ENSAIO SOBRE RELIGIÃO – 20
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Sabbat – Do hebreu shabbat, “repouso”, sétimo dia da semana, quando Deus terminou de criar o Universo.
Sacramento – Do lat. sacramentum, “coisa sagrada”.
Sacrifício – Oferenda a uma divindade, normalmente acompanhado duma morte ritual, tanto de humanos quanto de animais. No cristianismo a missa é o sacrifício por excelência, que é o próprio Cristo.
Sacrilégio – Do lat. sacrilegium, de sacer, “sagrado” e legere, “recolher”. Profanação dum objecto sagrado, ou a pessoa – sacrílega – que cometeu o ato.
Salesianos – Membros da Sociedade de São Francisco de Sales, fundada em Turim em 1859 por São João Bosco para a formação de jovens.
Samãdhi – Do sânsc., “êxtase”, realização da última etapa procurada nos métodos de yoga.
Sãmkya – Do sânsc., “enumeração, análise”, sistema hindu, de carácter dualista, separando totalmente a matéria do espírito.
Samnyãsin – Do sânsc. “aquele que renuncia”, no hinduísmo estado do asceta que constitui o quarto e último estágio da vida religiosa dum brâmane.
Samsãra – Do sânsc. “escoamento, o rio da existência”, a transmigração determinada pela lei do karma.
Satan – Chefe dos anjos rebeldes do Génesis que se tornaram demónios.
Sãti – Nome dado no bramanismo ao sacrifício da esposa que levava o amor conjugal e a fidelidade ao marido até se fazer arder na pira funerária.
Sebek ou Sobek – No Egipto antigo o deus-crocodilo, príncipe aquático da Terra e do Sol.
Seita – Do lat. secte, grupo de pessoas que professam a mesma doutrina filosófica ou religiosa.
Sekmet – Deusa egípcia com cabeça de leão, significa “a Poderosa”, porque é considerada com o olho de Ra, que pode destruir os inimigos.
Serpente – O culto da serpente, ofiolatria, perde-se na antiguidade e extremamente espalhada; é concebida como o símbolo do mal, no Génesis é comparada a Satan.
Servitas – Membros duma congregação religiosa, honrando especialmente as sete dores da Virgem Maria, fundada no séc. XIII na Itália.
Shinto – Do japonês, “o caminho dos kamis, ou caminho dos deuses”. É a religião nacional do Japão onde todas as forças naturais são personificadas e deificadas.
Sikhs – Do sânscrito çishya, discípulos, formam uma grande comunidade no meio do hinduísmo, fundado por Nanak, em Pundjab, no séc. XVI.
Sinagoga – Do gr. Sunagein, lugar de reunião dos fiéis do judaísmo. A origem remonta ao exílio dos judeus na Babilónia onde Esdras reunia assembleias para conservar as tradições.
Sincretismo – Tendência filosófica-religiosa que procura conciliar várias doutrinas, monoteístas, para a crença num Deus supremo.
Sínodo – Do gr. sunodos, assembleia eclesiástica para discutir pontos de interesse da doutrina e da comunidade.
Sionismo – Movimento nascido no seio do judaísmo no fim do séc. XIX, mais político do que religioso, inspirando-se na promessa a Abraão de fazer do país de Canaã – Palestina o país dos seus descendentes.
Soma – Licor da imortalidade dos vedas; uma bebida alcoólica. O sacrifício do soma era feito pelos brâmanes num ritual complicado.
Suástica – Do sânsc. “saudação, bom presságio”, símbolo antigo em forma de cruz gamada, com os braços para a direita o símbolo é benéfico, para a esquerda significa mau presságio que se encontra nos países dos dois hemisférios desde tempos proto-históricos, excepto entre judeus e muçulmanos e por isso usada por Hitler, como sinal de arianismo.
Sufismo – Do árabe souf, “floco de lã”, vestuário que usavam os primeiros sufistas, é conhecida como a corrente mística e contemplativa do Islão. Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram desenvolver uma relação íntima, directa e contínua com Deus, utilizando-se, dentre outras técnicas, da prática de cânticos, música e dança, o que é considerado prática ilegal pela sharia de vários países muçulmanos. As ordens sufis (Tariqas) podem estar associadas aos sunitas e xiitas, a uma combinação de várias correntes, ou a nenhuma delas.
Sulpicianos – Membros da congregação de São Sulpício, fundada em 1645, sacerdotes diocesanos e seu mandato principal é ajudar os bispos na preparação de candidatos ao sacerdócio.
Sunitas – Do árabe sunna, “modo de vida” do Profeta, conjunto de muçulmanos ortodoxos, representam 84% de todos os muçulmanos e consideram os xiitas como apóstatas (desertores) do Islão. Por outro lado, grupos como a Nação do Islão, Ahmadiyya e Ismailis são considerados como hereges pela maioria dos sunitas e por isso estão fora do Islão. Na Rússia do séc. XIX (no Tartaristão e na Ásia Central), uma nova teologia do sunismo surgiu, conhecida como o Jadidismo ou Euroislão. A sua principal qualidade foi a tolerância para com outras religiões.
Sunitas e Xiitas – Ali ibn Abu Talib, primo, genro e o primeiro discípulo de Maomé, de quem foi o sucessor imediato, mas com as intrigas e inimizades foi assassinado na mesquita de Kaufa. Daí nasce a grande cisão no Islão, entre sunitas e xiitas.
(continua)
Dezembro de 2013