O QUE SERÁ DO FUTURO?
As novas sobre o clima e a repercussão dele sobre o meio ambiente são assustadoras. Mesmo com todo o alarde das pesquisas científicas e das organizações não governamentais que divulgam os graves riscos que a população mundial corre, muitos governos ainda não perceberam a importância da tomada de medidas urgentes para tratar e resguardar a natureza.
Segundo o IPCC (sigla inglesa para Painel Internacional para Mudança Climática), em Abril deste ano, em Bruxelas, sairá um relatório questionando o impacto que o efeito estufa está trazendo ao clima e as alterações sobre o meio ambiente, dele decorrentes. Segundo o jornal australiano “The Age”, há sérias perspectivas para um futuro próximo de fome e falta de água potável. Segundo estudos já divulgados, a temperatura do planeta está aumentando e pode chegar ao final deste século a mais de 4, 5 graus C acima dos níveis normais pré-indústrias, levando ao degelo gradativo das calotes polares e à elevação do nível dos mares com a possibilidade do desaparecimento de parte das cidades litorâneas em todo o planeta.
A Austrália, reciclando a água de esgoto para fazer frente à seca e aos incêndios, mudanças climáticas, tempestades e inundações em uns lugares, calor intenso e secas em outros, é a natureza em desequilibro, gritando sua revolta contra a poluição, ameaçando a biodiversidade e a persistência da vida humana na face da terra. Se não houver conscientização e atitude generalizadas da população e dos governos para a protecção do que resta dos nossos recursos naturais, o futuro será de facto preocupante.
Que temanho teria o buraco do ozono quando Fernão de Magalhães descobriu o Estreito que ficou com o seu nome?
O Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos e vegetais da Terra, mas por falta de educação ambiental e de políticas adequadas, ou por políticas egoístas e equivocadas, está perdendo a guerra contra a destruição do seu ainda rico meio ambiente. A poluição, por falta de atitudes governamentais efectivas e correctivas na área de limpeza urbana e saneamento, o desmatamento desregrado de áreas agricultáveis, o desrespeito às matas nas orlas fluviais, os esgotos escoados para os rios e mares sem o devido tratamento, o desleixo da população que joga lixo e plástico em ruas, praias e mangueirais, ameaçando a preservação da flora e da fauna, o desperdício com a má utilização da água doce, a exploração descontrolada da Amazónia, as queimadas e a destruição de parcelas enormes da floresta, pulmão do planeta, são atitudes que prejudicam não só a qualidade de vida as pessoas do país, mas de todo o mundo.
O noticiário da TV diariamente anuncia:
Lixo espalhado no espaço e no fundo do mar, maré vermelha, desaparecimento de espécies de animais e plantas, ar carregado e abafado nas cidades, clima quente onde era frio, frio onde era quente, tempestades de granizo no Verão, praias de águas sujas, inadequadas para banhos, chuvas constantes e abundantes levando à destruição de estradas, barreiras, pontes, casas, árvores e plantações. Inundações, tsunamis, secas, até na região amazónica, incêndios ambientais, todos esses sinais devem ser interpretados como um aviso do que nos espera.
Uberaba, 28 de Fevereiro de 2007
Maria Eduarda Fagundes