dubai ou dentro de carrões com ar condicionado!
Este mundo não tem conserto! Prega-se o entendimento, o amor ao próximo, o desapego dos bens terrenos, o respeito pelo meio ambiente, durante esta quadra do Natal trocam-se votos de boas festas e de um novo ano muito feliz, votos esses que se limitam a um muito restrito número de amigos ou parceiros comerciais, jamais deixando de ter como primeiro objectivo as commodities e outros negócios, sobretudo da bolsa, que tanto e tanto lucro dão.
Boas Festas... para quem? Para o Darfur, hoje exemplo da bestialidade humana?
Melhor Ano Novo... para quem? Para os vendedores de Rolls-Royce?
Final da parte 3: Portugal e Espanha enviaram, em 1756, expedição à região onde os Jesuítas haviam fundado as reduções dos Sete Povos das Missões e São Miguel sem observar as decisões de Madri e Lisboa referente ao tratado de Tordesilhas - linha divisória dos territórios espanhóis e portugueses nas colônias da América do Sul. Naquela região a expedição lançou as bases da soberania portuguesa expulsando os religiosos de lá. A guerra desorganizou a estrutura econômica e política das reduções. As manadas de gado reunido e desenvolvido pelos religiosos nas estâncias de suas reduções espalharam pelos campos. Em lugar propício os rebanhos desenvolveram extraordinariamente e constituíram a base econômica sobre a qual teve início a etapa seguinte da vida sulina, ou seja, um mercado interligado entre a atividade mineradora em crescente atividade e o pastoreio gaúcho.
A divisória de Tordesilha fixava a ponta de Laguna( no atual estado de Santa Catarina) como extremo do domínio português no sul. Desde as hostilidades entre Espanha e Portugal na segunda metade do século XVIII, após o tratado de El Pardo, que restringia a convenção de Madri, os governos coloniais portugueses confirmaram a intenção de estender para o sul o domínio da Corte de Lisboa. O núcleo de Laguna seria ponto de apoio àquela tarefa. A Colônia de Sacramento, fundada no estuário platino desde 1680, permanecia isolada, alvo de ameaças constantes e sucessivas quedas e retomadas. Para mantê-la e estar presente na Banda Oriental e no tráfico do Prata era indispensável constituir pontos de apoio no território intermediário, onde pudesse estabelecer as forças destinadas a operar na Campanha Cisplatina quando a Colônia fosse ameaçada; além dessas forças, o apoio marítimo era necessário ante a vastidão do estuário e a proximidade das bases adversárias. Para solucionar o isolamento da Colônia de Sacramento um dos atos do governo colonial foi a fundação do posto avançado de Laguna junto à barra do Rio Grande.
As populações do centro-sul, dedicadas à mineração, recebiam uma parte de suprimentos vindos do norte pelo vale do São Francisco. A outra vinha do sul, formado das tropas de gado; seguiam o caminho de Laguna até chegar a Sorocaba(localizada no atual estado de São Paulo), centro distribuidor da região mineradora. A função do posto avançado de Laguna consistia em reunir os tropeiros e viajar até a região onde se encontrava o gado espalhado e abandonado na ruína das reduções. De lá conduziam os animais até Sorocaba.
As necessidades de comércio impuseram a penetração nos grandes mercados localizados no estuário platino. A essas necessidades somavam a luta pelo gado, que vivia na Campanha Oriental e suas ricas pastagens, interesse dos que supriam a região mineradora. Esse interesse conferia importância a Laguna, mas entre esta e Colônia de Sacramento existia o vazio preenchido pouco a pouco por medida de autoridade ou iniciativa particular. O tráfico dos tropeiros enquadra-se nesta última iniciativa. Responsável pela formação de um extenso movimento de comércio não só de gado, de mula também, interligou diferentes e longínquas áreas da colônia ao suprir as necessidades da população em torno da região mineradora; possibilitou o estabelecimento do núcleo açorita que em 1742 e 1747 lançou as bases de uma colonização estável próximo ao estuário, no Viamão e Porto de Casais.
Daqui partiram muitos açoritas, não por falta de beleza na terra que os viu nascer
O início do povoamento estável permitiu o desenvolvimento das atividades dos tropeiros e as iniciativas militares com vista aos choques armados provocados pela disputa em torno da Colônia do Sacramento entre portugueses e espanhóis. Desse foco estável partiu a expedição portuguesa nos meados do século XVIII, juntamente com a espanhola contra as missões jesuíticas. Os choques militares seguintes, quando do distrato de El Pardo, criou uma situação nova. Portugueses e espanhóis voltaram a defrontar-se no sul. A sociedade já se encontrava, então, presidida pela Comandância Militar dependente do Rio de Janeiro. Os reforços chegavam por via marítima apoiados no Rio Grande, no Porto de Casais e em Rio Pardo. Dois grupos se formaram. Um no litoral das lagunas e litoral marítimo de iniciativa do poder público nos postos militares e nos núcleos urbanos civis de base estável e hierárquica. Estes núcleos urbanos viviam da agricultura e do comércio. Possuíam o sentido da ordem e fundava-se no povoamento contínuo. O segundo, afeito ao movimento, eram nômades, aventureiros, dedicados ao apresamento do gado, à conquista das pastagens no interior do continente de São Pedro. Vivia na Campanha e era marcado por uma natureza instável e avanço intermitente. Ambos os grupos uniam-se nas lutas militares.
O primeiro grupo era formado pelos açoritas, enquanto o segundo, o da Campanha, era constituído por paulistas e portugueses. Toda área da Campanha próxima ao estuário do Prata era litigiosa. Os espanhóis do Prata reivindicavam o domínio sobre ela. A linha de demarcação da fronteira flutuava constantemente. Até a conquista das Missões em 1801, apesar do tratado de Madri em 1750 e o posterior tratado de Santo Ildefonso em 1777, os ataques espanhóis impediam ou dificultavam qualquer tentativa de colonização regular naquele território. Essa circunstância conduziu um número significativo de pessoas a abandonarem a agricultura. Escolheram dedicar à prea de gado nas linhas de fronteira.
Com o advento da pílula anticoncepcional na década de 60, a mulher passou a controlar melhor a sua fertilidade e socialmente buscou maior independência. O casamento e a maternidade, antes disso a finalidade da vida feminina, passaram aos poucos para um segundo plano. A procura pela auto-afirmação, no trabalho fora de casa, tornou-se prioridade para a maioria das mulheres ocidentais. Mas essa meta, quando atingida, fez aumentar as suas responsabilidades. Além de continuar a educar e a cuidar dos filhos e da administração doméstica, mesmo tendo ajudantes, às vezes até o próprio marido, passou a disputar com o homem, ombro a ombro, vagas no mercado de trabalho. Ganhou mais autonomia... e também mais problemas.
Diferentemente de antigamente, a mulher de hoje tem menos filhos, menstrua mais vezes, e por isso está mais sujeita às alterações hormonais e às doenças daí decorrentes, como as mastopatias, a dismenorréia, a TPM e a endometriose. O estresse da competitividade e o acúmulo de atividades levam-na com freqüência à depressão, à hipertensão, ao alcoolismo, ao tabagismo, ao enfarto agudo do miocardio, aos acidentes vasculares cerebrais, a alterações alérgicas e digestivas, doenças pouco constatadas nas décadas anteriores aos anos 70.
Se a mulher pode planejar a maternidade para mais tarde, quando a vida está em geral mais estabilizada, também é verdade que apesar dos modernos recursos da assistência ao pré-natal e do maior equilíbrio emocional, ela tem mais riscos de gestações, partos e filhos anormais, devido à idade. Além de que a maturidade traz hábitos adquiridos, mais irrassibilidade, mais intolerância com as infantilidades e menos resistência física às demandas que uma criança exige. Lembremos ainda as degenerações biológicas decorrentes do inicio do processo de envelhecimento que podem se agravar com uma gestação tardia.
A juventude por sua vez, agora liberada pela pílula e pelos novos modelos de comportamento social, ficou mais sujeita aos estímulos eróticos propagados pela TV e pela mídia. Aumentaram as gravidezes indesejadas e as doenças sexualmente transmissíveis nessa faixa etária, muitas vezes comprometendo a saúde e a fertilidade futura da adolescente. Se a mulher madura e preparada engravida menos, a jovem inexperiente e pouco atenta tem mais gestações não programadas com problemas de ordem familiar e social mais freqüentes.
Todas essas questões nos levam a repensar. Será que essa liberdade descompromissada e a priorização da independência feminina estão tornando a família mais feliz e a sociedade mais equilibrada?
Será que a medida dos franceses de incentivar as mulheres a trabalharem meio período, para ficarem mais tempo em casa com seus filhos, será a atitude mais certada?
A independência feminina foi e ainda é uma conquista diária. Mas como mulher, que além de profissional é também, e principalmente, mãe, avó e dona de casa, estou reavaliando as minhas prioridades... sem abdicar da minha independência!
vPor fim, os Supervisores acordaram do seu dolce far niente.Deo gratias. Mas duas perguntas continuam por aí a envenenar os espíritos, ainda sem resposta.
vCadê os outros?
vÉ que ninguém, em seu perfeito juízo, acredita que o BCP tenha tido, entre nós, o monopólio da gestão imprudente do risco de crédito. Talvez ele, porque desde sempre viveu obcecado com a conquista de quota de mercado a qualquer preço, tenha ido longe de mais na imprudência. Mas a diferença para os restantes Bancos cá do burgo, se diferença houver, será, quanto muito, de ordem de grandeza - nunca de substância.
vO que é verdadeiramente reprovável na conduta das sucessivas administrações que o BCP já conheceu são os esquemas a que lançaram mão para fazer de cada emissão de acções um sucesso retumbante.
vFinanciar sistematicamente e em grande escala (mas poderia ter sido apenas em pequeníssima escala, que não é a dimensão do facto que dá razão à crítica ) terceiros para que estes acorram aos aumentos de capital (pior, pôr como condição de empréstimos a subscrição de umas quantas acções do Banco) é exemplo rematado de uma clara situação de conflito de interesses (agency problem).
vGanha a administração- que faz um brilharete e se perfila para receber uns bem merecidos prémios. Ganham os consultores - que a aconselhem na aventura. Ganham umas comissões mais os que distribuam essas novas acções pelo mercado. E perdem todos os outros.
vPerdem os que já eram accionistas - os quais vão suportar um duplo prejuízo: (1) aquele que resulta do efeito de diluição das novas acções na cotação das acções existentes; (2) e aquele outro inerente ao risco de crédito agravado que esses financiamentos tão especiais sempre representam (com os devedores, inadimplentes ou apenas sem vontade de pagar, a darem essas acções em pagamento, pelo preço que as subscreveram, pondo assim termo a uma situação que não lhes era favorável).
vPerdem credibilidade as Bolsas onde as acções antigas estavam cotadas - posto que, sem se aperceberem, foram alvo de uma manipulação de mercado grosseira.
vPerde o sistema bancário – e perde duplamente também: (1) porque o Banco que assim procede goza, por uns tempos, de uma supremacia competitiva que é meramente fictícia; (2) porque um Banco que, por esperteza saloia ou imprudência, se tornou mais frágil vai fragilizar todos os restantes (isto é, agrava o risco sistémico).
vEnfim, perdem os contribuintes – porque, se esse Banco entrar em crise, é a eles, contribuintes, que, no final do dia, a factura de reequilibrar o sistema bancário vai ser apresentada.
vOs nossos Supervisores, com enorme desfaçatez, comportam-se agora como se tudo isto tivesse ocorrido ontem mesmo – vá lá, com boa vontade, algures no corrente ano. Qual quê?
vQuase todos os factos que formam a “saga do BCP” ocorreram há mais de 3 anos. Como podem os Supervisores pretender passar para a opinião pública a ideia de que, atentos e vigilantes, estão a actuar em cima do acontecimento?
vNão tiveram eles todos os dias destes últimos anos (e, se recuarem no tempo, outras surpresas aguardá-los-ão por certo) para detectar os actos que hoje, com pompa, circunstância e grandiloquência, declaram ilícitos?
vNão são eles pagos justamente para prevenir, primeiro, detectar prontamente, quando necessário, e interromper com firmeza estas práticas?
vQue contas prestaram eles, então? E que contas vão prestar, agora?
vE tantos accionistas do BCP, objectivamente prejudicados pela actuação mais diletante (para não escrever menos escrupulosa) das suas administrações (responsabilidade contratual) e pela negligência dos Supervisores (responsabilidade extracontratual) nos quais confiavam?
vNão vão exigir de umas e de outros a justa reparação a que têm inegavelmente direito?