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A bem da Nação

LÁGRIMAS DO BRASIL

NHEMBOÇARAITABA
 
Apertem os cintos, o piloto sumiu!Apertem os cintos, o governo sumiu! A nossa aviação está num interminável caos, indescritível, mas o filme a que estamos a assistir tem um título ligeiramente diferente:
Num país onde se proíbe, por decreto, o trânsito em estrada federal entre as 15 horas e as 06 da manhã, para que a circulação dos carros não perturbe o soninho descansado de uns quantos índios na Amazônia, tudo pode acontecer, desde assistir-se ao crescer do movimento de passageiros em aviões na ordem de 40% em três anos, com redução de investimento nas indispensáveis infra-estruturas aeroviárias em mais de 20%, até ao silêncio dos responsáveis perante catástrofes nacionais.
Foram mais de duzentos os que morreram para que as tais “autoridades” tomassem consciência (tomaram?) de que algo estaria muito errado, mas sem que um, unzinho só, enfiasse a cara na tv e viesse dar uma pequena satisfação ao luto nacional.
Em França dois dias depois, um autocarro, polonês, despenca numa estrada, mata vinte seis poloneses e nem duas horas se tinham passado já estavam no local do acidente o primeiro ministro e o ministro dos transportes, e logo a seguir o próprio presidente da república vai de Paris ao sul de França visitar os feridos, estrangeiros, hospitalizados. Meu Deus! Quanta diferença. E quanta indiferença.
O nosso big líder depois da triste figura que fez ao abandonar o Maracanã depois de ser vaiado no dia da abertura dos Jogos Pan-Americanos, já avisou que não vem ao seu encerramento. Desta vez não seria vaiado. Talvez trucidado, se as 90.000 elites (as mesmas que foram à abertura! Êta paísinho rico de elites!) ali estivessem presentes. Se não fossem as mesmas, outras o fariam, de certeza, perante o descaso e o abandono a que a população se vê votada.
Disse um dia (1755) o sr. Rousseau, o Jean Jacques ...é manifestamente contra a lei da natureza que um imbecil conduza um homem sábio, ou que um punhado de pessoas nade no supérfluo, enquanto à multidão esfomeada falta o necessário.
Falta justiça, falta interesse político, falta dignidade, falta sobretudo vergonha na cara daqueles que se alcandoraram, mercê da ignorância do voto universal, à condução de uma nação.
Foi vaiado o big líder. As vaias eram para todo o conjunto de pessoas que nadam no supérfluo, e ainda se permitem fazer gestos obscenos em vez de vestir o luto que o país sofria.
Vingaram-se das vaias zombando do sofrimento.
Como estarão a esta hora dizendo os índios: NHEMBOÇARAITABA.Escárnio. Zombaria.O tal punhado que nada no supérfluo, ainda zomba, escarnece, da dor e da passividade do brasileiro que trabalha cinco meses só para pagar a vagabundice dos (anti)dirigentes.
O presidente Sarkozy foi visitar os acidentados e apresentar a dor do povo francês perante a morte de vinte e seis turistas poloneses.
Ah! De Gaulle! O que você, mesmo debaixo da terra, acha disto?
Falta educação e cultura, né? Pois é.
 
Rio de Janeiro, Julho de 2007
 
Francisco Gomes de Amorim

A REVOLUÇÃO COMERCIAL E A NOVA SOCIEDADE- 9ª Parte

                 PROGRESSOS REVOLUCIONÁRIOS NA AGRICULTURA
 
 
 
       Final da 8ª parte: A Revolução Comercial foi marcada pela tendência da adopção de métodos fabris em certas linhas de produção, juntamente com aperfeiçoamentos técnicos, como a descoberta de processos mais eficientes para refinar minérios. Assim, a Revolução Comercial conduziu inevitavelmente à Revolução Industrial.
 
      
Em fins do século XVII e, sobretudo, no século XVIII, ocorreram na agricultura europeia transformações profundas que podem ser consideradas, em parte, efeitos da Revolução Comercial. A alta dos preços e o aumento da população urbana, causados por alterações no sistema comercial, tornaram a agricultura um negócio cada vez mais rendoso, com o que foram estimulados progressos no sector. Um dos efeitos da expansão ultramarina foi tornar comuns na Europa culturas novas, como o milho e a batata. Provavelmente, o mais importante efeito da Revolução Comercial sobre a história agrícola foi o triunfo da mentalidade capitalista. Proprietários que até então permitiam aos camponeses lavrar suas terras de maneira ineficiente passaram a seguir o exemplo dos industriais, buscando o máximo de eficiência e de lucros.
   
Os países que lideraram o progresso na agricultura foram a Holanda e a Inglaterra, porque já haviam avançado bastante na Revolução Comercial. A Inglaterra teve condições de ultrapassar rapidamente a Holanda, devido às suas maiores dimensões e à maior disponibilidade de recursos naturais. No típico regime agrícola da Idade Média, grupos de camponeses cultivavam colectivamente faixas de terras longas e estreitas, sem cercas. Dessas faixas, um terço ficava de repouso a cada ano a fim de recuperar a fertilidade. Outras terras próximas eram ocupadas por pastos e campinas para o uso de rebanhos de propriedade colectiva. A verdadeira propriedade de todas essas terras era mal definida ou elas eram subdivididas quase aleatoriamente. Em geral, havia um importante Senhor de terras em cada área, capaz de afirmar ter a propriedade de uma grande proporção das terras, embora fossem lavradas, para ele, por camponeses. O mesmo indivíduo podia também reivindicar a propriedade legal das pastagens e campinas. Na Inglaterra, a maioria desses proprietários decidiu "fechar" suas terras, a fim de torná-las mais lucrativas.
  
Os primeiros "cercamentos" aconteceram nos séculos XV e XVI e acarretaram a transformação das terras em pastos de ovinos. Devido aos grandes lucros que podiam ser auferidos da lã, alguns proprietários resolveram converter pastos comuns, que até então haviam sustentado os animais dos camponeses, em terras de seu uso pessoal para a criação de ovinos. Às vezes conseguiam converter campos de cereais em pastos de ovinos, expulsando dali camponeses cujo direito à terra não estivesse bem caracterizado. Isso causou infortúnios aos camponeses atingidos.
 
A campanha dramática de fechamento de terras na Inglaterra ocorreu entre 1710 e 1810 e não visava fechar terras para ovelhas, mas aumentar a eficiência da lavoura. Nesse período os proprietários de terras convenceram-se da necessidade de uma "agricultura científica". Compreenderam que mediante a introdução de novas culturas e novos métodos agrícolas, podiam reduzir a área de terras em repouso e alcançar melhores rendimentos.
 
Assim, a alfafa, o trevo e o nabo reduziam a fertilidade da terra muito menos que os cereais e ajudavam a melhorar a qualidade do solo. Contribuíam para reduzir a área de repouso e constituíam excelente forragem de inverno para os animais, com o que ajudavam a aumentar e melhorar os plantéis. A adubagem intensiva foi outro meio utilizado pelos agricultores para eliminar a necessidade de deixar grandes áreas em repouso. Outro aperfeiçoamento adoptado foi o uso de semeadeiras para grãos em substituição do velho e antieconómico método de semear com a mão.
   
A agricultura "científica" determinou a necessidade do cercamento das terras porque o proprietário "progressista" precisava de flexibilidade para realizar as experiências que desejasse. Quando a campanha de cercamento ganhou impulso, os proprietários começaram a organizar e fechar territórios, de maneira a conquistar do campesinato novas terras. Em tudo isso tinham o governo ao seu lado. O Parlamento parou de tentar proibir o cercamento de terras em 1640 e em 1710 começou a determinar que isso fosse feito. Durante todo o século XVIII, "leis de cercamento" promulgadas pelo Parlamento estipulavam que todas as terras de uma determinada aldeia fossem completamente redistribuídas em glebas compactas e cercadas. Os maiores proprietários de cada área foram os que mais ganharam terras. O Parlamento agiu assim porque era dominado pela aristocracia fundiária. Muitos camponeses foram expulsos da terra, mas a produtividade cresceu vertiginosamente. No século XVIII, a produção de trigo na Inglaterra aumentou em um terço, enquanto dobrava o peso médio do gado. A maior abundância e concentração de riqueza trazidas pela revolução agrícola e pelo cercamento dos campos, foram pré-requisitos necessários para a Revolução Industrial que começou na Inglaterra por volta de 1780.
 
Na Europa continental, com excepção da Holanda, não existiu nada comparável ao avanço inglês na agricultura científica. Na maior parte do continente, as mudanças agrícolas desenrolaram-se mais devagar e o progresso real nos métodos científicos só se deu no século XIX e em certos lugares, no século XX. No entanto, o século XVIII foi uma época importante para a agricultura do continente europeu do ponto de vista da introdução de novas culturas. De máxima importância foi o cultivo do milho e da batata trazidos do Novo Mundo. Plantar batatas em pequenas glebas era lucrativo porque o seu rendimento era extraordinariamente grande. Elas se tornaram um alimento de subsistência na Prússia e no resto da Alemanha setentrional.
 
Provavelmente, o facto mais importante com relação à história económica da Europa no século XVIII é que aos poucos os pobres deixaram de morrer de fome. Até mais ou menos 1700, cerca de metade de todos os camponeses europeus podia esperar ver algum parente próximo morrer à míngua de alimento a cada dez anos aproximadamente. Com frequência, ao sobrevirem as fomes periódicas, famílias inteiras eram dizimadas. A introdução de novas culturas, como o milho e a batata, mudou tudo isso. Como resultado, a população começou a crescer como nunca e acabou havendo excedente de mão-de-obra, liberada para a industrialização.      
 
 
 
Campo Belo, 25 de Julho de 2007
Therezinha B. de Figueiredo

O efeito dominó


Em 11 de Junho, o ministro Mário Lino foi à Assembleia
da República anunciar o congelamento durante seis meses
da decisão sobre o Novo Aeroporto de Lisboa. 
Decerto tinha nos ouvidos a frase de James Bond, traduzida
à sua maneira: “Jamais digas jamais”
Ha quem veja neste recuo face à Ota uma manobra maquiavélica. De uma 
assentada, esvazia a polémica sobre o novo Aeroporto, evita que o assunto  
contamine a Presidência da União durante seis meses, retira aos partidos da 
oposição o controlo do debate, e adopta uma postura responsável face ao apelo 
formulado pelo Presidente da República. E como brinde, ainda diminui o desgaste 
da candidatura de António Costa a Lisboa.
Se acrescentarmos que é o Laboratório Nacional de Engenharia Civil a avaliar o
estudo de Alcochete e a Naer, a empresa responsável pelo desenvolvimento do 
novo aeroporto, a pagá-lo, ainda mais parece uma boa manobra para quem quiser
sustentar a Ota dentro de seis meses. O problema é que uma manobra só é boa ou
má, por comparação com outras. E neste caso, depois da repulsa manifestada pelo
país em nome do interesse nacional, o Governo não tinha outra decisão
disponível. 
Pelo caminho, ficaram naturalmente muitas mensagens públicas e privadas, de
muitos consórcios, grupos e personalidades. Houve muita manobras de
desinformação que entretanto se foram anulando entre si, com pena dos adeptos
das ‘teorias da conspiração’. 
Mas uma coisa ficou: o recuo de 11 de Junho foi uma vitória da cidadania que
tornou evidente a fragilidade da opção pela Ota.
 
Com a queda do “jamais” comecaram a cair por terra os argumentos de Mário
 Lino. O risco de perder os financiamentos europeus foi desmentido; e até
chegaram argumentos de Bruxelas que a localização de Alcochete poderia gerar
mais fundos. O atraso nas obras foi desmentido e confirmou-se que até se ganha 
dois anos pois na margem Sul não são necessários os trabalhos faraónicos de
remoção de terras e construção sobre estacas. 
E o efeito de dominó continua. Ha quinze dias atrás, estudar outras hipóteses era
muito caro. Mas depois de Rui Moreira, Presidente da Associacão Comercial do
Porto, ter revelado que o estudo sobre Alcochete foi combinado com o primeiro
-ministro, Mário Lino até aceitou estudar a Portela + 1. Assim, como defendem
João Soares e os candidatos a Lisboa, até poderão vir a cair por terra muitas
outras afirmações, como o esgotamento da Portela e os argumentos de segurança
e ambientais para justificar o seu encerramento. 
 
Com tudo isto, ficam legitimados os argumentos dos especialistas que há dois anos
vinham a defendem o cenário de manutenção da Portela, com um segundo
aeroporto, que pode ser Alcochete, a crescer de forma modular e Montijo como
solução provisória. A espectacular tomada de posição dos engenheiros do Técnico
é uma óptima orientação.
O melhoramento do Aeroporto da Portela que está em curso ate 2012 começa a
recolher cada vez mais consensos. Todos os candidatos a Lisboa o defendem, 
com excepção de Antonio Costa. A transferência do AT1 de Figo Maduro para 
uma outra base militar na envolvente de Lisboa - Alverca ou Sintra – e o 
prolongamento para norte do taxiway nascente da pista 03/21; e deslocação desta 
pista 390 m para norte acaba com o problema de seguranca criado pelo 
atravessamento da pista e permitiria às aeronaves descolar a meio da pista alongada, 
poupando mais decibéis à cidade de Lisboa.
Aumentam tambem em flecha as razões para adaptar a Base do Montijo a voos 
low-cost e charters do espaço Schengen. As instalações necessárias para quem 
vem da Europa Schengen são diminutas e qualquer turista será privilegiado em 
chegar a Lisboa, atravessando o Grande Estuário. Alem disso, os terrenos sao da 
Força Aérea, ou seja, o Estado tem uma boa solução anti-especulativa. A região 
metropolitana de Lisboa garantia assim um modelo aeroportuário suficientemente 
eficaz e competitivo para o mercado que temos (e que capta as low-cost) 
Richard de Neufville, especialista de MIT, veio a Lisboa dar este mesmo recado: 
adiar investimentos até a respectiva necessidade ser demonstrada. E toda a gente 
sabe que não há nada como um estrangeiro a falar para os provincianos ouvirem a 
razão já provada por nacionais.
E finalmente, Alcochete. O estudo apresentado ao Governo vem confirmar que no 
campo de tiro de Alcochete – e o mesmo se poderia dizer de Faias, Rio Frio e 
Poceirão - há toda a conveniencia em implementar já em 2007 a reserva de terrenos 
com cerca de 6000 ha para um novo aeroporto, se o crescimento dos movimentos 
o exigir. A evolução mundial do tráfego aéreo, do preço do petróleo e dos fluxos 
turísticos dirão quando iniciar essa construção, de um modo faseado, pista a pista, 
criando um aeroporto definitivo a longo prazo com as infra-estruturas necessarias.
Com tantos dominós a caírem, é caso para dizer que se deseja que no LNEC haja 
“especialistas no assunto”. A independência dos cientistas do LNEC será muito 
importante nesta fase. 
 
Mendo Henriques

ALIENAÇÃO

 

 

in jornal O POVO, de Fortaleza, Ceará, 22 de Julho de 2007

 

 

Faz tempo que eu não via uma imagem que retratasse tão bem o povo brasileiro onde mais da metade da população é formada por pobres e miseráveis e que sempre se ilude vibrando com olimpíadas, copas do mundo de futebol, jogos de PAN etc...ao invés de se voltar para o que realmente importa. Talvez seja uma forma de pensamento um tanto radical de minha parte mas é assim que eu vejo e lamento a situação dessa massa que segue a viver de ilusões.

 

Fortaleza, 22 de Julho de 2007

 

Luciano Matoso

A REVOLUÇÃO COMERCIAL - 8ª Parte

                                  A NOVA SOCIEDADE
 
 
       Final da 7ª parte: Durante algum tempo o colapso das Companhias dos Mares do Sul e do Mississipi arrefeceu um pouco a paixão do público pela especulação. Não tardou muito para que reavivasse o desejo pelo lucro especulativo. Os surtos de compras de acções que acompanharam a Revolução Comercial repetiram-se muitas vezes durante os séculos XIX e XX.
 
      Além de ter propiciado a construção da base que veio a constituir o regime capitalista, a Revolução Comercial resultou na ascensão da burguesia ao poder económico no início da europeização do mundo e no restabelecimento da escravidão, entre outros. Ao fim do século XVII, a burguesia se tornara a classe económica dominante em quase todos os países da Europa ocidental. Dela faziam parte os comerciantes, os banqueiros, os proprietários de navios, os principais investidores e os empresários industriais. O alcance do poder pela burguesia deveu-se principalmente ao aumento da riqueza e a sua tendência de aliar-se ao rei contra a aristocracia. O poder da burguesia até então, era puramente económico. Somente no século XIX  conquistou a supremacia política.
     Por europeização do mundo deve-se entender a transplantação dos hábitos e da cultura da Europa para outros continentes. Em consequência da actividade de comerciantes, missionários e colonos das Américas do Norte e do Sul assumiram a feição de complemento da Europa. A Ásia teve um início de transformação mais acentuada em tempo posterior. Em especial o Japão e a China passaram a importar produtos da Europa como por exemplo, a locomotiva.
 
    O resultado mais trágico e deplorável, do ponto de vista humano, da Revolução Comercial foi o restabelecimento da escravidão, ou seja, a compra e venda de seres humanos, obrigados a produzir riqueza pelo trabalho forçado. A escravidão havia desaparecido da civilização europeia por volta do ano 1000. O desenvolvimento da mineração e da agricultura de plantations nas colónias inglesas, espanholas e portuguesas provocou enorme procura de trabalhadores sem qualificação. A princípio os colonizadores tentaram escravizar os índios americanos, mas estes, mostraram demasiada sensibilidade às doenças infecciosas europeias e pouco propensos a aceitar serem escravizados.
 Padre António Vieira (1608-1697) - expulso do Brasil por defender os índios dos maus tratos dos roceiros 
O problema foi resolvido no século XVI, mediante importação de negros africanos incorporados ao comércio colonial europeu até o século XIX, principalmente nas regiões que forneciam produtos agrícolas tropicais como açúcar e fumo. Depois de mais ou menos 1780, ficou incluído o algodão.
 
    A Revolução Comercial teve enorme importância na preparação do caminho para a Revolução Industrial. Em primeiro lugar, a Revolução Comercial criou uma classe de capitalistas, que procuravam constantemente novas oportunidades para investir seus lucros excedentes. Segundo, a política mercantilista, que dava ênfase à protecção das indústrias principiantes e à produção de mercadorias para exportação, deu poderoso estímulo ao desenvolvimento da manufactura. Terceiro, a fundação de impérios coloniais inundou a Europa de novas matérias-prima e aumentou a oferta de certos produtos que até então eram de consumo sumptuário. A maioria deles exigia manufactura antes de chegarem ao consumidor. Em consequência surgiram novas indústrias, livres de qualquer regulamentação por parte das corporações que ainda sobreviviam. Um exemplo foi a manufactura do algodão, que significativamente, foi uma das primeiras indústrias a se mecanizar.
 
   Por fim, a Revolução Comercial foi marcada pela tendência da adopção de métodos fabris em certas linhas de produção, juntamente com aperfeiçoamentos técnicos, como a descoberta de processos mais eficientes para refinar minérios. Assim, a Revolução Comercial conduziu inevitavelmente à Revolução Industrial.
 
 
Continua.
Campo Belo, 20 de julho de 2007
Therezinha B. de Figueiredo 

LÁGRIMAS DO BRASIL

AS  VAIAS  E  A  LIDERANÇA

 

Em uma das suas brilhantes entrevistas à RTV, quando lhe perguntaram: O senhor sente-se uma pessoa amada?, Agostinho da Silva respondeu com aquele sentimento do óbvio que lhe era característico: “Eu não sei se sou amado, nem me preocupo com isso. Eu é que tenho que amar os outros. E se assim todos fizerem o mundo se modificará!” Que maravilha de resposta. De Mestre.

No outro extremo da postura e do pensamento, o nosso grande líder, sentado em cima do seu imenso ego, da sua importância, da aparente intocabilidade do PT, da impunidade generalizada, num total absentismo pela governança e pela moralização da res pública, assunto que tanta bravata lhe forneceu quando líder operário, detentor do absurdo, ainda hoje, de quase 60% das intenções de votos, se pudesse voltar a se candidatar (e quem diz que não pode?) melindrou-se ao ser vaiado por 90.000 espectadores dentro do Maracanã, na abertura dos jogos Pan Americanos! Fez beicinho, abandonou o estádio e não pronunciou, de acordo com o protocolo, o discurso inaugural. Uma vergonha.

Em socorro do “papai entristecido” vieram a campo uns quantos idiotas puxa saco para “explicar” o sucedido:

- Que as vaias tinham sido orquestradas pelo Prefeito do Rio, que teria mandado uns 70 funcionários para iniciarem as vaias! Está-se bem a ver que 70 vozes no meio de 90.000 fariam grande efeito;

- Outros, muito mais sábios, desqualificaram a atitude do povo, dizendo que no estádio não estava o povo, mas somente elites!!! Aquele velho jargão esquerdista mais do que gasto...

Desconhecem os donos do poder uma palavra bonita, uma atitude ainda mais bonita, que se exprime por humildade.

Parece que ninguém leu, por exemplo, o poema 24 de Lao Tsé – com 2.600 anos – ”Quem se ergue na ponta dos pés, não pode ficar muito tempo. Quem se interpõe na luz, não pode luzir. Quem dá valor a si mesmo, é desvalorizado. Quem se julga importante, não merece importância. Quem se louva a si mesmo,  não é grande.

Faltou ao grande líder ser exactamente um líder! Ele sempre foi um cabeça de frente de bravatas sindicais e... nada mais do que isso.

Ali, perante 90.000 pessoas que lhe mostraram o quanto estão cansadas e envergonhadas com a impunidade e bandalheira no país, ele devia ter-se mostrado (se disso fosse capaz!) o chefe, o defensor oficioso do Brasil, mesmo roubando o título a Dom Pedro I, e em vez de se retirar como menino mimado a quem negaram o brinquedo, teria agradecido a oportunidade que lhe proporcionaram, mostrando o quanto o povo está descrente, e ter feito uma PROMESSA SOLENE de moralização das instituições mais graves do país: o congresso, o judiciário e a polícia.

Mas... de rabo preso... o cara ia fazer o quê? NADA.

Apavorou-se. Fugiu. E mandou capangas atribuir a vergonha da manifestação ao Prefeito do Rio e às elites, coisa que até hoje ninguém sabe o que é, já que foram as elites que lhe deram dinheiro para se eleger.

César Maia César Maia, economista, Prefeito do Rio de Janeiro

Este procedimento confirma o facto de o homem “civilizado” buscar mais a admiração dos outros do que a satisfação da própria consciência.

Enquanto assim for, o povo... Que povo?

Deus permita que, lá onde estiver, Mestre Agostinho da Silva que tanto fez pelo Brasil, não tome conhecimento de mais esta vergonha.

 

Rio de Janeiro, 18 de Julho de 2007

Francisco Gomes de Amorim

FÉRIAS E FALTA DELAS

O  "Caramelo" vai para a praia no Algarve de 27 de Julho a 4 de Setembro ...

... o "Uruguai" fica "a banhos" no Campo Grande mas ...

... o "A bem da Nação" não faz férias

Continuemos ...

Henrique Salles da Fonseca

A morte, o médico e o poeta

 

 

Para os médicos sempre foi uma situação difícil encarar a morte de seus pacientes e a possibilidade certa da sua própria finitude. Talvez pelo acalento do ilusório sentimento que eles têm nas mãos os recursos científicos para enganá-la ou até mesmo protelá-la por um pouco mais de tempo. Mas todos sabem que há um limite intransponível para o qual não há força que a vença, e que é necessário encará-la como um facto natural e essencial no ciclo da vida.  É preciso ter humildade para aceitar a nossa impotência, e entender que em certos casos, aqueles em que não há mais esperanças, usar de artifícios dolorosos e deprimentes para manter um sopro de vida, é prolongar a agonia e o sofrimento do paciente. Aceitar a inevitabilidade da morte e propiciar a saúde, com o mínimo de dignidade e bem estar, é o dever daqueles que têm como profissão tratar dos seus semelhantes.

Mas é através da arte, da literatura e da poesia que a morte se torna mais leve e aceita para a humana consciência.

 

Vinicius de Morais, o nosso amado e grande “poetinha” escrevia em” O haver”.

 

......................................

“Resta esse diálogo cotidiano com a morte

Esse fascínio pelo momento a vir, quando, emocionado,

Ela virá me abrir a porta como uma velha amante

Sem saber que é a minha mais nova namorada.”

 

Para Fernando Pessoa, hospede do mundo, homem de muitas vidas:

 

Tem só duas datas: a da minha nascença e da minha morte. Entre uma e outra cousa todos os dias são meus. Morrer é só não ser visto.

 

E Alberto Caeiro, um dos seus heterônimos, o seu lado mais simplório e claro de ver, declamava:

 

Para além da curva da estrada

Talvez haja um poço, e talvez um castelo.

E talvez apenas a continuação da estrada.

Não sei, não pergunto.

 

Enquanto vou na estrada antes da curva

Só olho para a estrada, antes da curva.

Porque só não posso ver senão a estrada antes da curva.

 

De nada me serviria estar olhando para o outro lado

E para aquilo que não vejo

Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.

A. C

 

 

Continuemos até Deus querer...

 

Maria Eduarda Fagundes

Uberaba, 08/07/07

Guiné Equatorial fala português

 

 

 

Com o propósito de ser admitida na CPLP, a Guiné Equatorial decidiu que o português passe a ser a terceira língua oficial no país.

Paisagem típica ao largo da costa da Guiné Equatorial

 

O Governo pretende agora promover a necessária divulgação da língua e começar a enviar estudantes para os vários países lusófonos.

(dos jornais de hoje)

Alergia e a respiração

 

Os crescentes problemas de ordem alérgica, em especial os da árvore respiratória da população urbana, estão relacionados à poluição, à proliferação de agentes viróticos, bacterianos, fúngicos e ácaros encontrados no ar de má qualidade que se respira, e a utilização de produtos carregados de corantes, conservantes, acidulantes e aromatizantes que o mundo moderno oferece. Tudo isso associado a uma propensão genética determina uma maior ou menor sensibilização orgânica do indivíduo. Esse conceito tem sido há muito tempo aceito pelas autoridades da Saúde e Sociedades Médicas de Pneumologia de todo o mundo.

 

No Brasil, o índice de doenças alérgicas já chegou à espantosa cifra de um quarto da população nacional, principalmente nas urbes de maior desenvolvimento industrial.

 Mas uma nova teoria, já pelos antigos suspeitada, tem levado à hipótese de que outro tipo de sensibilização possa se dar. Os excessos de limpeza e higiene, com o emprego exagerado de produtos desinfetantes, bactericidas, antibióticos e vacinas, resultariam numa resposta orgânica exacerbada a qualquer ataque de antígeno ou agente estranho, mesmo o mais banal e comum encontrado na natureza. 

 A tendência do indivíduo que atua no meio urbano é artificializar o ambiente.” diz o professor Odayr Soares Silva, catedrático de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo, que lembra:

“Se ele não tem a predisposição genética para asma ou renite, nunca vai sofrer com o problema”.

Mas o que se vê, nas rápidas mudanças de temperatura ou clima, quando caem as defesas orgânicas, é um grande número de pessoas com desconforto respiratório que as tiram do trabalho. São espirros, prurido, coriza, nariz entupido que as levam ao médico em busca de alivio.  Vez por outra, o exame mais atento do profissional pode detectar com freqüência alterações como desvios de septo nasal, pólipos ou outras más formações do sistema respiratório que podem ser confundidas com problemas alérgicos. Nessas situações os tratamentos são específicos para cada caso.

 

É na infância que se começa a prevenção ou minimização da doença, através da atenção ao consumo indiscriminado e abusivo de alimentos industrializados, carregados de substancias artificiais que sensibilizam o organismo da criança, e que poderão torná-la no futuro um adulto alérgico.  É nessa fase da vida que se deve educá-la com bons hábitos alimentares, ecológicos e de higiene, mas sem a neurose dos excessos de limpeza que a coloca numa redoma de vidro tirando-lhe a oportunidade do contacto com o meio ambiente, onde o organismo aprende a criar as suas defesas.

 

Para viver com saúde é necessário respirar bem e estar em equilíbrio com a natureza.

 

Maria Eduarda Fagundes

Uberaba 08/07/70

 

Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia

 

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