A MINHA OPINIÃO JÁ NÃO MORRE SOLTEIRA
Cadilhe defende rescisão com 200 mil funcionários públicosPelo menos 200 mil funcionários públicos deveriam ser atraídos por indemnizações atractivas para se reduzir o peso das despesas do Estado, defende Miguel Cadilhe numa entrevista ao programa «Contas de Cabeça», da rádio TSF, em parte antecipada esta sexta-feira.
Se o Governo assume «custos de mudança, porque não ir mais fundo mais extenso nas reformas?», questiona o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva no programa que será transmitido, na íntegra, no próximo domingo.
Referindo-se aos objectivos de redução da despesa, Cadilhe estima «em torno de 200 mil», o número de funcionários públicos que estão a mais na Administração Pública e que, na sua opinião, «têm de ser atraídos pelas rescisões amigáveis».
De acordo com o autor do livro que fala do sobrepeso do Estado, algumas da medidas adoptadas pelo actual Governo coincidem com a sua receita, mas só uma «maior ambição» na redução da despesa corrente primária pode reduzir o peso dos gastos do Estado, actualmente nos 42% do PIB, para níveis em redor dos 30%.
Noutra parte da entrevista, Cadilhe diz que não há qualquer argumento técnico que impeça a venda maciça do ouro do Banco de Portugal para financiar a reforma do Estado. O ex-director da Agência Portuguesa do Investimento (API) questiona-se sobre o destino dado ao produto das operações realizadas pelo Banco de Portugal com o ouro.
Nos últimos quatro anos, segundo as contas do economista, o banco central já colocou no mercado 1/3 das reservas contabilizadas em 2001. «Para quê?», questionou para argumentar que esse dinheiro não serviu para nenhuma reforma de fundo.
27-01-2006
in "DIÁRIO DIGITAL"