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Título: Contra o Fanatismo
Autor: Amos Oz
Tradutor: Henrique Tavares e Castro
Editores: ASA Editores; PÚBLICO, Comunicação Social
Edição: 1ª, Abril de 2007
Pequeno livro para meter num bolso sem deformar a vestimenta, consta de três conferências proferidas pelo Autor em 2002, tudo em 95 páginas de leitura muito fácil e agradável.
Nunca tinha ouvido falar deste escritor israelita mas uma coisa tenho desde já por certa: não me vão escapar os próximos livros dele com que me cruze.
Se me ponho a dissertar sobre o livro, corro o risco de produzir um texto mais longo que o original e com a diferença de que serei enfadonho onde o Autor é interessante, vago onde ele é preciso. Portanto, opto por algumas transcrições que me parecem elucidativas da qualidade do escritor.
Da contracapa extraio que Amos Oz nasceu em Jerusalém numa época em que a cidade estaria dilacerada pela guerra e que por isso mesmo observou em primeira mão as consequências nefastas do fanatismo. Neste livro oferece-nos uma visão única sobre a verdadeira natureza do fanatismo e propõe uma abordagem racional que permita resolver o conflito israelo-palestiniano.
Da natureza do fanatismo – conferência proferida em 23 de Janeiro de 2002 em local não identificado
(…) Conheço bastantes não-fumadores que o queimariam vivo por acender um cigarro ao pé deles! Conheço muitos vegetarianos que o comeriam vivo por comer carne! Conheço pacifistas (…) desejosos de dispararem directamente à minha cabeça só por eu defender uma estratégia ligeiramente diferente da sua para conseguir a paz com os Palestinianos. (…) a semente do fanatismo brota ao adoptar-se uma atitude de superioridade moral que impeça a obtenção de consensos. (…) o culto da personalidade, a idealização de líderes políticos ou religiosos, a adoração de indivíduos sedutores, podem muito bem constituir (…) formas disseminadas de fanatismo. (…) A essência do fanatismo reside no desejo de obrigar os outros a mudar. (…) O poeta israelita Yehuda Amijai (…) afirma: «Onde temos razão não podem crescer flores.» (…) julgo ter inventado o remédio contra o fanatismo. O sentido de humor é uma grande cura. Jamais vi (…) um fanático com sentido de humor (…) Ter sentido de humor implica a capacidade de se rir de si próprio. (…) Todo o sistema político e social que converte cada um de nós numa ilha (…) e o resto da humanidade em inimigo ou rival é uma monstruosidade. (…)
Israel - agressão ou defesa?
Da necessidade de chegar a um compromisso e da sua natureza – conferência proferida em data e local não identificados
(…) O conflito israelo-palestiniano não é um filme do Faroeste selvagem. Não é uma luta entre o Bem e o Mal, mas antes (…) um choque entre quem tem razão e quem tem razão (…) (…) luto como um demónio pela vida e pela liberdade. Por nada mais. (…) isto me distingue do pacifista europeu normal que insiste em que o Mal supremo do mundo é a guerra. (…) a guerra é terrível se bem que o Mal supremo não seja a guerra mas a agressão. (…) quando percebemos a agressão, temos de lutar contra ela, venha de onde vier. Mas só pela vida e pela liberdade, não por territórios extra ou recursos extra. (…) Não acredito que o amor seja a virtude com a qual se resolvem os problemas internacionais. Precisamos de outras virtudes. (…) sentido de justiça, (…) senso comum, (…) imaginar o outro (…).
Do prazer de escrever e do compromisso – conferência proferida em 17 de Janeiro de 2002 em local não identificado
(…) se eu sou de um país em que toda a gente discute sobre tudo, porque não poderei eu fazê-lo também? (…) (…) Israel não é um país nem uma nação. É uma feroz e vociferante colecção de discussões, um eterno seminário na via pública. (…) Existe um impulso anárquico, não só em Israel, mas julgo que também na herança cultural judaica. Por alguma razão os judeus nunca tiveram Papa (…) esta veia anárquica de discussão é a cruz da nossa civilização (…) (…) O contrário de comprometer-me a chegar a um acordo é fanatismo e morte. (…) E quando digo acordo não quero dizer capitulação (…) quero dizer procurar encontrar-se com o outro em algum ponto a metade do caminho. (…) Se há uma mensagem metapolítica nos meus romances (…) é a necessidade de optar pela vida rejeitando a morte, pela imperfeição da vida rejeitando as perfeições da morte gloriosa.
Lisboa, Maio de 2007
Henrique Salles da Fonseca
a cicuta de socrates
v Não errará quem disser que, para muitos de nós, tanto se nos dá que o Primeiro Ministro (PM) possua, ou não, um vistoso canudo universitário. Não é bem a história do pêlo do gato que Deng, velho faceta, contava - mas quase.
v Também não é segredo para ninguém que a posse de graus académicos não oferece, só por isso, especiais garantias de competência para nenhuma função – mas, que diabo, sempre ajuda.
v E todos sabemos como os portugueses se pelam por títulos. Se os títulos de nobreza têm já pouco uso, pois que saltem da prateleira outros que não deixem dúvidas a quem os veja que aquele que os exibe não é um mortal qualquer. Bem lá no fundo, continuamos a ser um povo de futricas e de doutores: estes a exigirem reverência, privilégio e bom passadio; aqueles a pedirem favores, pela frente, e a transpirarem inveja, pelas costas.
v Se assim é, porquê todo este frenesim a propósito dos graus académicos de quem, afinal, mais não quis que deixar de vez a triste condição de futrica?
v Talvez porque o que esteja em causa não seja um canudo, mas o que foi feito, ou o que se permitiu que fosse feito, ou o que se sugeriu que fosse feito para o conseguir. E talvez não seja indiferente para o ar político que respiramos o modo como quem hoje é PM procedeu, ontem, com o fito de obter aquilo que ambicionava.
v Para uma universidade de fresca data, à míngua de trunfos para se afirmar e que não era primeira escolha para ninguém, alunos como o actual PM, ao tempo ainda um backbencher, representavam todo o prestígio possível, uma verdadeira benção. E não foi ele o único a prestigiá-la, frequentando-a.
v O que estaria disposta a fazer essa universidade para atrair alunos já com alguma visibilidade mediática e com acesso franqueado aos centros do poder? Provavelmente o que fazem muitas universidades, por esse mundo fora, para atrair as mens mais promissoras e os corpus mais atléticos: tudo.
v Ora é este tudo que, no caso, convém investigar. Para determinar se as regras elementares do múnus universitário, aquelas que conferem credibilidade aos graus académicos, foram quebradas – e se o aluno foi cúmplice nessas violações.
v Difícil, a tarefa? Nem por isso. Necessária? Sem dúvida, posto que o perfil psicológico de quem se proponha exercer funções públicas deve ser do conhecimento público.
v O que há a fazer então? Só isto:
a) Apurar sob que critérios foram dadas as equivalências a este aluno; que órgão universitário os estabeleceu; se estavam passados a escrito; se foram aplicados de forma consistente e continuada; quantos a eles foram submetidos; se foram, entretanto, alterados – e, se sim, quando e porquê e que efeitos teriam tido essas alterações, se aplicadas ao polémico caso.
b) Apreciar o fundamento e a razoabilidade das frequências exigidas e das equivalências concedidas a este aluno – e verificar o que se passou nessa universidade em casos comparáveis, se é que existiram (se não existiram, importará averiguar também porque bulas a situação deste aluno foi única, excepcional).
c) Apurar se os programas curriculares das disciplinas que este aluno teve de frequentar, e as respectivas cargas horárias, foram por ele, de facto, cumpridos (o regime de estudos especial para os alunos militares passou à história sem ter sido substituído por um outro regime especial, agora para alunos políticos; e o simples facto de o aluno pagar as propinas correspondentes às frequências que lhe foram exigidas prova que ele foi bom pagador – e nada mais).
d) Averiguar, para os anos escolares em causa, quem eram os professores titulares das disciplinas que o aluno deveria frequentar, se eles intervieram na marcação dos exames, se foram eles que elaboraram os questionários de exame, se interrogaram, se corrigiram as provas, enfim, se foram eles a dar as notas, a assinar as pautas e a transcrever essas notas para os livros de termos.
e) Averiguar também se estas regras, comuns a todos os alunos que frequentavam, ao tempo, essa universidade, conheceram excepções quando aplicadas a este aluno e a outros mais.
v Não faz sentido passar em revista, agora, aquilo que ao aluno tenha sido perguntado e aquilo que ele terá respondido. Toda a gente sabe que quando um professor quer passar um aluno, passa, e quando quer chumbá-lo, chumba.
v O que faz sentido é determinar objectivamente até que ponto as condições a que este aluno foi sujeito eram de tal modo excepcionais que ele, de boa fé, não poderia ignorar o favor com que estava a ser tratado.
v Comunicados, como este que o Ministério das Universidades, entretanto, fez sair, ou servem para revelar factos solidamente documentados ou, se for só para opinar sobre aquilo que presumivelmente se teria passado, nada adiantam. São inúteis, contraproducentes, desprestigiantes para o visado e algo ridículos – sobretudo quando parecem pretender colar nele uma aprovação summa cum laudae meio a despropósito.
Abril 2007
Fast Food cultural
É de abismar a ignorância e o desinteresse pelo estudo dos alunos da rede pública no Brasil. Fazer pesquisas em livros, bibliotecas e museus leva tempo, é coisa do passado, diz a nova geração incipiente. Hoje o conhecimento, nem sempre fidedigno, vem rápido, via on line. Os textos são sucintos, enlatados, com terminologia abreviada e codificada, num linguajar todo especial, de preferência com muito visual.
A juventude do inicio deste século não gosta de ler e nem de escrever, pois é mais fácil e rápido ter o que se quer nos sites de busca da internet. A cultura é digital, veiculada pelas câmaras do computador ou da TV. E isso é para uma parcela estudantil mais “eletizadada”, aquela que tem acesso a escolas modernizadas e aparelhadas, porque a maioria tem aulas em prédios mal-ajambrados da periferia, onde falta tudo até professores. E não vamos falar das crianças e jovens que ficam nas ruas e nas praças porque não gostam das aulas ou da estrutura da escola, ou porque as dificuldades da vida os levam para a mendicância, para o crime ou para as drogas.
Para “qualificar “o jovem, o mais rápido possível, medidas politiqueiro-educacionais encurtam cursos, dispensam estágios, educam à distância, dão cotas universitárias para estes ou aqueles, em nome do equilíbrio social, nivelando culturalmente todos por baixo, é bom lembrar. Promovem todo o tipo de facilidades, sempre em detrimento da qualidade, para tentar suprir as deficiências culturais e sociais brasileiras.
O resultado deste fast food do ensino já se está a colher. Uma geração de profissionais incompetentes que sai das escolas sem nada saber e que põe em risco a segurança da sociedade.
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) detectou recentemente baixíssimos índices de aproveitamento escolar. O resultado do exame é um alerta: o nível cultural dos alunos do país é preocupante. A massificação de noticias feita pela mídia dá-lhes a impressão de que eles, jovens, já sabem de tudo. É a geração do fast food que ainda não aprendeu que sábio é aquele que sabe que não sabe nada e que ignorante é aquele que pensa que já sabe tudo!
Segundo revelou o MEC os índices da educação básica pública brasileira são os seguintes:
- A média nacional foi de 3,8 numa escala de zero a 10
- Dos dez municípios campeões em ensino nove ficam em São Paulo
- Apenas 10 das 5.500 cidades brasileiras tiraram nota 6 ou mais (patamar de países mais desenvolvidos)
Agora o governo depois de tantos desacertos, promete oito bilhões de reais para o Plano de Desenvolvimento da Educação do ministro Fernando Haddad que, segundo Cristóvam Buarque, professor universitário, ex-correligionário de partido e antigo ministro da educação do presidente Lula, é apenas um arremedo, que melhora alguma coisa, mas que não levará às modificações necessárias para elevar ao nível cultural dos paises desenvolvidos os estudantes brasileiros.
Uberaba, 5 de Maio de 2007
Maria Eduarda Fagundes
O JOELHO E O ANEL
Usando um pouco o auxiliar dos burros, o dicionário, encontramos alguns significados curiosos:
- Mangabeira: árvore da família das apocináceas (Hancornia speciosa) que produz um fruto comestível e um látex para fabricação de borracha;
- Espírito de porco: um resumo dos vários significados encontrados, define aquele que tudo faz para que dê errado qualquer iniciativa dos outros; talvez um invejoso, sem caráter, etc.
- Vira-casaca: precisa de explicação?
- Ajoelhar-se: entre muitas, a que melhor serve parece ser a humilhar-se.
E aqui já podemos contar a história, largamente divulgada e comentada por todos os órgãos de informação, mas nunca por demais.
Em 2005 um ilustre (?) filósofo e prof em Harvard, há anos batalhando para, conforme um dos articulistas de "O Globo", se transformar no Rasputine cá do pedaço, afirmou, ex havardian catedra, não só através do seu site na Internet, onde escreve com frequência, apresentando dogmáticas soluções para todos os problemas do país, que o governo Lula era o mais corrupto de toda a história do Brasil, conclamando o Congresso a iniciar, imediatamente, o processo de impeachment.
Como habitualmente ninguém se interessou pelo vociferar do famigerado prof. Hancornia, perdão, Mangabeira, e o caso, não esquecido, ficou pelo menos arquivado.
Nem dois anos se passam e o espírito de porco da Hancornia Speciosa (que produz um látex elástico!) de repente vira a casaca, retira do seu site a condenação ali expressa e corre a beijar o anel do nosso cibernético* grande líder, que lhe propusera o ministério das ações futuras! (Ninguém sabe que ministério será este, mas também ninguém se preocupa com isso. É somente o 36° ministro deste governo!)
Ad gloriam sua ajoelha-se perante quem lhe oferece um brinquedo, e aceita fazer parte do governo mais corrupto que o Brasil já teve em toda a sua história.
Comentar? Vale a pena?
Talvez só lembrar algumas passagens do pensamento de Lao Tse, de há mais de 2.500 anos:
Não há pecado maior do que o excesso de ganância.
Não há pecado maior do que querer sempre mais.
Não há maior calamidade do que a mania do sucesso
* Atenção à etimologia!
Rio de Janeiro, 4 de Maio de 2007
Francisco Gomes de Amorim
As traseiras da casa que eu habito dão para a Rua Prof. Ernesto da Cal.
Poucas pessoas sabem de quem se trata mas acontece que eu fui seu amigo e com ele privei, sobretudo na década de 80, aqui no Estoril. Seguem alguns dados e lembranças sobre Da Cal.
Ernesto Da Cal nasceu no Ferrol, Galiza, em 1915. Era filho de um engenheiro da base naval. Quando eclodiu a Guerra Civil de Espanha, Da Cal cursava Humanidades na Universidade de Madrid. Como todos os estudantes madrilenos dessa geração, alistou-se para combater pela República. Em Abril de 1939, foi enviado aos EUA, numa missão relacionada com a compra de armamentos. Encontrava-se em Nova York quando o Governo republicano abandonou Espanha. Decidiu então varrer a Espanha do mapa e dedicar-se ao ensino nos EUA. Doutorou-se na Columbia University, com uma tese sobre Eça de Queiroz e seguiu a carreira universitária, regendo as cátedras de
Literatura Portuguesa na NY University e no City College de Nova York. Ao reformar-se em 1975, instalou-se em Portugal – a sua "Galiza realizada" – onde viria a falecer em 1995. No Outono de 1984, a meu insistente pedido, Da Cal acedeu mostrar-me a sua Espanha. Foi a primeira vez que pisou território espanhol, após a vitória do Franco. O que se segue são apontamentos de conversas recolhidos durante essa viagem. Tratar-se-ia de uma viagem ao passado, não fosse o caso de, como diria Da Cal, o factor tempo em Espanha ser inconsequente.
Fala Da Cal:
- "A memória é sempre uma recriação pessoal da História. Como tal, pressupõe arte. A memória é pois uma versão artística da História."
- "Eu tenho um conceito metahistórico que me permite ver que em Espanha nada de novo acontece. O conflito centro-periferia é tão velho como as populações da Península. A resistência ao poder central, seja nacional ou estrangeiro, seja imposto em nome do César ou de Cícero, do Império ou de Deus, é sempre uma relação de forças e não de vontades. A vontade persiste; não pode ser aniquilada."
- "Madrid do meu tempo era uma pequena cidade no meio de um deserto. Conhecíamo-nos todos. Até Primo de Rivera conviveu connosco, os estudantes. Era um príncipe, mas matava sem piedade. Foi ele quem iniciou a onda de atentados que viriam a desestabilizar a República. O pai deste rei foi meu companheiro na turma do colégio".
- "Odiávamos Alfonso XIII, mas hoje reconheço que foi um grande espanhol. O patético da saída da família real espanhola acabou por me comover. Nunca perdoei ao Embaixador inglês não ter comparecido à despedida da Rainha Eugénia, tia do rei de Inglaterra."
- "Nós, os estudantes, defendemos Madrid para evitar que Madrid caísse nas mãos dos "centralizadores". Queríamos Madrid pueblo e não Madrid capital.”
À chegada a Madrid, no Outono de 1984:
- "Olha! Este era o caminho que levávamos para a guerra. Íamos ali adiante, ás Portas de Hierro, impedir o avanço dos mouros. Eu era sargento das milícias. Tinha 19 homens sob o meu comando. Nenhum sabia nada de guerra. Nem eu. Os milicianos achavam que não é próprio do homem esconder-se ou agachar-se. Combatiam de peito aberto. Não escapou nenhum. Por essa encosta abaixo correu muito sangue. Só nos defendíamos. Nunca contra-atacávamos pois os anarquistas, que eram em maior número, votavam sempre contra qualquer proposta de contra-ataque. Os franquistas podiam sempre reagrupar as suas forças e lançá-las de novo contra nós. Eu escapei por milagre. Pouco antes do ataque franquista que trucidou o resto da minha gente, um estafeta veio-me chamar para comparecer no Comando Geral. Queriam-me em Barcelona, como tradutor, para ajudar as Brigadas Internacionais. Em Barcelona, nada
havia para comer. Íamos para as docas esperar pelos bombardeamentos aéreos. Quando as bombas caíam na água, os peixes mortos saltavam para terra. Era a nossa única fonte de proteínas."
Ernesto Da Cal recita:
- "Y el Cid - lucero de hierro -
por el cielo azul cabalga".
Em Granada, de visita à catedral, Ernesto da Cal estava um pouco engripado mas lá ia acompanhando a corrente dos que visitavam o monumento. À saída, falando com um padre jesuíta, lamentou:
- Granada produziu Llorca, mas mataram-no.
O jesuíta: - Deram-lhe a glória. Llorca só é admirado porque o mataram.
Da Cal explode: - Não pode dizer uma cousa dessas!
- Quer tomar um pouco de rapé? - atalha o padre.
- Agradeço.
Ernesto aspira um pouco do pó e espirra.
- Alivia muito a cabeça – comenta o padre e acrescenta: “Se não posso salvar-lhe a alma, pelo menos livro-o da gripe”, Diderot.
“RIO DE SONHO E TEMPO”
Non toques a lembrança
branca frol de penuxen
que do sopro mais leve
se dispersa no ar
O calix que contén
o vinho do recordo
é cristal de saudade
e quebra só de olhar
Nunca voltes do eisilio
en procura de aromas
do remoto xardín dos anos idos
—o teu retorno os tornará perdidos
e xa máis nunca os poderás lembrar
Deixa a memoria livre
inventar a verdade
das cousas que pasaron—
sen pasar.
Estoril, Maio de 2007
Luís Soares de Oliveira
Notas do “A bem da Nação” extraídas da Internet:
1. Guerra da Cal (pseudónimo de Ernesto Pérez Guerra, nacido en El Ferrol en 1911) fue uno de los más íntimos amigos gallegos de Federico García Lorca, colaborando estrechamente con el poeta andaluz - como co-autor a juicio de Gibson y García Posada - en los 'Seis Poemas Galegos'.
2. ARQUIVO DA EMIGRACIÓN GALEGA
GUERRA DA CAL, Ernesto (Ernesto Laureano Pérez Guerra)
Países: Estados Unidos / Portugal
(Ferrol, A Coruña, 22/12/1911 - Lisboa, 27/07/1994)
De rapaz e trala morte do pai, viviu varios anos en Quiroga. Despois vive e estudia en Madrid onde fai amizade con García Lorca, Américo Castro, Neruda, Buñuel e Serafín Ferro, frecuentando a tertulia do café "Regina". Durante a Guerra Civil colabora na revista "Nova Galiza" publicada en Barcelona e na que firma co seu verdadero nome, Ernesto Pérez Guerra. Tamén formou parte do Batallón de Milicias Populares Gallegas e combate na fronte de Toledo. Mais tarde fai tarefas especiais para a Sección Exterior do Servicio de Información Militar do Ministerio de Guerra, trasladándose de Barcelona a Nova York en misión oficial. Ó fin da guerra sorpréndeo nesa cidade e decide permanecer alí para seguir ampliando os seus estudios. En 1939 vai formar parte do corpo docente na Universidade de Nova York onde organiza un programa de doutoramento en portugués e doutórase na Columbia University coa tese "Lengua y estilo en Eça de Queiroz". Foi un destacado especialista en estudios portugueses e na lírica galega. Fixo traballos para enciclopedias importantes como a "Colliers Encyclopedia" (1949-1950), na "Encyclopedia of World Literature"(1946) ou na "The American Encyclopedia"(1967) . Tamén fixo importantes contribucións ó "Diccionário de Literatura Portuguesa, Galega e Brasileira" (Lisboa, 1955-57). En outubro de 1959 foi nomeado doutor "honoris causa" pola Universidade de Bahía (Brasil). Unha vez xubilado, no ano 1977, retírase a vivir en Estoril, Portugal, continuando nos últimos anos da súa vida defendendo a causa de Galicia e da súa lingua e cultura. Morre en Lisboa á idade de 82 anos
en xullo de 1994. Casou con Margarita Ucelay, exiliada española, docente de literatura española en Nova York.
Obra no exilio: "Lua de alén mar" (1959); "Poemas" (1961); "Río de sonho e tempo" (1963); "Motivos de Eu" (1966); "O renacemento galego contemporáneo" (1965); "Linguagem e estilo na obra de Eça de Queiroz" (1968); "Futuro inmemorial" (1985); "Deus, Tempo, Morte, Amore e outras Bagatelas" (1987); "Seis poemas de Rosalía de Castro" (1988); "Espelho Cego" (1990); Carta a Valentín Paz-Andrade (Estoril, 18 de marzo do 86) en: PORTELA YÁÑEZ, Charo e DÍAZ PARDO, Isaac (ed.) (1997a); "Caracol ao Pôr-do-sol" (1991)
Organizacións ás que pertenceu:
Batallón de Milicias Populares Gallegas
«Carta do Bispo de Díli à viúva do Tenente-coronel Maggiolo Gouveia
Há muito que me pesam no coração a dolorosa ansiedade e a cruel angústia de V. Ex.ª e de todos quantos têm em Timor os seus entes queridos e têm estado sem notícias deles. Por S. Ex.ª Revª o Pró-Núncio Apostólico em Jacarta, sei agora que V. Ex.ª vive mergulhada em grande aflição e tristeza por absoluta falta de notícias e que pediu à Santa Sé informações sobre a situação do seu extremoso marido. É mais uma falta da minha parte. Mas, como compreenderá, nem sempre é possível escrever em pleno fragor da guerra. A vida começa agora, tanto quanto é possível, a normalizar-se na cidade de Díli e nalgumas vilas da Província e, por isso, apresso-me a escrever-lhe esta carta através da mesma Nunciatura em Jacarta que, espero, a fará chegar às mãos de v. Ex.ª.
Durante o período da guerra, como V. Ex.ª sabe, tenho acompanhado, mais ou menos de perto, directa ou indirectamente, a sorte dos nossos queridos prisioneiros e, por isso, a do seu Exmº Marido e meu caríssimo amigo Tenente-coronel Maggiolo Gouveia. Particularmente, assisti-lhe com assiduidade quando ele baixou ao hospital sem gravidade mas onde se manteve até ao dia 7 de Dezembro de 1975. Nesta data, a FRETILIN levou para Aileu todos os doentes presos, como aliás todos os seus prisioneiros detidos em Díli, que andariam à volta de uns 800. Foi então que perdemos o contacto com os presos. Todos nós sentíamos a sensação de nos encontrarmos num túnel de curva fechada e vivíamos horas cheias de angústia, situações de terror e como de contínuo suspensos sobre o abismo da morte. Deus e só Deus era a nossa esperança: ao coração d’Ele fazíamos e continuamos a fazer insistente violência.
Só agora – e já vão sete meses de guerra – começa a raiar esquivamente a aurora de possíveis dias de paz: começa a haver tranquilidade e confiança e a vida está a voltar à normalidade. E também só agora estão chegando daqui e dali, do interior da Província, notícias do que por lá se passou. Estão aparecendo alguns prisioneiros levados pela FRETILIN, mas são muito poucos, os suficientes, porém, para por eles se saber os que não mais voltarão porque foram mortos pelas forças comunistas. E entre estes que não mais voltarão, porque seguiram rumo à Casa do Pai do Céu, está o nosso querido Tenente-coronel Maggiolo Gouveia: fez parte de mais de mil prisioneiros executados pela FRETILIN, no altar do ódio a Deus, à Família e à Pátria.
É deveras dolorosa esta minha missão de lhe anunciar que seu extremoso marido não pertence já ao número dos vivos neste vale de lágrimas, deu a sua vida pela Fé e pela Pátria, morreu como um autêntico cristão, como um homem inteiriço, como um militar da têmpera desses militares de antanho, que são o orgulho e exemplo da nossa gloriosa História. É natural, minha Senhora, que o seu coração de esposa sangre de dor e que a sua alma mergulhe na tristeza mais atroz; mas quando um homem morre como o seu marido morreu, herói da Fé e da Pátria, é mais motivo para dar graças a Deus e honrar-se em tal morte do que para lamentações e lutos (…)
A execução devia ter sido entre 9 e 15 de Dezembro de 75. Neste momento ainda não me é possível averiguar a data exacta. Sei apenas, como atrás disse, que todos os presos tinham sido levados de Díli para Aileu em condições das mais desumanas. Em dia que não consegui ainda precisar, mandaram reunir todos os presos, como era rotina e foi feita a chamada de cerca de 50 a 60 homens, incluindo o nome de Maggiolo Gouveia, que sucessivamente iam alinhando no terraço. A este grupo, escoltado pela milícia armada, como era hábito, foi dada ordem de marcha em relação à estrada Aileu-Maubisse. Chegados aqui e percorridos uns metros de estrada, soou a voz de “alto” e o grupo parou e viu-se próximo de uma grande vala previamente aberta ao lado da estrada. É-lhes então dito que todos vão ali ser fuzilados. Há um momento de consternação e estremecimento colectivos. As milícias põem a arma à cara e é então que o Tenente-coronel Maggiolo Gouveia levanta a voz e diz: Senhores, deixem-nos rezar. E todo o grupo, de joelhos em terra, reza o terço a Nossa Senhora, dirigido pelo Tenente-coronel Maggiolo Gouveia. Terminado este e estando todos ainda de joelhos, encoraja e anima os seus companheiros condenados à morte e termina dizendo: Irmãos, breve vamos comparecer na presença de Deus e Pai; façamos o nosso acto de contrição, o nosso acto de amor. E, em silêncio, entrecortado de lágrimas, os corações daqueles homens sobrem a Deus para pedir … para lembrar … e dizer … aquilo de que, naquela hora verdadeira, Deus é o único testemunho. Depois, o Tenente-coronel põe-se de pé sendo seguido neste gesto pelos seus companheiros e dirige-se aos soldados-algozes nestes termos: Irmãos, nós estamos já preparados para comparecer no Tribunal de Deus, lá vos esperamos também a vós. O meu único crime foi o de não renegar a minha Fé e o de amar Timor. Morro por Timor, morro pela minha Pátria e pela minha Fé católica. Podeis disparar. Evidentemente, os soldados timorenses ficam como que petrificados. Não se movem, nem se atrevem a pôr a arma à cara. É um estrangeiro que rompe o silêncio nestes primeiros instantes e quebra a indecisão daqueles soldados nativos: põe ele a arma à cara e dispara contra o Tenente-coronel Maggiolo. E, logo a seguir, todos os outros soldados fazem o mesmo, abatendo com rajadas sucessivas todos os presos. (Esta narrativa – quero que o saiba, minha Senhora – ouvi-a da boca de um dos presos de Aileu, o Administrador de Concelho de Maubisse, Lúcio da Encarnação, que a ouviu por sua vez dos próprios soldados-algozes e que ao fim foi salvo pelas milícias de Ainaro).
Assim morrem os heróis. Assim morreu o Tenente-coronel Alberto Maggiolo Gouveia. E quem assim morre, é orgulho para os pais, para a esposa, para os filhos e para a Pátria; e desta forma, não é a morte que coroa a vida, é a glória eterna em Deus que sublima a morte. E mais vale morrer com glória do que viver com desonra – eram desta têmpera os portugueses de antanho. Foi a ideia-força na vida deste Homem, deste Cristão e deste Oficial do Exército Português, de Maggiolo Gouveia. Se, como piedosamente cremos, ele continua a viver no Céu, junto de Deus, também viverá no coração dos timorenses, enquanto a memória dos homens não se desvanecer.
Desculpe minha Senhora, fui muito extenso e não disse tudo mas penso que seria esta a melhor forma de mitigar a sua grande dor, de pedir-lhe que tenha coragem na vida para vencer até ao fim, onde o encontrará e de exortá-la à confiança em Deus que é o melhor dos pais e que assim a começa a preparar para esse encontro na meta final da vida.
Aqui vão, Senhora D. Maria Natália, para V. Ex.ª, para os seus filhos e para a demais família, as minhas profundas condolências e a expressão da minha comunhão de orações de sufrágio, com os meus sentimentos de religiosa estima e muita consideração.
De Vossa Excelência, servo inútil em Cristo.
Em 10 de Março de 1976
José Joaquim Ribeiro
Bispo de Díli»
(1867 - 1957)
Bem Zander, maestro e professor de música, conta no seu livro “The Art of Possibility”, que Arturo Toscanini era um autêntico ditador tirânico à frente das orquestras que regeu. Tinha saído de Itália, fugido a Mussolini, mas não porque fosse democrata. Antes pelo contrário, saiu porque para ditador bastava-se a si próprio. Um belo dia em que ensaiava com a Filarmónica de Nova York, Toscanini irritou-se com um dos contra-baixos que não acertava com a entrada. Ao cabo de algumas tentativas frustradas, suspendeu o ensaio e ali mesmo, diante de toda a orquestra, despediu o contra-baixo e ordenou-lhe que se ausentasse imediatamente da sala. O infeliz músico arrumou instrumento e partituras e, ferido no seu orgulho, virou-se para Toscanini e dirigiu-lhe um chorrilho de insultos pessoais e extensivos à mãe do maestro. Toscanini ouviu imperturbável e, quando o recalcitrante finalmente se calou, disse-lhe: “As suas desculpas chegam demasiado tarde. Saia”. Puxou da batuta, deu as pancadinhas da praxe e retomou o ensaio.
Estoril, Maio de 2007
Luís Soares de Oliveira
Quando em 1938 Thomas Mann chegou aos Estados Unidos, fugindo ao nazismo, deu uma conferência de imprensa em que disse: «Onde eu estiver, está a cultura alemã».
Thomas Mann (Alemanha, 1875 - Suiça, 1955)
Logo houve quem atribuísse esta frase a uma grande dose de arrogância e a simpatia com que foi recebido ficou claramente moldada pela impressão assim causada. Foi necessário esperar alguns anos para que essa frase fosse explicada pelo seu irmão mais velho, Henrique, quando nas suas memórias se refere ao episódio e o explica com a frase de Fausto: «Aquilo que de teus pais herdaste, merece-o para que o possuas».
Não fora, pois, arrogância mas sim um profundo sentido de responsabilidade que levara o escritor a identificar-se daquele modo com a sua própria cultura. O conhecimento do que outros fizeram antes de si já levara Hölderlin (1770 - 1843), o poeta atacado de mansa loucura, a afirmar que «Somos originais porque não sabemos nada».
Em 1518, Ulrich von Hutten (1488-1523), companheiro de Lutero, escrevia a um amigo que, embora fosse de origem nobre, não desejava sê-lo sem o merecer: «A nobreza de nascimento é puramente acidental e, por conseguinte, insignificante para mim. Procuro noutro local as fontes da nobreza e bebo dessa nascente. A verdadeira nobreza é a do espírito por via das artes, das humanidades e da filosofia que permitem à Humanidade a descoberta e reivindicação da sua forma mais elevada de dignidade, aquela que faz distinguir a pessoa daquilo que também é: um animal.»
Ou seja, a nobreza conquista-se, não se adquire por via hereditária. Afinal, era isso que Mann significava quando chegou à América …
O que é, então, a essência da cultura? É o conjunto das obras intemporais, as perenes, as que não passam de moda, as grandes obras humanistas, as que desenvolvem o pensamento especulativo. É a conjugação lógica de axiomas para a construção de novos silogismos e para a definição de doutrinas inovadoras. Eis o âmago da cultura, de uma qualquer cultura: o raciocínio especulativo, a independência relativamente à letra, a interpretação dessa mesma letra, a busca do significado. Quanto mais uma cultura se identificar com os valores humanistas e os promover, mais elevada é essa cultura.
E o que é ser culto? Será saber muitas coisas? Não, isso é próprio de uma enciclopédia. O conhecimento dos factos não define a cultura mas apenas a dimensão do conhecimento. O culto é aquele que está aberto à nova interpretação, o que busca o significado.
E o que é ser educador? É «convidar os outros para o significado».
Lisboa, Abril de 2007
Henrique Salles da Fonseca
BIBLIOGRAFIA:
§ Riemen, Rob – Ensaio introdutório, “A ideia de Europa” de George Steiner, ed. Gradiva, Lisboa, Setembro de 2005
Quando uma criança nasce, os pais, avós, tios, todos enfim, perguntam num misto de apreensão e alegria:
-Ela é perfeita?
Os anos passam, a criança cresce e desenvolve capacidades, personalidade e habilidades que vão formar o perfil do futuro adulto. Porém, todos os indivíduos acalentam um mesmo desejo: serem um dia ricos, inteligentes ou bonitos, virtudes que abrem as portas da sociedade, da mente e dos corações.
Mas dentre essas qualidades há uma em que se deposita as maiores esperanças, a inteligência. Até algum tempo atrás, ser inteligente era ter a chave do sucesso. E tanto isso era levado a sério que se chegava a rotular as pessoas como inteligentes ou não inteligentes, usando como base o famoso teste do QI (Quociente de Inteligência) do francês Alfred Binet. Aos outros dons dava-se menor importância, pois na escala de valores intelectuais eram considerados apenas habilidades que se aprimoravam com o exercício. Quem tivesse a capacidade de avaliar e desenvolver uma cadeia de raciocínio lógico-matemática na resolução de problemas complexos ou que tivesse a linguagem verbal corrente, fluida, coerente, clara e informativa era considerado inteligente, restando aos outros, os menos destacados, o limbo. Até mesmo nas escolas, para os mais dotados, se reportavam os professores e colegas, que viam neles a promessa de um futuro certo e brilhante.
Mas a ciência não se conforma com tantos pontos de interrogação pendentes. Outras pesquisas foram feitas e novas ideias e hipóteses surgiram. O cérebro é como um computador em potencial que tem muitos recursos e que a maioria não sabe explorar a contento. A inteligência convencional baseada no pensamento de qualidade única, indivisível e herdada, que fatidicamente rotulava os indivíduos, aos poucos foi caindo por terra com os resultados das pesquisas recentes. Com os estudos do psicólogo de Harvard, Howard Gardner, na década de 80, veio à baila novo conceito, o das múltiplas inteligências humanas. Embasado nessas conclusões surgiu o QE (Quociente Emocional), do também americano Daniel Goleman, que mostra o avanço dessa teoria dizendo que o que importa é a capacidade do ser humano saber lidar e/ou resolver problemas.
Agora confirmam com pesquisas, o que já se sabia: o Homem é com um caleidoscópio que apresenta múltiplas facetas e diferentes potencialidades. Dentre elas há aquelas que mais se desenvolvem, ou aparecem, dependendo dos estímulos e do ambiente. Com frequência essas “inteligências” se mostram muitas vezes em situações inesperadas e/ou em tempos diferentes. Talvez seja por isso que na infância, época onde mais desabrocham as vocações, a criança já defina as suas tendências. Isso mostra-nos porque no passado, tantos alunos foram considerados na escola insuficientes, e até medíocres, e na vida tornaram-se profissionais brilhantes e competentes, e até mesmo génios, como no caso de Albert Einstein.
Com as múltiplas inteligências de Gardner abriu-se o leque das humanas possibilidades. E à escola, após a casa, num segundo tempo, cabe identifica-las e trabalha-las. Estimular os dons artísticos, a expressão corporal, o senso espacial, lógico, matemático, geográfico, linguístico, observador. Aprimorar a percepção dos sentidos, a capacidade de lidar e de se relacionar, seja de maneira verbal ou escrita, fará dessas crianças pessoas melhores e bem resolvidas.
As formas de inteligências ou outra denominação que se queira dar às nossas inatas competências devem ser alimentadas desde a infância até a velhice, respeitando a capacidade individual de apreensão, pois cada um tem um tempo certo e uma maneira específica para aprender e desenvolver. A individualidade adequadamente estimulada dará a forma mental de raciocinar e as características pessoais que fazem de cada um de nós um ser competente especificamente, mas nem por isso mais ou menos inteligente.
Howard Gardner define:
“Inteligência é basicamente a capacidade de resolver problemas ou elaborar projectos que sejam importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. Actividades diferentes requerem habilidades específicas”.
Uberaba, 24 de Abril de 2007
Maria Eduarda Fagundes
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