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A bem da Nação

V COLÓQUIO ANUAL DA LUSOFONIA

 

 

 

2-4 OUTUBRO 2006

Tema 1: Língua Portuguesa na Galiza

 

 Como a sociolinguística tem mostrado nas últimas décadas as línguas não mudam em bloco. Uma língua, um dialecto, mesmo um idiolecto não são homogéneos, mas comportam variedades internas que são parte integrante do sistema. Se o objecto da linguística histórica é a mudança linguística, o objecto da história da língua é uma língua em particular, na sua existência definida temporal e espacialmente.  Conhecer a situação na Galiza desde as origens, e a sua evolução. Conhecer as principais linhas de rumo da literatura galega no período pós-Franco, em defesa da cultura, dos valores solidários e dos direitos históricos da Galiza. O conflito entre reintegracionistas, normativos e os outros: um genocídio da língua? Compreender o papel histórico desempenhado pelos intelectuais e políticos galegos. Extrair conclusões sobre os conflitos e respectivos desenlaces da História. Permitir o debate aberto sobre a língua na Galiza; tanto sobre a sua forma gráfica, como sobre o conceito de língua (língua isolada ou parte activa do tronco galaico-português), e a sua difícil situação actual. A situação do galego é paradoxal. Se atendermos a critérios linguísticos,  é uma das formas do português e, neste sentido, é uma língua nacional – uma forma especial, pois foi na antiga Gallaecia que nasceu a língua de Camões. Mas conforme ao uso maioritário da população, quer no atinente à ortographia,  a formalização da língua ou corpus, quer atendendo ao estatuto social ou status, em relação ao castelhano, a situação do galego mais se assemelha a um patuá  (patois), apesar dos avanços observados nas últimas décadas. Como dizia Ângelo Cristóvão: “A esperança de uma mudança de rumo na política linguística continua a estar longe dos âmbitos oficiais, nas mãos dos movimentos de normalização linguística, dependente do seu dinamismo e da capacidade de somar esforços numa mesma linha de trabalho: o fomento do galego como língua nacional e na defesa dos direitos dos utentes. O trabalho das associações lusófonas galegas é fundamental. Uma das características mais felizes da geração da lusofonia é a sua independência económica, organizativa e ideológica a respeito dos poderes estabelecidos na Galiza. O outro, não menos importante, é tratar-se de um movimento que nada tem a ver com saudosismos nem a defesa de privilégios adquiridos. Tem mais a ver com a aquisição de direitos – individuais e colectivos negados no dia-a-dia, roubados ao povo, negados à nação galega.

 

Bandeira nacionalista da Galiza

 

Questão importante, a ter em conta, é a sua articulação em várias associações culturais e cívicas cujo elo de união é colaborarem numa mesma tarefa de dignificação da língua e cultura da Galiza, do português galego. Isto é feito por diferentes vias, em resumo: a produção de textos (livros, revistas, jornais) e as diversas atividades culturais direta ou indiretamente relacionadas com o uso e promoção de um galego dignificado e, mais cada vez, implícita ou explicitamente, identificado com o português.”

 

No V Colóquio debateram-se os modelos de normalização linguística na Galiza e a situação presente, onde o genocídio linguístico atingiu uma forma nova e subtil, já não através da perseguição aberta e pública do galego, como em décadas passadas,  mas pela promoção social, escolar e política de uma forma oral e escrita deturpada, castelhanizada, a par de uma política de exclusão dos dissidentes lusófonos (os denominados reintegracionistas ou lusistas). Debateu-se uma Galiza que luta pela sua sobrevivência linguística, numa altura em que a UNESCO advertiu do risco de castelhanização total nas próximas décadas. Falou-se de história, dos vários avanços e recuos e de vários movimentos a favor da língua portuguesa na Galiza, teceram-se críticas, comentários e apontaram-se soluções, sendo quase universalmente exigida a reintrodução do Português na Galiza através de várias formas e meios. Existe aqui ampla oportunidade para as televisões portuguesas descobrirem aquele mercado de quase três milhões de pessoas. As oportunidades comerciais de penetração da Galiza podem ser uma porta importante para a consolidação da língua naquela região autónoma. Foi sobejamente assinalada a quase generalizada apatia e desconhecimento do problema da língua na Galiza por parte dos portugueses e o seu esquecimento por parte das entidades oficiais sempre temerosas de ofenderem o poder central em Madrid. Faltam iniciativas como esta para alertar, um número cada vez maior, as pessoas para este genocídio linguístico, desconhecido e que mora mesmo aqui ao lado. Por outro lado, constatou-se a necessidade de uma maior concertação e união entre as várias associações em campo que propugnam a língua portuguesa na Galiza. A sua presença regular em eventos semelhantes em Portugal pode alargar o número de académicos preocupados com o tratamento de polé dado à língua nossa antepassada num território que por mercê duma conquista histórica de há 500 anos teima em não perder a sua língua original, que é a nossa. O anúncio por Martinho Montero da criação duma Academia Galega da Língua Portuguesa é simultaneamente arriscado e ousado mas pode ser um passo em frente para a concretização do sonho de muitos galegos.

 

 Tema 2: Tradução

Os problemas da tradução foram também debatidos como forma de perpetuar e manter a criatividade da língua portuguesa nos quatros cantos do mundo, algo que é importante realçar pois as pessoas não se apercebem muitas vezes desta vertente, sendo a mais surpreendente comunicação (Barbara Terseglav), uma referente à tradução de obras portuguesas (de Saramago a Mia Couto) na Eslovénia. “Enquanto a tradução de obras portuguesas não estiver suficientemente difundida, a língua portuguesa não pode alcandorar-se ao nível de reconhecimento mundial doutras línguas. Começa a haver um certo número de traduções de livros de autores portugueses, mas é altamente deficiente e deficitária. Uma das formas de preservar a língua é através da tradução. Só a tradução de obras permite a divulgação, algo muito importante na preservação da língua.

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Muitos eram os desafios que o 5º Colóquio lançava. Logo na cerimónia inaugural se assinalava um notável marco na História Galega da Língua Portuguesa: a presença dum representante da “Xunta de Galicia”, o senhor Don Xosé Carlos Sierra, Delegado em Orense da Consellaria de Cultura da Xunta de Galicia que disse não ter dúvidas de que galegos e portugueses falam afinal a mesma língua com evoluções históricas diferentes. “É o mesmo que acontece com o espanhol da Península Ibérica e o da América do Sul, o inglês dos americanos e o das ilhas ou o português e o brasileiro”, comparou Xosé Carlos Sierra, delegado de cultura da junta da Galiza em Orense. Para este responsável, “é aceite científica e oficialmente que o galego e o português são da mesma família, o que se discute é se o galego actual ainda é o original ou se a evolução o tornou uma língua diferente do galaico-português”.
O facto de o território berço da língua ter sido separado pela história e pelas fronteiras políticas em estados diferentes introduziu diferenças que alimentam esta discussão, assinalou o representante da Galiza. “Durante muitos anos, o galego foi uma língua proscrita e perseguida politicamente, mas mantém-se viva e falada”, argumenta o mesmo responsável, embora admita que “não agrada muito ao poder político a reivindicação das suas origens”. Apesar disso, entende que as semelhanças entre o galego e o português são tão visíveis como as diferenças entre o galego e o castelhano, que impera em Espanha.

 

O vice-presidente da edilidade de Bragança, Eng.º Rui Caseiro anunciou na sessão de abertura que a Câmara Municipal de Bragança vai instituir um «Prémio Literário da Lusofonia» aberto a trabalhos oriundos de todo o mundo onde se fala português e que será atribuído pela primeira vez em 2007. O vice-presidente da autarquia, Rui Caseiro, anunciou na cerimónia de abertura, que na próxima edição será entregue o primeiro Prémio Literário da Lusofonia ao melhor trabalho inédito enviado de qualquer parte do mundo em português. Segundo o autarca, o regulamento ainda está a ser ultimado, mas é já certo que será de natureza monetária, com um valor de 1500 euros para o melhor trabalho que posteriormente será publicado pela autarquia.
A selecção será feita por um júri no âmbito do colóquio da lusofonia, uma iniciativa que a autarquia pretende continuar a apoiar, com o intuito de contribuir para a divulgação da língua portuguesa. O município vai também publicar as actas destes colóquios, realizados em Bragança com o objectivo de descentralizar este tipo de eventos.


Igualmente de assinalar que, pela primeira vez, o Instituto Politécnico de Bragança se fez representar na sessão de abertura com a presença do seu novo Presidente Professor Sobrinho Teixeira que prometeu cooperar com as futuras edições do evento.

 

Lamentavelmente, mais de 150 entidades oficiais foram convidadas, mas os representantes do Instituto Camões, IILP (Instituto Internacional da Língua Portuguesa), dos Ministério da Educação e da Cultura fizeram-se notar pela sua habitual ausência (motivos de agenda foi a desculpa sempre invocada quer pela CPLP, quer pelo MC, IPLB (Instituto Português do Livro e das Bibliotecas), quer ainda pelo representante de embaixada e consulado angolano, os únicos que se dignaram responder ao nosso convite). Este alheamento completo das entidades responsáveis pela Língua em Portugal só nos pressagia o pior. Ninguém lhes ia pedir subsídios, mas apenas os queríamos presentes para compartilharem o que já conseguimos fazer ao longo destes cinco anos

 

Sem dúvida que este ambicioso projecto em debate este ano não teria sido possível sem o incansável empresário galego, Dr Ângelo Cristóvão que conseguiu reunir um importante leque de oradores que nos falaram do tema principal: a Galiza, durante dois dos três dias do Colóquio. Aliás ele é o único participante em todos os cinco colóquios.

 

Quando em 2001 preparamos o início destes Colóquios Anuais da Lusofonia - sob a égide do nosso patrono Embaixador Professor Doutor José Augusto Seabra - queríamos provar que era possível descentralizar a realização destes eventos e que era possível realizá-los sem sermos subsídio-dependentes. O ponto de partida foi a descentralização da discussão da língua portuguesa e as problemáticas da língua portuguesa no mundo.

 

De 2002 em diante os Colóquios têm-se realizado em Bragança, graças ao apoio da CMB na sua aposta de combate à insularidade em termos culturais. Portugal, como toda a gente sabe, é um país macrocéfalo; cada vez mais existe Lisboa e o resto progressivamente passou a ser apenas paisagem. É muito raro os locais do interior, os locais mais remotos como Bragança, poderem ter acesso a debates de considerável importância sobre o futuro da língua. Com a saída de serviços vitais à fixação de pessoas no interior, com todos os poderes decisórios radicados em Lisboa, cidades como Bragança estão por vezes mais perto de Madrid do que de Lisboa.

 

Por outro lado conseguiu-se que estes colóquios se tornassem graças à nossa persistência na única iniciativa, concreta e regular em Portugal nos últimos cinco anos sobre esta temática. Os Colóquios caracterizam-se pela sua independência de quaisquer forças políticas ou institucionais e asseguram essa sua “independência” através do simbólico pagamento das inscrições dos participantes contando com o apoio, ao nível logístico, da autarquia que fez a sua aposta cultural na divulgação e realização deste importante evento anual. Isto só tem possível pela existência duma rede organizativa de voluntários que inclui para além da Comissão Organizadora, alunos e ex-alunos do IPB. Mostramos assim que havendo vontade, determinação e tempo disponível é possível levar a cabo um evento desta envergadura com custos mínimos e sem subserviências de dependência económica.

 

A intenção destes colóquios é diferente da maioria das realizações congéneres. Pela sua independência permite a participação de um leque alargado de oradores, sem temores nem medo de represálias dos patrocinadores institucionais sejam eles governos, universidades ou meros agentes económicos. Por outro lado, ao contrário de outros encontros e conferências de formato tradicional em que as pessoas se reúnem e no final há uma acta cheia de boas intenções com as conclusões, estes colóquios visam aproveitar a experiência profissional e pessoal de cada um dentro da sua especialidade e dos temas que estão a ser debatidos, para que os restantes oradores possam depois partir para o terreno, para os seus locais de trabalho e utilizarem instrumentos que já deram resultados noutras comunidades. Ou seja verifica-se a criação de uma rede informal que permite um livre intercâmbio de experiências e vivências, que se prolonga ao longo dos anos, muito para lá do colóquio em que intervieram.

 

Estes Colóquios podem ser ainda marginais em relação às grandes directrizes aprovadas nos gabinetes de Lisboa, mas na prática têm servido para inúmeras pessoas aplicarem as experiências doutros colegas à realidade do seu quotidiano de trabalho com resultados surpreendentes e bem acelerados como se acabou de ver na edição de 2005, com a campanha para salvar o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e com o lançamento a nível oficial do Observatório da Língua Portuguesa.

 

Outra das novidades em 2005 foi a realização de dois concertos (Piano e Guitarra) no seio dos Colóquios em sessões nocturnas, mostrando que a realidade da Lusofonia - tal qual a entendemos - não se restringe à mera discussão linguística.

 

 Igualmente se manteve uma pequena Mostra de Artesanato de Bragança e uma Mostra de Livros da Galiza e de Miranda do Douro, o que só demonstra a vitalidade e a – cada vez mais lata – abrangência destes Colóquios.

 

Por outro lado, a componente lúdica e cultural destes Colóquios tem permitido nos últimos anos, algo que não sucede em eventos deste tipo: a confraternização cordial, aberta, franca e informal entre oradores e presenciais, caracterizada por almoços entre participantes e passeios culturais ao Parque Natural de Montesinho, a Rio de Onor e à Cidadela, em que do convívio saíram reforçados os elos entre as pessoas, elos esses que se têm perpetuado a nível pessoal e profissional. As pessoas conseguem dispor de tempo para trocarem impressões, falarem de projectos, partilharem ideias e metodologias, fazerem conhecer as suas vivências e pontos de vista, alargando esta rede informal que são os Colóquios Anuais da Lusofonia que neste momento já movimentam cerca de duas mil pessoas através da sua rede.

 

Este ano para além de Rio de Onor, onde cerca de quatro dezenas de pessoas arrostaram com a chuva inclemente, tivemos uma visita soalheira a Miranda do Douro. Ali fomos recebidos com a Capa de Honra pelo Vereador da Cultura, professor Carção, que nos proporcionou visitas guiadas ao Museu, à Casa da Cultura, e à Biblioteca, onde a simpatia local ficou demonstrada pela boas-vontades demonstradas em servirem-nos de guia bem para lá das horas normais de funcionamento daquelas instituições. Houve inclusive um factor curioso de um dos oradores ter descoberto uma possível origem etimológica para o seu apelido na visita ao Museu. Todos saímos mais enriquecidos destas duas visitas de turismo cultural.

 

No colóquio deste ano estavam representadas as seguintes Universidades: Corunha, Vigo, Santiago de Compostela, Valhadolid, Salamanca, Coimbra, Minho, Évora, Madeira, Açores, Ljubljana (Eslovénia), Université Lumière Lyon2 (França), Universita Degli Studi Suor Orsola Benincasa de Nápoles (Itália), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) do Brasil e a Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte, e as seguintes Associações: MDL (Movimento de Defesa da Língua (Galiza), Associação de Amizade Galiza-Portugal, AGAL, Plataforma para a emissom das rádios e televisons portuguesas na Galiza, Confraria Queirosiana, Arte Tripharia (Galiza). Houve um numero recorde de oradores (nada menos que 27 que se espartilharam nos seus 20 minutos de apresentação, o que permitiu (uma vez mais) o rigoroso cumprimento dos horários previamente anunciados.

 

Portugal e Brasil continuam a valorizar o acessório e a subestimar o essencial. O tão apregoado Acordo Ortográfico, ao contrário do que muitos defendem tem uma importância diminuta; até pelo próprio número de falantes o Português do Brasil será o mais importante. Devemos deixar que a língua siga o seu rumo natural e seja cada vez mais viva em vez de a amordaçarmos a Acordos Ortográficos. A língua não se decreta! Todos nos entendemos mesmo com grafias diferentes. A língua deve evoluir ao sabor de cada país com palavras distintas, grafias e vivências diferentes.

 

Os portugueses e brasileiros não têm uma verdadeira política da Língua, e não conjugam objectivos através duma CPLP adormecida enquanto franceses e ingleses estão bem activos. O actual impacto mundial da língua portuguesa existe sobretudo por acção dos outros. A R. P. da China prepara os seus melhores quadros para dominarem a língua portuguesa e desta forma conquistarem os mercados lusófonos. Irá depender sobretudo do esforço brasileiro em liderar que a Lusofonia poderá avançar, levando a reboque os países africanos ainda cheios de complexos do colonizador Portugal. A língua portuguesa é alimentada de forma diferente de acordo com as realidades sociais, económicas, culturais, etc., dos países onde está instituída que estão geograficamente distantes uns dos outros. A Língua Portuguesa pode ser o veículo de aproximação entre os países lusófonos e as comunidades lusofalantes.

 

Como me dizia Henrique Salles da Fonseca há dias: Um escritor é, por definição, um pensador. Ao escrever o que pensa, o escritor traz para a praça pública a sua ideia e põe-na à consideração dos leitores. Ou seja, põe os leitores a pensar. Ora, pensar é um exercício muito menos praticado do que o desejado pois há muita gente que age automaticamente aos estímulos que lhe chegam. O pensamento multiplica as ligações entre os neurónios e é precisamente a densidade dessa rede que permite ao cérebro aumentar as capacidades originais. O Professor António Damásio, autor do livro "O erro de Descartes" - demonstrou que o cérebro de um adulto analfabeto é significativamente diferente (menor capacidade) do de um letrado (maior capacidade). O desenvolvimento das sociedades tem a ver com a capacidade mental dos seus membros e não com os exauríveis recursos naturais. Vejam-se os casos do Japão em comparação com Angola, da Suíça com o Afeganistão ou ainda o caso de Singapura. Isto permite-nos afirmar que o escritor é o motor do desenvolvimento.

 

Há 5 anos que sonhava com este colóquio dedicado a este tema tão especial. Desde o primeiro ano que temos tido uma representação da Galiza em todos os Colóquios. Porém, até hoje nunca os galegos se mostraram com forças para aceitarem o desafio. Urge registar que pela primeira vez se conseguiram reunir debaixo dum mesmo tecto, correntes intelectuais divergentes da Galiza, que têm passado os anos de costas voltadas uns para os outros, sem conseguirem estabelecer uma união e convergência na luta comum que é a preservação da língua de todos nós. Para tal muito se deveu ao incansável trabalho do Dr Ângelo Cristóvão membro dos Comités destes Colóquios e presença habitual em colóquios anteriores. Creio que podemos ao fim de três dias de trabalhos esperar que as sementes do compromisso, da concertação e da união de esforços possam levar ao engrandecimento da grande pátria universal que é a língua portuguesa, independentemente da nacionalidade dos seus falantes, independentemente das suas convicções políticas ou religiosas.

 

É neste momento histórico de viragem que se espera surjam os grandes inspiradores, capazes de aglutinar sob uma plataforma comum vários pontos de vista divergentes. Sabemos que a divisão só favorece aqueles que não acreditam na vitalidade e no relevo da língua que falamos. Ainda no ano passado aqui se discutiu como a língua do povo colonizador português serviu para aglutinar a resistência timorense contra os invasores indonésios e actualmente serve para enriquecer o próprio idioma local Tétum. Tal como os timorenses que lutaram durante mais de 24 anos pela sua independência podem os galegos aspirar a que a sua língua seja universalmente falada no seio da Comunidade Autónoma da Galiza como membros de pleno direito daquela Lusofonia em que acreditamos.

 

Devemos aceitar a Lusofonia e todas as suas diversidades culturais sem exclusão que com a nossa podem coabitar. Não iremos aqui debater ou analisar cada uma das alocuções (por absoluta falta de espaço) mas permitimo-nos sugerir aqueles que não querem aguardar pela publicação em livro das Actas dos últimos quatro anos que nos contactem para um exemplar das Actas em CD. Ver http://lusofonia2006.com.sapo.pt ou solicitar o CD a coloquioslusofonia@gmail.com    ou  lusofonia@sapo.pt 

 

Para o ano avizinha-se um tema ainda mais polémico e a necessitar de debate: “O Português no século XXI, a variante brasileira rumo ao futuro. O risco real da separação ou não. Unificação ou diversificação: esta a agenda para as próximas décadas.”

 

Chrys Chrystello MA

 

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