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A bem da Nação

Eleições - Quem são os Palhaços?

  Darão estas palhaçadas alguma vontade de rir ?

Uma das músicas que mais encantam é a ópera “Os Palhaços”. Uma ópera cômica que termina em tragédia. Um drama cômico!

Lembrei-me das eleições! Teoricamente uma “música” linda, a democracia, cada um a escolher o seu representante na governança e no parlamento para conduzir a nação, o povo, à felicidade... mas na realidade aquilo a que a gíria chama de “conversa para boi dormir”!

A campanha começa como a ópera: “Senhoras! Senhores! Eu sou o Prólogo!... as lágrimas que vertemos são falsas! ...venham ver como os seres humanos se amam! E vejam os tristes frutos da paixão!”

Entre o cômico e a representação aparentemente séria, o povo, nós, os espectadores, acompanhamos o drama na esperança de no fim poder aplaudir.

Desta vez porém a comicidade da representação está ainda mais prejudicada porque o PT “proibiu” o seu candidato de fazer discursos de improviso! Privam o público de rir, vertendo lágrimas verdadeiras, com o tradicional arrazoado de asneiras com que sexa já nos tem habituado!

Haverá certamente inúmeras ocasiões de rir/chorar, algumas de expectativa, raras, raríssimas de esperança, porque o espetáculo que se adivinha mais pressupõe uma tragédia do que simplesmente uma comédia.

São os palhaços sanguessugas, os palhaços cassados, os destituídos, os indiciados, os ineptos, apresentando ao público uma corrida triste de negociatas, compadrios, alianças, trocas de favores, milagres, ameaças com a vingança do demônio, e um nunca mais acabar que sai da infelizmente fértil imaginação que tem todo o bandido que se preze. Ou prese? Não, porque andam à solta.

Roubam-nos a esperança, um ideal sonhado para um país que é rico de tudo, de milionários e de miseráveis, de luxo e de pobreza, de churrascarias onde se pode comer até à indigestão e de fome, de florestas, em perigo, a sertão seco, de praias maravilhosas e, sobretudo, riquíssimo de um povo cordial, como lhe chamou Sérgio Buarque de Holanda, mas ainda não consciente dos seus direitos de exigir que termine esta palhaçada, esta vergonha.

Recordamos então aquela área belissima, que diz: “Se o Arlequim te roubar a Colombina, ri Palhaço, e todos aplaudirão! Ri, palhaço, do teu amor destroçado! Ri, da dor que te despedaça o coração”!

Roubam-nos tanto! Parece que afinal os palhaços somos nós!

 

Rio de Janeiro, 19 de Julho de  2006

Francisco Gomes de Amorim

 

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