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A bem da Nação

HINO NACIONAL DA GALIZA

 Bandeira nacionalista galega

OS PINHEIROS

(por Eduardo Pondal)

 Eduardo Pondal (1835-1917)

Para interpretar melhor:
«Os rumorosos» são os pinheiros
«Arume harpado» são as folhas dos pinheiros
Breogão foi um líder celta que, vindo de Irlanda, desembarcou na Crunha (hoje Corunha) em tempos recuados, e representa a antiguidade, nobreza e liderança que era negada aos galegos. Lembremos as primeiras linhas de «Os Lusíadas»: «As armas e os Barões assinalados. ..»


Quê dim os rumorosos,
Na costa verdecente,
Ao raio transparente
Do plácido lüar...?
Quê dim as altas copas
De escuro arume harpado
C'o seu bem compassado
Monótono fungar...?

Do teu verdor cingido
E de benignos astros,
Confim dos verdes castros
E valeroso clã,
Não dês a esquecimento
Da injúria o rude encono;
Desperta do teu sono,
Fogar de Breogão.

Os bons e generosos
A nossa voz entendem,
E com arroubo atendem,
O nosso rouco som;
Mas sós os ignorantes,
E férridos e duros,
Imbecis e obcuros,
Não nos entendem, não.

Os tempos são chegados
Dos bardos das idades,
Que as vossas vacuidades
Cumprido fim terão;
Pois onde quer, gigante,
A nossa voz pregoa
A redenção da boa
Nação de Breogão

Teus filhos vagorosos,
Em que honor só late,
A intrépido combate
Dispondo o peito vão;
Sê por ti mesma, livre
De indigna servidume
E de oprobioso alcume
Região de Breogão.                          AQUI CESSA O HINO

                                                           A PARTIR DE AQUI . . .
À nobre Lusitânia
Os braços tende amigos,
Que os eidos vêm antigos,
Com um pungente afã;
E cumpre as vacuidades
Dos teus soantes pinhos,
Duns mágicos destinos,
Oh, grei de Breogão!

Amor da terra verde,
Da verde terra nossa,
Acende a raça briosa
De Ousinde e de Frojão;
E lá nos seus garridos
Justilhos, mal constreitos,
Os doces e alvos peitos
Das filhas de Breogão.

Que à nobre prole ensinem
Fortíssimos acentos,
Não os moles concentos
Que a virgens só bem `stão;
Mas os robustos ecos
Que, oh, pátria, bem recordas
Das sonorosas cordas
Das harpas de Breogão!

Estima não se alcança
C'um vil gemido brando,
Qual quem requer rogando
Com voz se esquecerão:
Mas c'um rumor gigante,
Sublime e parecido
Ao intrépido sonido
Das armas de Breogão!

[Galegos, sede fortes,
prontos a grandes feitos,
aparelhai os peitos
a glorïoso afã;
filhos dos nobres celtas,
fortes e peregrinos,
lutai pelos destinos
dos eidos de Breogão].

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