CRÓNICAS DO BRASIL
A TELEMAR E OS TELÉLÉS
Causou muitos engulhos a um dos maiores pobretões desta terra, presidente da Telemar, saber que uma empresa portuguesa de telefonia se mostrou interessada em participar no capital da, ainda hipotética, nova empresa resultante da fusão da Telemar com a Brasil Telecom. Berrou, barafustou, e afirmou que isso seria uma interferência no controle da nação!
Dono de grande parte do Nordeste do Brasil, incluindo os orgãos de comunicação - não confundir com o Norte onde impera a dinastia Sarney - na sua entrevista, afirmou ainda que, como o governo americano controla uma boa parte dos hotéis lá nos EUA, com medo da chegada de possíveis «inimigos» (deve controlá-los todos, mas... ), a nova companhia, deve ter capital exclusivamente nacional para poder controlar o país todo... em caso de guerra! Não se sabe que guerra o ilustre milionário tem em mente, mas com os avanços do Chavez e as velhas reivindicações da Bolívia... quem sabe?
No entanto afirmou também que uma boa, grande, parte do capital atual da Telemar provem de investimentos estrangeiros, vindos de fundos de pensão de diversos países. Deve ser dos países «amigos»! É estranho que esse ataque de patriotismo xenófono se tenha manifestado agora com a hipótese de entrarem capitais portugueses na futura empresa!
Há um velho ditado que diz que quando alguém te odeia é porque tem inveja de ti, e é um inimigo inexorável, conforme dizia o rei dos romancistas portugueses, Camilo Castelo Branco.
Será que ele pensa que o novo presidente, a roubar-lhe o belo tacho de que hoje desfruta, seria, por exemplo o Pedro Álvares Cabral? E como porta voz da companhia o intelectual Pero Vaz de Caminha, tirando assim mais um cargo chorudo a outro de seus apaniguados?
Tasso mesmo a ver que aqui anda mutreta!
Se ele não quer portugueses no negócio, quando for a abertura da composição de capital... faça uma oferta superior.
A concorrência costuma ser saudável!
Rio de Janeiro, Agosto de 2007
Francisco Gomes de Amorim